Com a atualização do Ranking da CBF em dezembro de 2017, onze clubes já estão confirmados na Copa do Nordeste de 2019. Continuando a reformulação do torneio, após a criação de uma fase preliminar, com a etapa principal voltando a ter 16 times, a entidade incorporou o ranking nacional como critério de classificação. E o peso é enorme, com 55% das vagas através da lista.
A partir de agora, os Estaduais só classificam, de forma direta, os campeões. Ou seja, nove. Os demais participantes vêm do ranking, com Pernambuco e Bahia tendo duas vagas devido à classificação das federações. Os outros sete estados têm direito a uma, cada. Caso um clube já garantido no ranking obtenha o título no campeonato estadual, ele será classificado à Lampions como ‘campeão estadual’, com o ranking local beneficiando o time seguinte.
Portanto, confira abaixo os times já classificados, as respectivas fases de cada um e as equipes que podem herdar as vagas em cada federação. Melhor rankeado no Nordeste, o Sport já está assegurado em 2019 – e, na prática, até 2020. Contudo, vale lembrar que o leão pernambucano desistiu do Nordestão 2018, em decisão tomada pelo presidente Arnaldo Barros. Caso o clube rubro-negro queira seguir fora, terá que protocolar um novo ofício à CBF.
Clubes já assegurados via Ranking da CBF PE (1º) – Sport* (15º lugar) e Santa Cruz** (25º) BA (2º) – Vitória* (18º) e Bahia** (21º) CE (3º) – Ceará* (27º) AL (4º) – CRB** (36º) RN (5º) – ABC** (31º) MA (6º) – Sampaio Corrêa** (39º) PB (7º) – Botafogo** (45º) SE (8º) – Confiança** (54º) PI (9º) – River** (60º) * Fase de grupos do Nordestão 2019 ** Fase preliminar do Nordestão 2019
Na fila de espera*** PE (1º) – Náutico (32º lugar) BA (2º) – Juazeirense (82º) CE (3º) – Fortaleza (42º) AL (4º) – ASA (47º) RN (5º) – América de Natal (43º) MA (6º) – Moto Club (66º) PB (7º) – Campinense (70º) SE (8º) – Sergipe (99º) PI (9º) – Parnahyba (92º) *** Entra caso um clube à frente no ranking local conquiste o Estadual 2018
Participação no Nordestão 2019 (20 clubes) Fase de grupos: os 9 campeões estaduais, os melhores rankeados de PE, BA e CE (3 times) e os 4 classificados na fase preliminar
Fase preliminar: os melhores rankeados de AL, RN, MA, PB, SE e PI (6 times) e os segundos melhores rankeados de PE e BA (2 times)
Obs. No regional de 2020 valerá o ranking a ser divulgado em 12/2018.
Nelsinho Baptista deixou o comando do Sport em 28 de maio de 2009, duas semanas após a eliminação nas oitavas de final da Taça Libertadores. Na época, o time vivia uma intensa crise técnica (e psicológica) que não seria sanada por nenhum treinador no Brasileirão. Encerrou ali uma vitoriosa passagem de um ano e meio, com destaque naturalmente para a segunda estrela dourada do clube, via 4-4-2. O experiente treinador acabou retomando o trabalho no Japão, onde ficou por quase uma década, entre o Kashiwa Reysol (2009-2014) e o Vissel Kobe (2015-2017). Até finalmente aceitar, após alguns convites nesse tempo todo, o retorno à Ilha. Aos 67 anos, chega ao rubro-negro novamente sob desconfiança. Mas sob uma ótica bem diferente.
Se em 2008 carregava o recente rebaixamento do Corinthians, para 2018 traz o peso do título da Copa do Brasil pelo próprio Sport. Portanto, o que pesa é o tempo fora do país, num mercado tecnicamente inferior. Demanda uma resposta sobre tática e preparação, embora Nelsinho pareça calejado para desafios do tipo. Então, que a direção leonina saiba administrar cenários adversos de forma mais profissional que aquela em 2009. E que Nelsinho não seja apenas outro escudo para o comando de futebol, como Oswaldo de Oliveira e Luxemburgo. Por sinal, ele chega com o clube devendo salários, o que não acontecia desde 2005! O trabalho já inicia no controle do vestiário.
Rubro-negro, o que você achou do retorno de Nelsinho Baptista?
Nelsinho no Sport 105 jogos (de 10/12/2007 a 28/05/2009) 60 vitórias 22 empates 23 derrotas 64,1% de aproveitamento 3 títulos: 2 Estaduais (2008/2009) e 1 Copa do Brasil (2008)
Competições em 2018: Estadual, Copa do Brasil e Série A* * Caso o Flamengo conquista a Sul-Americana, o leão herdaria a vaga
A construção do centro de treinamento do Santa Cruz vem sendo tocada de maneira coletiva, bem além da simples gestão executiva. Em 2017, o clube arrecadou R$ 453 mil para a primeira fase do empreendimento, incluindo doações de torcedores e venda de livros e alimentos. Agora, um salto ainda maior, com a aprovação junto ao Ministério do Esporte para a captação de R$ 2.455.200, num trabalho de oito tricolores, servidores da área jurídica.
Segundo a lei 11.438/2006, conhecida como ‘Lei de Incentivo ao Esporte’, é possível obter investimentos através de renúncia fiscal de empresas (1%) e pessoas físicas (6%) em favor do esporte. Foram três meses analisando a regra, com o grupo finalizando a parte burocrática em setembro, com orçamento, cronograma e responsáveis. Após o sinal positivo vem o novo passo, na prospecção de empresários dispostos a reverter parte do que pagariam de imposto de renda ao projeto do Ninho das Cobras, na Guabiraba. Comprado em 2011, por R$ 1 milhão, o terreno prevê um investimento total de R$ 5 milhões. Em fevereiro o clube informou que um aporte de R$ 2,5 milhões seria suficiente para bancar a estrutura mínima de treinamento para o time principal, ainda preso ao campo do Arruda. Ou seja, o valor tende a ser captado, mas com a aplicação voltada às obras mais adiante, paralelas às demais frentes de trabalho. Afinal, trata-se mesmo de uma ação coletiva.
A expectativa é de um campo pronto até o fim do Estadual de 2018…
Grupo responsável pela captação via lei de incentivo: Alessandro Medeiros, Bruno Dias, Diogo Melo de Oliveira, Eduardo Lins, Milton Santos, Marcelo Vieira, Marconi Lafayette e Oberdan Rabelo.
Cifras do CT Ninho da Cobras… R$ 1 milhão, o valor pago para a compra do terreno de 10,5 hectares R$ 5 milhões, a estimativa de gasto para a conclusão da obra R$ 2,5 milhões, a estimativa mínima de investimento para iniciar a utilização R$ 2,4 milhões, a captação máxima aprovada pelo Ministério do Esporte R$ 453 mil, a arrecadação para a primeira etapa da obra (09/2017)
Ao todo, Náutico, Santa e Sport mandaram 100 jogos oficiais no Grande Recife em 2017. É a maior quantidade dos últimos anos. O que não significa números satisfatórios em público e renda. Nem mesmo de forma absoluta. Desde 2013, quando o blog começou a fazer o levantamento, esta temporada registrou o pior desempenho nos dois cenários. Pela primeira vez ficou abaixo de 1 milhão de torcedores e a arrecadação bruta caiu pela quarta vez – 25% somente em relação a 2016. A impressão de estádios vazios é confirmada pela taxa de ocupação das arquibancadas. Num cálculo a partir da atual capacidade máxima de cada estádio, não chegou nem a 1/4. Tanto que apenas um público passou de 40 mil, no recorde da Arena Pernambuco em jogos de clubes, com 42.025 espectadores para Sport 0 x 2 Palmeiras.
Obviamente, pesou bastante o duplo rebaixamento local, com alvirrubros e tricolores caindo para a Série C. No Santa Cruz o impacto foi gigantesco. Dos quatro torneios disputados no ano, em apenas um o clube ultrapassou a média de 10 mil pessoas. No geral, finalizou com 8.461, ou três mil a menos que a pior marca até então. Contando o borderô no Mundão, o tricolor viu a bilheteria cair 62%. Já o Náutico, com o distanciamento da torcida em relação à arena, acabou jogando quatro vezes em Caruaru – dando certo apenas na ‘estreia’, com 13 mil pessoas diante do Inter. Foram apenas 3 (!) jogos acima de 10 mil pessoas. A média de renda de 52 mil reais escancara o prejuízo no ano, considerando a despesa com aluguel e/ou operação dos estádios.
No Sport, o faturamento geral melhorou (8,8 mi x 7,1 mi), mas esteve longe dos dois primeiros anos na elite. Embora tenha mantido a liderança no público anual no futebol pernambucano, o dado caiu desta vez, começando já no Estadual. Mesmo com o título, o leão terminou a competição, pela primeira vez em 14 anos, com índice abaixo de 10 mil pessoas. No Brasileirão, o clube abriu o ‘check-in’, com o acesso liberado ao sócio adimplente, nas últimas três apresentações, incluindo o derradeiro jogo contra o Corinthians, com 30 mil na Ilha. Insuficiente para superar o ano anterior (15,8 mil x 16,0 mil), apenas regular. Ah, nenhum jogo chegou a R$ 1 milhão de renda, na contramão de outros centros, inclusive no próprio Nordeste, com Salvador e Fortaleza.
Curiosidade: os 100 jogos do trio passaram na televisão, aberta, fechada ou PPV. Seria este o motivo? Ou ou óbvio: desempenho, segurança e preço…
Abaixo, o total em cada competição em 2017 e também a taxa de ocupação, a partir da capacidade oficial de cada estádio utilizado. No fim, o quadro agregado.
Sport 40 jogos (38 na Ilha do Retiro e 2 na Arena) 518.450 torcedores (média de 12.961) 43,43% de ocupação R$ 8.840.748 de renda bruta (média de R$ 221.018) Estadual – 7 jogos – 62.428 pessoas (8.918) – R$ 1.102.285 (R$ 157.469) Nordestão – 6 jogos – 87.358 pessoas (14.559) – R$ 1.756.205 (R$ 292.700) Série A – 19 jogos – 300.591 pessoas (15.820) – R$ 4.774.238 (R$ 251.275) Copa do Brasil – 4 jogos -19.200 pessoas (4.800) – R$ 318.710 (R$ 79677) Sula – 4 jogos – 48.873 pessoas (12.218) – R$ 889.310 (R$ 222.327)
Santa Cruz 32 jogos (27 no Arruda e 5 na Arena) 271.411 torcedores (média de 8.481) 17,01% de ocupação R$ 2.248.877 de renda bruta (média de R$ 70.277) Estadual – 7 jogos – 53.299 pessoas (7.614) – R$ 466.550 (R$ 66.650) Nordestão – 5 jogos – 74.633 pessoas (14.926) – R$ 700.550 (R$ 140.110) Série B – 19 jogos – 139.449 pessoas (7.339) – R$ 1.057.787 (R$ 55.673) Copa do Brasil – 1 jogo – 4.030 pessoas – R$ 23.990
Náutico 28 jogos (23 na Arena, 4 no Lacerdão e 1 no Arruda)* 121.207 torcedores (média de 4.328) 10,22% de ocupação R$ 1.460.850 de renda bruta (média de R$ 52.173) Estadual – 7 jogos – 37.420 pessoas (5.345) – R$ 525.390 (R$ 75.055) Nordestão – 3 jogos – 11.266 pessoas (3.755) – R$ 132.355 (R$ 44.118) Série B – 18 jogos – 72.521 pessoas (4.028) – R$ 803.105 (R$ 44.616) * Ainda houve uma partida de portões fechados, na Arena
Trio de Ferro 100 jogos (38 na Ilha do Retiro, 30 na Arena, 28 no Arruda e 4 no Lacerdão)* 911.068 torcedores (média de 9.110) 22,92% de ocupação R$ 12.550.475 de renda bruta (média de R$ 125.504) Torneios: Estadual, Nordestão, Copa do Brasil, Sul-Americana e Séries A e B * Ainda houve uma partida de portões fechados, na Arena
Anualmente, a FPF organiza cinco competições ao alcance de clubes profissionais, com quatro categorias masculinas (Sub 15, Sub 17, Sub 20 e profissional) e uma feminina. É assim desde 1999, quando o Campeonato Pernambucano de Futebol Feminino foi criado, tendo apenas um hiato de quatro temporadas no período. Até 2017, jamais um clube havia conquistado todas as categorias num mesmo ano. Até o Sport arrastar todas as taças possíveis diante cinco adversários diferentes nas finais.
O clube havia chegado perto em três oportunidades. Em 1999, o Sport venceu quatro das cinco categorias, faltando a taça do infantil, com o Unibol. Em 2007 e 2009 só não levou o torneio de juniores. Em 2017 não deu chance. Curiosamente, a 1ª conquista veio logo na disputa principal, com Diego Souza erguendo o troféu dourado no Cornélio de Barros, após a conturbada decisão contra o Salgueiro. Depois, com o departamento feminino reativado após dois anos, o rubro-negro quebrou a sequência de sete títulos do Vitória. No segundo semestre, a base ganhou de América (júnior), Porto (infantil) e Santa Cruz (juvenil). Essas duas últimas no mesmo dia, em jogos únicos, como em 2016, quando o leão disputou as duas finais contra os mesmos adversários.
Somando as cinco campanhas…
62 jogos; 45 vitórias, 16 empates e 1 derrota; 238 GP e 42 GC; +196 SG
Sub 15 (10º título, tetracampeão)
Final: Sport 3 x 1 Porto, na Ilha do Retiro, em 09/12
Escalação: Gabriel; André, Pedro Lucas, Richardson e Diego; Italo, Matheus, Geovanne e Matheusinho; Jair e Zé Roberto. Técnico: Rafael Santigado
11 jogos (invicto, 100% de apto.) 11 vitórias 0 empate 0 derrota 76 GP e 3 GC (+73 SG)
Sub 17 (10º título, bicampeão)
Final: Sport 2 x 0 Santa Cruz, na Ilha do Retiro, em 09/12
Escalação: Tulio; Arian, John, Diego e Carlos; Pedro, João e Marquinhos; Natan, Rwan e Tomaz. Técnico: Sued Lima
11 jogos (invicto, 93% de apto.) 10 vitórias 1 empate 0 derrota 34 GP e 7 GC (+27 SG)
Sub 20 (10º título, tricampeão)
Final: Sport 4 x 0 América, na Ilha do Retiro, em 22/11
Escalação: Lucas; Eldder, Serra, Izael e Evandro; Victor, Erick e James Dean; Índio, Pedro e Wallace. Técnico: Júnior Câmara
18 jogos (invicto, 77% de apto.) 12 vitórias 6 empates 0 derrota 43 GP e 16 GC (+27 SG)
Profissional (41º título, campeão)
Final: Salgueiro 0 x 1 Sport, no Cornélio de Barros, em 28/06
Escalação: Magrão; Samuel Xavier, Ronaldo Alves, Durval e Raul Prata; Rodrigo, Rithely, Everton Felipe e Diego Souza; Lenis e André. Técnico: Vanderlei Luxemburgo
14 jogos (59% de apto.) 6 vitórias 7 empates 1 derrota 20 GP e 12 GC (+8 SG)
Feminino (6º título, campeão)
Final: Sport 1 x 1 Vitória, na Ilha do Retiro, em 01/07
Escalação: Lorena; Leite, Bice, Bruna e Rebeca; Ingyd, Regiane e Jayanne; Ari, Juliana e Glaucia. Técnico: Jonas Urias
8 jogos (invicto, 83% de apto.) 6 vitórias 2 empates 0 derrota 65 GP e 4 GC (+61 SG)
Ampliando o mercado aberto pelo Paysandu em janeiro de 2016, o Central é mais um clube a adotar a marca própria, sendo o primeiro do interior pernambucano. O time de Caruaru lançou a “Patativa”, que substitui a Kanxa e já larga com a responsabilidade sobre a produção dos uniformes para a temporada 2018, com duas competições no calendário, Estadual e Série D.
Como nos demais casos alternativos no futebol, à parte de milionários acordos de patrocínio com as fabricantes, o alvinegro terá a plena administração do negócio, tanto no custo quanto na criação, produção, distribuição e venda de uniformes oficiais. A fabricação ocorre de forma terceirizada. No caso, através da empresa pernambucana Milã – no Santa Cruz, que entrou no mesmo ramo em maio, a produção é via Bomache, sediada mo Ceará.
No país, a ideia surgiu com o Paysandu, que após três anos com a Puma criou a sua própria linha. Segundo dados do clube paraense, o ganho em cada camisa aumentou 45%, com faturamento de R$ 214 mil/mês no primeiro ano. No cenário local, a marca própria do Santa lucrou R$ 476 mil no primeiro trimestre. Considerando a vocação da capital do Agreste como polo de confecções, a aposta do Central faz sentido, se juntando a outros oito clubes.
Cronologia das marcas próprias dos clubes 01/2016 – Paysandu (Lobo) 05/2016 – Juventude (19Treze) 09/2016 – Fortaleza (Leão 1918) 01/2017 – Joinville (Octo) 03/2017 – Treze (Galo) 05/2017 – Santa Cruz (Cobra Coral) 11/2017 – Caxias (Bravo35) 12/2017 – CSA (nome não revelado) 12/2017 – Central (Patativa)
Patativa é uma homenagem ao mascote do Central, um pássaro do Agreste
A gestão de Constantino Júnior no Santa Cruz começou com decisões importantes. Após a eleição em 5 de dezembro, o dirigente, mesmo antes da posse, articulou nos dois dias seguintes a contratação de um diretor de futebol remunerado, presente em seu plano de trabalho, e do novo técnico do time.
O primeiro nome confirmado foi o do executivo Fred Gomes, com passagens no Treze-PB e no Ferroviário-CE. Chega com o objetivo de mapear jogadores da região para a formação de um elenco visando a Série C. Depois, após muita especulação desde o bate-chapa, foi anunciado o nome de Júnior Rocha. Natural de São Leopoldo, o treinador gaúcho, de 36 anos, tem o seu histórico concentrado no Luverdense, de 2013 a 2017, com uma rápida saída.
Apesar da queda do clube mato-grossense à C, o treinador chamou a atenção do mercado devido ao longevo trabalho e à organização do time de Lucas do Rio Verde, sobretudo no título da Copa Verde de 2017, diante do Paysandu.
Tricolor, o que você achou da contratação de Júnior Rocha?
Início da nova gestão coral 05/12 – Constantino Junior é eleito presidente para o triênio 2018-2020 06/12 – Fred Gomes é anunciado como diretor remunerado 07/12 – Júnior Rocha é confirmado como treinador para 2018
Pelo terceiro ano seguido, Pernambuco se mantém em 7º lugar no Ranking da CBF, somando os pontos de todos os dez representantes locais nos torneios nacionais das últimos cinco anos, o critério adotado pela entidade. No âmbito nordestino, o estado é o líder desde a criação da lista, há seis temporadas, seguido por Bahia e Ceará, sempre nesta ordem. Já para evoluir no cenário geral será preciso um esforço coletivo enorme. Hoje, são oito mil pontos em relação ao Paraná, que em 2017 terá dois clubes no Brasileirão, com o futebol local tendo apenas um representante na elite e três na terceira divisão. Com este contexto, torna-se irreal a possibilidade de ultrapassagem – dependeria de uma grande campanha na Copa do Brasil. Vale, mais, a defesa da posição.
Percentual dos clubes na pontuação do estado em 2017 Sport – 8.770 (36,70%) Santa Cruz – 6.210 (25,98%) Náutico – 4.532 (18,96%) Salgueiro – 2.333 (9,76%) Central – 815 (3,41%) América – 459 (1,92%) Serra Talhada – 357 (1,49%) Atlético – 255 (1,06%) Porto – 114 (0,47%) Ypiranga – 51 (0,21%)
Vale lembrar que a colocação da federação estadual, na lista organizada pela confederação brasileira, influencia diretamente no número de vagas de cada uma tanto na Copa do Brasil quanto na Copa do Nordeste (abaixo). Hoje, Pernambuco tem direito a três participantes nas duas competições.
Copa do Brasil (via campeonatos estaduais e copas estaduais*) 5 vagas – 1º e 2º (SP e RJ) 4 vagas – do 3º ao 5º (MG, RS e SC) 3 vagas – do 6º ao 14º (PR, PE, GO, BA, CE, PA, AL, RN e MT) 2 vagas – do 15º ao 22º (MA, PB, SE, PI, DF, AC, AM e MS) 1 vaga – do 23º ao 27º (TO, ES, RO, AP e RR) * Além dos brasileiros na Libertadores e dos 10 melhores do ranking de clubes
Copa do Nordeste (via campeonatos estaduais e ranking de clubes) 3 vagas* – 1º e 2º (PE e BA) 2 vagas** – do 3º o 9º (CE, AL, RN, MA, PB, SE e PI) * Campeão estadual + duas vagas via ranking
** Campeão estadual + uma vaga via ranking
De 1959 a 2017 foram realizadas 61 edições do Campeonato Brasileiro, considerando a unificação da CBF. Na conta, a Série A (1971-2017), a Taça Brasil (1959-1968) e o Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967-1970), com formatos bem distintos. Em termos de competitividade, a participação nordestina variou bastante, com números consistentes na primeira década. Ao todo, 15 clubes da região já terminaram ao menos uma vez entre os 10 primeiros colocados – apenas o Rio Grande Norte não emplacou uma classificação do tipo. Foram 68 campanhas neste contexto, sendo que em 19 delas os times chegaram à semifinal. No auge, três títulos e seis vices.
Abaixo, uma compilação do blog com s 20 melhores nordestinos (quando possível) em cada recorte do Brasileirão, tanto em campanhas finais quanto em pontos acumulados. Neste caso, para uniformizar o ranking, a vitória valeu três pontos em todos os jogos – oficialmente, no país, começou em 1995.
Nordestinos na elite em 2018: Bahia, Ceará, Sport e Vitória.
A unificação ocorreu em 2010, com o Bahia tornando-se, de fato e de direito, bicampeão brasileiro. O tricolor soteropolitano ainda foi vice outras duas vezes (diante do Santos), com os melhores resultados da região. Entretanto, somando todas as campanhas Top Ten, segue com uma campanha a menos que o Sport, que emplacou a 14ª em 2015, ao terminar a Série A em 6º lugar. Dominando o cenário pernambucano na década de 1960, o Náutico somou mais seis campanhas (incluindo cinco no G4!), ocupando o 4º lugar geral. Justamente por ter disputar apenas uma vez a Taça Brasil, o Santa figura em 6º, mesmo tendo resultados melhores que os cearenses na Série A.
O Campeonato Brasileiro, com esta alcunha, foi iniciado em 1971, com 20 clubes, sendo quatro da região: Bahia, Ceará, Santa e Sport. A partir dali, foram 32 regulamentos diferentes até 2002. No ano seguinte seria implantado o sistema de pontos corridos. Em termos de resultados, há de se destacar o fim dos anos 80, quando Recife e Salvador levaram a “taça das bolinhas”, o troféu mais conhecido, com o Sport em 1987 e o Bahia em 1988. Vitória, vice em 1993, e Santa, semifinalista em 1975, também conseguiram grandes resultados. Desde 1988 há acesso e descenso, período no qual apenas oito times conseguiram disputar a elite (Náutico, Santa, Sport, Bahia, Vitória, Ceará, Fortaleza e América de Natal).
As 32 campanhas entre os 10 primeiros colocados (Série A): 1º) Sport (11) – 1º (87), 5º (85/00), 6º (15), 7º (88/98), 8º (78/83), 9º (82) e 10º (81/96) 2º) Vitória (9) – 2º (93), 3º (99), 5º (13) 8º (74/79), 9º (97) e 10º (73/02/08) 3º) Bahia (7) – 1º (88), 4º (90), 5º (86), 7º (78/94) e 8º (76/01) 4º) Santa Cruz (3) – 4º (75), 5º (78) e 10º (77) 5º) Náutico (1) – 6º (84) 5º) Ceará (1) – 7º (85)
A Taça Brasil foi a competição criada em 1959 pela CBD, a precursora da CBF, para designar o campeão nacional e o representante do país na recém-criada Libertadores. O mata-mata, bem semelhante à Copa do Brasil, contava com os campeões estaduais. A particularidade era a pré-classificação de estaduais bem conceituados. O campeão pernambucano, por exemplo, estreou na semifinal algumas vezes, a primeira delas em 1960, com o Santa. Por sinal, mesmo tendo apenas um ponto no ranking geral, o tricolor tem uma 4ª colocação no torneio. O melhor desempenho, em pontos e campanhas, foi do Bahia, o primeiro campeão. Fortaleza (2x) e Náutico (1x) também chegaram à final, com o vice. A Taça Brasil foi extinta em 1968, quando já era realizada paralelamente ao Robertão.
Apelidado de Robertão, o Torneio Roberto Gomes Pedrosa foi uma ampliação do Rio-São Paulo. Inicialmente, em 1967, foram convidados clubes do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Pernambucanos e baianos foram chamados na 2ª edição. O Bahia representou o seu estado três vezes, com o Náutico presente em 1968, no ano do hexa, e o Santa em 1969 e 1970, no início de sua fase áurea. Foi o único Nacional sem campanhas de destaque do Nordeste.
A melhor colocação nordestina (Robertão): Bahia (2) – 11º (69/70)
A era dos pontos corridos no Brasileiro foi iniciada em 2003. Não se trata de um campeonato à parte, mas de um formato mais duradouro na Série A, justamente com os piores desempenhos da região, com apenas oito representantes no período – todos com rebaixamentos. Em 15 edições, até 2017, a melhor campanha foi do Vitória, 5º lugar. Nenhuma vaga na Libertadores foi alcançada.
As 3 campanhas entre os 10 primeiros colocados (pontos corridos): 1º) Vitória (2) – 5º (13) e 10º (08) 2º) Sport (1) – 6º (15)
A história da Chapecoense é das mais impressionantes do futebol. Vítima de uma tragédia, com a morte de 71 passageiros no voo que levava o time para a final da Sul-Americana de 2016, o alviverde catarinense precisou recomeçar do zero nesta temporada. De cara, rechaçou a proposta de imunidade no Brasileirão. Brigou de igual para a igual e foi além, terminando a competição em 8º lugar. Assim, obteve uma vaga na Libertadores de 2018, graças ao excelente segundo turno, quando registrou a melhor campanha! Status confirmado aos 50 do segundo tempo do último jogo, no gol de Túlio de Melo.
Com 32 pontos, a Chape ficou empatada com o Vasco, mas levou vantagem no número de vitórias (9 x 8). Com isso, recebeu o Troféu João Saldanha, instituído pelo jornal Lance! há 15 anos. É a primeira vez que um clube fora do eixo SP-RJ-MG-RS leva a taça simbólica. Considerando o torneio com 38 rodadas, desde 2006, esta foi a pontuação mais baixa, mostrando o equilíbrio – tanto que o Cruzeiro, em 6º no returno, ficou a apenas dois pontos.
Em sete anos o campeão do 2º turno não ganhou a Série A: Inter 2005 (Corinthians), Cruzeiro 2009 (Fla), Grêmio 2010 (Flu), Fluminense 2011 (Corinthians), São Paulo 2012 (Flu), Corinthians 2014 (Cruzeiro). e Chape 2017 (Corinthians). Quanto ao Sport, a derrocada quase resultou no rebaixamento. Escapou graças às três vitórias nas últimas três rodadas. Ainda assim, o leão ficou em penúltimo no recorte, a 15 pontos da Chapecoense…
Troféu João Saldanha (2º turno da Série A) 2003 – Cruzeiro, 53 pontos 2004 – Santos, 48 pts 2005 – Internacional, 44 pontos 2006 – São Paulo, 40 pts (Santa Cruz 20º lugar, 10 pontos) 2007 – São Paulo, 38 pts (Náutico 8º, 29 pts; Sport 14º, 24 pts) 2008 – São Paulo, 42 pts (Sport 11º, 25 pts; Náutico 13º, 23 pts) 2009 – Cruzeiro, 40 pts (Náutico 18º, 20 pts; Sport 20º, 18 pts) 2010 – Grêmio, 43 pts 2011 – Fluminense, 38 pts 2012 – São Paulo, 35 pts (Sport 10º, 26 pts; Náutico 11º, 25 pts) 2013 – Cruzeiro, 36 pts (Náutico 20º, 10 pts) 2014 – Corinthians, 37 pts (Sport 12º, 24 pts) 2015 – Corinthians, 41 pts (Sport 8º, 28 pts) 2016 – Palmeiras, 44 pts (Sport 12º, 24 pts; Santa Cruz 20º, 13 pts) 2017 – Chapecoense, 32 pts (Sport 19º, 17 pts)
Títulos do 2º turno: São Paulo (4), Cruzeiro (3), Corinthians (2), Santos (1), Inter (1), Grêmio (1), Fluminense (1), Palmeiras (1) e Chapecoense.