No meio da mata, a Copa

Terreno da Arena Pernambuco em fevereiro de 2011. Foto: Eduardo Martino/Odebrecht/divulgação

A metrópole está longe.

O centro da cidade fica a 19 quilômetros.

No entorno da “lâmina de barro”, mata densa.

Pois exatamente aí, cravado no meio da Mata Atlântica, será erguido o maior projeto do estado para a Copa do Mundo de 2014.

A Arena Pernambuco, com seus 46 mil lugares e R$ 532 milhões investidos.

Uma obra para mudar completamente essa paisagem ainda bucólica.

Esta foto aérea foi registrada pela Odebrecht, a construtura da obra, neste mês.

Na sua opinião, a obra da arena pernambucana está dentro do cronograma?

Evasivo, político, instruído…

Lobby

Em visita a Pernambuco, a 6ª subsede do Mundial de 2014 a receber a cúpula do Ministério do Esporte, o titular da pasta, Orlando Silva, foi bastante evasivo ao comentar o presente e o futuro dos projetos locais…

Como a maioria dos políticos, “falou sem falar”. Confira.

Sobre o nº de partidas da Arena Pernambuco no Mundial, já que existe a especulação de que o estádio dispute uma partida das quartas de final com Salvador, ele comentou:

“Pernambuco será um dos protagonistas da Copa, por causa de sua posição geográfica, importância e pelo projeto da arena. Essa decisão ainda será discutida.”

Ele disse que a maior preocupação sobre o estádio local não é com a quantidade de jogos durante a Copa, mas com o número de partidas após o torneio…

“É um estádio moderno, seguro e que precisa contar com os três clubes de Pernambuco, que têm grandes torcidas. Isso precisa ser conversado.”

Questionado pelo blog sobre a sua participação nesta negociação, o ministro admitiu o início de um “lobby” junto a Náutico, Sport e Santa Cruz.

Será mesmo que alguém vai jogar lá a partir de 2015…?

Sobre a Copa das Confederações de 2013, uma vez que o governador Eduardo Campos sempre faz questão de ressaltar o interesse em receber a competição, Orlando também não “cravou” uma resposta definitiva. A escolha dos estádios será em junho deste ano.

“Pernambuco deixou uma boa impressão , com as obras do estádio em estado satisfatório. A maior preocupação é com a mobilidade urbana, mas essa decisão dos estádios cabe à Fifa. Creio que o Recife tem condições de participar. É preciso, sobretudo, cumprir o cronograma das obras.”

Ministro “desconfia” do Sport

Ministro do Esportes, Orlando Silva

O ministro do Esporte, Orlando Silva, concedeu uma entrevista coletiva nesta quarta sobre o andamento das obras de Pernambuco para a Copa do Mundo de 2014.

O político falou com a imprensa em um hangar no Aeroporto Internacional dos Guararapes após um sobrevoo de cerca de 20 minutos na Cidade da Copa.

Ao retornar, Orlando fez logo uma pergunta surpreendente aos presentes na portaria da sala, já lotada de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas:

“O que está acontecendo com o Sport? É possível tirar esses sete pontos diferença (no Estadual)? Será que o time ainda vai chegar?”

Rubro-negro fanático, o motorista do Diario, Clécio Bunzen, respondeu na lata…

“É claro que vai, ministro!”

“Quero ver“, devolveu Orlando Silva, desconfiado e “preocupado”.

Toda a torcida rubro-negra também está, ministro…

Qual será o tom do verde?

Seminário de Sustentabilidade da Copa 2014 em PernambucoToma posse nesta quarta o Comitê Local de Sustentabilidade da Copa 2014, criado segundo a portaria do CPRH nº 104/2010, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 15 de dezembro de 2010.

O evento acontecerá no seminário regional Mundial 2014 – Agenda de Meio Ambiente e Sustentabilidade, no Memorial Arcoverde, em Olinda.

Palestras, seminários e discussões políticas à parte, o que poderia ser feito na prática para o Brasil tocar esse projeto Copa Verde?

Por enquanto, nomes pomposos, como “Parque da Copa”, “Copa Orgânica”…

Saiba mais cliando AQUI.

Pode até não parecer, mas as 21 cores do quadro abaixo são tonalidades do verde. Arrisque a cor da Copa! Saiba o nome de cada uma dessas variações AQUI.

Tonalidades de verde

Dos trilhos para a Copa

Estação de metrô Cosme e Damião. Foto: Ap_Recife/divulgação

Arena Pernambuco, a 19 quilômetros do Marco Zero do Recife. Encravada na zona oeste da região metropolitana, ainda vazia.

Apesar das 6 mil vagas de estacionamento, os organizadores do futuro estádio pernambucano para a Copa do Mundo de 2014 projetam um acesso em massa via metrô.

Acima, fica claro que a Estação Cosme e Damião está próxima da conclusão.

Fica a 700 metros do estádio. De lá, um transporte rápido, integrado.

Atualmente, o percurso nos trilhos entre a estação do aeroporto e o ponto do estádio é de 1 hora e 15 minutos.  Muito alto.

A meta é tentar fixar o acesso em, no máximo, uma hora. O percurso passa por 17 das 28 estações da rede Metrorec com uma tarifa unificada (veja mais AQUI).

A partir de 2014, você irá de carro ou metrô para a arena…?

Você moraria dentro do Arruda, da Ilha ou dos Aflitos?

Estádios do Arsenal, em Londres: Highbury (agora, um condomínio)  Emirates Stadium

A pergunta do post ainda é um devaneio. Pelo menos no Recife…

Em Londres, o Arsenal jogou no estádio Highbury de 1913 até 2006 (veja AQUI).

Mas o clube construiu o moderníssimo Emirates Stadium, com 60.432 lugares, a dois quarteirões de distância, e mudou o campo de jogo (veja AQUI).

O que fazer com o Highbury? Eis uma solução curiosa.

Parte da fachada do famoso Highbury, na região norte da capital inglesa, foi mantida, a pedido dos torcedores, que cresceram tendo o local como segunda casa.

Agora, outros tantos de fato têm o terreno como “a casa”. A edificação foi amplamente reformada, virando o condomínio Highbury Square, de 724 apartamentos.

O preços dos apartamentos, vendidos a torcedores do Arsenal, é bom ressaltar, variou entre R$ 716 mil e R$ 4,3 milhões. Todos já foram comercializados.

Ainda estamos um pouco longe de uma decisão tão radical assim, de demolir o estádio. Mas, caso a proposta fosse a mesma do Gunners (apelido do time londrino), você aceitaria morar dentro do campo de um dos três estádios do Recife?

Com a resposta, tricolores, rubro-negros e alvirrubros…

E a despedida do estádio? Saudade? Confira o último dia do Highbury.

Sobraram as velas

Vela

Esse post foi escrito numa “gambiarra” de energia elétrica.

Na recepção de um edifício, único ponto iluminado pelo gerador movido a óleo diesel.

Eu estava na Zona Sul, mas pouco importava a direção da bússola.

Em plena madrugada, estava numa metrópole completamente escura, sem perspectivas.

O blecaute havia sido de proporções bem maiores que o raio do Grande Recife.

Atingiu quase todo o Nordeste, com cerca de 50 milhões de pessoas prejudicadas.

Às 23h… Menos de uma hora após o fim da partida Sport 2 x 1 Central, onde 24.109 pessoas estiveram presentes na Ilha do Retiro.

Pois é. Vamos partir apenas deste viés “esportivo”, entre tantos outros discutíveis.

Boa parte desses torcedores ainda estava tentando voltar para casa, caminhando, nas paradas de ônibus ou nos carros, quando tudo se apagou. Tumulto.

O medo do apagão foi enorme no Brasil há quase uma década.

Um país que passou a crescer em alta velocidade, vencendo os meandros da economia global, não teria capacidade de se manter aceso?

Seja qual for a explicação, esse temor se faz presente novamente.

Dentro de três anos, uma Copa do Mundo para todo o planeta assistir, com muita expectativa. O iluminado Mundial dos sonhos precisa de luz sem ser no sentido figurado.

O Nordeste terá quatro subsedes, Recife, Salvador, Fortaleza e Natal.

Isso corresponde a 1/3 de todos os estádios da Copa. Pois essa escuridão em massa na região seria suficiente para jogar na lama toda a organização…

Fica a torcida para que tenha sido apenas um fato isolado, a míseros 110 volts.

Clássicos sem casa

No Limite

Está lá no site oficial da FPF:

“Esta entidade, através do seu presidente, comunga com a opinião de que os chamados clássicos envolvendo os três principais clubes da Capital deveriam ser realizados no maior estádio. Todavia, (…) a regra do jogo é lei, e a partir do momento que ela é definida não cabe mais discussão.

O estádio em questão é o Arruda. Veja a nota completa clicando AQUI.

O episódio sobre a tentativa de mudança do clássico envolvendo Náutico e Santa Cruz, dos Aflitos para a casa coral (inversão?), levantou uma série de questionamentos.

O Arruda é, sem dúvidas, o maior e melhor estádio de Pernambuco. Continuará sendo o maior enquanto existir, mas o status de “melhor” será perdido a partir da inauguração da Arena Pernambuco, já evoluindo em São Lourenço (veja AQUI).

Quem não gostaria de mais conforto em uma partida de futebol no Recife?

As torcidas locais já cansaram de demonstrar força suficiente para jogos com lotação esgotada, mas as limitações existem dentro dos próprios clubes.

No caso timbu, a capacidade do seu estádio está limitada em 19.800 ingressos. Obviamente, o número é bem enxuto, aquém dos jogos com torcidas de massa.

Já a Ilha do Retiro sofre com uma redução gradativa em sua capacidade a cada ano, por mais que o estádio tenha sido ampliado duas vezes nos últimos 13 anos.

Recorde de 56.875 pessoas à parte, a capacidade oficial era de 45 mil. Caiu para 40, 35 e 30.500. Após alguns ajustes, o dado foi fixado em 34.000, apertado.

No Arruda, outrora um gigante de quase 100 mil lugares após a ampliação de 1982, o volume máximo hoje é de exatos 60.044 torcedores. Grande, mas sem conforto.

Os três estádios não oferecem serviços qualificados e já inerentes ao “espetáculo”, como bares, lanchonetes, banheiros, estacionamento, bilheteria informatizada etc.

O futebol é feito basicamente com a mesma estrutura de 20 anos atrás.

Portanto, FPF, a palavra “maior” poderia ser trocada por “melhor”…

Mirante da Arena

Terreno da Arena Pernambuco, em 27 de janeiro de 2011. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

A série Diário de uma Arena chega ao sexto mês.

A evolução da construção do estádio pernambucano para a Copa do Mundo de 2014 aponta para a fase da fundação, com a concretagem do terreno de 52 hectares.

Confira o hotsite com a reportagem sobre as obras em janeiro clicando AQUI.

Acima, um panorama geral da área do futuro complexo, direto do mirante da arena, num registro do repórter fotográfico Paulo Paiva.

Até a inauguração do estádio, o Superesportes vai registrar o crescimento da arena sempre do mesmo ponto, do alto do terreno.

Então, eis a “última” foto antes das primeiras estacas de concreto e aço.

Aniversário do Recife, presente de quem?

Bolo temático de futebol

Aniversário do Recife, 12 de março.

Neste dia, uma comitiva da Fifa começará no estado uma inspeção de dois dias.

Dessa vez, o foco não será a Arena Pernambuco, mas os candidatos ao status de Campo Oficial de Treinamento (COT) do Mundial do Brasil.

O estado entregou em dezembro uma lista com dez opções, sendo cinco no interior, mas a visita na capital dá indícios sobre a futura decisão.

Opções na Região Metropolitana do Recife: estádios do Arruda, Ilha do Retiro e Aflitos, e CTs do Náutico (Guabiraba) e do Sport (Paratibe).

Opções no interior estado: Caruaru (Lacerdão e CT do Porto), Garanhuns (Gigante do Agreste), Salgueiro (Cornélio de Barros) e Petrolina (Paulo de Souza Coelho).

Após a visita, os técnicos da Fifa vão elaborar um relatório com as necessidades de cada ponto. Caberá ao comitê local exigir as modificações de adequação.

Veja o agendamento completo da Fifa para a escolha dos COTs clicando AQUI.

Pernambuco luta para emplacar até quatro campos oficiais de treinamento. Nos 474 anos do Recife, o verdadeiro presente vai para…?