A classificação da fase de grupos da Copa do Nordeste 2017 após 3 rodadas

A classificação da fase de grupos do Nordestão 2017 após 3 rodadas. Crédito: Superesportes

fase de grupos da Copa do Nordeste de 2017 chegou à metade, com três rodadas disputadas. Devido ao regulamento, implantado há dois anos, a análise da classificação dos grupos sofre uma influência direta das outras chaves. Explica-se: além dos cinco primeiros colocados, apenas os três melhores segundos lugares avançam. Hoje, estariam classificados, na liderança, os seguintes times: Santa Cruz (A), Bahia (B), River (C), CRB (D) e Vitória (E). As outras três vagas ficariam com Campinense (A), Sport (C) e Sergipe (E). Vice-líderes de suas chaves, Fortaleza (B) e ABC (D) sobrariam.

Os potes para o sorteio das quartas de final estariam assim:
1 – Santa Cruz, River, Vitória e Bahia
2 – CRB, Campinense, Sport e Sergipe

A partir da campanha do alvirrubro de Aracaju, hoje com a 8ª vaga, a projeção mínima de classificação (como 2º) é de 12 pontos. Sem dúvida, um desempenho alto. Neste contexto, o Náutico, por exemplo, teria que ganhar os três jogos.

A sexta e última rodada será em 22 de março, com dez jogos ao mesmo tempo.

Em tempo: quem passar de fase ganhará R$ 450 mil de cota.

Podcast – Goleada do Santa, empate do Sport e derrota do Náutico na Lampions

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 4x0 Uniclinic, Sport 2x2 River e Campinense 2x0 Náutico. Fotos: Rodrigo Baltar/Santa Cruz, Williams Aguiar/Sport e Léo Lemos/Náutico

Fim de semana de Lampions League, com resultados bem distintos para os times pernambucanos, com os três jogos analisados pelo 45 minutos. No sábado, na estreia de André, o rubro-negro até virou o jogo, mas cedeu o empate. No domingo, o tricolor goleou com três gols de Pittbull e o alvirrubro foi derrotado pelo Campinense com dois gols no finzinho. Em podcasts exclusivos, opiniões sobre o desempenho coletivo, participações individuais, mudanças dos técnicos e cenários de classificação na Copa do Nordeste. Ao todo, 86 minutos!

Nessas gravações, estou com Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

11/02 – Sport 2 x 2 River (32 minutos)

12/02 – Santa Cruz 4 x 0 Uniclinic (26 minutos)

12/02 – Campinense 2 x 0 Náutico (28 minutos)

Já ameaçado no Nordestão, Náutico sofre dois gols no fim e perde do Campinense

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Campinense 2 x 0 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico (divulgação)

Em 2014 e 2015, o Náutico foi eliminado de forma precoce no Nordestão. Em ambos os casos na fase de grupos, com 6 e 8 pontos, respectivamente. Em 2017, na terceira participação nesta volta do regional, o alvirrubro largou muito bem, goleando o Uniclinic. Um adversário frágil, com a ressalva feita já naquele momento. Mas, ainda assim, esperava-se um desempenho melhor nos jogos seguintes, contra Santa Cruz e Campinense, finalistas da última edição. Longe disso, com duas derrotas como visitante, quase sem acossar os adversários.

Em 180 minutos, um futebol burocrático, distante da intensidade necessária para a vitória. Após as derrotas no clássico e pelo Estadual, esta contra o Salgueiro, o timbu perdeu a 3ª consecutiva na temporada, com gols aos 43 e 49 do segundo tempo. Em Campina Grande, até teve posse de bola, como queria Dado Cavalcanti, mas não verticalizou o jogo. Marco Antônio e Maylson pouco produziram na criação. Lá atrás, Tiago Cardoso, após uma série de falhas, fazia boa atuação, com a raposa paraibana insistindo nos arremates de fora da área.

Se vencer estava difícil, o empate serviria (considerando a volta na arena), mas a expulsão de Rodrigo Souza, aos 35 da etapa final, expôs o time. E o Campinense abriu o placar bem ali, na meia lua. Renatinho (ex-Santa) mandou de longe e acertou o ângulo. O alvirrubro ainda ficou a um triz do empate, numa cabeçada de Alison, mas o atual vice-campeão definiu num contragolpe, com Léo Ceará, 2 x 0. O resultado deixou um problemão com Dado, já pressionado pelos resultados e pela queda de produção da equipe. Se no Pernambucano a classificação não sofre ameaça, na Lampions será preciso se reinventar para somar ao menos sete pontos, uma margem sem segurança, diga-se.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Campinense 2 x 0 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico (divulgação)

Com 3 gols do camisa 9, Pitbull, Santa goleia o Uniclinic e lidera no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 4x0 Uniclinic. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

Atual campeão nordestino, o Santa Cruz chegou à terceira rodada de 2017 na liderança do grupo A, ignorando a drástica reformulação do time, hoje num patamar financeiro bem menor. Ainda sob ajustes, tanto na escalação quanto na proposta de jogo, o tricolor segue obtendo resultados. Num domingo de sol no Arruda, com o frevo já correndo no Recife, somou a terceira vitória seguida, considerando Estadual e Copa do Nordeste. Contra o misto do Uniclinic, a equipe cumpriu a obrigação do grupo. Afinal, o vice-campeão é o lanterna do torneio, agora com três derrotas, nenhum gol marcado e nove sofridos. A goleada por 4 x 0, no ritmo imposto pelo mandante, teve um personagem-chave.

Em relação à última apresentação, na emocionante virada sobre o Central, só uma mudança na escalação, com a entrada do atacante Halef Pitbull no lugar de André Luís – e era questão de tempo. Esperava-se também Anderson Salles na vaga de Jaime, mas Eutrópio enxerga um encaixe melhor na zaga atual, devido à mobilidade de Jaime – ainda que tecnicamente seja mais limitado. Voltando à parte ofensiva, o atacante emprestado pelo Cruzeiro teve boa desenvoltura. Menos afobado, começou na ponta esquerda, ganhando na velocidade e arriscando cruzamentos. Mas foi na área, concluindo, que ele foi contundente.

Aos 34, Pitbull se antecipou num escanteio e cabeceou bem demais. Imitou um cachorro na comemoração. No embalo, a torcida agradeceu o tento “latindo”. Greia total.  Na segunda etapa, numa enfiada de bola, Pitbull mostrou explosão e só foi parado numa penalidade – convertida por Thomás. Depois, mais dois gols, concluindo dois cruzamentos da direita. A única lamentação da tarde foi a lesão do Léo Costa, antes do intervalo. Sentiu a coxa e deixou a preocupação para as próximas apresentações, nas quais o time terá que consolidar a liderança.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Santa Cruz 4x0 Uniclinic. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz/twitter (@santacruzfc)

André marca na volta, mas Sport fica em outro empate com o River no Nordestão

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 1x1 River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

André fez a sua reestreia pelo Sport ao 12 minutos do segundo tempo, entrando no lugar de Leandro Pereira, que havia tido boa atuação contra o River, se movimentando bastante, com assistência e finalizações. O que só aumentou a já grande responsabilidade do atacante, a contratação mais cara do Nordeste, de R$ 5,23 milhões. Não começou fixo na área, mas buscando a bola, querendo voltar a jogar futebol, o que não conseguiu no Sporting de Lisboa. Apoiado pela torcida, teve a grande chance aos 34, numa penalidade em Mansur.

Àquela altura, a partida estava 1 x 1, com o Leão tentando virar o placar para alcançar a liderança do grupo C da Lampions. Tinha em campo o quarteto Diego Souza, Rogério, André e Marquinhos, que, na visão do blog, tem potencial para ser a formação da Série A. Na cal, o camisa 90 chamou a responsabilidade. Até cobrou mal, mas pegou o rebote e aí resolveu encher o pé. A alegria de uma vitória com o gol da principal contratação só durou quatro minutos. Até então blocado, com até cinco jogadores na própria área, o time piauiense foi obrigado a atravessar o campo. E nem precisou insistir muito. De costas para o gol, o centroavante Viola recebeu, ganhou a disputa com o zagueiro e marcou, 2 x 2.

Curiosamente, foi o mesmo resultado dos dois confrontos na edição passada. Em todas, até em Teresina, o Sport entrou como favorito. Mas não se impôs, hoje pela liberdade dada na defesa e por encarar um time que fez o que estava ao seu alcance para pontuar, sendo copeiro – neste contexto, a disposição nos 90 minutos e o antijogo, com várias interrupções. Com o tropeço na Ilha, ainda não foi desta vez que o rubro-negro largou com três vitórias nesta volta do Nordestão – um rendimento obtido pela última vez há vinte anos.

Copa do Nordeste 2017, 1ª fase: Sport 1x1 River. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O 1º balanço financeiro em 2017, com R$ 44 mil de receita no Centro Limoeirense

O balanço financeiro do Centro Limoeirense. Crédito: FPF/site oficial (reprodução)

O Centro Limoeirense foi o primeiro clube pernambucano a divulgar o balanço financeiro referente a 2016. Apesar da antecipação do prazo, que vai até 30 de abril, o documento publicado no site da FPF é bem simplório. São apenas duas páginas, com poucos detalhes contáveis, bem aquém do que a CBF passa a exigir a todos os times a partir de 2021, através da Licença de Clubes.

Balanço patrimonial? Valores desconhecidos da sede e do estádio José Vareda.
Demonstração das mutações do patrimônio líquido? Não.
Notas explicativas? Nenhuma. 

Só há o fluxo de caixa (prática comum, diga-se), com direito a 14% da despesa somente na inscrição de jogadores. Vale lembrar que o Centro chegou a passar por uma intervenção da FPF, em 2013. O interventor, João Caixero, relatou vários problemas num relatório de 33 páginas, incluindo uma mesa de baralho a dinheiro (atividade ilegal) na sede. Após a restauração do Dragão, o clube mais velho do interior (de 1913), presidido por Geraldo Hermínio da Sila, já publicou três demonstrativos. Números que mostram a realidade da maioria dos 766 clubes profissionais do país, onde 82% dos atletas ganham no máximo R$ 1 mil.

Somente em 2014 o futebol foi explicado. Na ocasião, visando a 2ª divisão estadual, foram utilizados 21 jogadores. Todos com salário mínimo, de R$ 725, por quatro meses. Além disso, R$ 500 de alimentação por mês. A despesa total foi R$ 62.900. Pouco? Mesmo assim, foi registrado um déficit de R$ 17,2 mil. Em 2016, ainda presente na Série A2, parou nas quartas de final.

Receita total
2014 – R$ 45.675
2015 – R$ 37.271
2016 – R$ 44.439

Recursos próprios, aluguéis, sócios e renda
2014 – R$ 675
2015 – R$ 18.271
2016 – R$ 25.439

Patrocínio da prefeitura de Limoeiro
2014 – R$ 45.000
2015 – R$ 19.000
2016 – R$ 19.000 

Confira os balanços financeiros do Centro Limoeirense: 2014, 2015 e 2016.

Santa marca três gols no finzinho e faz 4 x 2 no Central, como visitante na Arena

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Central 2x4 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz/twitter (@SantaCruzFC)

Como mandante de ocasião na Arena, o Central vencia o Santa de virada, com direito à gol de bicicleta de Lessa. Jogava melhor e já havia desperdiçado alguns boas chances para a ampliar. O jogo já se aproximava do finzinho, com Aílton, cérebro do time, sendo substituído por um zagueiro. Segurar o resultado, diante de um inoperante tricolor parecia bem possível. Àquela altura, aos 40 do segundo tempo, o bicampeão estadual já havia sido vaiado duas vezes pelos 1.735 espectadores. No intervalo e na última mudança, com foco em Eutrópio, chamado de burro com apenas cinco jogos. Veio, então, o imponderável.

Na entrada da própria área, o centroavante alvinegro Jaílson fez uma falta infantil – ele conseguiu comprometer no ataque e na defesa. Na cobrança, Anderson Salles. O zagueiro já cobrara uma vez com perigo. Na segunda, mandou no ângulo, num empate já comemorado – suficiente para manter o lugar no G4 do hexagonal. Pois o time não ficou nisso. Já com chuva forte, os corais foram para o abafa, diante de um “mandante” atordoado. Virou aos 43, com Everton Santos ajudado pelo desvio do zagueiro, e ampliou aos 47, com Barbio recebendo livre na pequena área, para lamentação do goleiro Murilo, silenciado após o apito final.

Para o Santa, a primeira vitória no Pernambucano – e a segunda seguida na temporada – serve de ânimo. Tecnicamente, ficou devendo demais! O 4 x 2 valeu pela dedicação, pela reação, pela emoção. Não pela coletividade, com o time apresentando sérios problemas na saída de jogo. À frente, segue sem referência ofensiva, com os atacantes caindo pelos lados e o centro esvaziado de jogadas. A equipe deve ser reforçada por dois atacantes, o argentino Parra e o veterano Júlio César. Opções para um setor ainda desorganizado – mas, que, como contraponto, anotou três dos quatro gols da noite.

Pernambucano 2017, 3ª rodada: Central x Santa Cruz. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O complexo regulamento da CBF para o licenciamento de clubes, de 2018 a 2021

A licença de clubes por parte da CBF. Crédito: CBF/site oficial

A CBF publicou o regulamento completo para a Licença de Clubes, que passa a vigorar a partir de 2018, num escalonamento de exigências a partir das divisões nacionais. O documento contém 34 tópicos que os clubes terão que cumprir, entre organograma esportivo, estrutura e critérios burocráticos – este tipo de regulamentação foi criado em 2008, pela Fifa. Somente com a licença chancelada será autorizada a participação nas mais diversas competições. A medida valerá tanto no Brasil quanto nos torneios internacionais.

Segundo a CBF, as primeiras atribuições são “conceber, regular e administrar o licenciamento e sua estrutura, mantendo a equipe tecnicamente qualificada para conduzir com diligência suas atividades” e “estabelecer os critérios mínimos que deverão ser rigorosamente observados pelos clubes para obtenção das Licenças”. Na prática, criou-se um complexo sistema nacional para estruturação e adoção de melhores práticas de gestão e transparência. No papel, ok. Entretanto, considerando o calhamaço de regras (abaixo, a íntegra do documento), é grande a chance de descumprimento para centenas de clubes.

No país, segundo dados recentes da própria confederação brasileira, existem 766 clubes profissionais em atividade. Mesmo que a regra seja aplicada apenas nas competições nacionais, à parte dos estaduais, seriam 128 times envolvidos, que terão quatro anos para ter, por exemplo, divisão de base feminina (e não só o time principal) e um centro de treinamento (equipamento que ainda hoje o Santa, na elite de 2016, não possui). E para quem não cumprir, há uma série de punições previstas, incluindo a retenção de cotas de televisão e premiações (!). Lendo tudo abaixo, quantos clubes estariam aptos, hoje? Bronca.

Cronograma para adoção da licença:
2018 – Série A (20 clubes), Libertadores*, Sul-Americana* e Recopa*
2019 – Série B (20 clubes)
2020 – Série C (20 clubes)
2021 – Série D (68 clubes)
* A licença da Conmebol, com regras semelhantes

Catálogo de sanções em caso de descumprimento da licença:
1) Advertência
2) Multa pecuniária
3) Estabelecimento de obrigações para o licenciamento
4) Retenção de cotas e premiações
5) Vedação de registro ou transferência de atletas
6) Vedação de registro de novos contratos
7) Denegação ou revogação da licença

Anualmente, a entidade que rege o futebol nacional deverá divulgar critérios específicos (e aplicáveis) a cada divisão do Campeonato Brasileiro. A flexibilização, ao menos a médio prazo, parece prudente…

Eis as 34 medidas. No documento a seguir, o detalhamento de cada uma.

Critérios desportivos

Base
1) Programa de desenvolvimento das categorias de base
2) Equipes de base (ao menos duas, Sub 20 e Sub 17 ou Sub 15)
3) Coordenador do programa de desenvolviveimento da base
4) Treinadores da base (que tenham ao menos a Licença B de técnicos)
5) Certificado de clube formador (instituído pela CBF)

Equipe principal
6) Diretor de futebol
7) Treinador da equipe principal (com a Licença Pro de técnicos
8) Preparadores físicos
9) Médico (experiência mínima de 3 anos)
10) Arquivo médico e exames preventivos

Futebol feminino
11) Equipe principal feminina (com a disputa de torneios oficiais)
12) Equipe de base (ao menos uma)
13) Treinador da equipe feminina (com a Licença A feminina)

Critérios de infraestrutura

Estádio
14) Estádio adequado e certificado (com laudos técnicos e alvarás anuais)
15) Disponibilidade do estádio (caso seja alugado, precisa de documentação)
16) Instalações específicas para treinamento (CT próprio ou alugado)

Critério administrativos e de capital humano

Estrutura administrativa
17) Organograma
18) Secretaria do clube
19) Registro online (utilização de métodos oficiais para cadastro de jogadores)

Capital humano
20) Diretor geral ou equivalente
21) Diretor financeiro ou equivalente
22) Diretor administrativo ou equivalente
23) Diretor de comunicação ou equivalente
24) Diretor de marketing ou equivalente
25) Ouvidor ou equivalente
26) Oficial de segurança ou equivalente

Critérios jurídicos

Documentações
27) Estatutos e atos societários
28) Requerimento para obtenção da Licença
29) Declaração relativa à propriedade e controle
30) Regularidade (não poderá ter dívidas perante administração pública)
31) Contratos com jogadores profissionais (deve ter por escrito, todos)

Critérios financeiros

Informações financeiras
32) Demonstrações financeiras completas, anuais e auditadas
33) Balancetes (eventuamente solicitados pela CBF, com dados parciais)
34) Orçamento anual

Arena Pernambuco, a segunda casa de Belo Jardim e Central no Estadual 2017

Belo Jardim e Central como mandantes na Arena Pernambuco. Arte: Cassio Zirpoli/DP (sobre Google Maps)

O tema inversão tornou-se recorrente no Campeonato Pernambucano de 2017, com os mandos (e desmandos) de Belo Jardim e Central modificados a todo momento. Com o Mendonção e o Luiz Lacerda interditados, devido ao péssimo estado dos gramados, os dois clubes agrestinos viraram nômades. Podem se enfrentar no Antônio Inácio, em Caruaru, mas não podem receber os grandes ali. Assim, a FPF acabou usando a “inversão” como solução. No preciosismo jurídico, nem chega a ser, mas ter a Arena Pernambuco como casa dos dois clubes diante de Náutico, Santa Cruz e Sport favorece, sim, os “visitantes” em questão. Para tentar amenizar a polêmica (?), a federação decidiu oficializar a parceria. Literalmente. Eis um trecho do texto publicado no site da entidade:

“A Federação Pernambucana de futebol (FPF) não mede esforços para trazer benefícios para os seus filiados e, após algumas conversas com a Arena de Pernambuco, a entidade firmou, esta semana, uma parceria com a Arena de Pernambuco para receber os jogos dos clubes intermediários que ainda estão promovendo reparos em seus estádios nessa fase do Estadual.”

O texto segue dizendo que o presidente da FPF, Evandro Carvalho, tenta levar jogos ao estádio desde 2015, visando a “maior e plena utilização do equipamento”. Sem a concordância de Santa e Sport, ainda não emplacou a arena como palco das finais do Estadual – os clubes optam por Arruda e Ilha.

Com a baixa expectativa de público (nas entrelinhas), esses jogos envolvendo os intermediários terão uma setorização diferenciada, reduzindo os custos de operação do estádio, hoje nas mãos do governo. Por sinal, a última frase traz a verdadeira mudança: “A entidade máxima do futebol pernambucano continua conversando com a direção da Arena para programar os próximos jogos”.

Antecipando a conversa, eis a agenda do Calango e da Patativa na Arena…

09/02 – Central x Santa Cruz
18/02 – Belo Jardim x Náutico
19/03 – Belo Jardim x Sport
05/04 – Belo Jardim x Santa Cruz
09/04 – Central x Sport

Sport goleia o CSA no Rei Pelé e garante cota de R$ 500 mil na Copa do Brasil

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: CSA x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No papel, a superioridade técnica do Sport era enorme. Para confirmar isso em campo, era preciso uma apresentação melhor que a de Juazeiro, até porque existia risco através do novo regulamento da Copa do Brasil, com jogo único na primeira fase. E seria fora de casa, lá no Rei Pelé, reduto do CSA. Entretanto, o time pernambucano acabou tendo a sua melhor atuação neste início de temporada, goleando por 4 x 1 e se garantindo na próxima fase do torneio.

O time já havia sido melhor no primeiro tempo, empatado em 1 x 1. Abriu o placar num golaço de Rithely, mandando no ângulo, de fora da área, e sofreu o empate pouco antes do intervalo, num lance irregular. Alex José pegou um rebote de Magrão (grande defesa) em posição adiantada. Com a bola no chão, as chances seguiriam aparecendo – foram dez chances claras na noite. Na retomada, a variação ofensiva contou com boas investidas de Everton Felipe, Rogério e Leandro Pereira (que finalmente não se machucou). E o time foi abrindo vantagem. Aos 5, Everton Felipe cortou o zagueiro e bateu cruzado. Aos 17, Rogério invadiu em velocidade e bateu de chapa. Aos 33, o jovem Thalysson pegou um rebote de DS87 e fez de cabeça, completando o chocolate.

O resultado marca a volta “à vera” do Leão na Copa do Brasil, após três anos sendo obrigado a sair de forma precoce do torneio, visando a vaga na Sula. Graças ao novo calendário, pôde disputar as duas copas simultaneamente. Com a classificação, o clube já soma 940 mil reais em cotas, quase o mesmo do Estadual. Na próxima fase, o Sport pega o Sete de Setembro do Mato Grosso do Sul. Novamente em jogo único, mas desta vez na Ilha. Em caso de empate, pênaltis. Jogando neste nível, é bem possível avançar à 3ª fase….

Cotas do Sport na Copa do Brasil
1ª fase – R$ 440 mil (vs CSA)
2ª fase – R$ 500 mil (vs Sete de Setembro)
3ª fase – R$ 680 mil?

Copa do Brasil 2017, 1ª fase: CSA x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife