Completa um século o primeiro título pernambucano de futebol, do Flamengo

Flamengo do Recife, campeão pernambucano de 1915

Luiz Cavalcanti; Chico Alves e Rubens; Fred (Maciel), Ruy e Zezé; Waldemar, Gastão Bomfim, Tayllor, Percy Fellows e Lelys.

Eis a escalação do primeiro campeão pernambucano de futebol. Há exatamente um século, em 12 de dezembro de 1915, um domingo, o Flamengo do Recife venceu o Torre por 3 x 1, no campo do British Club, e ganhou o pioneiro troféu.

O Diario de Pernambuco, que a cada ano dava mais espaço às nobres disputas do football, publicou um texto na página dois da edição de 14 de dezembro:

“Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana (LSP), instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroados os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória, e as ‘louras medalhas”. 

“Terminamos enviando ao glorioso Flamengo e a seu digno capitão Gastão Bomfim os nosso mais efusivos votos pelo prosseguimento, sempre ascendente, das glórias alcançadas.”

A conquista, marcada por um jogo violento na decisão, veio num triangular, que anos depois seria chamado de “supercampeonato”, e de forma invicta.

Fundado no ano anterior, em 20 de abril, o Fla surgiu na Rua de Santa Cruz, na Boa Vista. A primeira mensalidade aos sócios da “Cruz Branca”, o seu primeiro nome, antes da inspiração carioca, foi estipulada em cinco mil réis pelo presidente Alcebíades Braga. Outro ponto importante na história da extinta agremiação está no uniforme, alvinegro, assim como o do Santa Cruz em seu primeiro ano de atividade. Por causa da aparência semelhante, a Liga Pernambucana (atual FPF) determinou que um dos dois teria que ceder, com os corais adotando o vermelho e virando, enfim, tricolor na temporada seguinte.

Após a pioneira conquista, o Campeão da Fidalguia não alcançaria mais destaque, caindo de rendimento a cada década. Em 1945, dois anos antes de sua última participação no Estadual, foi atropelado pelo Náutico por 21 x 3 (sim, 21 x 3), a maior goleada da história do futebol pernambucano. Saiba mais aqui.

Caiu no ostracismo, saindo de cena. Mas é inegável, já estava na história.

Há 100 anos…

Uniforme do Flamengo do Recife

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