Náutico vence o Salgueiro de virada e vai à decisão do Pernambucano após 4 anos

Pernambucano 2018, semifinal: Náutico x Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Cinco gols, quatro bolas na trave e virada no placar. A semifinal estadual entre Náutico e Salgueiro, na Arena Pernambuco, foi emocionante, com tensão até o apito final do árbitro Tiago Nascimento. Com vitória alvirrubra, 3 x 2, mantendo a alma copeira desta equipe, que superou os seis mata-matas disputados no ano, entre Pernambucano (2), Nordestão (1) e Copa do Brasil (3). Classificado à decisão após quatro edições, o timbu se projeta para um título esperado há quase 14 anos. Decidirá em casa, novamente com a arena cheia, como foi nas quartas (18.136) e na semi (20.446)

No domingo, o técnico Roberto Fernandes armou o Náutico com um volante e cinco peças ofensivas. Queria emular o 2T contra o Afogados, após o cadeado no 1T. Contudo, à parte da bola na trave de Rafael Assis, o timbu insistiu no jogo aéreo, sem sucesso. Para completar, o visitante marcou aos 21, num pênalti de Camacho no também zagueiro Maurício – bem convertido por Dadá. Em desvantagem e atuando fora de sua característica, o timbu até criou chances, mas já impaciente diante do paredão azul. O cenário só mudou no vacilo do capitão do Salgueiro, Luiz Eduardo. Após lançamento de Gabriel Araújo, o defensor cortou de cabeça para o próprio gol e encobriu Mondragon – curiosamente, o mesmo beque marcara o 1º gol da arena, também contra, quando defendia o Náutico, em 2013. Apesar do baque, o carcará ainda acertou a trave, com o sinal de alerta ligado no intervalo nos dois lados.

Pernambucano 2018, semifinal: Náutico 1 x 0 Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Na retomada, o paraguaio Ortigoza fez a diferença. A principal contratação do Náutico chamou a responsabilidade na criação de jogadas e ainda guardou quando teve a chance para definir. Embora o Salgueiro tenha acertado o travessão numa falta de Fabiano, o Náutico foi superior, com o adversário apresentando desgaste e pouca inspiração ofensiva. Na bola aérea, tão utilizada, o Náutico virou aos 18, com Ortigoza cabeceando após um desvio no escanteio. Na sequência, o time poderia ter ampliado com Rafael Assis, que desperdiçou a ótima assistência de Ortigoza. Mas o terceiro gol efetivamente saiu, aos 45, com Camacho. Ainda deu tempo para um susto, com Maurício diminuindo aos 47 e o jogo seguindo até os 50. Porém, o Náutico se manteve soberano na arena em 2018: 10V, 2E e 0D.

Náutico x Salgueiro (todos os mandos)
31 jogos
15 vitórias alvirrubras (48,3%)
5 empates (16,1%)
11 vitórias salgueirenses (35,4%)

Náutico no Estadual na era do mata-mata
2010 – Final (vice)
2011 – Semifinal (3º lugar)
2012 – Semifinal (4º lugar)
2013 – Semifinal (3º lugar)
2014 – Final (vice)
2015 – Fase principal (6º lugar)
2016 – Semifinal (3º lugar)
2017 – Semifinal (4º lugar)
2018 – Final (a definir)

Pernambucano 2018, semifinal: Náutico x Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Sport anuncia mais uma desistência no Nordestão e segue reprimindo a história

Os troféus dos títulos do Sport na Copa do Nordeste (1994, 2000 e 2014)

As taças dos títulos nordestinos do Sport em 1994, 2000 e 2014

Em entrevista coletiva convocada na Ilha do Retiro, o presidente do Sport, Arnaldo Barros, respondeu sobre problemas do clube, como desempenho no futebol, crise administrativa e também sobre a participação na Copa do Nordeste de 2019. A pergunta foi uma consequência da ausência em 2018, que deve ser ampliada em 2019. Eis a posição do dirigente sobre o assunto:

“Eu não fui convidado, eu nem sequer conheço o regulamento da Copa do Nordeste de 2019. Vocês perguntaram ao Central se o Central vai participar? Por que estão perguntando ao Sport? O Sport não é da liga (do NE), o Sport não está na Copa do Nordeste, não tenho sequer obrigação de conhecer, e não conheço, o regulamento que prevê a próxima competição. Não recebi nenhum convite, não recebi nenhum ofício (da CBF)”

“Não tenho o que responder. Não estou protelando, não fui convidado, não conheço o regulamento. Por que eu tenho que falar de uma coisa que não me diz respeito? O Sport está fora da competição. Expliquei porque saí e não me arrependo. E agora, outros (clubes) estão enxergando a mesma conclusão, de que há efetivamente duas inviabilidades. Uma financeira e a outra esportiva. Assistimos Náutico e Santa tendo que jogar quatro jogos em dez dias (em 2018), ou coisa parecida, desrespeitando as 66 horas (de intervalo), a CBF e o sindicato dos atletas fechando os olhos para a ilegalidade, e colocando o time misto, que desrespeita os contratos. Se o Sport fizesse isso, seria ferrenhamente cobrado. Não podemos nos dar o luxo de ficarmos irregulares.”

“Então, não tenho porque me manifestar sobre uma competição que sequer fui convidado. Eu vou ser intruso? Boa sorte para a Copa do Nordeste”

Entre 1994 e 2018 o Nordestão foi realizado 15 vezes. Através de critérios técnicos, o Sport poderia ter participado de todas as edições. Contudo, o leão ficou de fora em 2003 e 2010, torneios disputados paralelamente ao imbróglio na justiça entre CBF e Liga do Nordeste – encerrado após um acordo favorável à liga. Em 2018, por não concordar com a cota distribuída, o rubro-negro protocolou a desistência junto à confederação brasileira. Em 2019 o mesmo caminho. Apesar das declarações em 22/03, o mandatário ainda precisa formalizar a saída junto à CBF – lembrando que a FPF desarticulou o ofício da confederação sobre a saída leonina (faz sentido essa manobra?).

Com três títulos em cinco finais, o Sport tem um dos melhores desempenhos no regional, mas vai abdicando do viés desportivo – de forma isolada. Em 2018, o Sport ganharia entre R$ 1 milhão (fase de grupos) e R$ 3,5 milhões (campeão). Num contexto mais amplo, é pouco – o Madureira, por exemplo, ganha R$ 4 milhões no Carioca. Porém, a ação isolada não traz benefício algum para o clube, como ficou claro, na visão do blog, neste ano. Sem contar que a decisão de Arnaldo Barros nunca foi bem digerida pela torcida. Para 2019, torcedores se mobilizaram em uma petição pública pedindo a volta do clube ao Nordestão – no blog, uma enquete com 1,7 mil votos apontou 75% a favor do retorno. Aliás, um clube autointitulado como o “Maior do Nordeste” deveria solidificar essa imagem na Copa do Nordeste. Optou por reprimir…

Sport na Copa do Nordeste
124 jogos
62 vitórias (50,0%)
33 empates (26,6%)
29 derrotas (23,3%)
12 participações: 1994 (1º), 1997 (4º), 1998 (9º), 1999 (3º), 2000 (1º), 2001 (2º), 2002 (10º), 2013 (7º), 2014 (1º), 2015 (4º), 2016 (4º) e 2017 (2º)

Time misto do Náutico vence o Botafogo e mantém chances de classificação no NE

Nordestão 2018, 5ª rodada: Náutico x Botafogo-PB. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Focado na semifinal estadual, o Náutico poupou nove titulares no jogo contra o Botafogo, pela penúltima rodada do grupo C do Nordestão. É óbvio que o timbu queria vencer, mas o desgaste na temporada já é visível, com 22 jogos (!). Logo, a escolha foi forçada. Na Lampions, apenas uma vitória manteria o time na briga, com o visitante jogando pelo empate para adiantar a vaga. Só que também é necessário válido dizer que o alvirrubro vem numa fase copeira, de muita entrega, numa rotação alta. Assim, sofrendo até o fim, como já ocorreu em 2018, o Náutico venceu por 1 x 0, seguindo em todas as frentes.

O Náutico só teve o goleiro Bruno e o zagueiro Camutanga entre os titulares mais recorrentes. Wallace, Ortigoza e Wendel nem no banco ficaram. Quem foi a campo, porém, seguiu à risca o futebol da equipe, com marcação forte no meio-campo, saídas rápidas no contragolpe (com menos qualidade desta vez, é verdade) e uma barreira humana lá atrás. Num primeiro tempo de boas chances de ambos os lados, o timbu marcou com Rafael Assis, num chute de fora da área aos 35. Jobson, também de longe, acertou a trave logo depois.

A classificação do grupo C do Nordestão após 5 rodadas. Crédito: Superesportes

Na etapa complementar, a obrigação naturalmente passou a ser do Belo, com o meia Marcos Aurélio sendo o responsável pelas maiores chances. À parte da chance desperdiçada por Tharcysio, no finzinho, o Bota deu um calor, com Bruno aparecendo bem novamente – ele vem numa ótima sequência. E teve de tudo, com desvio na pequena área, Camacho cortando, bololô etc. Um sufoco que dá mais casca a essa equipe, a três jogos de um título estadual após 13 anos, envolvida num confronto de R$ 2,4 milhões na Copa do Brasil e numa embaralhada rodada visando as quartas do Nordestão – precisa vencer o Altos e torcer para ter um vencedor no jogo Botafogo x Bahia.

Histórico de Náutico x Botafogo-PB (todos os mandos)
50 jogos
24 vitórias alvirrubras (48,0%)
11 empates (22,0%)
15 vitórias paraibanas (30,0%)

Nordestão 2018, 5ª rodada: Náutico x Botafogo-PB. Foto: Ricardo Fernandes/DP

No Amigão, Santa empata com Treze e vai às quartas do NE pela 5ª vez em 6 anos

Nordestão 2018, 5ª rodada: Treze 0 x 0 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz

Desde que a Copa do Nordeste voltou ao calendário oficial, em 2013, o Santa disputou cinco das seis edições. Em todas as suas participações o tricolor obteve a classificação na fase de grupos, chegando às quartas. Em 2018, conseguiu a vaga com uma rodada de antecedência, no empate em 0 x 0 com o Treze, um resultado que pavimenta o caminho para a liderança do grupo A.

A partida aconteceu no Amigão, palco da maior glória coral, justamente o título regional, há duas temporadas. Num cenário bem diferente, com poucos espectadores, o tricolor se apresentou melhor no primeiro tempo, tendo inclusive uma chance incrível desperdiçada por Héricles, que recebeu um ótimo passe de Ávila, ficando cara a cara com o goleiro Saulo. Na hora do drible, foi parado pelo adversário. Já o Treze parecia mais interessado na semifinal paraibana, nos dois próximos domingos, contra o Botafogo. O galo apresentou uma séria deficiência técnica na condução das jogadas. Por sinal, só teve algumas oportunidades devido às saídas erradas do tricolor – o time mantém o estilo de Júnior Rocha, mas falta qualidade ao sistema.

Nordestão 2018, 5ª rodada: Treze 0 x 0 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz

No 2T, à parte da cabeçada de Sobralense na trave, o alvinegro de Campina Grande se portou melhor, exigindo mais do goleiro Machowski. Ainda assim, o jogo seguiu num banho-maria que interessava aos corais, sobretudo com o empate simultâneo entre Confiança e CRB, em Aracaju. Por sinal, este foi o 10º empate do Santa no ano, num retrospecto curioso. Somando Estadual, Nordestão e Copa do Brasil, são 17 jogos oficiais, com 4V, 10E e 3DO time pernambucano volta a campo na próxima quarta, contra o Confiança, em casa. Para garantir a liderança da chave, precisa sair desta sina.

Histórico de Treze x Santa Cruz (todos os mandos)
88 jogos
41 vitórias tricolores (46,5%)
23 empates (26,1%)
24 vitórias paraibanas (27,2%)

Campanhas do Santa na volta do Nordestão (entre parênteses, a premiação)
2013 – Quartas de final (R$ 300 mil)
2014 – Semifinal (R$ 850 mil)
2015 – não participou
2016 – Campeão (R$ 2,385 milhões)
2017 – Semifinal (R$ 1,6 milhão) 
2018 – Quartas de final (R$ 1,45 milhão, ainda em disputa*)

Total de cotas: R$ 6,585 milhões*

Nordestão 2018, 5ª rodada: Treze 0 x 0 Santa Cruz. Foto: Rodrigo Baltar/Santa Cruz

A tabela detalhada da Série C de 2018, com a agenda da 1ª até a 9ª rodada

Troféu da Série C de 2018. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A CBF divulgou a tabela detalhada sobre as 9 primeiras rodadas da Série C de 2018, com datas, horários, locais e transmissões na tevê – íntegra abaixo. Logo na primeira rodada, o Clássico das Emoções, marcado para as 19h do dia 15 de abril, na Arena Pernambuco, uma vez que a reforma dos Aflitos deve terminar em maio. Os jogos da terceirona vão até 11 de junho, mas não deve haver paralisação durante a Copa do Mundo na Rússia, com a confederação divulgando o restante da tabela em breve. O futebol pernambucano tem três representantes nesta temporada. Náutico, Santa Cruz e Salgueiro estão no grupo A, composto por dez times do N-NE – após 18 rodadas, os quatro melhores avançam às quartas e os dois piores são rebaixados.

Em relação às transmissões, neste primeiro recorte, alvirrubros e tricolores são os únicos com todos os jogos programados para a tevê por assinatura, via Esporte Interativo (ainda não há definição sobre o sinal aberto). Outro jogos devem passar via streaming, via EI Plus, mas com a grade a definir.

Náutico
1ª) Náutico x Santa Cruz (15/04, 19h)
2ª) Botafogo-PB x Náutico (22/04, 19h)
3ª) Atlético-AC x Náutico (28/04, 19h)
4ª) Náutico x Confiança (05/05, 19h)
5ª) Náutico x Salgueiro (12/05, 19h)
6ª) Juazeirense x Náutico (20/05, 19h)
7ª) Náutico x Globo (27/05, 19h)
8ª) ABC x Náutico (04/06, 21h15)
9ª) Náutico x Remo (09/06, 19h)

Santa Cruz
1ª) Náutico x Santa Cruz (15/04, 19h)
2ª) Santa Cruz x Atlético-AC (21/04, 19h)
3ª) Santa Cruz x ABC (30/04, 21h15)
4ª) Remo x Santa Cruz (06/05, 19h)
5ª) Globo x Santa Cruz (14/05, 21h15)
6ª) Santa Cruz x Botafogo-PB (19/05, 19h)
7ª) Confiança x Santa Cruz (28/05, 21h15)
8ª) Santa Cruz x Juazeirense (02/06, 19h)
9ª) Salgueiro x Santa Cruz (10/06, 19h)

Salgueiro
1ª) Sagueiro x Botafogo-PB (15/04, 16h)
2ª) Confiança x Salgueiro (22/04, 16h)
3ª) Globo x Salgueiro (29/04, 17h)
4ª) Salgueiro x Atlético-AC (06/05, 16h)
5ª) Náutico x Salgueiro (12/05, 19h)
6ª) Salgueiro x ABC (20/05, 16h)
7ª) Salgueiro x Juazeirense (27/05, 16h)
8ª) Remo x Salgueiro (03/06, 19h)
9ª) Salgueiro x Santa Cruz (10/06, 19h)

A emoção da inédita classificação do Central nas ondas da rádio caruaruense

Pernambucano 2018, semifinal: Central 1 x 0 Sport. Foto: Central/twitter (@centraloficial)

O Lacerdão recebeu um grande público na semifinal do Campeonato Pernambucano de 2018, com a torcida caruaruense enfim fazendo a festa, com a inédita classificação alvinegra à decisão. O pegado duelo entre Central e Sport só foi encerrado aos 51 minutos, com o minuto final registrado pelo narrador Eri Santos, da Rádio Globo FM, de Caruaru – uma das vários emissoras locais presentes. Sintetizou a emoção da pioneira classificação.

“O sonho realizado, o sonho buscado” 

Ouça à narração que confirmou um dos maiores capítulos da vida da patativa.

Central no Estadual: 12 jogos, 7 vitórias, 4 empates e 1 derrota; 17 GP e 9 GC

Santa é confirmado como maior vencedor do Pernambucano na década 2011-2020

Os títulos pernambucanos do Santa Cruz em 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016. Fotos: Superesportes/Diario de Pernambuco

O Santa Cruz começou a década de forma arrasadora no campeonato estadual, construindo um tricampeonato em cima do Sport, trivice. Tudo a partir de uma condição de ‘coadjuvante’ na edição de 2011, que tinha os rivais da Ilha e dos Aflitos como principais candidatos. Depois, soerguido no futebol local, o clube ainda emendou um bicampeonato. Sendo assim, ergueu a taça em 2011, 2012, 2013, 2015 e 2016. Já seria suficiente para a condição de maior vencedor da década, mas a eliminação do Sport na semi do Estadual 2018 assegurou o status de forma exclusiva. Ou seja, a três edições do fim. Um feito e tanto, ainda mais se comparado com a última década ‘vencida’ pelo tricolor, com a disputa entre 1981 e 1990 acabando justamente no último ano – num Clássico das Multidões, com 3 x 3 em troféus até então.

Ao longo das onze décadas, sete clubes distintos conquistaram o título máximo de Pernambuco, mas apenas o Trio de Ferro conseguiu estabelecer domínios em décadas, com Sport (6x), Santa Cruz (4x) e Náutico (2x) – com um empate registrado entre rubro-negros e alvirrubros nos anos 50.

Confira as capas do Diario de Pernambuco com os títulos corais clicando aqui.

Os campeões pernambucanos em cada década
1911-1920 – Sport (3), América (2) e Flamengo (1)*
1921-1930 – Sport (4), América (3) e Torre (3)
1931-1940 – Santa Cruz (5), Tramways (2), Náutico (2) e Sport (1)
1941-1950 – Sport (5), Santa Cruz (2), Náutico (2) e América (1)
1951-1960 – Sport e Náutico (4), e Santa Cruz (2)
1961-1970 – Náutico (6), Sport (2) e Santa Cruz (2)
1971-1980 – Santa Cruz (6), Sport (3), Náutico (1)
1981-1990 – Santa Cruz (4), Sport (3) e Náutico (3)
1991-2000 – Sport (8) e Santa Cruz (2)
2001-2010 – Sport (6), Náutico (3) e Santa Cruz (1)
2011-2020 – Santa Cruz (5), Sport (2) e time a definir (1)**

* Foram apenas 6 competições na década
** Considerando as 8 competições na década, em andamento

Podcast – A análise da classificação do Central diante do Sport na semi do PE

Pernambucano 2018, semifinal: Central x Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

O Central eliminou o Sport na semifinal do Estadual e chegou à decisão pela primeira vez em sua quase centenária história. Em um jogo amarrado, no Lacerdão, o alvinegro venceu com um gol de Leandro Costa, que também assegurou o clube na Copa do Brasil de 2019 – na volta ao torneio após uma década. O 45 Minutos analisou a partida, com os pontos positivos e negativos do leão e da patativa – além das consequências no rubro-negro visando a Série A. Estou nesta gravação com Celso Ishigami e Fred Figueiroa. Ouça!

21/03 – Central 1 x 0 Sport (50 min)

Central vence o Sport em Caruaru e chega à final do Estadual pela 1ª vez na história

Pernambucano 2018, semifinal: Central 1 x 0 Sport. Foto: Central/twitter (@centraloficial)

O Central foi o primeiro interiorano a disputar o Campeonato Pernambucano, na estreia do profissionalismo no futebol local, em 1937. Depois, só voltaria na década de 1960, se firmando como uma força tradicional. Embora represente uma cidade de quase 400 mil habitantes e tenha o maior estádio particular do interior nordestino, o clube jamais disputou o título estadual. Em 56 participações, havia alcançado no máximo o vice, em 2007, numa edição com turnos. Agora, na 57ª campanha, a patativa chegou à decisão. Fazendo valer o seu ótimo desempenho em 2018, venceu o Sport por 1 x 0 na semifinal, num Lacerdão cheio. Resultado justo, considerando o scout alvinegro em Caruaru (5V, 2E e 0D) e o scout rubro-negro como visitante (0V, 4E e 2D)

O leão, cuja folha era superior a de todos os outros dez times, foi mesmo irregular no Estadual, se desfazendo de suas principais peças entre janeiro e março. Na semi, o Sport foi a campo com o ataque bem desfalcado, sem André (vendido), Rogério (machucado) e Leandro Pereira (afastado). À frente, então, Índio, que jogou 45 minutos e deu uma chute, ruim. Apesar disso, o visitante conseguir jogar mais no campo ofensivo – e eventualmente criou mais chances, em triangulações e através da bola parada, com 8 x 5 no 1T. O Central de Mauro Fernandes parecia mais precavido, talvez pelo péssimo histórico diante do leão. As melhores chances foram em arremates de fora da área, bem defendidas por Magrão, em seu jogo de nº 700 pelo leão.

Pernambucano 2018, semifinal: Central 1 x 0 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

No intervalo, observando a clara deficiência nas conclusões, Nelsinho acionou Everton Felipe, recuperado de uma cirurgia no joelho. O meia entrou no lugar de Índio e foi o responsável pelo primeiro bom ataque. De fato, o Sport dominava boa parte das estatísticas, como posse (64%), passes certos e desarmes. No futebol, sabemos, isso não é determinante. Tanto o Central teve mais finalizações no 2T, com 4 x 2. E uma delas foi fatal. Aos 14 minutos, num lançamento do dono da casa, Ronaldo Alves falhou e Itacaré se aproveitou, cruzando da linha de fundo para Leandro Costa, que empurrou para o gol vazio. Foi o 6º gol do atacante, construindo uma vantagem definitiva na noite, na base da garra, para a festa da torcida caruaruense, esperando há décadas a oportunidade de colocar o Central no topo. A oportunidade, enfim, chegou…

Central no Estadual na era do mata-mata
2010 – Semifinal (4º lugar)
2011 – Fase principal (5º lugar)
2012 – Fase principal (10º lugar)
2013 – Fase principal (10º lugar)
2014 – Fase principal (5º lugar)
2015 – Semifinal (4º lugar)
2016 – Fase principal (6º lugar)
2017 – Fase principal (6º lugar)
2018 – Final (a definir)

Retrospecto (todos os mandos)
267 jogos
176 vitórias rubro-negras (65,9%)
62 empates (23,2%)
29 vitórias alvinegras (10,8%)

Pernambucano 2018, semifinal: Central 1 x 0 Sport. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Magrão completa 700 partidas no Sport e amplia recorde entre clubes do Nordeste

Magrão, 700 jogos pelo Sport. Crédito: TV Sport Recife

Magrão chegou ao Sport com 28 anos. Prestes a completar 41, segue defendendo o gol do leão e alcançando marcas impressionantes, não só no clube que ajudou a mudar de patamar. Ao completar 700 jogos pelo time principal, significa que o goleiro esteve presente em 13,7% de todas as partidas da história do Sport desde 1905. E foram 5.090. Entre os clubes nordestinos, já abriu mais de 100 sobre o segundo jogador que mais defendeu um clube – ninguém menos que Givanildo Oliveira, pelo rival tricolor.

No leão, sempre soube conviver com a concorrência, cruel em sua posição. O carisma manteve intacta a idolatria, mesmo em momentos adversos, naturais em uma passagem tão longa. Obviamente, para passar tanto tempo embaixo da trave com dez leoninos à frente, Magrão fez por onde, com bastante reflexo, elasticidade, saídas apuradas, 31 pênaltis defendidos e muitas taças. Em 14 temporadas, com 687 jogos em competições oficiais e 13 amistosos, o goleiro conquistou nove títulos (7 estaduais, 1 regional e 1 Copa do Brasil).

Vale lembrar que o goleiro tem contrato com o rubro-negro até o fim de 2018, onde enfim deve se aposentar, mais recordista do que nunca…

As marcas históricas de Magrão no Sport 
1º jogo (25/05/2005) – Sport 1 x 0 Guarani, Série B (Ilha do Retiro)
100º jogo (12/01/2008) – Sport 4 x 0 Salgueiro, Estadual (Ilha do Retiro)
200º jogo (07/06/2009) – Sport 4 x 2 Flamengo, Série A (Ilha do Retiro)
300º jogo (20/01/2011) – Sport 1 x 0 Ypiranga, Estadual (Ilha do Retiro)
400º jogo (30/08/2012) – Flamengo 1 x 1 Sport, Série A (Raulino de Oliveira)
500º jogo (21/05/2014) – Cruzeiro 2 x 0 Sport, Série A (Mineirão)
600º jogo (24/09/2016) – Sport 1 x 0 Santos, Série A (Ilha do Retiro)
700º jogo (21/03/2018) – Central 1 x 0 Sport, Estadual (Lacerdão)

Os jogadores com mais partidas nos maiores clubes do Nordeste*
700 jogos – Sport (Magrão, goleiro 2005-2018)
599 jogos – Santa Cruz (Givanildo Oliveira, volante 1969-1979)
589 jogos – Ceará (Edmar, volante 1971-1980)
492 jogos – ABC (Jorginho, atacante 1946-1965)
476 jogos – América-RN (Ivan Silva, lateral-direito 1973-1983)
448 jogos – Bahia (Baiaco, volante 1967-1980)
402 jogos – Fortaleza (Dude, volante 1998-2008)
398 jogos – Sampaio Corrêa (Rodrigo Ramos, goleiro 2009-2016)
386 jogos – Náutico (Kuki, atacante 2001-2010)
323 jogos – Vitória (Flávio Tanajura, zagueiro 1994-2000)
* Lista atualizada até 21 de março de 2018
** O zagueiro Miguel Rosas atuou no CRB de 1943 a 1963, sem dados oficiais