Santa e Sport no modo carreira do Fifa 17

Clubes brasileiros confirmados no Fifa 17. Crédito: EA Sports/facebook

A espera foi longa, mas rubro-negros e tricolores estão de volta à franquia de futebol mais popular dos videogames, o Fifa Football. O Sport não era licenciado desde 2009, enquanto o Santa apareceu com nome, escudo e padrões originais pela última vez em 2008. Resolvendo pendengas burocráticas, os clubes assinaram com a produtora EA Sports, voltando no Fifa 17, a partir de 29 de setembro. A versão, disponível no Playstation 3 e 4 e no Xbox 360 e One, terá 650 clubes licenciados, 23 do Brasil. Na divisão do menu, o salto da dupla local.

América, Atlético-MG, Atlético-PR, Avaí, Botafogo, Chapecoense, Coritiba, Criciúma, Cruzeiro, Figueirense, Fluminense, Goiás, Grêmio, Inter, Joinville, Palmeiras, Ponte Preta, Santa Cruz, Santos, Sport, São Paulo, Vasco e Vitória. 

Presentes na “Liga Brasil”, composta por 18 participantes da Série A de 2016 (os outros cinco estão na opção “resto do mundo”), corais e leoninos serão jogáveis no modo carreira, no qual o player vai “evoluindo” o seu personagem (técnico/diretor) com resultados domésticos e continentais, exposição da marca, finanças, revelação de atletas etc. Como as duas direções conseguiram a autorização dos atletas, nomes como Diego Souza, Grafite, Magrão, Tiago Cardoso, Rithely e João Paulo devem aparecer no novo título da franquia. Já os uniformes (titulares e reservas) devem ser os modelos já divulgados no Fifa Mobile, a versão do jogo para smartphones e tablets (veja aqui).

Lembrando que Santa e Sport também estão no concorrente do Fifa, o Pro Evolution Soccer. No game produzido pela Konami, o Brasileirão foi licenciado.

Eis a evolução da participação dos clubes brasileiros no game neste século…

Clubes brasileiros no Fifa
2001 – 13 times
2002 – 13 times
2003 – 15 times
2004 – 16 times
2005 – 16 times
2006 – 16 times
2007 – 22 times (Santa Cruz)
2008 – 24 times (Náutico, Santa Cruz e Sport)
2009 – 26 times (Náutico e Sport)
2010 – 20 times (N. Recife* e S. Recife*)
2011 – 20 times
2012 – 20 times
2013 – 20 times (N. Recife* e S. Recife*)
2014 – 21 times (Náutico)
2015 – sem brasileiros
2016 – 16 times
2017 – 23 times (Santa Cruz e Sport)

*N. Recife e S. Recife, os genéricos de Náutico e Sport

O scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz na Sula

O vitória do Santa Cruz sobre o Sport, no segundo jogo da fase nacional da Copa Sul-Americana de 2016, garantiu a classificação coral às oitavas de final. Sem dúvida, foi uma partida mais disputada que a primeira, realizada uma semana antes, na mesma Arena Pernambuco. Sobre a partida, a Conmebol, através da DataFactory, divulgou um longo scout das duas equipes, melhorando a leitura da versão internacional do Clássico das Multidões. Números, posicionamento de arremates, faltas e roubadas de bola, mapa de calor e até as jogadas mais usadas por tricolores e rubro-negros. Vamos lá.

Para conferir o scout do jogo de ida, clique aqui.

Dados gerais com marcação leonina e efetividade coral
No jogo ida, apenas a quantidade de escanteios destoou entre os rivais, a favor do Santa. Desta vez, outros quesitos tiveram números bem distintos, com a troca de passes e as recuperações de bola, maiores do lado leonino. Apesar da marcação forte e da leve vantagem na posse, o Sport não soube o que fazer com a pelota nos pés, errando bastante. Como há uma semana, os corais buscaram mais, finalizaram mais. E conseguiram.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Enfim, finalizações na área (e gol)
Somando os dois clássicos foram 30 finalizações, das quais apenas doze nas duas barras. Dessas, uma foi parar no fundo das redes de Magrão. Como mostra o gráfico, no segundo jogo ocorreram onze tentativas dentro da área. No duelo anterior, apenas duas! Por sinal, a diferença de chutes nos dois jogos, 18 x 12, mostra que a volta foi, sim, melhor. Nem precisava muito, na verdade.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

1 falta a cada 2min34
Em um jogo mais disputado, o número de faltas também aumentou, de 30 para 35. Ao contrário da partida anterior, com scout igualado, neste os leoninos cometeram mais infrações, num jogo com pouca bola rolando. A concentração de faltas no meio, tanto dos leoninos quanto dos corais, é um dos motivos para pouca eficiência dos meias Diego Souza, Pisano e João Paulo, este mais recuado. Nos 180 minutos, Matheus Ferraz foi o mais faltoso, com 9 (amarelo na ida). Apesar do quadro, o trabalho do árbitro peruano Diego Haro repetiu o (bom) nível do chileno Julio Bascuñán. Ambos da Fifa.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Leão recuperando mais bolas e corais marcando à frente
A quantidade de bolas recuperadas pelo Sport impressiona: 30. No jogo anterior, onde também liderou a estatística, foram 13. Rithely, apagado há uma semana, foi o maior ladrão de bolas. Porém, com a bola dominada, o jogo rubro-negro não andou. No lado coral, Uillian Correia aliou a recuperação à saída de jogo, sendo um dos principais nomes da partida. Por sinal, o bote do camisa 5 foi quase sempre certeiro, sem falta. Outro destaque coral vai para a marcação adiantada, com muitas bolas já na entrada da área rival. Não por acaso, saiu assim o gol, num desarme em Serginho.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Sport com troca de passes na defesa e DS isolado
A primeira mudança do clássico ocorreu logo aos sete minutos, com Durval no lugar de Ronaldo Alves, lesionado. E o zagueiro, de volta após algumas semanas, foi o jogador com mais passes no Leão, defensivos e ofensivos, incluindo lançamentos. Segundo o scout, a linha de passe mais recorrente foi Durval/Mark e Rithely/Mark. O chileno, que no jogo passado, pelo Brasileiro, correu 11 quilômetros, voltou a se movimentar, mas sem resultados. Já Diego Souza, o camisa 30 neste torneio, especificamente, pouco fez, isolado. Em relação à ocupação do campo, o mapa de calor aponta justamente a área dos dois volantes, em outro indicativo que a saída de jogo esteve travada na arena.

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Linha de passe no Santa em quatro frentes com Léo Moura
Conforme já dito, Uillian Correia teve um papel importante no jogo e na vitória. Foi o jogador com mais passes em toda a partida, 44. Só errou quatro toques, gerando um aproveitamento de 90,9% de acerto. Apesar da atuação discreta, na visão do blog, Léo Moura aparece com quatro linhas de passe no jogo, três defensivas (Danny Morais, Derley e Uillian) e uma ofensiva, com João Paulo. No posicionamento dos atletas, impressiona a distância de Grafite em relação aos companheiros. Ainda assim, nas poucas bolas que recebeu, conseguiu finalizar três vezes – uma delas, num incrível gol perdido. No mapa de calor, o corredor parece claro, com a sequência Léo-Derley-Pisano. 

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Scout de Sport 0 x 1 Santa Cruz, pela Copa Sul-Americana 2016. Crédito: Conmebol/DataFactory

Santa Cruz por la Sudamérica

TV Coral sobre a classificação do Santa às oitavas da Sula 2016. Crédito: TV Coral/youtube (reprodução)

Em 1970, a cantora argentina Mercedes Sosa incluiu Canción con todos em seu álbum El grito de la tierra. Escrita por Armando Tejada e César Isella, um ano antes, a música foi considerada na época o “hino oficial” da América Latina. Tal faixa é a trilha sonora do vídeo (abaixo) sobre a classificação do Santa Cruz às oitavas de final da Copa Sul-Americana de 2016, produzido pela TV Coral.

A vitória coral sobre o Sport, com um gol de Bruno Moraes aos 37 do segundo tempo, garantiu a primeira partida oficial do tricolor no exterior. Colômbia ou Paraguai no caminho, contra Independiente ou Sportivo Luqueño. O destino tende a ser Medellín, mas a língua espanhola se fará presente onde quer que seja o desembarque. No vídeo, imagens da provação coral nos últimos anos, numa reconstrução que chega agora ao cenário internacional.

Salgo a caminar
Por la cintura cósmica del sur
Piso en la región
Más vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de América en mi piel
Y anda en mi sangre un río
Que libera en mi voz
Su caudal

Sol de alto Perú
Rostro Bolivia, estaño y soledad
Un verde Brasil besa a mi Chile
Cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña América y total
Pura raíz de un grito
Destinado a crecer
Y a estallar

Todas las voces, todas
Todas las manos, todas
Toda la sangre puede
Ser canción en el viento

¡Canta conmigo, canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz!