Um campeão nordestino inédito a caminho

Copa do Nordeste 2013, semifinal: ASA  x Ceará e Campinense x Fortaleza. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Nordeste terá um campão inédito em 2013. No surpreendente desfecho das quartas de final, festa dos quatro visitantes. E olhe que nenhum dos semifinalistas conseguiu vencer o jogo de ida do primeiro mata-mata, em casa. Em todos os confrontos, quem decidiu em casa teve que aturar a vista da torcida visitante após o apito final.

Na Ilha do Retiro, mesmo invicto, o Sport foi despachado pelo Campinense. Em Natal, o ABC vencia o ASA por 1 x 0 até os 34 minutos do segundo tempo. Levou dois gols seguidos e foi eliminado pelo clube alagoano. Em Salvador, a grande surpresa. Maior vencedor da competição, o tetracampeão Vitória havia vencido o Ceará por 2 x 0 no estádio Presidente Vargas. Na partida de volta, foi humilhado no Barradão, goleado por 4 x 1.

No Arruda, o último ato. Classificado até os 46 minutos da etapa complementar, o Santa Cruz acabou derrotado pelo Fortaleza por 2 x 1. Entre os quatro integrantes do novo G4, as melhores campanhas no Nordestão até hoje foram de Ceará e Fortaleza, semifinalistas em 1997 e 2002, respectivamente. Nota-se que o capítulo final deste regional será histórico.

Ceará x ASA

O duelo de alvinegros de Ceará e Alagoas será, também, um duelo de dois times da Série B do futebol brasileiro, o que projeta uma organização maior para a temporada. O time de Arapiraca estava praticamente eliminado na primeira fase quando venceu os últimos três jogos. Já o Vozão conseguiu uma reviravolta incrível em Salvador, o que o credenciou na competição.

Campinense x Fortaleza

Os dois times terminaram a primeira fase na segunda colocação, mas tiveram todos os méritos para derrubar a dupla das multidões do Recife. Foram 50 mil torcedores nas partidas na Ilha e no Arruda. Esse povo todo viu os visitantes com mais ímpeto, mais volume, mais estrutura tática. Mais tradicional, o Fortaleza, uma divisão acima do Campinense, tem leve favoritismo.

O primeiro gol do Nordestão, o primeiro gol africano

América do Sul e África

Um gol emblemático no estádio Cornélio de Barros.

Em um jogo truncado, na tarde deste sábado, o tento da vitória do Carcará saiu aos 32 minutos do segundo tempo.

Peri cruzou da esquerda e Yerien mandou de canhota para dentro da meta do ASA.

Era o primeiro gol do Salgueiro na história da Copa do Nordeste.

Era, na verdade, o primeiro gol da renascida competição regional, iniciada no mesmo dia da Copa Africana de Nações, do outro lado do Oceano Atlântico.

Para mostrar que não estamos tão distantes assim, e a nossa miscigenação comprova isso há cinco séculos, Yerien é nigeriano.

Por sinal, foi o único gol africano do dia, pois as duas partidas na disputa continental, África do Sul x Cabo Verde e Angola x Marrocos, terminaram em empates sem gols.

Aposta no Sertão, o atacante só entrou na etapa complementar. Vestindo a camisa 16,  deu a primeira vitória a Pernambuco no regional desta temproada, 1 x 0.

Yerien Richmind Esukuriede, natural de Delta State, passou fome até começar a encarar uma carreira profissional no futebol brasileiro.

Aqui no Nordeste ainda perambulou de forma ilegal. Agora, aos 20 anos, arranha a língua portuguesa e enxerga um futuro melhor com a bola nos pés, na rede.

No Sertão, o africano é antes de tudo, um forte.

Em vez de fumo, pontos

Série B 2011: ASA 1 x 2 Náutico. Foto: Federação Alagoana de Futebol/divulgação

Na famosa Terra do Fumo, o Náutico teria a chance de estruturar a sua classificação antecipada à Série A. Um resultado positivo e o time ficaria com um pé e meio na elite.

Confiante no resultado, a torcida alvirrubra foi em peso ao estádio Coaracy Fonseca.

A campanha fora de casa nem era tão animadora, com apenas três vitórias em 16 jogos, mas o time encaixado e a consistência das últimas atuações credenciaram a esperança.

Num campo castigado pela chuva em Arapiraca, a partida contra o ASA foi dura, com muitas faltas, jogadores escorregando bastante e chutes de longa distância.

A equipe comandada por Waldemar Lemos precisou ter paciência para impor o seu jogo, na base dos contragolpes. Até levou um susto, com uma bola na trave de Marielson.

Porém, quando acertou o que já estava premeditado, a vitória começou a ser escrita…

Aos 31 minutos, Eduardo Ramos articulou, Airton tocou e Kieza bateu com categoria. O atacante voltou ao topo da artilharia, ao lado de Lincom, agora com 19 gols.

O jogo seguiu na mesma, com o Timbu bem postado e o ASA tentando pressionar.

Na etapa final, numa faixa curta de tempo, o alvinegro de Alagoas acertou novamente a trave de Gideão. Duas vezes, aliás. Ambas com Gilberto Matuto.

Aos 35 minutos, enfim, a tranquilidade para a campanha vermelha e branca.

Em um contra-ataque, obviamente, Derley certou um chute no cantinho do goleiro e ampliou a vantagem, emocionando os alvirrubros presentes no estádio.

Reinaldo Alagoano ainda diminuiu no finzinho, mas não evitou a 16ª vitória do Náutico neste Brasileiro, 2 x 1. Na Terra do Fumo, o Náutico preferiu voltar com os pontos…

Na terça-feira, nos Aflitos, diante do Barueri, a apoteose de um ano de superação.

Os seis pontos mais difíceis do ano

Série B 2011: Sport 3 x 0 ASA. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Uma semana decisiva para o Sport.

Decisiva para um time caro e que sempre se apresentou como candidato ao acesso.

Assim, dois jogos agendados e muita desconfiança na torcida rubro-negra…

Na terça-feira, na Ilha do Retiro, o pior visitante como convidado.

Em 11 jogos longe de Arapiraca, o ASA não havia vencido ninguém. Eram três empates e oito derrotas, sem poder de fogo algum.

Depois, na sexta-feira, longe de casa, o pior mandante como adversário.

Também em 11 jogos, o Duque de Caxias, quase sempre sem público algum no estádio, só venceu uma vez, com três empates e sete derrotas.

Duas noites, 180 minutos de bola rolando e um destino traçado para o Leão.

Para quem mira o G4 da Série B do Brasileiro, não tem como imaginar um contexto sem as duas vitórias nessa sequência. Não mesmo!

Para o Sport, no entanto, a dificuldade parece ser maior justamente por parecer fácil. O histórico diante de equipes com retrospectos bizarros não ajuda.

Mas o primeiro passo foi dado… Vitória convincente sobre o ASA, 3 x 0.

Os 21.637 torcedores presentes na Ilha viram uma dupla ataque funcionando muito bem. Dois gols de Bruno Mineiro, agora com 9 na competição, e um de Júnior Viçosa.

Assim, 50% da “missão” foi cumprida. Um esboço de alívio toma conta da torcida.

Então, agora é partir para o Rio de Janeiro, crescendo cada vez mais no Brasileiro.

O adversário, é bom lembrar, soma apenas 9 pontos em 23 jogos. Em tese, nunca foi tão difícil bater o lanterna, Sport.

Acabar com esse fantasma pode valer, enfim, o G4…

Série B 2011: Sport 3 x 0 ASA. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Quando a surpresa é positiva

Série B 2011: Náutico 1x0 ASA. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Engrenou?

Sete jogos sem derrota.

Mais um degrau no G4, agora na 3ª colocação.

Mais uma vitória no invicto estádio dos Aflitos neste Campeonato Brasileiro, a 5ª.

Dessa vez, três pontos diante do ASA, no suado 1 x 0 com um gol do vibrante Derley.

Ganhando e se protegendo, com a melhor defesa da competição, com 11 gols sofridos.

Após arquibancadas às moscas, a volta do TCN e do importantíssimo caldeirão, no maior público alvirrubro na Série B, com 16.051 torcedores, na noite desta sexta-feira.

Tudo isso com um jogo a menos em relação à maioria dos adversários…

Aquele Náutico de Waldema Lemos, criticado de todos os lados, sem confiança alguma dentro de campo, parece estar virando passado, ou, melhor ainda, aprendizado.

Do que não fazer…

Mesmo com o caixa no limite, os jogadores do Timbu estão surpreendendo.

Após a dura eliminação no Estadual, que resultou na mudança de comando técnico e saída de alguns atletas, o Alvirrubro parecia moldado a brigar na zona intermediária…

Os problemas não deixaram de aparecer. Longe disso.

Waldemar vem controlando como pode o ambiente dos jogadores, que estão seguindo as ordens do comandante. Aquele mesmo de fala mansa, sem “pulso”.

Na conversa, ganhou o grupo. Transformou o cabisbaixo Náutico em um candidato.

Ao acesso… Mudança surpreendente. Dessa vez, aleluia, pelo lado positivo.

Série B 2011: Náutico 1x0 ASA. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Caminhão e kombi ligados no rastro do Carcará

Série B 2011: Salgueiro 1x1 ASA. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

No duelo entre os interioranos de Pernambuco (Salgueiro) e Alagoas (ASA), um empate indigesto para o Carcará na Região Metropolitana do Recife.

Já entrando naquela fase – caminho sem volta – de trazer um caminhão de jogadores e liberar outros tantos numa kombi, o Salgueiro viveu uma semana conturbada.

A passagem na zona de rebaixamento afeta a vida de qualquer clube, ainda mais a de um estreante, sem tanto dinheiro e experiência numa competição difícil como esta Série B do Brasileiro, ainda que nivelada por baixo.

Então, era preciso batalhar bastante, deixar de vacilar em “casa” e passar a, pelo menos, somar três pontos de forma regular em Paulista. Aos 24 do 2º tempo, numa cabeçada, Fabrício Ceará parecia pronto para aliviar a barra do Salgueiro na Segundona.

Perto do fim, aos 35, Didira empatou. O 1 x 1 manteve o prejuízo do Z4 ao clube sertanejo. Deixou os motores ligadores. Do caminhão e da kombi…

Série B 2011: Salgueiro 1x1 ASA. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Faltou o passe para os três pontos

Série B 2011: ASA 1 x 1 Sport. Foto: Igor Castro / Futura Press

Em Arapiraca, com boa presença da torcida rubro-negra, o Sport voltou a campo após 11 dias de treinamento. Com novas peças, em um conjunto reforçado.

Uma vitória neste sábado deixaria o time novamente como líder isolado da Série B. Porém, o esquema 3-6-1 foi sufocado desde o início.

Em seu caldeirão, o ASA marcou logo aos 14 minutos, com Alexsandro. Como é de praxe, só aí o Leão passou a querer jogar bola. A querer a bola. Mas abusou de errar passes.

O Sport irritou até o seu torcedor mais tranquilo. Bala, isolado na frente, era peça nula.

Na segunda etapa, o Sport apresentou um volume de jogo melhor, marcando a saída de jogo, a ponto de terminar a partida com 54% de posse de bola. Era outra “partida”.

Hélio dos Anjos cedeu e fez algumas substituições, uma delas fundamental. Paulista, artilheiro do Pernambucano de 2011, mostrou que tem potencial para ser titular.

Antes disso, o volante Rithelly já havia empatado para o Leão. Depois, o ASA até assustou, mas o Rubro-negro batalhou bastante para virar o jogo… Criou, chegou perto.

Faltou justamente o entrosamento no último passe, mesmo com atletas experientes, como Marcelinho Paraíba e Saci. Falhando nisso, o placar não mudou, cravado em 1 x 1.

Neste caso, os 11 dias de treinamento não adiantaram muito…

Série B 2011: ASA 1 x 1 Sport. Foto: Igor Castro / Futura Press

Cálculos pré-clássico

Projeções na Série B do Brasileiro de 2010, após 30 rodadas, do Infobola (esquerda) e Chance de Gol (direita)

Projeções atualizadas após 30 rodadas da Segundona de 2010. A oito rodadas do fim.

A matemática pode ser exata, mas confira acima os dados distintos de dois dos principais sites de probabilidades no futebol do país, o Infobola e o Chance de Gol.

A vitória no Rio de Janeiro combinada às derrotas de Bahia e América/MG elevaram bastante a projeção do Sport, que agora varia entre 30% e 40% de chance de subir.

O surpreendente ASA de Arapiraca encaixou cinco vitórias seguidas, chegou a 99,99% de probabilidade de ficar na Segundona e até sonha com a elite, entre 4% e 7%.

Taí um bom exemplo para o Náutico focar nesta reta final da Série B, com o fantasma do rebaixamento à Terceirona cada vez maior em Rosa e Silva. Um índice de 17,1% apontando uma possível queda já é algo considerável.

Para recalcular as projeções, rubro-negros e alvirrubros vão passar por um tenso Clássico dos Clássicos neste sábado, na Ilha do Retiro.

Segundo o Chance de Gol, o Sport é o time com a maior chance de vitória na próxima rodada do Brasileiro, com 70,7%. Favoritismo absoluto? Não em um clássico.

Seja qual for o resultado da partida, o placar vai mudar a chance de acesso e de rebaixamento de ambos. Para mais ou para menos.

W.O. virtual

Náutico no Winning Eleven

Dez derrotas consecutivas como visitante.

Uma marca que aponta o pior caminho possível na Série B…

A campanha alvirrubra longe dos Aflitos virou um vexame. Em 17 de julho, contra o América/MG, o Náutico venceu fora de casa pela última vez.

Triunfo por 2 x 1 na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, a 70 km de Belo Horizonte. Aquela havia sido a terceira vitória timbu em quatro jogos longe de Rosa e Silva.

Desde então, o time não se encontrou mais. Virou uma presa fácil para os adversários. Não agride, dispõe de uma marcação frouxa e o poder de recuperação é nulo.

A confiança não existe. O time parece entrar virtualmente derrotado. Motivador, Roberto Fernandes sabe que é preciso sacudir o grupo.

Para um futuro não tão comprometedor, é preciso somar pontos fora de casa. E restam apenas cinco jogos longe dos Aflitos, incluindo um clássico.

Neste incômodo jejum de dez jogos, o Náutico sofreu 24 gols e marcou apenas 5.

Na noite desta terça-feira, mais do mesmo: ASA 2 x 0 Náutico. No Brasileiro, esse revés foi, também, a 7ª derrota nos últimos 8 jogos. Dado assustador.

Já faz tanto tempo desde a última vitória como visitante que o próximo adversário será mesmo América Mineiro… Na próxima terça, nos Aflitos. Em casa, Náutico. Em casa!

#ilhalotada

Série B-2010: Sport 2 x 0 ASA. Marcelinho Paraíba marcou de pênalti e abriu o placar. Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Pela segunda vez, a Ilha do Retiro recebeu mais de 30 mil torcedores nesta Série B.

Segunda vez consecutiva, diga-se. O grande público é um reflexo direto da boa fase do Sport, que registrou números pífios nas primeiras rodadas.

Neste sábado foram 30.012 leoninos, que vibraram com o gol de Marcelinho Paraíba.

Apesar do visual, o número foi abaixo dos 30.073 torcedores no feriado de 7 de setembro, contra o Brasiliense. Assim como ocorreu com o Arruda (veja AQUI), fica a dúvida sobre a real capacidade do estádio rubro-negro. Encolheu?

O recorde da Ilha foi em 07/06/1998, no jogo Sport 2 x 0 Porto: 56.875 pessoas.  E olhe que sequer havia a última ampliação, conhecida como Curva de Dubeux.

Era possível entrar mais 26.863 pessoas neste sábado? E sem considerar a ampliação…

Seja qual for a resposta do questionamento acima,vale elogiar a corrente online da torcida. A hashtag #ilhalotada foi divulgada no Twitter durante toda a semana.

O próprio clube (@sportrecife) participou, assim como o artilheiro Ciro (@c11ro).

Com o público anunciado no sábado, o Sport chegou a 172.883 pessoas em 11 jogos.

Média de 15.716, a maior da Segundona.

E olhe que no próximo sábado haverá o clássico Sport x Bahia.

Se continuar encolhendo, a Ilha será pequena para este jogo!