O regulamento oficial do Pernambucano de 2017, com ingresso mínimo a R$ 40

Finanças do Campeonato Pernambucano de 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP (com imagem da FPF)

A FPF divulgou o regulamento oficial do do Campeonato Pernambucano de 2017, um documento com apenas 14 páginas (íntegra abaixo), apresentando a fórmula, os detalhes financeiros da competição (como a taxa de 8% para FPF em todos as partidas) e as vagas destinadas aos torneios nacionais do ano seguinte. Entre os 28 artigos, chama a atenção o 19º, com a imposição de um valor mínimo para o ingresso: R$ 40 (!), com direito a meia de R$ 20.

O Estadual de 2016 teve uma renda bruta de R$ 4,73 mihões, com 318 mil torcedores. Ou seja, um tíquete médio de R$ 14,88, muito abaixo da nova exigência, bem fora da realidade. E olhe que o torneio teve um público médio de 3.498, o menor em 14 anos. Para completar, além da imposição sobre o preço, que não havia até a última edição, a federação ainda estipulou o mesmo valor aplicado na Série A. Os clubes locais vão tentar driblar a regra, sim ou claro?

Artigo do regulamento de 2017 sobre o preço dos ingressos

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2017

Artigo do regulamento de 2016 sobre o preço dos ingressos

Artigo sobre o preço dos ingressos no Estadual de 2016

Em relação ao formato, serão nove participantes na primeira fase, de 4 a 25 de janeiro. Os times estão divididos em três grupos de três, com as equipes de uma chuva jogando apenas com os integrantes das outras chaves. Após seis rodadas, os primeiros colocados avançam ao hexagonal do título, o campeonato “de fato”, já com Náutico, Santa e Sport, presentes nas duas primeiras divisões do Brasileiro e/ou no Nordestão – a exigência para a pré-classificação.

A etapa principal – paralela ao hexagonal que definirá os dois rebaixados – será disputada entre 29 de janeiro e 30 de abril, com os quatro primeiros avançando ao mata-mata. Na semi e na final, o critério será pontos ganhos e saldo de gols. Persistindo o empate, pênaltis. Apenas estádios com pelo menos 10 mil lugares poderão receber os jogos do mata-mata, o que limita as partidas a Recife, Vitória, Caruaru e Salgueiro. Outra falha do regulamento, na visão do blog.

1ª fase
Grupo A – Salgueiro, Belo Jardim e Atlético
Grupo B – América, Serra Talhada e o campeão da A2*
Grupo C – Central, Vitória e o vice-campeão da A2*
* A segunda divisão estadual acaba em dezembro

Hexagonal do título
Náutico, Santa Cruz, Sport e os 3 primeiros colocados da 1ª fase 

Confira a tabela da competição: primeira fase.

Com R$ 346,5 milhões em 3 anos, Caixa ativa ações promocionais e sinaliza 2017

Ativação de patrocínio da Caixa Econômica Federal com o Sport. Crédito: divulgação

No triênio 2014-2016, a Caixa Econômica Federal injetou R$ 346,5 milhões nos times brasileiros. De longe, a maior patrocinadora do futebol no país. Aos poucos, a instituição bancária vai sinalizando a manutenção do aporte para a temporada 2017, após um período de incertezas acerca do investimento. Clubes como Fluminense, Botafogo e Santos, que firmaram acordos pontuais no fim deste ano, já negociam a renovação – de R$ 12 mi para os cariocas e R$ 18 mi para o time paulista. Paralelamente a isso, faltando apenas um mês para o fim dos contratos (o do Leão da Ilha, por exemplo, vai até 19/01), a empresa pública ativou ações promocionais com seus principais clubes. Através das redes sociais oficiais de cada patrocinado, uma postagem convidando o torcedor a criar modelos de camisas. Nos quatro exemplos citados aqui, ideias à parte de Adidas (Sport e Flamengo), Nike (Corinthians) e Dry World (Atlético Mineiro).

Confira a postagem original do rubro-negro pernambucano clicando aqui.

“A camisa do Leão é o símbolo máximo da paixão pelo clube. Cada detalhe tem um significado especial. Conta pra gente: se você pudesse criar a #CamisaDosSonhos, como ela seria?” 

Após o boom em 2014, a Caixa anunciou o arrocho em 2016, que seria, em tese, o pior momento neste segmento. Tanto que iniciou com apenas dez clubes, a menor quantidade, mas aos poucos foi cedendo aos pedidos (haja política) e assinando contratos mais curtos. A lista passou do dobro, chegando a 21 times, incluindo o Náutico, num acordo de quatro meses. O Nordeste conta com cinco clubes, com outros três fortes postulantes (e negociações antigas): Santa, Ceará e Fortaleza. A resposta oficial, de Brasília, sai em meados de janeiro.

Ranking de patrocínio da Caixa em 2016 (entre parênteses, a média mensal)
1º) Corinthians – R$ 30 milhões (R$ 2,50 milhões)
2º) Flamengo R$ 25 milhões (R$ 2,08 milhões)

3º) Cruzeiro – R$ 12,5 milhões (R$ 1,04 milhão)
3º) Atlético-MG – R$ 12,5 milhões (R$ 1,04 milhão)
5º) Vasco* – R$ 9 milhões (R$ 750 mil)

6º) Sport – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Vitória – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Atlético-PR – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
6º) Coritiba – R$ 6 milhões (R$ 500 mil)
10º) Chapecoense – R$ 4 milhões (R$ 333 mil)
10º) Figueirense – R$ 4 milhões (R$ 330 mil)
12º) Santos – R$ 2 milhões, por 3 meses (R$ 666 mil)
12º) Bahia* – R$ 2 milhões, por 6 meses (R$ 333 mil)

12º) Atlético-GO* – R$ 2 milhões (R$ 166 mil)
15º) Goiás* – R$ 1,5 milhão, por 5 meses (R$ 300 mil)
16º) Fluminense – R$ 1,4 milhão, por 2 meses (R$ 700 mil)
17º) Náutico* – R$ 1,2 milhão, por 4 meses (R$ 300 mil)

18º) Botafogo – R$ 1 milhão, por 2 meses (R$ 500 mil)
18º) CRB* – R$ 1 milhão (R$ 83 mil)
20º) Paysandu* – R$ 600 mil, por 4 meses (R$ 150 mil)
21º) Avaí* – R$ 400 mil, por 4 meses (R$ 100 mil)
* Disputaram a segunda divisão, influenciando no valor do patrocínio

Investimento da Caixa nos clubes brasileiros
2014 – R$ 111,9 milhões (15 clubes)
2015 – R$ 100,5 milhões (12 clubes)
2016 – R$ 134,1 milhões (21 clubes)

Ativação de patrocínio da Caixa Econômica Federal com Flamengo, Corinthians e Atlético-MG. Crédito: divulgação