Via periscope, a transmissão secreta da vitória do Santa Cruz na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2016, 1ª fase: Rio Branco 0x1 Santa Cruz. Crédito: Bruno Rios/Periscope (reprodução)

De última hora, o jogo entre Rio Branco e Santa Cruz acabou sem transmissão na televisão, o que surpreendeu a direção coral. Sem opção, a torcida teve que recorrer ao velho rádio para acompanhar a estreia do time na Copa do Brasil. Ao menos durante o primeiro tempo. No intervalo, o capixaba Bruno Rios começou a exibir a partida através do periscope. Em tese, um compartilhamento direto da arquibancada para os seus 140 seguidores, que logo se multiplicaram quando os pernambucanos descobriram o link no twitter. E assim a transmissão improvisada, com direito à narração, foi ganhando audiência.

Ao todo, 1.097 pessoas viram o jogo em algum momento, com a audiência chegando a ter 409 simultaneamente – incluindo o blog, via celular. Torcedor do Fluminense, Bruno tem o Rio Branco como seu time preferido no Espírito Santo. Apesar da preferência no jogo e consciente que quase todos os telespectadores eram tricolores, seguiu a transmissão. Recebeu elogios e também teve que aguentar a greia, claro. Com direito ao clássico “Pague a Série B!”, direcionado ao Flu. Chegou a “ameaçar desligar” por causa isso. Só ficou nisso.

A câmera ainda foi revezada com um torcedor gaiato do Baêa, Albert Lucas, radicado na cidade. No fim, mesmo com o zoom distante, valeu a pena. O misto do Tricolor, que havia desperdiçado algumas chances, arrancou a vitória aos 49 minutos do segundo tempo, com Raniel rolando a bola para Bruno Moraes, 1 x 0. Um gol que tinha tudo para ser secreto durante horas, mas que acabou antecipado na web devido à tecnologia e à boa vontade de um adversário.

Copa do Brasil 2016, 1ª fase: Rio Branco 0x1 Santa Cruz. Crédito: Bruno Rios/Periscope (reprodução)

Náutico fecha contrato histórico com a Globo para o Brasileiro, de 2019 a 2024

Náutico fechou com a Rede Globo de 2019 a 2024. Arte: Cassio Zirpoli/DP

O Náutico firmou um contrato de quatro anos com a Rede Globo, de 2019 a 2024, para a transmissão do Campeonato Brasileiro. Trata-se de um acordo histórico para o clube, que sempre foi obrigado a negociar o contrato ano a ano, na Série A, devido ao desinteresse da emissora em termos nacionais. Com a concorrência batendo à porta após 2018, quando termina o atual contrato (exclusivo), a empresa teve que abrir os cofres e buscar novos times, para tentar frear a investida do Esporte Interativo na tevê fechada, já com Inter, Santos, Atlético-PR e Bahia, entre outros clubes que mudaram de lado.

O acordo timbu, confirmado pelo presidente Marcos Freitas, engloba na verdade cinco contratos: tevê aberta, tevê fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet. Ao fechar com a Globo, recebendo um luva de R$ 3 milhões e garantindo um piso na elite, o Timbu recusou a proposta do EI de R$ 10 milhões/ano. A partir de 2019, o dirigente prevê uma cota de R$ 45 milhões/ano.

Não é possível informar a cota com exatidão pois a nova distribuição prevê a divisão por bases iguais (40%), campanhas (30%) e audiência (30%). O período acertado pelo clube de Rosa e Silva é o mais longo do Recife, uma vez que o Sport ampliou o seu contrato, também com a Globo, até 2020. Seria o mesmo modelo, como “cotista de televisão”? Infelizmente, não. Caso dispute a Segundona, seguirá recebendo a cota básica, hoje de R$ 5 milhões.

Alvirrubro, qual é a sua opinião sobre o contrato de quatro anos com a Globo?

A saída do Santa Cruz da grade da TV e a consequência no período de negociação

Imagem do Santa Cruz sobre a não transmissão da estreia. Crédito: Santa Cruz/twitter

A tabela detalhada da Copa do Brasil de 2016 foi divulgada pela CBF em 19 de fevereiro, com definição dos dias, horários e transmissões. Primeiro time pernambucano a entrar em campo, o Santa Cruz teria o seu jogo no Espírito Santo, exibida pela Globo Nordeste. Seria um dos três jogos com transmissão no abertura do torneio, em 16 de março. Porém, a partida acabou saindo da grade, substituída por Corinthians x Cerro Porteño, pela Taça Libertadores. O fato surpreendeu, até porque a filial da emissora dá total prioridade aos jogos dos clubes locais, mas isso também se estendeu ao próprio tricolor. A assessoria coral se pronunciou via twitter, com cinco mensagens. 

“O Santa Cruz foi pego de surpresa com a informação de que a Rede Globo NE não transmitirá a estreia do clube, fora de casa, na Copa BR.

A partida será às 21h50, diante do Rio Branco-ES.

Mas torcedores corais vão poder acompanhar ao vivo mais uma partida do Santinha na temporada através do Twitter oficial do clube.

Ter toda repercussão da estreia coral no site e demais redes sociais do Tricolor.

Acompanhe conosco. Juntos somos mais fortes!” 

O episódio aconteceu no mesmo momento em que o clube negocia os direitos de transmissão do Brasileiro na tevê por assinatura com o Esporte Interativo, de 2019 a 2024. Seriam até R$ 10 milhões por edição, em vez dos R$ 3 milhões do Sportv. O presidente coral, Alírio Moraes, já se reuniu com a direção do canal, controlado pela bilionária Turner, e também já foi chamado por executivos da própria Globo – cujo acerto para a Série A de 2016 está na casa de R$ 26 milhões. No entanto, a repentina saída da grade na estreia da Copa do Brasil acabou associada à negociação pela torcida nas redes sociais. Na visão do blog, hoje, são situações distintas. No futuro, difícil dizer…

Atualização: o blog apurou a informação que a mudança da Globo foi mesmo motivada por questão operacional (gastos) em Cariacica.

O preço mínimo para o ingresso, uma exigência no regulamento do Brasileiro

Regulamento sobre o preço dos ingressos na Série A de 2016. Crédito: CBF

Os regulamentos oficiais das duas principais divisões do Campeonato Brasileiro de 2016 têm uma regra ainda incomum no futebol do país: o preço mínimo de ingresso. Divulgados em março, os documentos são idênticos quanto ao formato de disputa, com vinte clubes e pontos corridos, mas diferindo sobre as vagas internacionais, acessos e rendimentos, naturalmente. Na questão da venda de bilhetes, o menor valor da Série A deve ser R$ 40, com direito à meia-entrada, de acordo com o artigo 15. É o dobro do estipulado à Segundona, conforme o artigo 13 do regulamento específico da competição. A ideia foi implantada pela confederação em 2015, se estendendo às demais séries.

Como não houve alteração no segundo ano, fica a dúvida sobre a execução de fato da norma, pois a direção de competições já abriu espaço para promoções, inclusive do Sport, com desconto na venda antecipada aos seus sócios. Na Ilha, em 2015, a prática comum foi R$ 60 (inteira), R$ 30 (sócio) e R$ 10 (sócio). Ainda no Recife há outro exemplo sobre o assunto. Para esta temporada, o Santa, também presente na elite, criou um setor (sul inferior) de livre acesso ao sócio, com mensalidade de R$ 30. Ou seja, a regra acaba tendo uma influência maior sobre os ingresso cobrado aos visitantes – cuja norma não é especificada no regulamento. Em tempo: a renda líquida de cada partida é do mandante.

Preços mínimo do ingresso no Brasileiro:
Série A – R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Série B – R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Série C – R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)*
Série D – R$ 10*

* Valores de 2015, segundo o artigo 19 de cada regulamento. A CBF ainda não divulgou os documentos de 2016.