Podcast – A análise da goleada do Náutico sobre o Sport pelo Estadual

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico 3 x 0 Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

A arrancada de Wallace Pernambucano, ganhando de Pedro Castro, no 2º gol

Desde o Estadual de 1992 o Náutico não aplicava um chocolate no Sport. Na Arena Pernambuco, no chamado ‘Clássico do Abismo’, o timbu fez 3 x 0. Num jogo de muitas nuances, de ambos os lados, o resultado derrubou com sobras o favoritismo do time rubro-negro – que ainda não convenceu nesta temporada, diga-se. Aqui, a análise do 45 Minutos, com mais de uma hora falando do jogo, dos times, dos destaques e das consequências. Ouça!

24/01 – Náutico 3 x 0 Sport (69 minutos)

No ‘Clássico do Abismo’, o Náutico se impõe e goleia o Sport após 26 anos

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

No aquecimento da rivalidade, este capítulo foi chamado de ‘Clássico do Abismo’, contextualizando a enorme diferença entre as folhas de Náutico e Sport, cerca de 17x. R$ 3,4 milhões x R$ 200 mil, A x C. Realmente, é uma distância financeira (e, consequentemente, técnica) considerável, mas se não houver organização, entrega e foco, isso não se traduz em campo. E por mais clichê que seja, a atmosfera de um clássico importa para qualquer jogo, como provou o time alvirrubro. Vindo de um duro revés em Caruaru e remontado às pressas, o timbu construiu uma goleada com muita aplicação, com dois gols do meia Wallace Pernambucano, numa cabeçada após escanteio e num contragolpe, e outro de Tharcysio, o substituto do próprio ‘falso 9’ da noite.

O timbu não goleava o rival centenário desde 6 de dezembro de 1992. No Arruda, também pelo Estadual, o Náutico aplicou 4 x 1. Época de Paulo Leme, Bizu e Nivaldo. Desta vez, um categórico 3 x 0. Os gols no primeiro tempo não foram acaso. Embora tenha tido apenas 36% de posse, o time de Roberto Fernandes encaixou melhor as jogadas, se aproveitando da recorrente lentidão do adversário, errando fundamentos básicos. Sobre a escalação, o treinador sacou o centroavante Daniel Bueno, pouco participativo, formando um time mais pegador, com Negretti e Josa tendo boas atuações. Na frente, o improvisado Wallace foi eficiente demais. A partida ainda estava esquentando quando o Náutico abriu o placar, num escanteio cobrado por Medina, aos 11. Eram sete leoninos na área, mas o camisa 9 entrou de forma fulminante.

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

Sem conseguir produzir uma jogada decente – abusando da bola aérea, a velha mania -, o leão acabou punido numa saída errada. Aos 40, Pedro Castro errou o passe e o contragolpe veio a galope. Num pique surpreendente, de 40 metros, Wallace ganhou do próprio volante e tocou na saída de Magrão. No intervalo, Nelsinho promoveu duas mudanças, acionando o atacante Juninho e o lateral-direito Raul Prata, tirando Thomás e Felipe Rodrigues. A melhora ocorreu num espaço curto de tempo, mas não o suficiente para achar espaço na povoada área alvirrubra, com o time consciente da vantagem. Forçando a ligação direta, o Sport não ofereceu perigo a Jefferson. Todo à frente, ainda viu o garoto Tharcysio fechar o já histórico placar na Arena Pernambuco. Se no domingo Roberto Fernandes não foi bem, no clássico ele alimentou uma estatística particular contra o Sport. São 8 jogos, 4V, 3E e 1D.

Clássico dos Clássicos na Arena Pernambuco
10 jogos (9 mandos alvirrubros e 1 rubro-negro)
4 vitórias do Náutico (40%)
2 empates (2%)
4 vitórias do Sport (40%)

116.495 torcedores nos 10 clássicos, média de 11.649

Pernambucano 2018, 3ª rodada: Náutico x Sport. Foto: Roberto Ramos/DP

Os menores e maiores públicos dos clássicos do Recife, de 1 mil a 80 mil

Aflitos, Ilha do Retiro e Arruda

O primeiro clássico pernambucano foi disputado em 25 de julho de 1909, no antigo campo do British Club, com o Náutico vencendo o Sport por 3 x 1. Desde então, com o Santa entrando na disputa pouco tempo depois, a história do futebol local foi escrita em 1,6 mil clássicos. Frise-se que esses jogos só ganharam esta alcunha após a popularidade e o nível técnico ascendentes sobre os demais times da cidade – os tradicionais apelidos dos clássicos surgiram entre 1943 e 1953. Essa popularidade se refletiu ao longo dos anos em arquibancadas repletas, em lembranças de milhões de torcedores. Aflitos entupido, Ilha apinhada, Arruda lotado. Várias e várias vezes. Nostalgia à parte, nem sempre foi assim. Os clássicos também já foram disputados às moscas, em amistosos ou até mesmo em torneios oficiais – inclusive na era profissional. A partir da pesquisa de Carlos Celso Cordeiro, eis um balanço sobre os menores e maiores públicos dos três duelos pernambucanos.

Desde já, algumas ressalvas. Cerca de 1/3 dos clássicos não tiveram públicos divulgados (ou contabilizados), prática comum até os anos 1950. Sobre os critérios distintos ao longo dos anos, em relação à divulgação do borderô, o blog considerou o ‘público total’, com a soma entre pagantes e não pagantes – ocorre que nos anos 80, por exemplo, os jornais tinham como hábito informar apenas os pagantes. De toda forma, é possível relembrar as multidões.

Dados atualizados até 23 de janeiro de 2018

Clássico dos Clássicos
Menor: 1.697 – Sport 0 x 1 Náutico (07/09/1969), Ilha do Retiro (amistoso)
Maior: 80.203 – Náutico 0 x 2 Sport (15/03/1998), Arruda (Estadual)

No século XXI
Menor: 3.430 – Sport 1 x 1 Náutico (01/03/2017), Ilha do Retiro (Estadual)
Maior: 32.826 – Sport 1 x 0 Náutico (05/05/2010), Ilha do Retiro (Estadual)

Clássico das Multidões
Menor: 1.712 – Santa Cruz 2 x 2 Sport (07/12/1997), Arruda (amistoso)
Maior: 78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (21/02/1999), Arruda (Estadual)

No século XXI
Menor: 5.517 – Santa Cruz 0 x 0 Sport (24/08/2016), Arena PE (Sula)
maior: 62.243 – Santa Cruz 0 x 1 Sport (15/05/2011), Arruda (Estadual)

Clássico das Emoções
Menor: 1.160 – Náutico 4 x 2 Santa Cruz (16/12/1962), Aflitos (amistoso)
Maior: 76.636 – Santa Cruz 1 x 1 Náutico (18/12/1983, Arruda (Estadual)

No século XXI
Menor: 2.238 – Náutico 1 x 1 Santa Cruz (10/07/2010), Aflitos (Nordestão)
Maior: 70.003 – Santa Cruz 0 x 2 Náutico (11/07/2001), Arruda (Estadual)

Os 5 menores públicos nos clássicos (geral)
1.160 – Náutico 4 x 2 Santa Cruz (16/12/1962), Aflitos (amistoso)
1.697 – Sport 0 x 1 Náutico (07/09/1969), Ilha do Retiro (amistoso)
1.712 – Santa Cruz 2 x 2 Sport (07/12/1997), Arruda (amistoso)
1.747 – Náutico 0 x 1 Sport (06/06/1976), Aflitos (Estadual)
1.905 – Náutico 1 x 1 Sport (16/06/2000), Aflitos (Estadual)

Os 5 maiores públicos nos clássicos (geral)
80.203 – Náutico 0 x 2 Sport (15/03/1998), Arruda (Estadual)
78.391 – Santa Cruz 1 x 1 Sport (21/02/1999), Arruda (Estadual)
76.636 – Santa Cruz 1 x 1 Náutico (18/12/1983), Arruda (Estadual)
75.135 – Santa Cruz 1 x 2 Sport (03/05/1998), Arruda (Estadual)
74.280 – Santa Cruz 2 x 0 Sport (18/07/1993), Arruda (Estadual)

Os 27 nomes para a formação da seleção Pernambuco Legends, via votação aberta

Os nomes do Pernambuco Legends 2018

As opções, pela ordem: Adriano, César, Josué, Marlon e Sandro; Ailton (atacante), Chiquinho, Juninho Pernambucano, Albérico e Bosco; Ailton (meia), Givaldo, Nildo e Rodolpho; Araújo, Dênis Marques, Kuki, Osmar e Zé do Gol; Carlinhos Bala, Dutra, Lúcio, Russo e Zé do Carmo; Nereu Pinheiro, Dário, Givanildo Oliveira, Lúcio Surubim e Juninho Petrolina

Em 14 de abril, na Arena PE, o Barcelona Legends enfrentará o Pernambuco Legends. Um duelo entre o master do catalão e uma equipe com veteranos de destaque nos clubes locais. Todos aposentados ou quase isso, casos do meia Ailton e do atacante Dênis Marques, até pouco tempo erguendo taças no Sport (NE 2014) e no Santa Cruz (PE 2012 e 2013), respectivamente. À parte da formação espanhola, que cabe ao Barça, o escrete pernambucano tem votação aberta no site do evento – o ex-jogador não precisa ter nascido no estado, mas, no mínimo, se destacado aqui. Para votar, clique aqui.

Ao todo são 27 jogadores, entre 33 anos e 56 anos, sendo Zé do Carmo o mais velho, embora preencha todos os requisitos para fazer parte do ‘Pernanbuco Legends’. Por sinal, eis o resumo oficial sobre a pré-seleção:

“Das lendas e personagens do futebol brasileiro, aqueles que marcaram história em times do estado, nordestinos, do Brasil e no exterior. Sempre com títulos, gols, defesas, raça e muitas memórias. E você que escalará as estrelas da casa. A Seleção de Pernambuco, a Cacareco, mais uma vez representará o Brasil”

Abaixo, as opções de cada setor, com idade e passagens locais. Embora a votação só permita um clique por opção, parece óbvia a escalação de dois zagueiros. Logo, fica a dúvida entre dois meias (4-4-2) ou dois pontas (4-3-3).

Goleiro – Bosco (43 anos; Sport), Albérico (46; Náutico e Sport) ou Rodolpho (36; Náutico) 

Lateral-direito – Russo (41; Central, Santa e Sport), Givaldo (47; Náutico e Sport) ou Osmar (35; Santa e Sport) 

Zagueiros – César (37; Santa e Sport), Adriano (44; Santa e Sport), Sandro Barbosa (44; Santa e Sport) ou Lúcio Surubim (48; Náutico) 

Lateral-esquerdo – Dutra (44; Santa e Sport) ou Lúcio (38; Náutico, Salgueiro e Santa) 

Primeiro volante – Josué (38; Porto), Dário (45; Santa e Sport), Zé do Carmo (56; Santa) 

Segundo volante – Aílton (33; Central, Náutico e Sport) ou Nildo (42; Náutico, Santa e Sport) 

Meio-campo – Juninho Pernambucano (42; Sport), Chiquinho (42; Sport) ou Juninho Petrolina (43; Náutico, Santa e Sport) 

Centroavante – Kuki (46; Náutico e Santa), Aílton (44; Santa), Marlon (55; Santa) ou Zé do Gol (42; Santa – observação na caixa de comentários) 

Ponta – Araújo (40; Porto, Central e Náutico), Dênis Marques (37; Santa) ou Carlinhos Bala (38; América, Náutico, Santa e Sport) 

Treinador – Nereu Pinheiro (68) ou Givanildo Oliveira (69)

Time do blog (4-3-3, mensurando representatividade e destaque local): Bosco; Russo, César, Sandro e Lúcio; Zé do Carmo, Nildo e Juninho Pernambucano; Carlinhos Bala, Dênis Marques e Kuki. Técnico: Givanildo Oliveira

Atualização (27/02): Rivaldo, eleito o melhor do mundo em 1999, confirmou presença e jogará um tempo em cada time. Reforço e adversário de peso…

Qual seria a sua escalação a partir dos ‘convocados’? Comente

Com gol de falta aos 48/2T, Willian garante a vitória e a liderança do Náutico no PE

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Náutico 3 x 2 América. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Com 4 empates nos primeiros jogos do Estadual 2018, Náutico e América entraram na arena com a possibilidade de liderança em caso de vitória. Estatisticamente, era surpreendente, mas só uma curiosidade neste início de ano, com o alvirrubro focado no Nordestão, – na qual a missão já está difícil após uma rodada, devido à vitória do Botafogo sobre o Bahia. Dando atenção pela 1ª vez ao Estadual, o timbu fez a sua parte num esforço danado, 3 x 2.

Com uma agenda a 100 km/h, com jogos na quarta, na sexta e no domingo, o técnico Roberto Fernandes decidiu, de forma correta, poupar parte do time na apresentação intermediária. Mas não da forma preza o regulamento do Pernambucano, que determina a utilização de atletas distintos entre jogos com menos de 66 horas de intervalo. No caso, quatro atuaram nas duas partidas, pelo regional e pelo estadual: o goleiro Jefferson, o zagueiro Camutanga, o lateral-direito Thiago Ennes e o atacante Fernandinho. Se o desempenho timbu já não estava aceitável, com três empates, com tantas caras novas, algumas tecnicamente ainda mais limitadas, o jogo seria complicado.

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Náutico 3 x 2 América. Foto: João de Andrade Neto/DP

E foi mesmo, com o América buscando o empate duas vezes, através do atacante Caxito – que já havia marcara num jogo-treino contra o Santa. Na etapa complementar, com a expulsão de Camutanga, o Náutico jogou 38 minutos com um a menos, somando os acréscimos. Nos acréscimos, por sinal, o alívio, numa cobrança de falta de Willian Gaúcho, que já marcara um gol de fora da área na primeira etapa. Vitória diante de 929 torcedores, que, numa sexta-feira à noite, mereciam mesmo um agrado do time…

Clássico da Técnica e da Disciplina – América x Náutico
299 jogos
188 vitórias alvirrubras (62,8%)
57 empates (19,0%)
54 vitórias alviverdes (18,0%)

Pernambucano 2018, 1ª rodada: Náutico 3 x 2 América. Foto: Ricardo Fernandes/DP

A ampliação da capacidade de público no Arruda e Ilha em 2018. Redução na Arena

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps

A capacidade oficial de público dos três maiores estádios de Pernambuco sofreram alterações para a temporada de 2018. Embora nenhum lance de arquibancada tenha sido construído (ou demolido), a variação ocorreu devido às análises de engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros, com laudos anuais. Segundo os documentos, à  disposição no site da FPF, o Arruda e a Ilha foram ‘ampliados’, enquanto a Arena Pernambuco teve uma redução mínima, mesmo atendendo a todas as exigências possíveis.

No caso da Ilha, é o segundo seguido com aumento, após a drástica redução por medida de segurança. De 27.435 em 2016, passou para 29 mil em 2017 e agora 30 mil em 2018, com o aumento registrado nos setores de arquibancada frontal (+500) e geral da torcida mandante (+500). Ainda assim, o dado segue abaixo da capacidade máxima segundo o cadastro da CBF, de quase 33 mil espectadores. Já no Arruda, uma mudança dupla. Primeiro na capacidade liberada para a temporada, com mais 5 mil lugares no anel superior, chegando a 55 mil no total. A segunda é na própria capacidade oficial, segundo a engenharia, voltando aos 60.044 lugares – a medição da Fifa desde 2012

Por que há diferença entre a capacidade liberada e a capacidade oficial na Ilha e no Mundão? Isso começou em 25 de setembro de 2015, quando os bombeiros emitiram atestados sobre o José do Rego Maciel e o Adelmar da Costa Carvalho, reduzindo ambos. No ano seguinte, Santa Cruz e Sport se reuniram com o Ministério Público para formular um plano escalonado de reformas. Mediado pela Promotoria de Justiça Especializada do Torcedor, o prazo vai até o fim deste ano. Já a Arena Pernambuco mantém os 45.845 assentos vermelhos, mas há uma restrição no “projeto de prevenção e combate a incêndio e pânico”, reduzindo em 345 lugares, sem especificar.

A seguir, as capacidades setorizadas dos principais palcos…

No fim, a capacidade dos estádios autorizados para o Estadual de 2018, com Náutico e Acadêmica Vitória mandando as suas partidas na arena.

Arruda (55.582 lugares autorizados em 2018)
Anel inferior – 21.400
Anel superior – 20.000
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho/tribuna – 932
Capacidade em 2017: 50.582 lugares (ampliação de 5.000)
Capacidade oficial: 60.044 lugares (redução de 4.462)

Arena Pernambuco (45.500 lugares autorizados em 2018*)
Anel inferior (nível 1)  – 18.831
Camarote (nível 2) – 1.726
Camarote (nível 3) – 1.995
Anel superior (nível 4)  – 23.293
Capacidade oficial (idem em 2017): 45.845 lugares (redução de 345)
* Não há a informação sobre qual setor seria reduzido

Ilha do Retiro (30.000 lugares autorizados em 2018)
Arquibancada frontal (frontal e curva do placar) – 8.029
Arquibancada sede (tobogã e curva da sede) – 5.452
Arquibancada do placar (visitante) – 2.900
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.311
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 682
Capacidade em 2017: 29.000 lugares (ampliação de 1.000)
Capacidade oficial: 32.983 lugares (redução de 2.983)

A capacidade dos estádios liberados para o Pernambucano 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Jefferson decide nos pênaltis e Náutico elimina a Itabaiana, faturando R$ 500 mil

Copa do Nordeste 2018, seletiva: Náutico x Itabaiana. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Lá, 0 x 0. Cá, 0 x 0. Foram dois jogos ruins entre Náutico e Itabaiana, embora na Arena Pernambuco a peleja tenha tido alguma emoção, graças à performance do goleiro alvirrubro Jefferson, que fez três boas defesas, uma delas à queima roupa, evitando uma surpresa sergipana – ofensivamente, a despeito de um abafa nos minutos finais, o timbu foi inoperante, com o técnico Roberto Fernandes perdendo a voz de tanto reclamar.

Já que o tempo normal não foi suficiente, Náutico e Itabaiana encararam as penalidades, encerrando a fase preliminar da Lampions League 2018. Uma série valendo um adicional de R$ 500 mil à cota! Ao mandante, o repasse seria o desafogo nas finanças neste início de temporada, com pelo menos duas folhas quitadas. Portanto, a esperança estava nas mãos de Jefferson, de 24 anos. Cria da casa, ele encara a sua primeira temporada começando como titular. E assumiu a responsabilidade, defendendo duas cobranças (5 x 4 no placar), para a alegria dos quase cinco mil torcedores, conscientes da limitação técnica, mas com um motivo para festejar neste início de ano.

Copa do Nordeste 2018, seletiva: Náutico x Itabaiana. Foto: Ricardo Fernandes/DP

Passada a seletiva, a equipe entra no grupo C, com Bahia, Botafogo-PB e Altos-PI. Quatro times, duas vagas. E o Náutico precisa melhorar, técnica e taticamente. Nas três participações anteriores nesta nova fase do regional, desde 2013, o clube não conseguiu passar da fase de grupos.

Náutico na fase de grupos do Nordestão
2014 – 6 pontos (1V, 3E e 2D. 3º lugar)
2015 – 8 pontos (2V, 2E e 2D; 2º lugar)
2017 – 10 pontos (3V, 1E e 2D; 3º lugar)

Campanha timbu na volta do Nordestão (entre parênteses, a cota final)
2013 – não participou
2014 – Fase de grupos (R$ 350 mil)
2015 – Fase de grupos (R$ 365 mil)
2016 – não participou
2017 – Fase de grupos (R$ 600 mil)
2018 – Fase de grupos (R$ 750 mil), em andamento

Total de cotas: R$ 2,065 milhões

Copa do Nordeste 2018, seletiva: Náutico x Itabaiana. Foto: Ricardo Fernandes/DP

O balanço dos clássicos na Arena PE de 2013 a 2017, com média de 10 mil pessoas

Náutico 1 x 1 Santa (29/01), Náutico 2 x 1 Sport (05/03) e Náutico 1 x 0 Santa (12/03); Náutico 1 x 1 Sport (23/04), Náutico 1 x 2 Santa (06/05) e Náutico 0 x 0 Santa (15/07). Fotos: Ricardo Fernandes e Paulo Paiva, ambos do DP

Desde abertura oficial da Arena Pernambuco, em junho de 2013, já foram realizados 22 clássicos pernambucanos no local, considerando o período até 2017. Os duelos ocorreram em quatro competições distintas: Pernambucano, Nordestão, Série B e Copa Sul-Americana, com públicos entre 2,5 mil (ou 5,6% de ocupação da capacidade) e 30 mil (65,5%). Precisamente, o borderô registrou a entrada de 235.200 torcedores. Em cinco temporadas de clássicos, portanto, a média é de 10.690 – 23,3% de ocupação. Em relação à bilheteria bruta, os dados são levemente melhores (por causa do preço aplicado no estádio), com R$ 5.145.815, registrando um índice de R$ 233.900.

Para 2018, apenas um clássico está garantido, com mando do Náutico. Jogo válido pelo Estadual, contra o rubro-negro (24/01). Caso avance ao mata-mata local, o timbu deverá continuar na arena. A partir de abril, porém, deve voltar aos Aflitos, com a reforma em andamento. Assim, ocorreriam lá o Clássico das Emoções pela Série C e os possíveis jogos pelo Nordestão e Copa do Brasil. Ou seja, o governo do estado passa a negociar a agenda pontual do empreendimento com o Sport, o Santa e, também, o Náutico.

A seguir, um resumo de cada clássico no local entre 2013 e 2017.

Santa Cruz x Náutico
Com oito gols, o primeiro duelo, vencido pelos corais, é o recorde de tentos na arena, considerando os clássicos. Apesar da média menor em comparação a Náutico x Sport, O Clássico das Emoções tem uma média menor em comparação a Náutico x Sport, mas é o duelo com mais jogos acima de 10 mil espectadores (6). Por outro lado, três partidas não chegaram sequer a 5 mil, incluindo a menor assistência num clássico. Apenas 2.592 pessoas presenciaram a decisão de 3º lugar do Estadual 2017.

11 jogos (10 mandos alvirrubros e 1 tricolor)
4 vitórias do Santa Cruz (36%)
4 empates (36%)
3 vitórias do Náutico (27%)

110.303 torcedores, média de 10.027
R$ 2.310.910 de renda absoluta, média de R$ 210.082

Os clássicos das Emoções na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Náutico x Sport
O primeiro clássico da história da Arena foi logo um inédito confronto internacional, pela Copa Sul-Americana de 2013. Apesar da derrota, os leoninos avançaram nos pênaltis. Embora tenha sido mandante só uma vez, o rubro-negro venceu a maioria dos jogos. Sobre os públicos, cinco foram abaixo de 10 mil, com a média se mantendo acima disso graças à final do campeonato estadual 2014, com 30 mil, ainda recorde em clássicos.

9 jogos (8 mandos alvirrubros e 1 rubro-negro)
3 vitórias do Náutico (33%)
2 empates (22%)
4 vitórias do Sport (44%)

112.810 torcedores, média de 12.534
R$ 2.660.980 de renda absoluta, média de R$ 295.664

s clássicos dos Clássicos na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Sport x Santa Cruz
O inédito Clássico das Multidões pela Sula, no centenário do confronto, em 2016, acabou ocorrendo integralmente na Arena depois que os dois rivais se acertaram com o governo do estado. Ou seriam os dois jogos ou nenhum. Se salvou apenas a festa tricolor, avançando às oitavas, pois a presença das torcidas foi frustrante nos dois jogos, com os menores públicos do clássico nesta década. Desde então, mais cinco clássicos, nenhum em São Lourenço.

2 jogos (1 mando 1 rubro-negro e 1 tricolor)
0 vitória do Sport (0%)
1 empate (50%)
1 vitória do Santa Cruz (50%)

12.087 torcedores, média de 6.043
R$ 173.925 de renda bruta, média de R$ 86.962

Os clássicos das Multidões na Arena Pernambuco entre 2013 e 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/D

CBF antecipa data e Náutico começa o mata-mata de R$ 500 mil em 8 de janeiro

Datas de Náutico x Itabaiana, pela Copa do Nordeste 2018. Crédito: Náutico/twitter (@nauticope)

O confronto contra a Itabaiana é considerado fundamental para a organização financeira do Náutico no primeiro semestre de 2018. O duelo em ida e volta, pela preliminar do Nordestão, vale um adicional de R$ 500 mil ao classificado – que já larga com R$ 250 mil pela participação na fase. E a estreia será já em 8 de janeiro, numa segunda à noite. Enquanto centenas de clubes brasileiros realizam a pré-temporada, já curta devido à Copa do Mundo, o timbu entra em campo à vera, por um lugar no grupo C, com Bahia, Botafogo-PB e Altos-PI.

As datas da seletiva foram, enfim, detalhadas pela CBF, que antecipou em um dia o jogo de ida, no interior sergipano, e adiou em um dia a volta, confirmada para um sábado à tarde na Arena Pernambuco – embora a vontade do timbu, insatisfeito com a gestão estádio, fosse atuar no Gileno de Carli, no Cabo.

Os ajustes atenderam ao pedido do Esporte Interativo, que vai exibir os jogos.

Desta forma, eis o novo calendário do Náutico em 2018…

De 31 a 66 partidas oficiais em 4 torneios
Copa do Nordeste (08/01 a 10/07) – de 2 a 14 jogos (até 5 fases)
Estadual (19/01 a 08/04) – de 10 a 14 jogos (até 4 fases)
Série C (15/04 a 23/09) – de 18 a 24 jogos (até 4 fases)
Copa do Brasil (31/01 a 17/10) – de 1 a 14 jogos (até 8 fases)

Arena PE registra 14% de ocupação em 30 partidas oficiais do Trio de Ferro em 2017

Visão interna da Arena Pernambuco, a partir do anel superior. Foto: Arena Pernambuco/twitter (@arenapernambuco)

A quinta temporada da Arena Pernambuco foi a mais esvaziada em termos de público e renda no futebol, considerando os jogos oficiais dos grandes clubes da capital. Embora tenha recebido o mesmo número de partidas que o ano anterior neste contexto, 30, o borderô contabilizou uma queda de 44 mil torcedores, ou 18% a menos. A taxa de ocupação dos assentos vermelhos expõe de forma clara o cenário, com apenas 14%, reflexo da média de 6.690 – e olhe que o recorde de público, entre clubes, foi batido.

Pela primeira vez o empreendimento foi administrado do começo ao fim do ano pela Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco, que buscou soluções alternativas no entorno para o movimentá-lo (Domingo na Arena, Som na Arena e Arena games), além de eventos religiosos (um deles com 50 mil pessoas). No futebol propriamente dito, no entanto, a conta ficou difícil de fechar. Basta dizer que em 2014, com o Todos com a Nota ainda em execução, o faturamento do estádio foi de 14 milhões de reais, contando apenas o Trio de Ferro, enquanto em 2017 não chegou sequer a 3 milhões,

Nos quatro primeiros anos de operação do estádio em São Lourenço, nas gestões da Odebrecht e do governo, o resultado financeiro foi sempre negativo, com déficit de R$ 29,7 milhões em 2013, de R$ 24,4 milhões em 2014, de R$ 19,0 milhões em 2015 e de R$ 7,0 milhões em 2016. Improvável um quadro diferente no próximo balanço, a ser divulgado em junho.

Neste ano, a Arena Pernambuco registrou o pior público total, a pior média de público, a pior taxa de ocupação, a pior arrecadação, a pior média de renda e o pior tíquete médio. Apenas um dado escapou: número de jogos.

Balanço de público e renda do Trio de Ferro mandando seus jogos na Arena Pernambuco de 2013 a 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

A conturbada relação entre Náutico e Arena, mesmo com a gestão pública, resultou no menor calendário anual – desconsiderando 2013, com a operação iniciando em junho. Tanto que o alvirrubro chegou a jogar quadro vezes no Lacerdão, em Caruaru. Se em 2016 o time brigou pelo acesso, com jogos acima de 20 mil pessoas, desta vez a lanterna na Série B derrubou a presença da torcida, pela primeira vez abaixo de 10% de ocupação.

O balanço de público e renda do Náutico mandando seus jogos na Arena PE de 2013 a 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Em junho, o governo do estado anunciou um pacote de 5 jogos com o Santa Cruz, numa sequência disputada na Série B. Foi o maior número de apresentações do clube desde 2014, mas a média de 6.374 torcedores ficou abaixo do dado até então registrado no Arruda – com 10.331 pessoas nos quatro jogos anteriores da competição. O tricolor não quis estender a parceria.

O balanço de público e renda do Santa Cruz mandando seus jogos na Arena PE de 2013 a 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Assim como o rival coral, o Sport também teria firmado um acordo de cinco jogos na arena, mas acabou jogando apenas duas vezes – desconsiderando a Taça Ariano Suassuna, amistosa. Num desses jogos, no revés diante do Palmeiras, em 23 de julho, foi estabelecido o maior público entre clubes: 42.025. Embora a arrecadação tenha sido boa (maior que a soma dos 23 jogos do Náutico), o leão optou por voltar à Ilha por questão técnica.

O balanço de público e renda do Sport mandando seus jogos na Arena PE de 2013 a 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

A abaixo, a quantidade de jogos no Recife com mando do Trio de Ferro – os jogos de América, na Ilha (2x) e no Arruda (1x), e Belo Jardim, na Arena (1x), não estão computados. Vale destacar que em 2013 houve o clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, com 9.669 pessoas e R$ 368 mil de renda. Por fim, a observação de que em 2015 e 2016 ocorreram jogos de portões fechados na Ilha (1x) e na Arena (1x), também desconsiderados.

Número de jogos oficiais do Trio de Ferro no Recife. Quadro: Cassio Zirpoli/DP