Rivalidade tem limite

Que a rivalidade entre Sport e Flamengo existe, principalmente do lado do rubro-negro pernambucano, ninguém duvida. No entanto, alguns torcedores do Sport acabaram passando do ponto neste final de semana.

O Flamengo lançou uma campanha publicitária em todo o Brasil para divulgar a Fla-TV, o seu canal por assinatura online. A divulgação vem acontecendo inclusive na Região Metropolitana do Recife, onde foram instalados outdoors apresentando a Fla-TV.

Alguns deles, porém, acabaram sendo alvo de vandalismo, depois que torcedores leoninos atiraram bolas de tinta branca nos outdoors instalados em Jaboatão. Toda a ação foi gravada pelos próprios autores, que colocaram o vídeo no youtube. Basta ler os comentários sobre o vídeo (no site do youtube) para ver que a confusão aumentou ainda mais. Confira o vídeo abaixo:

Naquela noite deu certo

Tensão nas arquibancadas do Arruda. Uma campanha ruim ia resultando numa catástrofe. O time estava caindo de divisão no Campeonato Brasileiro. Descer um degrau na estrutura do futebol nacional não estava nos planos do Tricolor.

Foi sofrido, mas há 10 anos os tricolores souberam evitar o pior.O trecho acima poderia ter sido encaixado em qualquer uma das últimas três temporadas do Santa Cruz. Tensão que resultou em rebaixamento. Da A pra B, da B pra C e da C pra D.

Mas não naquela noite, há 10 anos. Exatamente no dia 6 de outubro de 1998. Apesar da campanha irregular, o povão lotou o Arruda. Um público fantástico para tentar evitar a queda à Série C, algo impensável naquela época, mas que hoje até seria um bom negócio…

Foram 55.028 torcedores presentes. Que viram, atônitos, o histórico gol de cabeça do zagueiro Rau, aos 46 minutos do segundo tempo, contra o Volta Redonda, desempatando o 2 x 2 que estava rebaixando o Mais Querido.

E o time foi da queda à glória, pois no ano seguinte o Santa Cruz foi o vice-campeão da Série B e garantiu o acesso à elite nacional.

Abaixo, o sofrimento tricolor naquele 6 de outubro de 1998, minuto a minuto.

Primeiro tempo
9min – O tricolor Gilson cobra falta e o goleiro Sandro defende, no susto.
34min – O atacante Roberto abre o placar para o Volta Redonda, cabeceando no canto do goleiro Jeferson.
35min – Gilson empata o jogo, também de cabeça.
40min- O zagueiro Fábio salva o Volta Redonda de tomar o segundo gol, cortando um chute de Gilson, quando Sandro estava vencido no lance.
47min – Golaço do time do Rio, após um chute cruzado do lateral Anderson Luiz.

Segundo tempo
2min – Célio (aquele mesmo, de 1993), que tinha entrado no lugar de Ramos, empata o jogo, aproveitando o cruzamento de Gilson.
10min – Sandro é expulso ao tocar a bola com a mão, fora da área, para evitar o gol de Gilson.
45min – O zagueiro Evaldo também é expulso, deixando o Voltaço com apenas 9 jogadores.
46min – Rau substitui Marcílio e faz o terceiro gol para o Santa Cruz.

Obs. Naquela mesma noite, o Náutico perdeu da Desportiva por 1 x 0, em Vitória/ES, e caiu para a Terceirona.

Foto: Arquivo/DP

Gols, votos e R$ 1,00

Vereador com 1 real no bolso

Ele não tem apartamento, carro, terreno… Nada. Aliás, tem sim. Tem R$ 1,00 na conta corrente. Esse foi o valor total dos bens declarados de Túlio Maravilha, que, aos 39 anos e ainda jogando bola, venceu a eleição, no domingo, para vereador em Goiânia, a sua cidade natal. Filiado ao PMDB, o atacante do Vila Nova – atual artilheiro da Série B, com 21 gols – teve 10.401 eleitores, e foi o 3º vereador mais votado na capital goiana.

Folclórico, Tulio já quer seguir na carreira política. “Com certeza, vou pensar mais à frente em disputar a Câmara e quem sabe o Senado e até mesmo a Presidência da República”, afirmou o atacante, artilheiro da Série A em 1989, 1994 e 1995. Deve vir o ‘Bolsa-Gol’ por aí…

Apesar de curioso, esta não foi a primeira vez que um jogador entrou no mundo da política, e venceu. Em 2006, o ex-atacante Robson foi bem mais longe. Robgol (ex-Náutico, Santa e Sport) foi eleito deputado estadual pelo PTB no Pará, na época em que defendia o Paysandu. Aproveitando a fama e a numerosa torcida do Papão, ele teve 33,4 mil votos.

Durante a campanha, Robgol teve o apoio do vereador Wandick, que também atuou no Paysandu nesta década. Em 1989, ajudado pela Fiel, o meia corintiano Biro-Biro (revelado pelo Sport) ganhou uma das eleições mais concorridas do país, que é a disputa de vereador para São Paulo (maior colégio eleitoral do Brasil). Em 2006, quando se filiou ao PSC, ele tentou uma vaga na Câmara dos Deputados, mas não obteve êxito.

Post sugerido por Zadock Castelo Branco

Craque da Comunidade – Júnior Beleza

Reproduzo abaixo a primeira matéria da série de reportagens “Craque da comunidade”, do repórter Lucas Fitipaldi, do Aqui PE (do grupo Diários Associados, do qual faz parte o Diario de Pernambuco). Trata-se de uma ótima idéia com o objetivo de “apresentar” os craques suburbanos do Grande Recife, conhecidos em seus bairros como grandes jogadores durante um bom tempo, mas que por inúmeros motivos acabaram não conseguindo se profissionalizar. Em breve, mais “craques” aqui no blog. Confira o primeiro, cuja matéria foi publicada em 29 de setembro.

Craque da Comunidade – Júnior Beleza

Júnior Beleza é o ídolo da meninada da Ilha do JoaneiroEle é o craque do pedaço. Na comunidade da Ilha do Joaneiro não tem pra ninguém. Ednaldo Lopes Júnior, o Beleza, é o grande nome quando o assunto é bola no pé. Baixinho e franzino, o garoto de riso fácil e olhar tímido é o rei entre os peladeiros da localidade. “Ele é o cara, é famoso aqui nas favelas. As pedaladas de Beleza são as melhores. Além disso, chuta forte com as duas pernas. Sem falar que não cansa”, elogia o colega Vladimir Maciel.

Aos 20 anos, Beleza não tem mais tanta esperança em se tornar jogador profissional. Pai do pequeno Lucas Rian, de um ano, ele trabalha como artesão para tirar o sustento da família. Nada que impessa os seus shows particulares nos campinhos da área. “Hoje em dia não é mais como antigamente. Quando era mais novo, eu jogava de manhã, de tarde e à noite. Agora só praticamente nos fins de semana, mas sempre que posso bato uma bolinha”, afirma.

A concorrência entre os times da região é grande. Freqüentemente, Beleza é alvo de disputa nas peladas. O amigo Ricardo revela o assédio. “A turma vem direto buscar ele de carro para ir jogar por aí. Beleza sempre foi assim, desde pequeno ele arrebenta”. Algumas vezes, porém, a habilidade traz prejuízos ao craque. Os caneleiros de plantão costumam pegar pesado. “Teve uma vez que ele driblou tanto um cara ali no campo do 15, que acabou tomando uma cotovelada na cara. Ficou todo melado de sangue e quase desmaiado”, conta Ricardo.

Habilidade e faro de gols... Esse é o Júnior Beleza!Hoje em dia, Beleza joga por vários times da região. Na Ilha do Joaneiro, veste as camisas do Nacional, Santa Cecília, SPA, entre outros. Isso sem falar nas equipes das comunidades vizinhas. A fama de craque se espalhou. “Às vezes vem gente falar comigo que eu nem conheço”, diz ele. Mais um talento brotado do fértil solo que é o futebol brasileiro.

Perfil do craque
Nome: Ednaldo Lopes Júnior
Posição: meia-atacante
Pé:direito
Qualidades: habilidade e velocidade
Jogada favorita: pedalada
Com a bola no pé ele lembra: Messi
Altura: 1,64 m
Peso: 62 quilos
Idade: 20 anos
Ídolos: Romário e Ronaldo
Recado: “Gosto de botar pra cima. Meu negócio é driblar e fazer gol”
Estilo: Sossegado, humilde
Gol inesquecível: Um de bicicleta, na época em que ainda era mirim no futsal

Flamengo campeão pernambucano em 1915 e 2008?

Flamengo festeja a 4ª vitória sobre os pernambucanos no Brasileirão de 2008. Campeão pernambucano?O primeiro Campeonato Pernambucano da história foi disputado entre agosto e dezembro de 1915. Seis times participaram da competição. Entre os grandes do estado, apenas o Santa Cruz esteve presente. Sport e Náutico só participariam pela primeira vez no ano seguinte.

Após a primeira fase, Santa, Torre e Flamengo se classificaram para o supercampeonato. No final, o Sport Club Flamengo (alvinegro, e inspirado no Fla carioca) venceu de maneira invicta (4 vitórias, 2 empates e 1 WO).

No sábado, os torcedores do Flamengo voltaram a festejar no Recife. Mas dessa vez foi o rubro-negro carioca mesmo. A vitória por 2 x 0 sobre o Timbu (gols de Marcelinho Paraíba e Léo Moura) foi a 4ª do Mengão em 4 jogos contra Sport e Náutico neste Brasileirão. Foram 12 pontos, 100% de aproveitamento… É claro que os torcedores do Flamengo tiraram uma onda e gritaram “É campeão!” depois dessa seqüência.

Repetiram o feito do antigo Flamengo, depois de 93 anos.

Sport Club Flamengo, do RecifeFlamengo – 1915
Flamengo 2 x 1 CS Peres
Flamengo 2 x 0 Colligação
Santa Cruz 0 x 0 Flamengo
Flamengo 1 x 1 Torre
América 0 x W Flamengo
Flamengo 6 x 2 Santa Cruz
Flamengo 3 x 1 Torre

Clube de Regatas Flamengo, do Rio de JaneiroFlamengo – 2008
Sport 1 x 2 Flamengo
Flamengo 3 x 0 Náutico
Flamengo 2 x 1 Sport
Náutico 0 x 2 Flamengo

Crediário timbu

Léo Moura, do Fla, marcou um golaço de fora da área, que fechou a vitória por 2 x 0 nos Aflitos, no sábadoAntes do jogo contra o Ipatinga, no dia 6 de setembro, o técnico Roberto Fernandes se reuniu com o elenco alvirrubro e criou o “plano de metas” do Náutico, no qual o time teria que conseguir 6 ou 5 pontos a cada 3 jogos (2 vitórias ou 1 vitória e 2 empates). No primeiro bloco, sucesso. O time conseguiu 6, e logos nos dois primeiros jogos.

Assim, a derrota de virada para o Galo, em Belo Horizonte, pôde ser rapidamente contornada. Agora, porém, o Timbu virou “devedor” do seu próprio plano, pois somou apenas um ponto nas duas primeiras partidas, ambas nos Aflitos.

A última delas ocorreu no sábado, contra o Flamengo (0 x 2), quando o time esteve com o pé descalibrado, até mesmo em cobrança de pênalti (Felipe chutando para fora). Nem mesmo uma vitória sobre o São Paulo na próxima rodada (dia 9) adiantaria neste segundo bloco. E olhe que o Tricolor vem crescendo e ainda jogará no Morumbi.

Veja abaixo as metas do Náutico. A primeira parcela do carnê foi quitada. Já nessa segunda o time deverá entrar no SPC…

1º) bloco – Ipatinga (C), 3 pontos; Vasco (F), 3; e Atlético-MG (F), 0. – pago

2º) bloco – Palmeiras (C), 1; Flamengo (C), 0; e São Paulo (F) – dívida

3º) bloco – Sport (F), Portuguesa (C) e Internacional (F)

4º) bloco -Vitória (C), Coritiba (F) e Cruzeiro (C)

5º) bloco – Figueirense (F), Atlético-PR (C) e Santos (F)

20 anos do Direito Desportivo

Festa na Câmara dos Deputados, em 1988. Um ato que também mudou o esporteO falecido deputado federal Ulysses Guimarães promulgou há exatos 20 anos a atual Constituição Federal do Brasil – a 7 ª do país desde a sua independência. Trata-se da lei fundamental e suprema da nação. Naquela data, através do art. 217, também foi oficializada a Justiça Desportiva e o Direito Desportivo como ramo do Direito no Brasil.

A internauta gaúcha Iasmine Eidelwein, estudante de direito de 19 anos (e gremista), enviou para ao blog o histórico do direito desportivo no país. Confira a abaixo.

1.Conceito:

Direito Desportivo é o ramo do Direito que busca relacionar, estudar e  resolver os conflitos decorrentes do esporte em todas as suas modalidades. Sistematiza regras disciplinares e comportamentos esperados dos desportistas. Tem como base regras nacionais e internacionais.

2.História:

No Brasil, os primeiros passos do Direito Desportivo aconteceram em 1901, quando foi criada em São Paulo a Liga Paulista de Foot-Ball, a primeira associação de futebol do país. Posteriormente, em 1914 surgiu no cenário nacional a Federação Brasileira de Sports (FBS). Em 1941 entrou em vigor o Decreto-Lei n º 3199/41, onde foi estabelecida a criação do Conselho Nacional de Desportos (CND), órgão que tinha a competência para legislar sobre a matéria desportiva e julgar em grau recursal e final.

O livro supremo do BrasilPor conseqüência  da criação do CND, baixou-se a portaria 24/41 e a resolução 4/42, que determinavam a criação do Tribunal de Penas. Este tribunal era composto por 7 membros e era competente para julgar infrações cometidas por atletas, árbitros, clubes e dirigentes de clubes.

Três anos depois, foi elaborado o Código Brasileiro de Futebol, que passou a vigorar através da deliberação 48/45. O referido código normatizou e organizou os tribunais.

Ao CND foi  atribuído o poder judicante, ao STJD a jurisdição em todo o território nacional, ao TJD a jurisdição em seus respectivos territórios estaduais e nos Municípios as Juntas Disciplinares Desportivas. Depois, em 1962 o CND  aprovou o Código Brasileiro de Disciplina do Futebol e o Código Brasileiro de Justiça e Disciplina Desportiva.

No ano de 1988, na nova Constituição Federal, foi reconhecida no art 217 a Justiça Desportiva. O que efetivou a Justiça Desportiva e o Direito Desportivo como ramo de Direito no Brasil. A lei nº 9.615 (Lei Pelé), de 1998, instituiu normas gerais de Desporto, sendo que  mais tarde entrou em vigor a  lei 10.671 (Estatuto do Torcedor), de 2003, que vigora até os dias atuais.

Constituição de 1988, Capítulo 3, seção 3 (do Desporto):

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional;
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º – O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º – A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º – O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

Tirando onda

Kelly Slater, o maior surfista da história. Esse já 'tirou onda'...Milionário ele já é. Melhor do mundo também. Por isso, deve vir uma barbada por aí… Comenta-se que o surfista norte-americano Kelly Slater poderá ganhar até US$ 10 milhões da Quicksilver, a sua patrocinadora, caso conquiste o decacampeonato mundial em 2009. Nada mal, hein… Um prêmio de R$ 19,6 milhões para ele fazer o que sabe melhor: ser campeão.

Slater conquistou, na sexta, o seu 9º título no World Championship Tour (WCT), a elite do surfe mundial, ao ficar em 9º lugar na etapa de Billabong Pro Mundaka, na Espanha. “Nunca pensei nisso, nunca nem passou pela minha cabeça que poderia conseguir isso. É tudo muito louco!”, afirmou Slater, após o eneacampeonato.

Alguns recordes de Slater

Maior numero de títulos mundiais (9): 1992, 1994/1995/1996/1997/1998, 2005/2006 e 2008
Mais vitórias em etapas: 39
Campeão mundial mais jovem: 20 anos, em 1992
Campeão mundial mais velho: 36 anos, em 2008
Maior placar em baterias: 20 pontos com duas notas 10 na final do Tahiti, em 2005
Maior número de vitórias na mesma temporada: 7 etapas, em 1996

Você pode ver a lista completa das etapas conquistadas por Slater clicando AQUI.

Curiosidades

  • Começou a competir aos 6 anos de idade, em 1978, no Salick Brothers Surf Contest, e venceu.
  • Entre os títulos, Kelly Slater ganhou duas etapas brasileiras do WCT em sua carreira: Kaiser Summer Surf, em 1997, e o Nova Schin Festival, em 2003.
  • Já namorou Gisele Bundchen, Pamela Anderson e Cameron Diaz.
  • Participou da série de TV Baywatch (transmitida no Brasil nos anos 90 como “S.O.S. Malibu”), como o personagem Jimmy Slade.
  • Uma de suas paixões é tocar violão. Slater chegou a formar, nos anos 90, uma banda de surf music chamada The Surfers. Lançou o álbum “Songs form the Pipe“.
  • Foi produzido, em 2002, um video-game sobre o próprio surfista: Kelly Slater’s Pro Surf.
  • O 7º título mundial do surfista foi conquistado no Brasil, em 2005, durante a etapa de Ibituba, em Santa Catarina.

Mais novo e mais velho campeão.Ficha técnica

Nome completo: Robert Kelly Slater
Nascimento: 11 de fevereiro de 1972
Local: Cocoa Beach, Florida (EUA)
Altura: 1,75m
Peso: 72 quilos
Posição na prancha: regular (com o pé esquerdo)
Apelidos: Hell, Slats, K-Fin
Melhor onda: Pipeline, no Havaí, e Kirra, na Austrália
Manobras preferidas: aéreos e tubos
Hobby: música e golf

Post com a colaboração de Roberta Aureliano

Contra o embalo carioca

Geraldo, cercado por Ibson, em 2007. O mesmo duelo poderá acontecer neste sábado, no mesmo localAté hoje, o Náutico só venceu o Flamengo apenas três vezes em sua história. Todas elas em partidas válidas pela Série A. Todas disputadas no Recife. O último duelo foi em 2 de dezembro do ano passado, quando o Alvirrubro festejou a sua permanência na elite e ganhou por 1 x 0, gol de Sidny, na 38ª rodada da competição.

Naquele dia (foto ao lado), o jogo foi quase um amistoso. O Flamengo até lutava pelo vice-campeonato brasileiro (acabou em 3º), mas devido à rivalidade com o Vasco, os cariocas abriram mão do “vice”, marca registrada do rival cruz-maltino.

Empate sem gols no Robertão de 1968, nos Aflitos. Ainda no tempo do "Balança mas não cai"Neste sábado, às 18h20, nos Aflitos, a parada será bem diferente. De um lado, o Flamengo alimentando o sonho do pentacampeonato brasileiro. Do outro, um embalado Náutico, que começa a ter o mesmo espírito da reta final de 2007, quando acumulou vitórias importantes em casa e conseguiu escapar do rebaixamento.

O primeiro jogo válido por uma competição nacional entre os dois aconteceu há 40 anos, pelo extinto Robertão (foto ao lado). Empate por 0 x 0.

Náutico x Flamengo (geral) – 23 jogos
3 vitórias do Náutico
6 empates
14 vitórias do Flamengo

Bandeira do NáuticoPela Série A – 19 jogos
3 vitórias do Náutico
4 empates
12 vitórias do Flamengo

Bandeira do FlamengoNo Recife (geral) – 12 jogos
3 vitórias do Náutico
5 empates
4 vitórias do Flamengo

Jogos no Recife
02/12/2007 – Náutico 1 x 0 Flamengo – Série A (Aflitos)
20/03/1992 – Náutico 0 x 0 Flamengo – Série A (Aflitos)
16/10/1990 – Náutico 2 x 2 Flamengo – Copa do Brasil (Aflitos)
12/10/1990 – Náutico 0 x 0 Flamengo – Série A (Aflitos)
25/04/1984 – Náutico 2 x 1 Flamengo – Série A (Arruda)
24/01/1982 – Náutico 3 x 4 Flamengo – Série A (Arruda)
16/03/1980 – Náutico 2 x 2 Flamengo – Série A (Arruda)
19/09/1976 – Náutico 0 x 3 Flamengo – Série A (Arruda)
27/08/1975 – Náutico 1 x 0 Flamengo – Série A (Arruda)
28/11/1972 – Náutico 0 x 1 Flamengo – Série A (Arruda)
24/11/1968 – Náutico 0 x 0 Flamengo – Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Aflitos)
10/04/1946 – Náutico 0 x 4 Flamengo – Amistoso (Aflitos)

Fotos: Arquivo/DP

Sport e Flamengo, amigos por uma semana. Título de 1987 à parte…

Flamengo treina tranquilamente na Ilha do Retiro. Na arquibancada frontal, o título que motiva toda a discórdia. Foto: Jaqueline Maia/DP

Apesar da rivalidade sobre 1987, as diretorias de Sport e Flamengo até que se entendem bem fora de campo. No Recife, onde terá o Náutico como adversário pela Série A, o time carioca treinou, pasmem, na Ilha do Retiro. Foi o último preparativo do rubro-negro carioca, já na véspera da partida de sábado, nos Aflitos. O acordo foi costurado entre os dirigentes durante a semana. Os leoninos cederam o campo sem problema algum.

Durante o treinamento, o que não faltou foi provocação sobre o título brasileiro de 1987, ainda que num cenário mais amistoso. Dos dois lados, diga-se. O vice-presidente de comunicação do Sport, José Alves, chegou a conceder entrevista para o canal online Fla TV, exclusivo para os assinantes do urubu, defendendo a conquista pernambucana no Brasileirão daquele ano.

No final do treinamento realizado à tarde, porém, os dirigentes mostraram o que interessa mesmo atualmente. José Alves foi cumprimentar Getúlio Brasil, chefe da delegação do Flamengo, e deu logo o aviso:

“Eu quero uma vitória de vocês amanhã, nos Aflitos”.

Getúlio respondeu à altura:

“E eu quero vocês batendo no Vasco na quarta-feira aqui. Porque a gente quer ver o Vasco na segunda divisão”.

Obs. No site do Lance!, a reportagem sobre o treino diz que a torcida Fla-Recife foi vetada na Ilha pela diretoria do Sport. Uma notícia inverídica, pois as duas torcidas foram barradas em comum acordo. A própria diretoria do Flamengo tomou a iniciativa de não permitir a entrada dos seus torcedores, assim como os rubro-negros pernambucanos, que também não liberaram o acesso dos sócios. Com o claro objetivo de evitar qualquer tipo de confusão.

Colaboração da repórter Ana Paula Santos, do Diario de Pernambuco