Raio X da delegação recorde do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

A uma semana dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) divulgou um relatório sobre os 465 atletas do país confirmados no evento, sendo 256 homens e 209 mulheres. Gente espalhada entre os 12.500 competidores oriundos das 206 nações filiadas, além do “time de refugiados”. Da delegação verde e amarela, 68% dos convocados vão disputar a Olimpíada pela primeira vez. O perfil médio do Time Brasil, segundo o raio x, é de 1,76m, 73 quilos e 27 anos. Abaixo, o infográfico completo.

Com 15 representantes (13 mulheres e 2 homens), Pernambuco corresponde a 3,2% da delegação. Do estado, vão à Cidade Maravilhosa os seguintes nomes: Keila Costa (saltos em distância e triplo), Érica Sena (marcha atlética), Cisiane Dutra (marcha atlética), Wagner Domingos (lançamento de martelo), Joanna Maranhão (natação, 200m e 400m medley e 200m borboleta), Etiene Medeiros (natação, 50m e 100m livres, 100m costas e revezamentos), Yane Marques (pentatlo moderno), Felipe Nascimento (pentatlo moderno), Teliana Pereira (tênis), Jaqueline (vôlei), Dani Lins (vôlei), Samira Rocha (handebol), Bárbara (futebol), Amanda Araújo (rúgbi) e Cláudia Jaqueline (rúgbi).

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Infográfico do COB sobre a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2016

Trinidad encaminha aclimatação olímpica no Recife. Portugal e África na mira

Visita da comitiva olímpica de Trinidad e Tobago.  Foto: Peu Hatz/Secretaria de Turismo, Esporte e Laze

A Olimpíada do Rio de Janeiro reunirá 206 nações, com aproximadamente 12 mil atletas espalhados em 28 modalidades. Gente demais a caminho do Brasil, demandando inúmeros centros de treinamento. Segundo o guia oficial de preparação, existem 176 instalações no país, das quais apenas dez no Nordeste. Uma no estado, o Centro de Esportes e Lazer Santos Dumont, em Boa Viagem. Há quatro anos, quando o local foi selecionado, havia a expectativa de receber uma delegação. O tempo foi passando e, até pela situação da estrutura, a dúvida foi aumentando. Com a Olimpíada batendo à porta, uma articulação pode trazer até três delegações em busca de aclimatação.

A secretaria de turismo, esporte e lazer negocia há meses com Trinidad e Tobago (atletismo), Portugal (futebol) e África do Sul (rugby de 7). Em 1º de fevereiro, o secretário executivo da pasta, Diego Pérez, recebeu uma comitiva de Trinidad, país caribenho de 1,3 milhão de habitantes, a procura de uma pista de atletismo, a sua principal modalidade. Em Londres, os trinitinos ganharam 3 medalhas masculinas (bronze nos revezamentos 4x100m e 4x400m e nos 400m livres). Além da pista, o campo do Santos Dumont também pode ser utilizado pelo campeão olímpico de lançamento de dardo, Keshorn Walcott.

Delegação de Trinidad e Tobago nos Jogos
2004 – 19 atletas (1 bronze)
2008 – 28 atletas (2 pratas)
2012 – 30 atletas(1 ouro e 3 bronzes)

A visita técnica foi chefiada pela secretária geral do comitê de Trinidad, Annete Knott. Um ponto a favor para a escolha seria o acesso aos hotéis, hospitais e ao aeroporto, todos na zona sul, além de contar com voos diretos dos EUA e de Portugal (porta da Europa), onde os atletas estão competindo. Seriam 15 dias no Recife. No caso de portugueses (com dois encontros entre o presidente comitê lusitano, Manoel Constantino, e o secretário de esportes, Felipe Carreras) e sul-africanos, as escolhas estão focadas em centros de treinamento de futebol (Sport ou Náutico), que poderiam ser incorporados ao catálogo olímpico.

Eis a chance para Pernambuco fazer parte da Olimpíada diretamente…

O projeto original de reforma do Santos Dumont, de R$ 84 milhões, contemplaria até a construção de uma arquibancada coberta na pista principal em 2016. A reforma foi iniciada, mas a conclusão segue sem prazo.

Visita da comitiva olímpica de Trinidad e Tobago.  Foto: Peu Hatz/Secretaria de Turismo, Esporte e Laze

As medalhas de Pernambuco nos Jogos Pan-Americanos de 2015

Yane Marques, Etiene Medeiros, Keila Costa, Érica Sena e Joana Maranhão, as medalhastias individuais de Pernambuco nos Jogos Pan-Americanos de 2015

Doze pernambucanos subiram ao pódio em Toronto, na 17ª edição dos Jogos Pan-Americanos, com 17 medalhas ao todo. Um desempenho bem acima da média histórica considerando os atletas do estado. O feito se torna ainda mais relevante se levarmos em conta as medalhas individuais, todas conquistadas pelas mulheres. Foram sete, sendo dois ouros, três pratas e dois bronzes. A título de curiosidade, caso Pernambuco fosse um país, como de fato foi durante 75 dias na Revolução de 1817, teria ficado em 16º lugar no quadro geral de medalhas, que conta com 41 países. Superaria, por exemplo, Uruguai, Bolívia e Paraguai. Mesmo sem “disputar” as provas coletivas, claro.

Os destaques da terrinha foram Etiene Medeiros, a primeira nadadora do Brasil a ganhar uma prova pan-americana, e Yane Marques, medalhando pela terceira vez consecutiva no pentatlo moderno. Nas quatro edições passadas (Guadalajara 2011, Rio de Janeiro 2007, Santo Domingo 2003 e Winnipeg 1999), o máximo alcançado pela delegação local havia sido três medalhas individuais.

Além das provas individuais, a bandeira pernambucana, estendida quase sempre nos ginásios canadenses, sobretudo nos jogos de vôlei, também foi representada em outras modalidades coletivas, como futebol, basquete, handebol e o próprio vôlei, com Jaqueline, bicampeã olímpica. Ainda na natação, Etiene Medeiros e Joanna Maranhão também subiram no pódio em outras oportunidades, nas provas de revezamento.

Vale ficar de olho no rendimento no próximo Pan, em Lima, no Peru…

Medalhas individuais de Pernambuco em 2015:

2 ouros
3 pratas
2 bronzes

Natação
Ouro – Etiene Medeiros (100m costas) – 59s51
Prata – Etiene Medeiros (50m livre) – 24s55
Bronze – Joanna Maranhão (200m borboleta) – 2m09s38
Bronze – Joanna Maranhão (400m medeley) – 4m38s07

Atletismo
Prata – Erica Sena (marcha atlética, 20 km) – 1h29m37s
Prata – Keila Costa (salto triplo) – 14,50m

Pentatlo Moderno
Ouro – Yane Marques – 1.348 pontos

As medalhas pernambucanas, em provas de revezamento e coletivas:

Ouro – Samira Rocha (handebol feminino)
Ouro – JP Batista (basquete masculino)
Ouro – Bárbara (futebol feminino)
Ouro – Bruno Santana (handebol masculino)
Prata – Joanna Maranhão (4x200m livre)
Prata – Jaqueline (vôlei feminino)
Prata – João Rafael (vôlei masculino)

Bronze – Etiene Medeiros (4x100m livre)
Bronze – Etiene Medeiros (4x100m medley)
Bronze – Rômulo (futebol masculino)

Total de medalhas (individuais e coletivas): 6 ouros, 6 pratas e 5 bronzes

Medalhas individuais de atletas pernambucanos no Pan:

2011 (22º lugar)
Prata – Joanna Maranhão (400m medley)
Prata – Yane Marques (pentatlo)
Bronze – Joanna Maranhão (200m medley)

2007 (17º lugar)
Ouro – Yane Marques (pentatlo moderno)
Prata – Keila Costa (salto triplo)
Prata – Keila Costa (salto em distância)

2003 (25º lugar)
Bronze – Joanna Maranhão (400m medeley)
Bronze – Emmanuel Santana (caratê, 74kg)

1999 (23º lugar)
Prata – Lula/Francismar (vôlei de praia)

Uma verdadeira pista de atletismo para Pernambuco

Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont em 2013. Foto: Polícia Rodoviária Federal

A espera por um nova pista de atletismo no estado durou quase vinte anos.

Inaugurado em 1975, com uma pista de carvão, o Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont, em Boa Viagem, teve sua primeira reforma dezenove anos depois, em 1994, na instalação do piso roberdan, com placas de borracha.

Pouco tempos depois, a pista de 4.331 metros quadrados ficou desatualizada em relação ao alto padrão definido pela a federação internacional de atletismo, a IAAF. Fora as placas que envelheceram e passaram a descolar.

Foram muitas as promessas de reformas desde então. Mais de uma dezena, com certeza. Propostas, orçamentos, reuniões, sempre terminando no limbo.

Passados mais dezenove anos, curiosamente, enfim Pernambuco ganha uma pista de atletismo com estrutura para a prática visando o alto rendimento

A pista sintética SBR, feita de poliuretano, já está sendo usada pelos atletas.

É o ponto de partida para a ampla reforma do Santos Dumont, selecionado para ser um dos 176 pontos de pré-treinamento da Olimpíada de 2016 (veja aqui).

Que a nova pista seja bem cuidada, bem utilizada e que uma eventual reforma não dure mais dezenove anos…

Do doping ao fair play, de Armstrong a Anaya

Positivo e negativo

Antológica, a recente confissão de doping de um ícone no esporte levantou mais uma vez a discussão sobre a competitividade, sobre o limite da competitividade.

Que por muitas vezes resulta numa busca desenfreada pela vitória, pelos recordes e pela marca pessoal, ultrajando todas as regras possíveis.

O ciclista Lance Armstrong frustrou milhares de torcedores, sobretudo americanos, orgulhosos com as sete vitórias na Volta da França, mesmo combatendo um câncer.

A bombástica entrevista à apresentadora Oprah Winfrey confirmou as inúmeras denúncias, as quais rechaçava há mais de uma década. A revolta do público, seja lá qual for o esporte predileto, acabou aliviada com a lembrança de um ato recente…

Para deixar claro que o plano esportivo segue intacto como regra, não exceção.

O queniano Abel Mutai vencia com facilidade uma prova de atletismo. Na reta final, se confundiu com a linha chegada, diminuiu o ritmo e passou a saudar o público.

O espanhol Ivan Fernandez Anaya se aproximou e teve tudo para vencer, mas percebeu o engano do adversário. Teve alguns segundos para sonhar com o alto do pódio.

Se a confissão eternizou Armstrong no rol dos atletas controversos, um simples toque no ombro alheio tranformou Anaya em sinônimo de fair play no esporte.

O sonho do Santos Dumont Olímpico

Projeto do Centro Esportivo Santos Dumont, no Recife. Crédito: COB/divulgação

De acordo com o guia oficial de locais de treinamento Pré-Jogos Rio 2016, existem 176 pontos no país engatilhados para a preparação de delegações de todo o planeta.

Contudo, apenas dez centros do Nordeste estão na lista. Só um no estado. Inaugurado em 1975, o Centro de Esportes e Lazer Alberto Santos Dumont reúne inúmeras modalidades. É o representante local na Olimpíada do Rio de Janeiro (veja aqui).

O centro conta com pista de atletismo, natação, esportes coletivos, artes marciais etc. Tinha tudo para ser um polo formador de atletas de primeiro nível. Com quase quatro décadas de história, o Santos Dumont carece de uma estrutura moderna.

Há bastante tempo o local em Boa Viagem sobrevive com reformas pra lá de enxutas, aumentando ano a ano a demanda por um novo complexo. Por uma referência.

Tornou-se um para-raio de promessas políticas. Consequentemente, virou um desafio.

Projeto do Centro Esportivo Santos Dumont, no Recife. Crédito: COB/divulgação

No post, imagens do possível futuro do Santos Dumont, agendado para o primeiro semestre de 2014. Piso de última geração na pista de atletismo, um grande ginásio para várias atividades simultâneas e parque aquático. Porém, o projeto, bem editado, não é novidade. Vários outros surgiram nos últimos dez anos (veja aqui).

Em 2008, uma reforma de R$ 1,2 milhão. Em 2009 veio a promessa de orçamento de R$ 15 milhões para uma ampla reforma. Nada. Em 2012, um montante de R$ 84.994.736 para a requalificação física e estrutural, através do decreto 38.395 no Diário Oficial do Estado. Na divisão, 65,32% do governo do estado e 34,68% do Ministério do Esporte.

A ordem de serviço deverá ser dada ainda neste ano, em um obra com previsão de vinte meses. Concorrendo com mais 175 locais no país, o centro tem uma chance única, literalmente, para fazer parte da agenda de futuras delegações nos Jogos Olímpicos.

Ação paralela ao antigo sonho de formar atletas de maneira sistemática, multiplicando nomes olímpicos como Yane Marques, Joanna Maranhão, Keila Costa, Jessé Farias…

O passo mais importante é transformar o 3D em realidade. De uma vez por todas.

Projeto do Centro Esportivo Santos Dumont, no Recife. Crédito: COB/divulgação

Uma vaga no mosaico olímpico de Usain Bolt

Mosaico de Usain Bolt

Recordistas mundal nos 100 metros rasos do atletismo, nos 200 metros e no revezamento 4 x 100 metros. Em duas Olimpíadas, 100% de aproveitamento.

Três provas em Beijing e três em Londres.

Nas seis, o primeiro lugar, o ouro. São seis medalhas para raio jamaicano.

Fenômeno que também se mostra rentável, com um pool de patrocinadores.

Ídolo no esporte, com recorde até nas redes sociais. Nas suas provas, chegou a ter a marca de 80 mil menções no Twitter a cada minuto.

Não por acaso, o corredor quer canalizar o seu sucesso junto ao público.

A nova ideia é o mosaico de Bolt com as medalhas olímpicas. O quadro será formada 3.600 fotografias de torcedores mundo afora. Para participar, clique aqui.

O souvenir terá dimensões de 72 cm x 50 cm. Cada foto enviada será na resolução de 1 cm x 1 cm. A inserção de uma foto custa 12,95 libras esterlinas. Ou R$ 41.

Ou seja, o faturamento do atleta poderá chegar a 46 mil libras, ou R$ 147 mil.

Lego de Michael Phelps e Usain Bolt

Parque Olímpico de Londres, em 2012, em formato Lego. Crédito: Warren Elsmore

Michael Phelps ratificou em Londres o status de maior atleta olímpico da história, com 22 medalhas na piscina, sendo 18 delas douradas.

Na pista de atletismo, o jamaicano Usain Bolt manteve a hegemonia como o mais rápido do mundo. Ouro nos 100m e 200m. Com direito a flexão no fim da prova. Tirou onda.

Dois dos maiores nomes da Olimpíada em 2008 e 2012.

Focando os dois nomes, a Lego produziu dois vídeos, divulgados pelo The Guardian.

Duas divertidas homenagens com uma linha de brinquedos tradicional.

Michael Phelps, na final dos 200 metros medley.

Usain Bolt, na final dos 100 metros livres.

Usain Bolt e as mulheres no Instagram

Usain Bolt no Instagram

Na prova mais nobre dos Jogos Olímpicos, os 100 metros rasos no atletismo, Usain Bolt reinou novamente, com o bicampeonato, correndo em 9s63.

Recorde olímpico, mais um ouro, e o teatro de sempre, que cativa o público.

A empatia do jamaicano acabou se estendendo aos outros competidores, sempre com alguma “marra” diante das câmeras no anúncio da prova.

Mas o pioneiro Bolt segue mesmo imbatível.

Vitória à parte, Usain está curtindo bem a vida na Vila Olímpica.

A foto acima foi publicada pelo próprio atleta no Instagram (veja aqui).

Medalha de ouro de boa companhia…

O reboot de Blade Runner ao vivo no Estádio Olímpico

Oscar Pistorius nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Foto: COI/divulgação

Em mais de um século de história, a Olimpíada proporcionou imagens inesquecíveis.

Uma glória inesperada. Um protesto com um gesto simples, com o punho cerrado para o alto. Um abraço entre lágrimas de vencedor e vencido. Exemplos não faltam.

Não mesmo, pois surgem novos e emocionantes episódios a cada quatro anos.

São scripts dignos de Hollywood, com atos de superação, heróicos. Alguns surreais.

Então, o que dizer de Oscar Pistorius? Com apenas onze meses foi submetido a uma cirurgia. Em 1987, o sul-africano teve as duas pernas amputadas na altura dos joelhos.

Havia nascido em Johannesburgo com uma alteração ortopédica raríssima, chamada de hemimelia fibular. Costuma ocorrer uma vez em cada 40 mil nascimentos.

Cresceu, estudou, tornou-se atleta. Com próteses produzidas com fibra de carbono, passou a correr, e muito. Quis competir nos 400 metros rasos na Olimpíada de Beijing, em 2008, mas o pleito foi rejeitado pelo Comitê Olímpico Internacional.

Acredite, o órgão alegou que as próteses poderiam resultar em uma vantagem, devido ao peso. Foi à justiça e ganhou a causa no Tribunal de Arbitragem Desportiva (TAD). Só não conseguiu a marca mínima para a competição. Medalha de ouro nas Paraolimpíadas.

Esperou e perseverou, como tudo em sua vida. Alcançou a marca para 2012. Neste sábado, estreou na disputa, numa cena desde já antalógica, daquelas de cinema.

Inspirada em uma ficção como Blade Runner. Não por acaso, este é o seu apelido…