Ranking dos pênaltis e das expulsões (2)

A segunda rodada do Campeonato Pernambucano foi mesmo esvaziada. Além do baixo público, 7.272 pessoas, e da quantidade de gols, um mísero tento, nada de pênaltis ou cartões vermelhos. Com isso, o ranking levantando pelo blog, sobre o hexagonal do título de 2017, mantém o mesmo quadro da rodada inicial.

Pênaltis a favor (1)
1 pênalti – Sport
Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Central, Salgueiro e Belo Jardim

Pênaltis cometidos (1)
1 pênalti – Central
Sem penalidade – Náutico, Santa Cruz, Sport, Salgueiro e Belo Jardim

Cartões vermelhos (4)
1º) Sport e Salgueiro – 1 adversário expulso; nenhum vermelho
3º) Náutico e Santa – 1 adversário expulso; 1 vermelho
5º) Central e Belo Jardim – nenhum adversário expulso; 1 vermelho 

Resumo da 2ª rodada do Pernambucano

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Salgueiro 0 x 0 Sport, Central 0 x 1 Náutico e Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim. Fotos: Williams Aguiar/Sport (Cornélio de Barros), Léo Lemos/Náutico (Antônio Inácio) e Ricardo Fernandes/DP (Arruda)

A 2ª rodada do Pernambucano de 2017 registrou números curiosos. Somando os três jogos, foram apenas 7.272 torcedores presentes, com o maior borderô justamente na menor cidade, Salgueiro, com 3.058 espectadores. Poucas gente nos estádios, mas provavelmente com audiência, pois as três partidas foram exibidas na tevê (causa e consequência?), uma em sinal aberto (Arruda) e duas em pay-per-view (Antônio Inácio e Cornélio de Barros). E reunindo esse povo todo, um mísero gol, embolando a classificação, com Sport, Salgueiro e Náutico com quatro pontos, separados pelo saldo, nesta ordem.

Nos seis jogos realizados nesta fase do #PE2017 saíram 8 gols, com média de 1,3. Em relação à artilharia, que a FPF oficialmente considera apenas os dados do hexagonal e o mata-mata, Rogério, Diego Souza e Lenis (Sport), Anselmo e Maylson (Náutico), Léo Costa (Santa), Daniel e Dadá (Salgueiro) começaram liderando econômica lista, com 1 gol cada.

Hoje, as semifinais seriam Sport x Santa Cruz e Salgueiro e Náutico.

Central 0 x 1 Náutico – Em um jogo amarrado, mas com algumas chances claras desperdiçadas, o Timbu arrancou a vitória aos 35 do 2º tempo.

Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim – O tricolor foi inoperante do começo ao fim, com pouca articulação de jogadas. Amargou mais um empate na temporada. 

Salgueiro 0 x 0 Sport – Atuando com o time reserva (incluindo ex-juniores), o Leão não correu riscos no Sertão, o suficiente para manter a liderança.

Destaque: Erick. O ponta de 19 anos fez uma linda jogada em Caruaru, driblando 2 adversários e cruzando para Maylson definir a vitória timbu

Carcaça: Gildo. O camisa 9 da Patativa perdeu um gol de cego, furando a bola cara a cara com Tiago Cardoso. Símbolo de uma rodada sem apetite.

Próxima rodada (atualizada em 04/02)
08/02 (20h30) – Náutico x Salgueiro, Arena (Premiere)
09/02 (20h30) – Central x Santa Cruz, Arena (Premiere)
15/02 (20h30) – Sport x Belo Jardim, Ilha do Retiro (Premiere)

A classificação atualizada do hexagonal do título após a 2ª rodada.

A classificação do hexagonal do título do Pernambucano 2017 após 2 rodadas. Crédito: Superesportes

No Sertão, time reserva do Sport empata com o Salgueiro e mantém liderança

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Salgueiro 0x0 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

A expectativa de uma escalação reserva no Cornélio de Barros se justificou, com Daniel Paulista poupando os principais nomes rubro-negros, que sequer viajaram ao Sertão. Em campo, novos contratados, atletas pouco acionados no último ano e ex-juniores. Em busca de ritmo, o time alternativo do Sport (inclusive na formação, com o 3-5-2, em vez do 4-1-4-1) sentiu bastante o gramado, com a bola “viva”. Ainda assim, no duelo contra o Salgueiro, o interiorano mais qualificado, foram criadas algumas oportunidades de gol, com Lenis e Marquinhos aparecendo bem nas pontas.

O empate em 0 x 0 não muda em nada o planejamento leonino, que terá em sequência mais dois jogos como visitante, aí sim com os titulares, contra o Juazeirense (Nordestão) e CSA (Copa do Brasil). Nem mesmo uma derrota comprometeria – sobretudo num campo onde o time já não vence há quatro jogos. Porém, o resultado manteve a liderança no hexagonal – à frente de Salgueiro e Náutico apenas no saldo – e mostrou o potencial de algumas peças, como o lateral-direito Raul Prata, que apareceu bastante à frente, com gás para recompor. No gol, Agenor enfim pontuou num jogo oficial, em sua sexta partida.

Por fim, a base, com cinco jogadores participando. O zagueiro Adryelson e o volante Thallyson largaram como titulares. Depois, na etapa complementar, entraram Fabrício, Wallace e Fábio. Considero este ponto o mais importante desta apresentação do Sport, com o início da necessária transição (base/profissional), sustentando o discurso da eleição presidencial.

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Salgueiro 0x0 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

A nova versão do CT do Santa Cruz, com três campos oficiais em 10,5 hectares

O projeto original (à esquerda) e o novo projeto (à direita) do Centro de Treinamento do Santa Cruz. Crédito: divulgação

À esquerda, o projeto original; à direita, a nova versão

O terreno de 10,5 hectares na estrada Mumbeca, no bairro da Guabiraba, foi comprado pelo Santa Cruz em 7 de julho de 2011. O clube quitou o terreno, num investimento de R$ 1 milhão, três anos depois, já com a pedra fundamental lançada, em 3 de março de 2012. Na ocasião, o projeto do CT Ninho das Cobras – Rodolfo Aguiar contemplava apenas um campo oficial, com mais dois em dimensões menores, para a base. Já na época, parecia (na visão do blog) um erro claro em termos de estruturação do futebol. Foi devidamente corrigido, como é possível conferir no site da comissão patrimonial do clube.

Agora, o projeto tem três campos oficiais (105m x 68m, Padrão Fifa), mantendo uma área reservada à mata local. No blog, quatro imagens comparando pontos semelhantes das duas versões. No nova, nota-se uma redução da instalação administrativa, em prol dos gramados. Com a terraplenagem concluída, há a expectativa de preparar um desses campos até maio de 2017. 

Localizado a 13 quilômetros do Arruda, o empreendimento está orçado em R$ 5 milhões, com a primeira etapa na casa de R$ 2,5 mi, o suficiente para que o time principal deixe de treinar no estádio, preservando o gramado. No CT, o projeto final ainda tem quatro unidades funcionais: administrativa, médica, esportiva e alojamento, com 55 quartos (23 para os profissionais e 32 para a base).

A execução deste projeto é, hoje, definitiva para a reestruturação coral…

O projeto original (à esquerda) e o novo projeto (à direita) do Centro de Treinamento do Santa Cruz. Crédito: divulgação

O projeto original (à esquerda) e o novo projeto (à direita) do Centro de Treinamento do Santa Cruz. Crédito: divulgação

O projeto original (à esquerda) e o novo projeto (à direita) do Centro de Treinamento do Santa Cruz. Crédito: divulgação

Raio x dos 21 mil jogadores profissionais em atividade nos 766 clubes do Brasil

Registro e transferência de jogadores, segundo a CBF

Pelo segundo ano consecutivo, a CBF detalha os jogadores profissionais em atividade no país, através da diretoria de registro e transferências. Em uma temporada, foram 6.460 contratos a menos, numa queda brusca de 22%. Em 2016, portanto, 21.743 jogadores firmaram algum tipo de acordo, com a grande maioria entrando em campo somente nos quatro primeiros meses, durante os campeonatos estaduais. Não por acaso, apenas 8.938 atletas, ou 41%, conseguiram chegar com contratos ativos em janeiro deste ano, após ação no segundo semestre (no Campeonato Brasileiro e em algumas copas estaduais).

Inicialmente, o balanço tinha três pilares (salários, registro e transferências), traçando um raio x sobre os rendimentos jogadores. Porém, neste segundo ano a confederação não divulgou a divisão de salários dos atletas. No relatório anterior, 82% recebiam até R$ 1 mil e 95% no máximo R$ 5 mil. A dura realidade comum. Salário acima de R$ 100 mil? Apenas 114 atletas no Brasil, ou 0,4%. 

Relatório de atletas no futebol brasileira, via CBF. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Segundo o novo balanço, de janeiro a dezembro vigoraram contratos envolvendo 766 clubes profissionais – em Pernambuco, por exemplo, 22 times disputaram competições oficiais. Além disso, o relatório da confederação também inclui os clubes amadores e formadores, adicionando 347. Ao todo, foram mais de 15 mil transferências nacionais, entre empréstimos, vendas de diretos econômicos e jogadores livres. A seguir, a evolução de clubes filiados.

Relatório de atletas no futebol brasileira, via CBF. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Em relação às transferências internacionais, a entidade registrou a saída de 1.372 brasileiros para o exterior, sendo 285 amadores (jovens), 327 profissionais que saíram para atuar como amadores (informalidade) e 760 profissionais. Desses, 110 foram monetizados, em empréstimo ou cessão dos direitos econômicos, movimentando R$ 654,1 milhões (média de R$ 5,9 mi). No sentido inverso foram 818 atletas, sendo 124 amadores e 694 profissionais, com um investimento de R$ 212,4 milhões em 44 nomes (média de R$ 4,8 mi).

Relatório de atletas no futebol brasileira, via CBF. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Vaiado por 2.154 torcedores no Arruda, Santa empata sem gols com Belo Jardim

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Na imensidão do Arruda, um público de 2.154 pessoas é bem frustrante, com um verdadeiro deserto nas arquibancadas. Na transmissão na tevê, era possível até identificar a corneta sobre passes errados, sobre a inércia ofensiva (chegando a vinte minutos sem um chute) e pelo tropeço diante de um adversário tecnicamente bem inferior. Considerando as disputas no estadual e no regional, o Santa chegou ao terceiro empate seguido, desta vez como mandante, contra o Belo Jardim, que não atuou uma vez sequer em sua cidade neste ano.

Já acostumado à condição de visitante, o Calango veio ao Recife para tentar travar a equipe comandada por Vinícius Eutrópio. Conseguiu. Mérito próprio, claro, mas, na visão do blog, mais pela péssima apresentação do bicampeão pernambucano. Faltou apetite para buscar a vitória. À frente, Barbio ganhou o lugar de André Luís como referência ofensiva, com Éverton Santos caindo pelos lados. A dupla não funcionou, com os torcedores presentes pegando no pé. Tanto que o zagueiro Anderson Salles parecia chegar com mais perigo.

A quinze minutos do fim, a impaciência já havia passado do ponto, com gritos de olé nas trocas de passes do time agrestino. Coincidência ou não, mordido ou não, o Santa Cruz conseguiu articular dois ataques no período, mas sem efetividade. No fim, o público diminuto talvez tenha sido o único lado “positivo” da noite, pois evitou uma vaia maior no empate em 0 x 0.

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Santa Cruz 0 x 0 Belo Jardim. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Entre idas e vindas, a partida aconteceu em Caruaru. E o Náutico venceu o Central

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Central 0x1 Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico (divulgação)

Inicialmente, Central x Náutico seria no Lacerdão. Com o gramado vetado e sem autorização da PM para abrigar duas torcidas no Antônio Inácio, o jogo foi transferido para a Ilha. Com a chiadeira da Patativa, diante da clara inversão (de cidade), voltou ao Antônio Inácio, com torcida única. Indo atrás dos seus direitos, via Estatuto do Torcedor, o Timbu conseguiu uma autorização judicial para ter duas torcidas. Para isso, carga reduzida, com 4.000 ingressos ou 54% da capacidade oficial, de 7.307 lugares. Ufa! No fim, apenas 2.060 espectadores (28%), embora a arquibancada tenha registrado boa presença. Sem incidentes.

E quanto ao futebol? Tecnicamente, o primeiro tempo foi lamentável. Só disposição, com baixa qualidade nas finalizações. Foram três chances incríveis desperdiçadas. Duas com o Central, aos 6 e 16, ambas cara a cara com Tiago Cardoso. Na primeira, o goleiro defendeu o chute de Vágner Rosa; na segunda, Gildo furou! No lado alvirrubro, Giva errou o chute dentro da pequena área.

Acredite, o (irregular) gramado não foi o maior culpado, sendo inocentado pelos próprios jogadores nas entrevistas no intervalo. Na segunda etapa, a partida seguiu truncada, com muitas bolas esticadas. Aos 19, Dado Cavalcanti acionou Anselmo, mas o autor do gol no clássico teve atuação bem discreta. O lance decisivo da noite acabou tendo outros personagens. A dez minutos do fim, o prata da casa Erick fez uma grande jogada na ponta direita, cruzando na pequena área, com Maylson marcando de peixinho e decretando a primeira vitória alvirrubra no Estadual, 0 x 1 em Caruaru. Sem mais polêmicas.

Pernambucano 2017, 2ª rodada: Central x Náutico. Foto: Léo Lemos/Náutico (divulgação)

As cotas de televisão do Campeonato Pernambucano, atualizadas via IGP-M

Jogos transmitidos no Campeonato Pernambucano de 2017: Náutico 1x1 Santa (Globo), Sport 3x0 Central (Premiere), Vitória 3x0 América (globoesporte.com) e Central 0x0 Atlético (globoesporte.com). Fotos: DP (Arena e Ilha), Vitória/site oficial (Carneirão) e Central/site oficial (Lacerdão)

Acima, alguns dos jogos transmitidos no campeonato estadual de 2017: Náutico 1 x 1 Santa Cruz (Globo NE), Sport 3 x 0 Central (Premiere), Vitória 3 x 0 América (globoesporte.com) e Central 0 x 0 Atlético (globoesporte.com)

O contrato de transmissão do Campeonato Pernambucano firmado junto à Rede Globo, de 2015 a 2018, prevê um investimento anual de R$ 3,84 milhões, somando todas as plataformas de exibição. Pelo acordo, cada grande clube recebe R$ 950 mil, enquanto os nove intermediários ganham R$ 110 mil, cada. Entretanto, há uma correção anual, sob contrato. Através do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), cada cota é reajustada a partir do valor-base, estipulada em janeiro de 2015. Através do site do Banco Central do Brasil é possível calcular a correção das últimas cotas (abaixo). De 2015 para 2016, por exemplo, o aumento acumulado foi de “11,8045%”. Neste ano, as parcelas atualizadas de Náutico, Santa e Sport, somadas, chegam a R$ 3.398.667. A Ponte Preta, para citar um exemplo, recebeu R$ 5 milhões pelo Paulistão…

Para o quadriênio 2019-2022, a direção da FPF pretende abrir uma licitação para a transmissão nas cinco plataformas audiovisuais (tevês aberta e fechada, pay-per-view, sinal internacional e internet) com valores públicos. A conferir.

Receita original da televisão/ano
Grandes – R$ 700 mil (cota) + R$ 250 mil (luva)
Pequenos – R$ 60 mil (cota) + R$ 50 mil (luva)

Cotas do Campeonato Pernambucano (contrato 2015-2018):

2015 (janeiro)
Grandes(3)  – R$ 950.000
Pequenos (9) – R$ 110.000
Total (12 clubes) – R$ 3.840.000

2016 (janeiro)
Grandes (3) – R$ 1.062.142 (+11,80% sobre 2015)
Pequenos (9) – R$ 122.984
Total (12 clubes) – R$ 4.293.292

2017 (janeiro)
Grandes (3) – R$ 1.132.889 (+6,6% sobre 2016 ou 19,2% sobre 2015)
Pequenos (9) – R$ 131.176
Total (12 clubes) – R$ 4.579.260

Confira o balanço das cotas dos onze principais campeonatos estaduais aqui.