Calculando as cotas da Série A 2017 a partir do modelo da Premier League

Brasileirão x Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em 2017, o investimento da televisão no Brasileiro será de R$ 1,297 bilhão. Montante referente às cotas fixas, à parte do crescente pay-per-view. Paralelamente à já tradicional discussão sobre a distorção e distribuição das cotas, a Premier League sempre aparece como modelo ideal. Na elite do futebol inglês, a receita oriunda da tevê é dividida da seguinte forma a cada temporada: 50% em cotas iguais entre os vinte times, 25% pela classificação final no campeonato anterior e 25% pela representatividade de audiência de cada um.

Assim, em vez do atual sistema de (sete) castas no Brasil, com um hiato de R$ 147 milhões entre a maior cota (Flamengo e Corinthians) e a menor (Chape, Ponte, entre outros), a diferença máxima, caso fosse adotado o modelo britânico, seria de R$ 60 milhões, no caso entre Flamengo e Bahia, recém-promovido. Mais equilíbrio, sem dúvida. Vamos a uma projeção de valores considerando o atual contrato da Série A, válido para o triênio 2016-2018.

Projeção de cotas de TV na Série A de 2017 a partir do modelo da Premier League. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

No quadro inspirado no campeonato inglês, o blog projetou a cota conferindo os seguintes valores na divisão por classificação: 20x para o campeão (ou seja, 20 x R$ 1.544.047, o valor base), 19x para o vice, 18x para o 3º lugar e assim sucessivamente, até o 4º da Série B, com 1x. Já na coluna de audiência, o valor considerado foi 1/4 da verba que cada clube receberá de fato, pois trata-se da única fonte de informação para definir a atual visibilidade atual de cada um.

Sport no contrato oficial
2017 – R$ 35,0 milhões
2016 – R$ 35,0 milhões

2015 – R$ 27,0 milhões
Total – R$ 97,0 milhões

Sport via Premier League
2017 – R$ 51,9 milhões
2016 – R$ 61,7 milhões

2015 – R$ 40,5 milhões
Total – R$ 154,1 milhões

Após articulação entre clubes brasileiros, concorrência de canais de tevê e até projetos de lei (dois já engavetados, ambos de deputados pernambucanos, em 2011 e 2014), a Rede Globo resolveu incorporar a divisão proporcional, mas com um percentual particular. No caso, a partir do próximo contrato, em 2019, a divisão será 40% de forma igualitária, 30% por colocação e 30% de audiência. No Recife, Náutico, Santa Cruz e Sport já assinaram com a emissora até 2024.

Comparativo entre as cotas fixas das Série A e projeções calculadas via Premier League. Arte: Cassio Zirpoli/DP

No último jogo profissional de 2016, o Flamengo de Arcoverde é bi da Série A2

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/site oficial

No sertão pernambucano, no acanhado e lotado estádio Vianão, com dois mil espectadores, Afogados da Ingazeira e Flamengo de Arcoverde fizeram o último jogo profissional do Brasil em 2016. O confronto só aconteceu na tarde deste 18 de dezembro por causa do atraso da competição, com ações judiciais entre os participantes, alegando escalações irregulares nos adversários. Passado (e julgado) o imbróglio, a segunda divisão estadual avançou no mata-mata, até o acesso dos dois clubes. E em jogo único ambos decidiram o título.

Com a melhor campanha, a Coruja, como é conhecido o Afogados, tentava ser o 28º campeão do futebol pernambucano. Já o Fla, outrora rubro-negro e agora com escudo corintiano, buscava o bi na Série A2. Em 1996, fora de casa, levou a melhor diante do 1º de Maio. Vinte anos depois, também como visitante, o Tigre recebeu a segunda taça após a vitória por 2 x 1, com gols de Williams aos 43 e 46 do primeiro tempo. Após o intervalo, administrou a vantagem, tornando-se o quarto multicampeão da segundona. Está a um título do Vera Cruz. Contudo, com a primeira divisão pela frente, essa meta não tem pressa alguma…

Falando em elite, Fla e Afogados só vão ter 17 dias para descansar. A 1ª divisão de 2017 começa em 4 de janeiro, com o campeão da A2 jogando em casa, no Áureo Bradley, contra o Belo Jardim, e o vice indo a Carpina enfrentar o Atlético.

Os multicampeões da segunda divisão estadual
3 – Vera Cruz (2006, 2009, 2014)
2 – Petrolina (2001, 2010), Vitória (2008, 2013) e Flamengo (1996, 2016) 

1 – Maguari, Sete de Setembro, Ferroviário, Central, Unibol, Itacuruba, Porto, Ypiranga, Estudantes, Salgueiro, Serra Talhada, Chã Grande e Belo Jardim

Flamengo de Arcoverde campeão pernambucano da 2ª divisão em 2016. Foto: FPF/facebook

Real Madrid, o 1º pentacampeão mundial

Mundial de Clubes 2016, final: Real Madrid 4 x 2 Kashima Antlers. Foto: Conmebol/site oficial

O jogo foi mais duro do que se esperava, com a vitória na prorrogação e uma colaboração da arbitragem, com a não expulsão de Sergio Ramos quando a final ainda estava empatada. Mas quando quis jogar, o Real Madrid entrou fácil na defesa japonesa, com o craque português e virtual vencedor do prêmio de melhor jogador do ano, Cristiano Ronaldo, marcando três gols em Yokohama.

Sob a chancela da Fifa, esta foi a segunda “Copa do Mundo de Clubes” do gigante espanhol, agora com uma taça a menos que o arquirrival. Ao longo da história, incorporando a “Copa Intercontinental”, ou Mundial Interclubes, como a disputa sempre foi conhecida no Brasil, o Real somou a quinta conquista. Feito inédito, se isolando como maior campeão mundial de futebol de fato.

Como se não bastasse, o time da capital chegou a 23 títulos internacionais: 5 Mundiais, 11 Ligas dos Campeões, 2 Copas da Uefa, 3 Supercopas Europeias e 2 Copas Latinas, torneio precursor da Champions. Superou quem? O Barça.

Os títulos merengues:*
1960 – Real Madrid x Peñarol (0 x 0 e 5 x 1)
1998 – Real Madrid x Vasco (2 x 1)
2002 – Real Madrid x Olimpia (2 x 0)
2014 – Real Madrid x San Lorenzo (2 x 0)
2016 – Real Madrid x Kashima Antlers (4 x 2)

Os multicampeões mundiais:*
5 – Real Madrid (60, 98, 02, 14, 16)
4 – Milan (69, 89, 90, 07)
3 – Peñarol (61, 66, 82) , Nacional (71, 80, 88), Boca Juniors (77, 00, 03), São Paulo (92, 93, 05), Internazionale (64, 65, 10), Bayern de Munique (76, 01, 13) e Barcelona (09, 11, 15)
2 – Santos (62, 63), Independiente (73, 84), Ajax (72, 95), Juventus (85, 96), Porto (87, 04), Manchester United (99, 08) e Corinthians (00, 12)

* Considerando Copa Intercontinental (1960-2004) e Mundial da Fifa (2000-2016)

Mundial de Clubes 2016, final: Real Madrid 4 x 2 Kashima Antlers. Foto: Fifa/twitter