Próxima parada… Estação Bangu

Copa do Brasil 2011: Náutico 6x0 Trem/AP. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Nos trilhos…

Se no primeiro jogo o Náutico perdeu não só o voo para a Amazônia como o Trem, nesta quinta-feira o time alvirrubro acelerou para recuperar o bonde.

Sem espaços para zebras, o líder do Campeonato Pernambucano de 2011 arrasou o time amapaense na Copa do Brasil e garantiu um carnaval bem humorado em Rosa e Silva.

Goleada, classificação e gozação sobre o rival.

No primeiro jogo, o campo ruim teria sido o maior adversário da equipe pernambucana.

Após a derrota no Ampá, o técnico timbu, Roberto Fernandes, destacou que a maior qualidade técnica da equipe seria o grande diferencial nos Aflitos. Dito e feito…

Com apenas 35 minutos de bola rolando, o Trem descarrilhou. Rapidamente, Bruno Meneghel, duas vezes, e Airton, um lateral-esquerdo goleado, abriram uma larga vantagem, diante de 11.073 torcedores.

Na etapa final, a goleada continuou sendo desenhada, com muita facilidade, através de Ricardo Xaiver, Kieza e Sacconi. Diante da fragilidade, o triunfo incontestável: 6 x 0.

Com combustível, o “bonde sem freio” do Náutico chegará ao Rio de Janeiro.

No embalo do funk carioca, até a estação Bangu, em 16  de março. O vagão vermelho e branco tem tudo para seguir nos trilhos Brasil afora.

Na Linha Copa do Brasil, tranquilidade na locomotiva.

Na Linha Pernambuco, muitas paradas até o luxo…

Copa do Brasil 2011: Náutico 6x0 Trem/AP. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Os traços da nova Ilha

Arena Palestra

Arena Palestra.

O futuro estádio do Palmeiras está em pleno desenvolvimento.

Capacidade para 45 mil lugares, 200 camarotes, dois anéis de arquibancada, cobertura completa e estrutura bem próxima ao campo (veja AQUI).

Esse modelo é o mais próximo que existe da futura Ilha do Retiro, segundo o presidente do Sport, Gustavo Dubeux, em entrevista ao blog.

Por causa de cláusulas de confidencialidade assinadas com as duas empresas interessadas, o design da nova casa rubro-negra ainda não pode ser divulgado.

“O que eu posso dizer é que o estádio não tem muita diferença do padrão atual das arenas que vêm sendo construídas no mundo. É bem parecida com a do Palmeiras. O torcedor pode ficar tranquilo que será um estádio bonito”.

Vale dizer que o projeto do Palmeiras foi inspirado no estádio abaixo, o José Alvalade, do Sporting de Portugal. Foi inaugurado em 6 agosto de 2003.

Algo em comum entre as duas arenas: ambas foram criadas pelo arquiteto português Tomás Taveira, de 73 anos. Coincidência?

Estádio José Alvalade, do Sporting, em Lisboa. Foto: Sporting/divulgação

Demolição

Copa do Brasil de 2011: Sport 2 x 2 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Vexame.

O Sport está eliminado da Copa do Brasil de 2011.

Na primeira fase…

Para quem esperava repetir o topo de três temporadas atrás, o Leão sequer ficou entre os 32 melhores da competição… Há 11 anos não era despachado tão cedo.

Em plena Ilha do Retiro, o Rubro-negro ficou no empate em 2 x 2 com o Sampaio Corrêa e perdeu o seu único momento de elite nacional nesta temporada.

Após o jogo sem gols na ida,  a “Bolívia Querida” – garantido na Série D – veio armada para os contragolpes. Tática óbvia de uma equipe de qualidade técnica mais baixa.

Mas que não abriu mão de investir contra a meta de Magrão. Não mesmo…

Tanto fez que abriu o placar aos 20 minutos, numa finalização fulminante de Robinho.

O lance marcou a primeira das muitas falhas de Astorga na partida. Que atuação fraca, preocupante para o restante da temporada.

Sem tempo de bola, eficiência nos desarmes ou até mesmo o básico: atenção.

Para completar, Igor deu sequência a uma duradoura fase ruim.

Os dois lados da defesa tiraram Magrão do sério. Inseguro com a retaguarda do time, o camisa 1 chegou a sair de forma afobada do gol e foi expulso. Cena raríssima na Ilha.

Neste momento, a partida já estava empatada. Mesmo com a pressão do Sampaio, com duas bolas na trave, eis que Tadeu virou o jogo.

Seria o alívio do time mais tradicional, correto? Durou apenas 4 minutos. Em uma falha de posicionamento incrível da defesa, Roni recebeu livre na área e finalizou.

Era o segundo gol do time maranhense, diante apenas cinco torcedores no Recife, mas com outros tantos vibrando em São Luís, com transmissão ao vivo na TV.

Aos berros, Hélio dos Anjos tentava empurrar o time para o ataque.

Lá na frente, no finzinho, Ciro teve a bola do jogo.

Em má fase técnica, o atacante desperdiçou mais uma oportunidade clara, demolindo a Ilha aos poucos… Bem antes de dezembro.

Copa do Brasil de 2011: Sport 2 x 2 Sampaio Corrêa. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Um parto na Ilha

Ilha do Retiro

Nove meses.

Nada mais…

Torcedor rubro-negro, aproveite ao máximo a sua Ilha do Retiro.

O estádio inaugurado em 4 de julho de 1937 está com os dias contados.

Vai virar pó.

As sociais, a geral da Jovem, a arquibancada frontal, as cadeiras, os camarotes, os assentos especiais nas curvas. Tudo.

Aquele dia jamais imaginado no Sport está marcado. Será em dezembro deste ano.

O saudosismo será grande. Do tamanho da história vivida ali.

Em todos os tipos de grama existentes por lá pisaram Ademir Menezes, Vavá, Manga, Rildo, Traçaia, Betancourt, Dadá Maravilha, Roberto Coração de Leão, Betão, Ribamar, Juninho Pernambucano, Chiquinho, Leonardo, Durval, Magrão…

Muito antes do distintivo do Sport possuir estrelas, o time já suava na Ilha do Retiro, tão diferente a cada década. Um produto de sete ampliações.

A “Arena Pernambuco” de 1950… Com traços bem mais modestos.

Mas, ainda assim, a Ilha de todos os rubro-negros. Jamais, uma ilha deserta.

Pois o seu fim tornou-se inevitável numa nova era de modernização (veja AQUI).

A gestão atual mirou o futuro e lançou de forma efetiva a sua arena. Por enquanto, mais uma de papel. Ao contrário das outras, porém, chegou com prazo para demolição.

Também veio o cronograma de construção, claro. Serão dois anos de uma ansiedade jamais vista, numa demanda de R$ 400 milhões.

Quantos não pagariam o dobro para que isso não acontecesse? Para que o palco de tantas emoções continuasse intacto, tombado. Uma casa de alegrias e tristezas.

De momentos únicos, que literalmente não voltarão.

Mas para o estádio de 45 mil lugares virar realidade, ainda falta muito. Falta tudo. Como, por exemplo, decidir qual será o projeto, da Plurisports ou Lusoarenas.

Antes de tudo, faltam nove meses… Para nascer um novo Sport.

A manchete

Diario de Pernambuco: 22/02/2011Há exatamente uma semana, o Diario de Pernambuco estampava em sua manchete: “Justiça não aceitará divisão de título”. Ousadia em um assunto tão polêmico, marcado por meandros judiciais há mais de duas décadas.

Porém, havia o embasamento para a produção da reportagem.

Nada menos que a opinião dos juízes federais que atuaram no caso sobre o Brasileiro de 1987 (veja AQUI).

Agora, em 1º de março, a mesma Justiça Federal acaba de deferir o pedido de anulação leonino para a resolução nº 02/2011 da presidência da CBF, que dividiu o título nacional entre Sport e Flamengo.

É claro que este não será o último capítulo desta polêmica do futebol, onipresente no blog.

Assim como aquela ação administrativa tomada pela CBF, na surdina, também não havia sido desfecho.

Passar por cima da Justiça? Tem limite…

A ação cautelar de interpelação judicial é preparatória. O 1º  passo para provocar a anulação da ação da CBF, mas o Leão precisa entrar com outra ação.

LP da primeira estrela dourada

Capa do LP do Sport campeão brasilerio de 1987

Atualmente, as conquistas no futebol são eternizadas com a produção de DVDs.

Títulos internacionais, nacionais e até estaduais. Mas a mania não é nova.

No passado, o jeito era o saudoso LP (long play). Discos enormes, com lado A e lado B.

Acima, a histórica capa celebrando o título brasileiro do Sport em 1987 e a conquista do Estadual no ano seguinte. O LP conta com quatro músicas do clube alusivas à competição nacional, além de narrações de gols da campanha no Brasileirão, com Roberto Queiroz, Ivan Lima, Helimar Santiago e Jaime Cisneiros.

Na contracapa, o recado de Homero Lacerda:

“Este é um registro muito importante na vida do nosso glorioso Sport Club do Recife. Guarde-o com carinho e orgulho. Você vai ter em sua casa, para ouvir com os seus familiares e amigos, parte da nossa história de lutas e vitórias. E futuramente, os seus filhos, netos e bisnetos reviverão estes dois anos de glórias. Pelo Sport Tudo!”

Para que esse discurso do ex-presidente seja verdade, é preciso converter em MP3…

Uma liga com critérios

Filme: De volta para o futuro

Liga de futebol.

O mais perto que o Brasil chegou disso foi em 1987, quando os critérios técnicos adotados pelo recém-criado Clube dos 13 colocaram em xeque para sempre aquele ano.

Para se ter uma ideia do que representaria aquela ação, basta dizer que a Premier League da Inglaterra, a mais rica do mundo, só foi criada cinco anos depois…

Negociações em bloco, captação de recursos, organização profissional, agilidade em reformas… Tudo para transformar o esporte (futebol) em entretenimento.

Agora, com o racha C-13/CBF/Globo/etc, o tema voltou com força. Como “solução”.

É impressionante a quantidade de gente que apura nos bastidores a criação desta liga já para 2012, mas que é incapaz de sequer questionar a sua validade…

Partindo de uma premissa: critérios técnicos. Difere de receita, torcida… Vale o campo!

Na composição da sua “Copa União” em 1987, o Clube dos 13 tentou enxugar uma competição de 48 clubes no ano anterior para apenas 16 competidores.

Entre eles não estavam, por exemplo, o Guarani, vice-campeão de 1986, e o América/RJ, semifinalista. Sabemos o desfecho deste episódio…

Então, vale o questionamento sobre o direito adquirido. Está no Estatuto do Torcedor.

Capítulo III (Regulamento da competição), artigo 10. Confira AQUI.

Liga com 16, 18, 20 clubes… Ok. Mas é a ferramenta de acessos e descenso em 2011?

Nesta temporada, vão cair quatro para a Segundona e de lá subirão outros quatro.

Se a tal liga tão citada nos bastidores surgir, ela passará por cima disso?

Se for, é melhor avisar logo aos 20 times da Série B, pois um campeonato nacional sem possibilidade de acesso à elite não demanda investimento algum. Neste ponto, Sport e Náutico estão entre as maiores folhas, diga-se, com R$ 1,2 milhão e R$ 800 mil.

O choque de informações chega a apontar uma competição com vagas por mercado, indicando, inclusive, uma “vaga” para Pernambuco. Ainda que ninguém suba.

Não faz sentido. Creio que torcedor algum quer seu clube entrando pela “janela”.

A favor da liga, mas desde que sejam respeitados todos os critérios de classificação.

Caso contrário, seja bem-vindo “1987”…

“Rubro-negro não bebe Coca-Cola”

Folha de S.Paulo de 20/11/1987, com o Sport proibindo a venda de Coca-Cola na Ilha

A frase do título do post é emblemática na história do Sport.

Foi dita pelo então presidente Homero Lacerda em 19 de novembro de 1987. A notícia repercutiu nacionalmente. A página acima faz parte do acervo da Folha de S.Paulo.

Como apareceu no blog? Simples: a torcida do Leão está cada vez mais engajada em documentar todos os fatos do Brasileirão de 1987. Crédito para Mayvon Alves.

Sport patrocinado pela Coca-Cola em 1994Acredite… Sport versus Coca-Cola (veja AQUI).

O motivo da insatisfação rubro-negra foi o patrocínio da marca ao Santa Cruz e também a quase todos os clubes do Módulo Verde do Campeonato Brasileiro.

A medida, surreal, foi vetar a venda na Ilha e autorizar a apenas a rival, a Pepsi.

Segundo o Sport, eram cerca de 50 mil garrafas de refrigerante consumidas por mês nas dependências do clube. A torcida encampou a ideia do dirigente.

A diretoria do Sport só fez as pazes com a cúpula pernambucana da Coca-Cola em 1994, quando a empresa se tornou a patrocinadora master do clube. O tempo foi passando…

Agora, a gigante dos refrigerantes é o nome oficial do Campeonato Pernambucano de 2011, através de um contrato de naming rights.

Polêmico ou não, o Nacional daquele ano é uma grande fonte de histórias curiosas.

Onde o dinheiro (não) circula no futebol

Dinheiro no futebol brasileiro entre 2006 e 2009

O ano de 2006 foi o primeiro no Brasil em que a receita dos clubes com origem das verbas de televisão se tornou a maior fatia do orçamento no futebol.

Com 29%, a verba chegou a R$ 987 milhões, somando todas as cotas de todos os times. Um dado que deixa claro o quanto o futebol atual é dependente das cifras da TV.

Acima, um gráfico com a evolução com as seis formas de receitas dos times do país. O estudo foi produzido pela consultoria Parker Randall.

A empresa realiza a pesquisa desde 2003, quase nunca com a colaboração de Pernambuco. Durante todo esse tempo, os times locais só cederam os seus dados de faturamento uma vez, com o Náutico, em 2007.

Qual é o grande mistério para manter a receita no Recife guardada a sete chaves?

Confira a reportagem completa, assinada por Lucas Fitipaldi, clicando AQUI.