A indústria de arenas com Padrão Fifa, torneios regulares e prêmios de design

Estádios inaugurados em 2013, incluindo a Arena Pernambuco. Crédito: copa2014.gov.br

Em 2013, quando foi inaugurada, a um custo superior a R$ 532 milhões, a Arena Pernambuco teve a companhia de outros 17 novos pacos mundo afora. Foram seis brasileiros, é verdade, numa relação direta com o Mundial, com os demais se adequando às demandas de conforto e mercado. Exceção? Pois hoje esse é o cenário comum da “indústria de arenas”, instaurada a partir das novas exigências técnicas da Fifa, que em 2011 lançou a quinta versão do caderno “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, com 420 páginas, englobando as últimas tendências sobre dados estruturais, sobre arquibancadas e coberturas, mídia e campo de jogo. Ou seja, o Padrão Fifa.

Com a Copa do Mundo e a Eurocopa ampliadas para 32 e 24 países, numa alternância de dois em dois anos no calendário da bola, a quantidade de novos projetos disparou. Nas últimas quatro temporadas foram inaugurados 88 estádios! Neste boom estão palcos menores, remodelados a partir de US$ 8,6 milhões, e enormes complexos construídos do zero, por até US$ 1,41 bilhão. Via clubes e iniciativa privada? Sim. Mas sobretudo com gastos governamentais. França (2016), Rússia (2018) e Catar (2022), sedes dos próximos grandes torneios, somam 34 estádios, entre novos empreendimentos e modernizações – acredite, é sempre “necessário” fazer algo, faz parte da engrenagem. Em 2020 a Euro não terá sede fixa, mas os cadernos de encargos seguem à risca.

Estádios de futebol (a partir de 10 mil lugares) inaugurados no mundo:
2015 – 22
2014 – 32
2013 – 18
2012 – 16

Sem surpresa alguma, surgiram até premiações de “Design do Ano”, para projetos em andamento, e “Estádio do Ano”, para palcos recém inaugurados. Eleições de entidades distintas. A primeira é feita no World Stadium Congress, realizado anualmente em Doha, num evento com 200 construtoras, marcado pela assinatura de novos contratos e debates sobre como agilizar as obras.

A segunda premiação é organizada pelo Stadium DataBase, site inglês especializado tanto em construção quanto operação. A votação conta com um júri de arquitetos com experiência em arenas. Paralelamente, há uma segunda premiação, aberta ao público. Na última, com 37 mil participações, ganhou o BBVA Bancomer, no México, com capacidade para 53,5 mil espectadores. Com a atuação maciça de internautas brasileiros, a Arena do Grêmio e a Allianz Parque também já venceram a categoria. Em 2013, quando só havia a votação popular, a Arena Pernambuco ficou na 15ª colocação.

Neste bilionário ciclo econômico, usando o futebol como força motriz (e garantido, por baixo, até 2022), não podemos esquecer jamais a base. Os milhares de operários com condições geralmente adversas (salários, segurança etc), sempre relegados na cobertura da Fifa sobre os torneios a caminho.

Em relação aos estádios mais espetaculares vamos aos últimos vencedores..

Stadium Design of the Year (melhor design), do World Stadium Congress

2016 – Al Rayyan (Catar), com 40 mil lugares (previsto para 2019)

Projeto do Al Rayyan Stadium, para a Copa do Mundo de 2022, no Catar. Crédito: Fifa/Loc

2015 – Singapore Stadium (Cingapura), com 55 mil lugares

Projeto do Singapore Sports Hub. Crédito: divulgação

Stadium of the Year (estádio do ano), do Stadium DataBase

2015 – Matmut Atlantique (França), com 42.115 lugares

Estádio Matmut Atlantique (França). Crédito: bordeauxpalaisbourse.com

2014 – Hazza Bin Zayed (Emirados Árabes), com 25.000 lugares

Estádio Hazza Bin Zayed, nos Emirados Árabes. Crédito: StadiumDB

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