Somando o primeiro turno das Séries A e B de 2015, foram realizadas 380 partidas. Com a primeira metade do Campeonato Brasileiro, o balanço do 45 minutos focou os pernambucanos. A gravação foi longa, com 2h22, metade para cada competição – edições 161 e 162. Começamos pela Segundona, com a análise das campanhas de Náutico e Santa, além da projeção para o returno, a partir do rendimento de cada um. Mesmo quatro pontos atrás do Timbu, os tricolores teriam mais gás? Respondemos, sem ficar em cima do muro.
Após uma breve pausa, o “rec” começou na elite, com o Sport engatando uma série de empates e terminando a 19ª rodada em sua pior colocação até aqui 7º lugar). Previsibilidade tática, desgaste ou tabela pesada? A pressão vem no início do segundo turno, com a chance de recuperação (e a definição sobre o objetivo no campeonato). Nos dois programas, também comentamos sobre os principais adversários, com previsões de G4 e Z4.
Nos dois podcasts, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Em um determinado momento na tarde de domingo, no encerramento do primeiro turno do Brasileirão, a diferença entre Sport e Corinthians chegou a ser de quatro pontos. Um vencia e outro perdia. No fim, o Leão cedeu o empate à Ponte Preta e o Timão virou o jogo contra o Avaí. Com isso, o time da Ilha fechou o turno nove pontos atrás da liderança paulista, uma diferença improvável de ser tirada. Sobre o G4, o Rubro-negro fez parte do seleto grupo durante 14 rodadas, mas nas últimas semanas a falta de vitórias derrubou o clube na tabela. Tanto que a posição na 19ª rodada foi justamente a sua pior até aqui, em 7º lugar. Mas ainda assim está a apenas dois pontos do G4. Aí, sim, uma briga real.
Sobre o returno, vale projetar as pontuações necessárias para ir à Libertadores. O percentual atual do 4º colocado, o Flu, é de 57%. Na Série A com 20 clubes (38 rodadas), o rendimento “mínimo” para a vaga varia de 53% a 60%. Desde 2006, quando iniciou o formato vigente, essa média de pontos é de 63,5, com 55%. A partir deste índice, arredondando para cima (até 64), o Sport precisaria melhorar o seu rendimento, somando mais 33 pontos (57% no returno). Na segunda metade da competição, o Leão terá nove jogos em casa e dez fora.
Confira a classificação do primeiro turno de 2006 a 2014 clicando aqui.
A campanha do 4º lugar após 38 rodadas
2014 – 69 pontos (60,5%), Corinthians
2013 – 61 pontos (53,5%), Botafogo
2012 – 66 pontos (57,8%), São Paulo
2011 – 61 pontos (53,5%), Flamengo
2010 – 63 pontos (55,2%), Grêmio
2009 – 62 pontos (54,3%), Cruzeiro
2008 – 65 pontos (57,0%), Palmeiras
2007 – 61 pontos (53,5%), Fluminense
2006 – 64 pontos (56,1%), Santos*
* O Paraná, o 5º lugar (60 pts), conseguiu a vaga na Libertadores porque o Inter, campeão continental daquela temporada, foi o vice-campeão brasileiro.
A 20ª rodada do representante pernambucano
22/08 (21h00) – Figueirense x Sport (Orlando Scarpelli)
Histórico em Floripa pela elite: 2 vitórias leoninas, 2 empates e 2 derrotas.
O Sport encerrou o 1º turno da Série A mantendo a regularidade: empatando. Foram 10 em 19 apresentações, fazendo com o que time ocupasse hoje a sua pior colocação até aqui, o 7º lugar. Mais uma vez, deixou a vitória escapar no finzinho. Tudo bem que contra a Ponte, no retorno à Ilha, o gol de Borges não saiu nos descontos (ocorreu aos 36 minutos), mas o tento parecia desenhado durante todo o segundo tempo. O contexto do 1 x 1 foi bem conhecido levando em conta essa campanha leonina, com o time de Eduardo Batista dominando o primeiro tempo, abrindo o placar e perdendo a chance de definir logo a peleja – aliás, só conseguiu fazer isso contra o Inter, com três gols em 45 minutos.
Diego Souza marcou após boa troca de passes e a intensidade continuou enquanto ainda havia sol. Aos poucos, veio a noite e a deficiência (técnica) na direita apareceu. Era um setor com os suplentes Ferruguem e Elber nas vagas de Samuel Xavier (suspenso) e Maikon Leite (ainda poupado). E na etapa final a Macaca usou bastante as laterais, aproveitando as bolas perdidas pelos leoninos em ataques pouco inspirados. O foco era sempre o experiente Borges. A defesa afastou várias bolas, mas em uma delas, após vacilo de Régis lá na frente, o contragolpe, nas costas de Ferrugem, terminou em gol do centroavante.
Àquela altura, André havia perdido um gol incrível (a Ponte também, sendo justo). Com o Brocador acionado na reta final, esperava-se ao menos uma bola para o artilheiro desempatar, mas nos descontos as duas chances foram para Neto Moura, que entrou perdido no jogo. Pelo empate (mais um), pela atuação (ruim), pela queda na tabela, a vaia na Ilha do Retiro foi digna.
A Conmebol publicou em seu site a relação oficial de jogadores inscritos pelo Sport para a Copa Sul-americana de 2015. Cada clube pode inscrever até 30 atletas no torneio internacional. E o Leão larga com os 30 nomes inscritos, sem nenhuma grande surpresa na lista. Uma curiosidade no torneio internacional está na numeração, sem espaço para qualquer número marketeiro. Nada de Diego Souza 87 ou André 90, por exemplo.
O regulamento da Sula adota numeração fixa de 1 a 30. No caso, os dois rubro-negros citados vão vestir as camisas 30 e 28. Outros jogadores seguem com seus números clássicos, como Magrão (1) e Durval (4) e Brocador (9).
A numeração será exclusiva no torneio, a princípio em agosto, nos dias 19 em Salvador e 26 no Recife, contra o Bahia. Dá pra ir mais longe…?
A derrota do Sport contra o Corinthians, em São Paulo, deixou o Leão a um ponto do G4, em 6º lugar. Em relação à rodada anterior, perdeu uma posição e aumentou a diferença em um ponto. Mas, acredite, poderia ter sido bem pior, pois os concorrentes Fluminense, Atlético-PR e Palmeiras perderam. Já o vencedor da partida em Itaquera, o Timão, acabou alcançando a liderança do Brasileirão, ajudado pela surpreendente derrota do Galo para o ascendente Grêmio, em pleno Mineirão.
Com 18 jogos, todos os vinte participantes fizeram nove partidas como mandante e nove como visitante, dando um cenário bem “justa” à classificação. A uma rodada do fim do primeiro turno, a liderança será disputada apenas entre Corinthians e Atlético Mineiro. Já a briga para entrar na zona de classificação à Libertadores vai até o Verdão, o 8º colocado. O equilíbrio se mantém.
A 19ª rodada do representante pernambucano
16/08 (16h00) – Sport x Ponte Preta (Ilha do Retiro)
Histórico em Sampa pela elite: 3 jogos e 3 vitórias do Sport.
O acesso dos torcedores com deficiência física aos estádios do Recife sempre foi complicado. Aos usuários de cadeiras de rodas, o perrengue para assistir ao futebol local já começa na compra de ingressos em bilheterias arcaicas, segue no caminho até a catraca, com pisos desnivelados, e termina nos setores reservados, quase sempre à beira do campo, num espaço descoberto. Exceção feita à Arena Pernambuco, de acordo com o caderno de encargos mais recente da Fifa, ainda falta bastante, ainda que algumas reformas sejam recentes. Confira os setores de cada estádio e as respectivas restrições de confronto.
Aflitos
O estádio do Náutico têm três áreas para pessoas com necessidades especiais, duas dos gols e uma na arquibancada frontal. Apesar do espaço amplo, não há cadeiras para os acompanhantes. Apesar de o estádio timbu ter ficado praticamente em desuso desde 2013, os setores se mantêm para jogos menores (América, Sub 20, feminino etc).
Arena Pernambuco
Sem surpresa, o palco em São Lourenço é o de melhor estrutura neste contexto, com seis espaços reservados no estádio, todos cobertos, com ótima visão (no último degrau da arquibancada inferior) e assentos para os acompanhantes. Além disso, os banheiros também são adaptados, além do acesso no estádio, com corrimão e rampas especiais.
Arruda
O estádio do Santa Cruz foi o último a construir um espaço especial para os deficientes físicos. Até julho de 2014, esses torcedores ficavam no primeiro degrau das sociais, de forma improvisada. Foi então que a comissão patrimonial do Tricolor construiu uma plataforma com 22 metros de comprimento, coberta, entre as sociais e o fosso. Mais. O sócio com deficiência física tem acesso gratuito aos jogos, além da garantia da meia entrada ao acompanhante, numa grata medida do clube.
Ilha do Retiro
No Adelmar da Costa Carvalho, durante anos funcionou apenas um espaço para cadeirantes, no primeiro degrau da arquibancada frontal, um setor liberado apenas para a torcida mandante – e que, de maneira irresponsável, também costuma ser ocupado por torcedores sem necessidades especiais. Em agosto de 2015, o Sport reformou as sociais, no lado oposto do estádio, trocando o velho alambrado de ferro por um de vidro e construindo um setor para sócios cadeirantes.
Com os jogos na terça e na quarta, a gravação do 45 minutos começou no início da madrugada de quinta-feira, após Corinthians 4 x 3 Sport, que foi o tema principal desta edição. O pênalti marcado contra o Leão, no finzinho, teve destaque, claro. Na sequência, o empate do Náutico na Fonte Nova, evitando o “X” dos tricolores e dando fôlego ao elenco de Lisca, que ainda carece de reforços. Por último, a segunda vitória do Santa Cruz com a assinatura de Grafite. Analisamos a projeção de G4 a partir da curva ascendente.
Ah, o tira-teima desta vez foi sobre a luta entre Luciano Todo Duro e Reginaldo Holyfield. O que você achou da realização do embate entre os veteranos?
Neste podcast, de 1h37, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Antes do início da 18ª rodada, o Corinthians tinha 21 gols marcados. Dois pontos atrás do líder Galo, com 32 gols. O poder ofensivo do time paulista sofria críticas apesar do sistema tático competitivo de Tite, com a melhor defesa até então (10 tentos). Em Itaquera, contra o Sport, tudo se inverteu. A zaga não ajudou, sendo vazada três vezes, algo raro. Ainda mais raro foi o desempenho lá na frente, com quatro gols, garantindo o 4 x 3 e a liderança provisória. Ao Rubro-negro, ficou a frustração, uma vez que o time teve uma reação impressionante.
Após o gol contra de Samuel Xavier aos 14 do segundo tempo – o terceiro dos leoninos na Série A, sendo o time que mais cometeu essa besteira -, a equipe se entregou. Com 3 x 1 para o Timão à aquela altura, ocorreram jogadas sem verticalização, muitas falhas de posicionamento e nenhum chute. Não parecia o Sport visto em boa parte do Brasileirão. Até que Eduardo Batista foi para o tudo ou nada, colocando Hernane Brocador e Régis nas vagas de André (que já deixara o dele) e Elber (pouco instigado). No primeiro toque na bola o Broca diminuiu, num belo gol por cobertura. No segunda finalização, aos 31, empatou, escorando um cruzamento rasteiro. Mostrou o esperado faro de gol.
Com a igualdade no placar somada à derrota do Flu em Porto Alegre, o Leão dormiria no G4. Uma reação pontual, que acordou o time. Até que, aos 39 minutos, o árbitro paulista Luis Flávio de Oliveira marcou pênalti de Rithely, que cortou um cruzamento com o braço direito, totalmente aberto. Por mais que não tenha sido intencional, não há como negar que o volante se expôs no lance, duvidoso. Jadson cobrou bem e definiu a vitória alvinegra. Ao Leão, que perdeu apenas a 2ª partida em 18 apresentações, resta retomar o equilíbrio entre ataque e defesa contra a Ponte Preta, na Ilha, encerrando o turno.
Mensurando a pesquisa aos dados oficiais sobre a população do Brasil na época, segundo o IBGE, vamos às estimativas absolutas, que apontam um montante considerável para o futebol pernambucano. Somadas, as torcidas de Sport, Santa e Náutico representam 6.191.807 pessoas. O Leão da Ilha, aliás, aparece na liderança entre os nordestinos, onde costuma se revezar com o Bahia, e em 11º lugar nacional, repetindo a sua melhor posição, até então alcançada uma vez, em 2010, num estudo do Ibope (veja aqui).
Um claro diferencial nesta análise do Paraná é a presença de duas casas decimais nos percentuais de cada clube citado. Ibope e Pluri Consultoria, por exemplo, adotam apenas uma casa decimal. E há quem não use “vírgula” alguma. As pesquisas do Datafolha apresentam dados arredondados, para cima ou para baixo, por entender que os decimais poderiam causar uma “impressão falha de precisão”. Entre outros motivos (geográfico e histórico), a diferença nas torcidas em relação às demais pesquisas nacionais, inclusive as mais recentes, também se deve à margem de erro, neste caso de 1%.
Paraná Pesquisas / Brasil 2013
Período: julho a dezembro de 2013
Público: 7.302 (258 municípios)
Margem de erro: 1,0%
População estimada (IBGE/2013): 201.032.714