O impacto do Nordestão nas receitas, distinto entre cotistas e não cotistas

Comparativo "cotas do Nordestão 2018 x faturamento anual (2016)". Crédito: Tiago Nunes/twitter (@TiagoJNunes)

A Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial em 2013, após longa batalha judicial, e desde então tornou-se a principal competição para os clubes da região até o início do Brasileiro, em maio. Com cotas ascendentes ano a ano, chegou a R$ 14,8 milhões em 2016. Por que este recorte? Para traçar um comparativo com os últimos balanços financeiros divulgados pelos clubes, do chamado “G7”, com os relatórios sobre 2016 divulgados em abril.

Ideia do físico Tiago Nunes, que elaborou um quadro com a representatividade de cada cada companha possível no regional, vencido pelo Santa Cruz, sobre as receitas operacionais anuais. Fica claro que no caso de Bahia, Sport e Vitória, com contratos vultosos com a Rede Globo, nem mesmo o título mudaria muita coisa – a não ser, claro, a honra de erguer a orelhuda dourada. Nos três casos, a cota pela conquista não teria alcançado 2%. Nos demais, há impacto, com a jornada até a semi significando 3% e a final em pelo menos 5%. Obviamente, existem outras (importantes) variáveis na Lampions League, como bilheteria, baixo custo (viagens, hospedagens e arbitragem pagas), além de ganhos intangíveis, como visibilidade da marca. Campeã, a cobra coral faturou R$ 3,5 milhões na competição, com 66% oriundo da premiação.

Reforçando: trata-se de um debate baseado da desfiliação de Sport e Náutico na Liga do Nordeste, que saíram reclamando justamente das “cotas” de 2018.

Faturamento absoluto dos clubes em 2016
R$ 129.850.000 – Bahia
R$ 129.596.886 – Sport
R$ 111.976.212 – Vitória
R$ 36.854.071 – Santa Cruz
R$ 28.456.481 – Ceará
R$ 23.383.609 – Fortaleza
R$ 16.723.513 – Náutico

Premiação no Nordestão 2016*
R$ 2.385.000 – Santa Cruz (6,47%), campeão
R$ 1.385.000 – Bahia (1,06%), semi
R$ 1.385.000 – Sport (1,06%), semi
R$ 935.000 – Ceará (3,28%), quartas
R$ 935.000 – Fortaleza (3,99%), quartas
* Vitória e Náutico não participaram

Abaixo, o quadro de 2015, com percentuais mais representativos, uma vez que os balanços anuais do trio não tiveram o impacto das luvas dos Nacional. Impressiona o caso tricolor, que, curiosamente, sequer disputou a Lampions.

Comparativo "cotas do Nordestão 2015 x faturamento anual (2015)". Crédito: Tiago Nunes/twitter (@TiagoJNunes)

7 Replies to “O impacto do Nordestão nas receitas, distinto entre cotistas e não cotistas”

  1. [Nota do blog

    Amaury, não sei se é exatamente o que você procura, mas eis o link para um post que faço todos os anos, com a movimentação financeira da Copa do Nordeste. Neste caso, com dados de 2013 a 2017 (cotas, bilheteria e marketing): http://tinyurl.com/m8c7mxo ]

    Em parte respondeu – as receitas ano a ano desde a origem. (OK!)

    Porém me referi a projeção (a expectativa) de valores iniciais quando da origem da Liga do Nordeste e da Copa do Nordeste: o quanto eles esperavam? qual era o valor que eles esperavam captar ano a ano? que percentual de ganho eles achavam que teriam, ano a ano? Etc.

    Eu acho que existe uma diferença de valores entre o que a Liga do Nordeste projetou lá atrás, e o que de fato ocorreu. (é isso que eu quero saber/entender)

  2. Cássio,

    Um questionamento, existe o planejamento financeiro do quanto iria arrecadar a Copa do NE a partir de sua origem, ano a ano, até agora?
    E na verdade e na realidade, o quanto de capital é que foi desembolsado?

    Se me recorde existe um panfleto mostrando os que eles esperavam de receita…

    Nota do blog

    Amaury, não sei se é exatamente o que você procura, mas eis o link para um post que faço todos os anos, com a movimentação financeira da Copa do Nordeste. Neste caso, com dados de 2013 a 2017 (cotas, bilheteria e marketing): http://tinyurl.com/m8c7mxo

  3. Gostaria de dizer aos inocentes tricobarbes, que por trás disso tudo há a poderosa REDE GLOBO com uma proposta para um torneio similar com receitas 10 vezes maiores, já que apartir de 2019 eles vão perder a exclusividade do brasileirão. Portanto deixem de falar asneiras e esperem o desenrolar das situações porque muita água ainda vai rolar.

  4. Perfeito! Eu venho falando isso há tempos.. Tem que acabar logo essa baixaria (campeonato pernambucano)! Não o contrário

  5. Quem diria que a FPF na figura do Sr. Carvalho conseguiria manipular a “toda poderosa” e arrogante diretoria da cachorra de peruca… E a cachorra ainda levou seus pupilos e seguidores da Barbie. Estou esperando muito que o Glorioso não siga o mesmo caminho. Esse suposto racha só beneficia as combalidas Federações Estaduais, que jamais aceitarão que seus deficitários estaduais sejam extintos. Essa iniciativa deveria partir dos clubes. Uma Liga que só tivesse clubes importantes e de torcida ao invés de classificatório via estadual seria desesperador para eles, e por isso esse lobby destruiu o Nordestão do início dos anos 2000. O Nordestão só vai ter o aval dessas instituições enquanto der poder aos marajás das máfias estaduais.

  6. Cassio , pq não coloca os valores referente ao PERNAMBUCANO ?! Os míseros 950 pra disputar 14 jogos com estadio vazio para ser campeão .

    O campeonato do nordeste veio pra bater de frente com os falidos campeonatos estaduais , e vem ganhando de sobra . Os percentuais são maiores ainda em relação a outros participantes da competição , e vc foi até bonzinho NÃO COLOCANDO AS RECEITAS DE BILHETERIA . Com isso a favor ,a arrecadação aumenta mais ainda , consequentemente alterando para mais os valores do grafico apresentado . Fora a divulgação de nossas marcas em estados em que so chegavam times do SUL e SUDESTE .

    Seria interessante vc colocar os valores das cotas junto das receitas de bilheterias e fazer o mesmo com o pernambucano e fazer uma comparação entre as duas competições . Só assim pro torcedor do SPORT se tocar do tamanho da cagada que a diretoria fez .

    Nota do blog

    Torres, confira o post sobre as cotas do Pernambucano, com valor atualizado pelo IGP-M ano a ano (dados até 2017): http://tinyurl.com/h96ny6p

    Ps. Como disse no podcast “45 minutos”, não acho a comparação com o Estadual a ideal… Sobretudo porque o Estadual é péssimo, paga mal e vem numa derrocada desde o fim do Todos com a Nota. Comparar com isso é até “covardia”, além de não justificar se o Nordestão é ou não lucrativo de verdade.

    Em tempo: até que Arnaldo Barros detalhe o caminho que o Sport irá seguir (pois, até aqui, não tem torneio algum), achei a saída percipitada.

  7. Complemento do post

    A Copa do Brasil também paga premiações fase a fase, com subgrupos de cotas nas primeiras etapas. Abaixo, o quanto cada clube ganhou, ressalvando que a participação do Sport acabou abreviada devido à esdrúxula (e extinta) regra da CBF para disputar a Copa Sul-Americana no mesmo ano.

    Premiação na Copa do Brasil 2016
    R$ 2.040.000 – Fortaleza (8,72%), oitavas
    R$ 1.560.000 – Santa Cruz (4,23%), 3ª fase
    R$ 1.560.000 – Vitória (1,39%), 3ª fase
    R$ 1.200.000 – Ceará (4,21%), 3ª fase
    R$ 540.000 – Bahia (0,41%), 2ª fase
    R$ 420.000 – Sport (0,32%), 1ª fase
    R$ 240.000 – Náutico (1,43%), 1ª fase


    Importante destacar que a comparação pode ser feita com qualquer torneio, com o Nordestão superior aos campeonatos estaduais e bem interior a todos os outros.

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