O empate sem gols com o Cruzeiro manteve o Sport no G4, mas a torcida, apesar dos aplausos no apito final, saiu da Arena Pernambuco consciente de ter visto a pior apresentação do time como mandante neste Brasileirão. A opinião não passa só pelo fato de ter sido o primeiro jogo no Recife sem um golzinho sequer do Leão, mas pela postura desordenada. Ofensivamente, havia a preocupação com o encaixe tático entre Diego Souza e Régis, o que ocorreu, com o primeiro sem passes com tanta profundidade e o segundo cedendo espaço demais ao adversário.
No jogo inteiro, o goleiro Fábio fez apenas uma defesa, numa cabeçada de Marlone. Fora isso, apenas pressão territorial, sem finalizações – e excesso de preciosismo, com cinco toques de calcanhar nos primeiros 14 minutos. É verdade que Hernane fez a sua estreia, após três meses (e prendeu bem a bola), mas a esta altura, na etapa complementar, já não havia articulação. Sem surpresa, o Brocador entrou no lugar de Régis. Mas logo depois, pelo desgaste, Diego Souza também saiu. Marlone seria a peça mais indicada, mas não houve uma aproximação, com o jogador (talvez de forma inconsciente) guardando a sua posição original.
Do outro lado, o bicampeão brasileiro, que começou com três volantes, foi se soltando. Da distribuição totalmente retraída na frente da área, passou a marcar a saída de bola do Sport, no segundo tempo. Aos poucos, Vanderlei Luxemburgo foi gostando do jogo. Acionou Arrascaeta, Leandro Damião e Marquinhos, dando outra cara. E as oportunidades apareceram. Danilo Fernandes, em grande fase, salvou duas vezes. Outros dois cruzamentos passaram com muito perigo. Talvez por tudo isso, a torcida pernambucana tenha se contentado com o 0 x 0. Pela má atuação, o pontinho acabou não sendo mau negócio.
O caminho até a Arena Pernambuco é um recorrente problema para os torcedores. Para quem vai de carro (o modal corresponde, atualmente, à maioria do público), os trajetos mais conhecidos são através da rodovia BR-408, após o entrocamento com a BR-232, e via Radial da Copa.
No entanto, existem caminhos alternativos do Recife até o estádio em São Lourenço. O repórter Emanuel Leite Júnior, do Diario de Pernambuco, destrinchou algumas opções, como UR-7/Cosme e Damião e o atalho do Parqtel (ida e volta). Com vídeos e dicas de acesso, o mapa interativo é um bom recurso para o torcedor fugir dos engarrafamentos nos jogos.
Inicialmente, o estacionamento comportava 4.700 veículos. Com a demanda crescente, com públicos acima de 30 mil espectadores, a administração ampliou o espaço para 5.100, sem contar os estacionamentos vicinais. No país, o empreendimento só está atrás da Arena do Grêmio, com 5.300 vagas.
Vale lembrar que esse cenário é uma espécie de plano B para o estádio local, que nos primórdios previa o uso pleno do sistema metroviário, com o transporte de 15 a 20 mil pessoas pelos trilhos, chegando a 50% do público presente.
A 15ª rodada Série B foi a pauta principal do 45 minutos. Começamos com a grande vitória do Santa sobre o Bahia, no Arruda. Diminuindo a distância ao G4 para 5 pontos, o Tricolor já surge como mais um candidato ao acesso. Em seguida, o revés do Náutico em Curitiba, piorando o já baixo aproveitamento como visitante (23%). Qual é o motivo de uma postura tão distinta em relação à arena, onde tem 91%? No Sport, o tema foi o recorrente assédio ao elenco, com André, Renê e Rithely especulados no exterior. A janela de saída vai até 31 de agosto. O Leão conseguirá se segurar? Para completar o programa, o tira-teima, as indicações de músicas e programas e as promoções especiais.
Neste podcast de 1h32m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
O contato dos jogadores de futebol com o público em geral, partidas à parte, costuma acontecer nas entrevistas coletivas ou em produções especiais, dos clubes, patrocinadores ou da própria imprensa. Por parte dos próprios atletas, as redes sociais ganharam força como um canal direto, sobretudo o Instagram, com o compartilhamento de fotos e textos curtos. No Brasil, Neymar é o maior exemplo, com 28 milhões de seguidores. Uma foto do craque, sobre qualquer assunto, rapidamente ultrapassa a marca de 100 mil curtidas. No Recife, os jogadores têm usado o insta para celebrar as vitórias nos gramados, através de selfies exclusivas nos vestiários – local onde, de fato, apenas os elencos podem registrar qualquer momento, como preleções, reuniões e festejos.
Em 2015, alguns exemplos de vitórias, como Renatinho postando uma imagem do vestiário tricolor instantes após o jogo de ida da semifinal do Estadual. A foto, contudo, foi tirada pelo goleiro Bruno, bem mais alto (1,57m x 1,95m). No Brasileiro, mais duas selfies locais, ambas na Arena Pernambuco. No Leão, Diego Souza comandou a festa, com quase todo mundo sorrindo (menos Durval, obviamente). No Timbu, o meia Pedro Carmona usou um “pau de selfie” para enquadrar o maior número possível de jogadores.
18/04 – Santa Cruz 4 x 0 Central (Pernambucano, Arruda)
19/07 – Sport 2 x 0 São Paulo (Série A, Arena Pernambuco)
O Twitter tem 284 milhões de usuários cadastrados no mundo, dos quais 24 milhões nunca tuitaram, retuitaram ou curtiram qualquer mensagem na rede social, segundo a própria empresa, em documento enviado ao governo norte-americano. O reflexo disso, considerando as contas “fakes” (tratadas como inativas), se estende ao futebol, que tem no microblog um dos mais populares canais de comunicação. O site Twitter Audit, como o nome deixa claro, se propõe a fazer uma auditoria nos perfis. O blog levantou os rankings brasileiro, nordestino e pernambucano de clubes, com os dados absolutos e os números auditados, com o percentual ativos variando de 28% (Flamengo) a 87% (Íbis).
No Recife, o Sport teria 544 mil usuários fakes. Uma quantidade enorme, mas que, proporcionalmente, está na média dos demais times acima de 500 mil seguidores oficiais. Já o Santa foi o time local que apresentou o maior percentual de torcedores reais (44%), mas insuficiente para ultrapassar o Náutico.
No ar desde 2012, o site criado pelos canadenses David Caplan e David Gross tem a seguinte justificativa para avaliar usuários ativos e inativos: “Cada auditoria ocorre com uma amostra aleatória de 5 mil seguidores por usuário, determinando uma pontuação a cada seguidor. O score é baseado no número de tweets, data do último tweet e relação entre seguidores e amigos. A pontuação é usada para determinar se um usuário é real ou falso. Claro, este método de pontuação não é perfeito, mas é uma boa maneira de dizer se alguém com muitos seguidores cresceu de forma inorgânica ou desonesta”.
Abaixo, as duas listas (reais e absolutas), com a análise em 27 de julho de 2015.
Obs. Entre todas as contas consultadas, apenas uma está defasada na auditoria. O último levantamento feito no Corinthians ocorreu há um ano.
Ranking de seguidores reais no Twitter (ativos)
Top 5 // Pernambuco
1º) Sport (336.332) – 38%
2º) Náutico (21.670) – 40%
3º) Santa Cruz (16.620) – 44%
4º) Íbis (8.764) – 87%
5º) Salgueiro (3.129) – 84%
Os três grandes clubes pernambucanos atuaram no sábado. No domingo, com a rodada consolidada na Série A, ocorreu a 155ª edição do 45 minutos. Antes de analisar as partidas, tivemos o Tira-Teima entre os goleiros Danilo Fernandes e Magrão. Qual será a escolha de Eduardo Batista após o retorno do antigo camisa 1? Em seguida, a visão de cada integrante sobre o empate do Sport em Porto Alegre. Seguimos com Náutico 2 x 1Vitória (jogou bem ou não?). Por fim, o empate do Santa em Criciúma e a projeção para o clássico contra o Bahia.
Confira o infográfico com as principais atrações do programa aqui.
Neste podcast de 1h34m, estou ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!
Em uma partida complicada, com histórico bem desfavorável, o Sport o empatou com o Grêmio em Porto Alegre. O pontinho conquistado no Sul, no sábado, teve uma importância imensa. Segurou o tricolor gaúcho e ainda manteve o Leão no G4, pela 13ª vez em 15 rodadas. Isso porque no domingo, cedinho, o Fluminense foi derrotado pela Chapecoense, em Santa Catarina. O time catarinense, aliás, já soma o mesmo número de vitórias do Sport, numa campanha também destacada.
No desfecho da rodada, à noite, em São Januário, o Palmeiras goleou o Vasco, entrou no G4, tirando o Sport da 3ª colocação e mostrou que vai por mais. O Verdão é um sério candidato ao título brasileiro de 2015 – o que seria o tri do técnico Marcelo Oliveira.
A 16ª rodada do representante pernambucano
02/08 (18h30) – Sport x Cruzeiro (Arena Pernambuco)
Histórico no Recife pela elite: 7 vitórias leoninas, 6 empates e 5 derrotas.
A cerveja está proibida no futebol pernambucano desde 24 de março de 2009, através de uma lei estadual visando combater a violência nos estádios. Quando o decreto de nº 932/2009 foi oficializado pelo governador Eduardo Campos, a cerva era vendida em copos plásticos. Os torcedores já não podiam ficar sequer com as latas. E quando começou esse costume? Há exatamente 40 anos, em 26 de julho de 1975, quando o delegado de costumes, Lamartine Corrêa, proibiu a venda de “vasilhames de vidro” nos estádios de Pernambuco.
Acredite, até ali os torcedores ficavam com as garrafas de cerveja (600ml) e refrigerante (290ml) nas arquibancadas. A decisão foi tomada para “assegurar a integridade física dos frequentadores dos campos”, a partir do Brasileirão, com Santa Cruz (4º lugar), Sport (11º) e Náutico (13º). No ofício encaminhado à FPF, então presidida por Rubem Moreira, a venda de latas seguia liberada, mas com os gasoseiros instruídos a servir as bebidas em copos plásticos. Foi o primeiro passo para o cenário atual, no qual o copo é a única opção.
A determinação, com expulsão do jogo ou prisão, foi feita após um Clássico dos Clássicos que terminou com o jogador rubro-negro Luís Camargo atingido nas costas por uma garrafa de vidro. “Não queremos trazer prejuízos para ninguém, mas temos a obrigação de zelar pela coletividade. As garrafas, quando os ânimos dos torcedores estão acirrados, podem se transformar numa arma”, afirmou o delegado ao Diario de Pernambuco, há quatro décadas. Tanto que a reportagem não foi publicada no caderno de Esportes, mas na edição de Polícia.
Em relação à volta do consumo de cerveja nos estádios locais, o projeto de lei ordinária nº 584/2011, de Antônio Moraes, segue engavetado. Atualmente, há autorização apenas em Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.
O empate com Grêmio foi ótimo. Foi apenas a 4ª vez em 21 partidas que o Sport não saiu derrotado pelo tricolor gaúcho em Porto Alegre. A partida marcava uma disputa direta pelo G4, na qual brecar o adversário, mesmo sem vencer, seria suficiente. Mais. Danilo Fernandes teve uma atuação excepcional, salvando até o último lance da noite. Dito isso, o 1 x 1 mantém o time em alta. Agora, os pontos desfavoráveis. Foi a primeira vez em quinze rodadas que o técnico Eduardo Batista abriu mão de sua convicção, de sua estrutura tática, que vinha dando muito certo. Optou por três volantes, tirando a mobilidade do meio-campo e o esquema com dois jogadores abertos, ladeando André.
Ao fim da partida, consciente de que no primeiro tempo a ideia não deu certo, justificou: “Eu precisava dar uma proteção ao Danilo com Wendel por aquele lado”. O lateral ocupava a vaga deixada por Renê, suspenso. Criticado pela torcida, Danilo se tornou um alvo maior ao errar o bote aos 44 minutos do primeiro tempo, com Pedro Rocha aproveitando para abrir o placar. O lance terminou uma atuação irreconhecível da equipe, se limitando à defesa. Enquanto isso, o Grêmio pressionou a saída de bola e soube se impor diante de um esquema defasado. Foi melhor. Em finalizações, 7 x 1, com 56% de posse.
No intervalo, Elber entrou no lugar de Mancha, fazendo o time remontar a sua desenvoltura mesmo fora de casa – foi assim num Mineirão com 50 mil pessoas, apesar da derrota para o Galo. Nos primeiros minutos o jogo já melhorou, com a bola ficando mais no campo adversário. Até o empate, num cruzamento de Danilo (se redimindo) para Diego Souza escorar de ombro, a la futevôlei. Para virar o placar, faltou mais ímpeto nos contragolpes, com a bola parando quase sempre (Wendel abusou de tocar para trás). Isso diante de um mandante afobado, com zagueiros e o goleiro suplentes. Embora a vitória como visitante ainda não tenha vindo, o empate ficou de bom tamanho. E deixou claro que o time tem uma cara, e que o treinador mantenha a sua convicção.
Hernane Brocador e Grafite, o maior artilheiro do novo Maracanã e o craque da Bundesliga de 2009. Camisas 9 e 23. Duas contratações de peso no futebol pernambucano em 2015, ambas oriundas do “mundo árabe”, o centro bancado pelos petrodólares. Mas os caminhos até o Recife foram bem distintos.
O primeiro a ser anunciado foi Hernane, pelo Sport , em 28 de abril, no meio de um litígio com o Al Nassr, da Arábia Saudita, onde alegava três meses de salários atrasados. O imbróglio da rescisão foi parar na Fifa. Antes da solução do caso leonino, um sonho antigo no Arruda foi tornou-se realidade.
Após uma saída tranquila do Al-Sadd, do Catar, Grafite firmou um contrato de um ano com o Santa Cruz, no maior investimento da história do clube. Após dias de especulação, a confirmação veio em 30 de junho. Ao todo, o gasto coral com o centroavante de 36 anos será de R$ 2 milhões. Depois disso, enfim veio a liberação internacional para o Brocador, de 29 anos, seguida da inscrição no boletim informativo diário da CBF, com a ponte via Mirassol. Uma espera de “apenas” 86 dias até o acordo na Ilha do Retiro, com validade até dezembro.
Em relação ao rendimento, Hernane passou dois anos na Arábia Saudita e Grafite passou cinco entre Emirados Árabes e Catar. Tecnicamente, pode haver uma perda (em ambos)? E o tempo de readaptação ao futebol brasileiro?
As respostas virão nas Séries A e B, com foco e cobrança nos dois nomes.