Um jogador de R$ 300 mil ou três de R$ 100 mil? Debatendo a formação do elenco

Guilherme Beltrão, vice-presidente de futebol do Sport em 2018. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Ao assumir a vice-presidência de futebol do Sport, em 22 de fevereiro de 2018, Guilherme Beltrão trouxe uma análise necessária ao departamento do clube – algo que inexplicavelmente a direção anterior (destituída) ignorou, mesmo com o elenco se esvaindo tecnicamente. Porém, a abordagem do post vai para a opinião do dirigente sobre a (re) montagem financeira do elenco.

No twitter, fiz alguns comentários sobre o assunto, que amplio aqui no blog.

Sobre a visão de Guilherme Beltrão, de que é melhor três jogadores de R$ 100 mil do que um de R$ 300 mil, eu discordo. O que vale é o rendimento do jogador, ponto. Um clube do porte do Sport, com orçamento anual acima de R$ 100 milhões, não pode fechar a porta para oportunidades. Um patamar salarial mais elevado pode ser suplantado por campanha paralelas – como foi a da camisa 87, a mais vendida do clube desde 2014. Além da entrega de resultados, naturalmente. Sobre esse comparativo salário/rendimento, o de Wesley foi caríssimo. O meia, que hoje estaria bem acima do teto estipulado, teve um salário revertido em absolutamente nada no campo. Já Diego Souza, cujo vencimento era estimado em R$ 350 mil, marcou 21 gols em 2018, sendo o vice-artilheiro do time no Brasileirão e convocado à Seleção. No elenco atual de 2018, Pedro Castro pode ser considerado caro. Trata-se de um volante de rotação mínima e com histórico técnico bem questionável. Já o lateral-esquerdo Sander, um dos poucos achados da direção anterior, contribui no elenco – embora ainda seja uma peça substituível.

“O Sport vai ter um teto salarial. Não podemos gastar em dois jogadores o que poderíamos gastar em seis. O Sport tem de voltar às suas origens na questão do futebol coletivo”

Ainda que Beltrão não tenha citado nominalmente, falou de Diego Souza e André. Sem eles, o Sport dificilmente teria escapado do rebaixamento em 2017 – no caso de DS, há duas edições já. Portanto, caro foi o colombiano Lenis, com o leão bancando R$ 3,1 milhões numa aposta. Proporcionalmente, foi o Sport comprando Vinícius Júnior como o Real Madrid – que pagou R$ 164 milhões ao Flamengo. Só que o clube espanhol pode fazer isso. O Sport não podia. E a conta chegou, com o rubro-negro endividado dois anos depois. Mais: e se os tais três jogadores de R$ 100 mil não resolverem? Mesmo com esse preço, é algo recorrente na Série A, simplesmente porque não há embasamento para essa tese – nem mesmo a Chape, também há cinco anos na elite, mesmo com receita inferior. É de fato uma ideologia de gasto. Aí, ok. Também discordo, mas, neste ponto, entendo. Já a questão da coletividade é algo imperativo, sobretudo num time desconectado há tempos – e não é o status do atleta que mudará isso. Por fim, a recuperação do investimento. A venda de Diego Souza deixou R$ 10 milhões no clube e a de André deve deixar mais. Os outros deixaram quanto? Zero. Desconsiderar isso não existe.

Concorda? Discorda? Debate aberto, além de quantidade x qualidade…

4 Replies to “Um jogador de R$ 300 mil ou três de R$ 100 mil? Debatendo a formação do elenco”

  1. Concordo em número e grau. É evidente que o importante é o retorno para o clube. Estes argumentos falaciosos são o retrato de uma diretoria incapaz de exercer a humildade, reconhecer erros ou admitir incompetência. O fato é que o Sport dos últimos anos, com raras exceções, fez péssimos negócios. O reflexo em campo é nítido: dois anos de quase rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Acho que falta profissionalismo e competência. Falta a esta diretoria compreender que a torcida rubro negra não é burra e que salta aos olhos o crescente número de decisões equivocadas.

  2. O Guilherme Beltrão está resguardado pelo título de 2008, mas se esquece que aquele mesmo time caiu para segundinha em 2009 depois da excelente participação na libertadores. O Titulo da CB foi um aborto, um time que foi empurrado pelo bafo da torcida. Temos de nos acostumar é com qualidade. Qualidade se gasta muito e tem tbm o risco de não dar certo. Isso faz parte do negócio. Prefiro ter não só 1 de 300 mil, mas no mínimo mais 3 .

  3. E ALGUNS MEGABABACAS da imprensa local arrepiavam-se com quanto o SELECA VIRTUOSE-DIFERENCIADO MEGADIEGUITO SHOWZA. Fuzilaram que o Fabuloso DS87 era lento; era arame demais no pé do CIPA do MEIA. Merecia MUITO MAIS! Com FARTAS ASSISTENCIAS E GOLS ESPETACULARES, fez jus ao seu polpudo no UNIQUE DE 87. Hoje, selecionados alguns verdadeiros leigos no futebol, para CURSOS DE RECICLAGEM E ATUALIZACAO na Radio Foice Afiada, de Belo Jardim. Candidatos para tal nao faltam: do QUATRO NO GRAMADO (o do pastel carregando a procissão), e do JC, com destaque para O DE BELO JARDIM. O citado curso será dado por CABULOSO. Cacildis!

  4. Concordo.
    Querer diminuir os gastos serve de base p futuras contratações e tbm p renovações. Então Beltrão já tá dando o tom das conversas futuras.
    Diego Souza se pagou e o Sport lucrou c ele, $350K era pouco p representatividade dele no time, tanto q sem ele o time era apático, o q ocorre até agora. E depois de 3 anos ainda não existe um substituto p posição.

    Tirando Patrick e Sander, qual o retrospecto de jogadores bons e baratos? E ainda assim são de posições bem substituíveis, já pra posição de armador e atacante a dificuldade é enorme.
    Espero q Klaus consiga encontrar bons jogadores, e q Beltrão tenha jogo de cintura.

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