A CBF abriu a caixa preta com os registros dos jogadores profissionais, através da diretoria de registro e transferências, que incorporou um no sistema em 2015. O balanço foi dividido em três partes (registro, transferências e salários), traçando um raio x em relação aos rendimentos jogadores. O quadro – uma fagulha de transparência – deixa claro que os grandes salários do futebol representam uma parcela mínima da categoria.
Dos 28 mil jogadores em atividade no país na última temporada, 82% recebem até R$ 1 mil, pouco mais de um salário mínimo. Pior. A maioria desses atletas ficou sem atividade no segundo semestre, após o fim dos já deficitários estaduais. Considerando um salário mensal acima de R$ 10 mil, apenas 725 jogadores chegam a tal valor, o que corresponde a 2,5% dos atletas em atividade, espalhados nas Séries A e B.
Divisão dos salários dos jogadores brasileiros em 2015
Até R$ 1 mil – 23.238 jogadores (82,40%)
R$ 1 mi a R$ 5 mil – 3.859 jogadores (13,68%)
R$ 5 mil a R$ 10 mil – 381 jogadores (1,35%)
R$ 10 mil a R$ 50 mil – 499 jogadores (1,77%)
R$ 50 mil a R$ 100 mil – 112 jogadores (0,40%)
R$ 100 mil a R$ 200 mil – 78 jogadores (0,28%)
R$ 200 mil a 500 mil – 35 jogadores (0,12%)
Acima de R$ 500 mil – 1 jogador (Alexandre Pato, do São Paulo)
Segundo o balanço, de janeiro a dezembro vigoraram 28.203 contratos dos mais variados formatos, envolvendo 776 clubes profissionais, um número ainda maior que o listado pelo movimento Bom Senso FC, de 684 – dos quais apenas 101 teriam atividade durante todo o ano. Além disso, o relatório da confederação também incluiu os clubes amadores e formadores, chegando a 435.
Contrato/definitivo – 28.203
Vínculos não profissionais – 22.782
Contrato/empréstimo – 1.674
Rescisão de contrato – 7.973
Rescisão judicial – 131
Transferências nacionais – 14.331
Em relação às transferências internacionais, em 2015 a entidade registrou a saída de 1.212 jogadores brasileiros para o exterior, sendo 232 amadores (jovens) e 771 profissionais, movimentando nada menos que R$ 679,7 milhões. No sentido inverso foram 648 atletas, sendo 68 amadores e 580 profissionais, com um investimento de R$ 114,3 milhões.