Sport marca no começo, segura pressão do Santos e vence jogo importante na Ilha

Série A 2016, 27ª rodada: Sport x Santos. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O Sport fez um ótimo primeiro tempo contra o Santos, um adversário qualificado, no G4 e com três vitórias seguidas até então. Forçando bastante, marcou na terceira tentativa de Rogério em dez minutos, e ainda teve três chances incríveis em cruzamentos rasteiros, duas com Gabriel Xavier e uma com Everton Felipe. Não ampliou, viu o adversário paulista chegar com perigo e no segundo tempo tomou um sufoco danado, suportando. A vitória por 1 x 0, “trocando” com o revés diante do Coxa, há uma semana, acalma o ambiente na Ilha do Retiro, com seguidas mudanças no time titular. Estamos no fim de setembro e o técnico Oswaldo de Oliveira ainda busca a formação ideal.

Mesmo sem Ricardo Oliveira, o Peixe envolveu o dono da casa, com Lucas Lima (sobretudo) e Copete criando bastante e exigindo boas defesas de Magrão. Mas vale destacar que o início desta pressão, na etapa complementar, surgiu numa jogada errada do Sport, com Everton Felipe tentando um passe de letra no campo defensivo. O adversário pegou a bola e segundos depois já estava na cara do gol. No rebote, numa bomba, a bola bateu no braço de Ronaldo Alves. Reclamação justa de pênalti, não assinalado. E o jogo continuou favorável ao Santos, com Rithely e Paulo Roberto (acionado no lugar de Neto Moura, após a mudança de intensidade) se desdobrando para desarmar. Enquanto isso, o Leão não conseguia encaixar contragolpes. Diego Souza, marcado, encontrava dificuldade para prender a bola, especialidade sua.

O sinal de vitória só começou a aparecer numa bobeira de Elano. O experiente meia de 35 anos conseguiu ser expulso com dois amarelos por reclamação em dez segundos. Com um a mais nos quinze minutos finais, o Sport passou a ter um pouco mais de posse, mas o nervosismo pelo resultado atrapalhou, com o alvinegro indo com tudo. Nos acréscimos, numa trama enfim bem articulada, DS87 conseguiu finalizar com perigo. Acredite, o contra-ataque desta jogada quase acabou em empate, expondo a dificuldade do jogo. Mas deu Sport, que voltou a terminar um jogo sem sofrer gols, sendo apenas a 5ª vez em 27 apresentações. Nada mais justo para Magrão, com a camisa 600 nas costas.

Série A 2016, 27ª rodada: Sport x Santos. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Magrão completa 600 jogos no Sport e quebra o recorde em um clube do NE

Junto à família, Magrão recebe a camisa comemorativa pelos 600 jogos no Sport, em 24/09/2016. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Imagine um jogador presente durante 10% na vida de um clube de 111 anos. Quase sempre como titular, como ídolo, como símbolo. A história de Magrão já se confunde com a do Sport, com cada nova marca reafirmando o status. Contra o Santos, o goleiro chegou a 600 partidas vestindo a camisa rubro-negra. Além do número redondo, já um recorde na Ilha, Alessandro Beti Rosa tornou-se o atleta com mais jogos em um clube nordestino. Superou Givanildo Oliveira, que marcou época no Santa da década de 1970, chegando à Seleção.

No Leão, o goleiro sempre soube conviver com a concorrência, cruel em sua posição. O carisma manteve intacta a idolatria, mesmo em momentos adversos, naturais em uma passagem superior a uma década. Obviamente, para passar tanto tempo embaixo da trave com dez leoninos à frente, Magrão fez por onde, com bastante reflexo, elasticidade, saídas apuradas, 24 pênaltis defendidos e muitas taças, oito ao todo. Uma delas a da Copa do Brasil.

Lembrando que o goleiro tem contrato com o rubro-negro até o fim de 2017, onde deve encerrar a carreira, aos 40 anos e ainda mais recordista…

As marcas históricas de Magrão no Sport 
1º jogo (25/05/2005) – Sport 1 x 0 Guarani, Série B (Ilha do Retiro)
100º jogo (12/01/2008) – Sport 4 x 0 Salgueiro, Estadual (Ilha do Retiro)
200º jogo (07/06/2009) – Sport 4 x 2 Flamengo, Série A (Ilha do Retiro)
300º jogo (20/01/2011) – Sport 1 x 0 Ypiranga, Estadual (Ilha do Retiro)
400º jogo (30/08/2012) – Flamengo 1 x 1 Sport, Série A (Raulino de Oliveira)
500º jogo (21/05/2014) – Cruzeiro 2 x 0 Sport, Série A (Mineirão)
600º jogo (24/09/2016) – Sport 1 x 0 Santos, Série A (Ilha do Retiro)

Os jogadores com mais partidas nos maiores clubes do Nordeste*
600 jogos – Sport (Magrão, goleiro 2005-2016)
599 jogos – Santa Cruz (Givanildo Oliveira, volante 1969-1979)
589 jogos – Ceará (Edmar, volante 1971-1980)
492 jogos – ABC (Jorginho, atacante 1946-1965)
476 jogos – América-RN (Ivan Silva, lateral-direito 1973-1983)
448 jogos – Bahia (Baiaco, volante 1967-1980)
402 jogos – Fortaleza (Dude, volante 1998-2008)
387 jogos – Sampaio Corrêa (Rodrigo Ramos, goleiro 2009-2016)
386 jogos – Náutico (Kuki, atacante 2001-2010)

323 jogos – Vitória (Flávio Tanajura, zagueiro 1994-2000)
* Lista atualizada até 24/09/2016
** O zagueiro Miguel Rosas atuou no CRB de 1943 a 1963, sem dados oficiais

Os jogadores com mais partidas no Santa Cruz (Givanildo Oliveira), Bahia (Baiaco), Fortaleza (Dudé), Náutico (Kuki), Ceará (Edmar) e Flávio (Vitória)

Náutico vence em Curitiba e se mantém a três pontos do G4, com tabela favorável

Série B 2016, 27ª rodada: Paraná 1x2 Náutico. Foto: Joka Madruga/Futura Press

O Náutico arrancou uma vitória importantíssima em Curitiba, se afirmando como candidato ao acesso. No quarto jogo sob o comando de Givanildo Oliveira, o alvirrubro fez 2 x 1 no Paraná, chegando a 39 pontos e se mantendo a três do G4, mas com uma tabela a favor na primeira quinzena de outubro, ao menos na condição de mandante. Dos próximos quatro jogos, três serão na Arena Pernambuco, incluindo “confrontos direitos” contra Brasil de Pelotas e Ceará. O que resume o quanto era significava pontuar no Durival de Britto. A princípio, lá, o técnico pernambucano não repetiu a formação com três meias ofensivos, que funcionou bem contra o Paysandu. Assim, Renan Oliveira cedeu o lugar ao volante Rodrigo Souza. Mais pegada, mas não menos ofensividade, nas palavras do próprio Giva antes de a bola rolar.

28ª rodada (01/10) – Náutico x Vasco (Arena PE)
29ª rodada (04/10) – Bragantino x Náutico (Nabi Abi Chedid)
30ª rodada (07/10) – Náutico x Brasil (Arena PE)
31ª rodada (15/10) – Náutico x Ceará (Arena PE) 

E não é que foi isso mesmo? Coube ao volante abrir o placar aos 26 minutos. Recebeu a bola na marca do pênalti, numa assistência de Marco Antônio, e bateu de primeira. Curiosamente, Renan Oliveira vinha pecando justamente neste fundamento, parando na trave. Ao segurar a pressão paranaense no restante do primeiro tempo, sobretudo em jogadas de linha de fundo, o Náutico teria que mudar um pouco a postura na etapa complementar. Não que a equipe tenha abdicado de atacar (até porque buscou contragolpes com Bergson), mas era preciso ter mais tranquilidade. O jogo se desenhou para isso logo no primeiro minuto após a retomada, em mais uma assistência de Marco Antônio, com Rony, enfim, concluindo. A boa vantagem permaneceu até os 17 minutos, quando o tricolor diminuiu. A partir daí, copeirismo timbu, com apenas 35% de posse e Gastón e Júlio César salvando. Que essa determinação siga em casa…

Série B 2016, 27ª rodada: Paraná 1x2 Náutico. Foto: Joka Madruga/Futura Press

A homenagem (e o agradecimento) do Sport aos 600 jogos do goleiro Magrão

O goleiro Magrão completa contra o Santos, na Ilha do Retiro, o seu 600º jogo vestindo a camisa rubro-negra, recorde do Sport, recorde no Nordeste. Iniciando a celebração do feito alcançado pelo ídolo, no clube desde 2005, o departamento de comunicação lançou um vídeo promocional de 30 segundos.

O vídeo “600 vezes Magrão” compila lances como a saída precisa no chute de Acosta, nos minutos finais da decisão da Copa do Brasil, a defesa no ângulo, que garantiu a vitória sobre o Colo Colo no Chile, e pênaltis defendidos, incluindo o de Rogério Ceni e os da Copa Sul-Americana contra o Náutico…