Nordestão 2018 na TV Jornal: “O maior campeonato regional do mundo”

Chamada da TV Jornal sobre o Nordestão 2018. Crédito: TV Jornal/facebook (reprodução)

A TV Jornal, a afiliada pernambucana do canal de Silvio Santos, volta a exibir o futebol local após décadas. Na verdade, a presença da emissora sempre foi esporádica, como na decisão do Brasileirão de 1987, entre Sport e Guarani. Em 2018, contudo, o SBT entra como emissora (sub) licenciada da Copa do Nordeste, com exibição assegurada em todas as afiliadas* da região.

Com três clubes locais na disputa (Santa Cruz, Náutico e Salgueiro) e duas redes no estado, no Recife e em Caruaru, a TV Jornal entra na parada com dois horários na grade, terça-feira à noite e sábado à tarde, e narração de Aroldo Costa, há anos locutor da Rádio Jornal. Estreia já na primeira rodada, com Confiança x Santa, em 16/01. Se a Globo Nordeste lançou um comercial valorizando o início do Campeonato Pernambucano, a TV Jornal naturalmente enalteceu o seu produto – que, esportivamente, realmente vale mais.

“Se ligue na TV Jornal e não perca nenhum lance do maior campeonato regional do mundo. Transmissão exclusiva” 

Vale lembrar que a Lampions passou na Globo durante cinco anos seguidos, desde a volta ao calendário oficial, em 2013. Na ocasião, a emissora adquiriu o sinal aberto junto ao Esporte Interativo, detentor de todas as plataformas até 2022. No entanto, as duas empresas, que vão concorrer no Brasileirão a partir de 2019, não chegaram num acordo sobre um novo sublicenciamento visando a edição regional de 2018, cuja cota absoluta alcança R$ 22 milhões.

Abaixo, um dos comerciais de divulgação, focando no ‘gigantismo regional’.

* Afiliadas: TV Jornal (PE), TV Aratu (BA), TV Jangadeiro (CE), TV Ponta Verde (AL), TV Difusora (MA), TV Tambaú (PB, João Pessoa), TV Borborema (PB, Campina Grande), TV Cidade Verde (PI) e TV Ponta Negra (RN)

A tabela definitiva da Copa do Nordeste de 2018, com 16 times na fase de grupos

Os grupos da Copa do Nordeste de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A fase preliminar da Copa do Nordeste de 2018 começou ainda no ano passado, em 15 de agosto, acabando apenas em 13 de janeiro, a três dias do início da fase principal do torneio, que distribui R$ 22,4 milhões em cotas. Esta edição marca a reforma promovida pela Liga do Nordeste junto à CBF, após três temporadas com o mesmo formato. Logo, a fase de grupos foi reduzida de 20 para 16 times, com o número de jogos caindo de 60 para 48, visando uma maior competitividade – daí a necessidade de criar uma seletiva.

Com a definição de todos os participantes, confira a tabela definitiva da etapa, que classificará os dois melhores colocados de cada chave às quartas de final, além das observações iniciais do blog sobre a 15ª edição da Lampions.

Grupo A
Santa Cruz (3º lugar no Pernambucano 2017) – R$ 1 milhão de cota
CRB (1º em AL) – R$ 850 mil
Confiança (1º em SE) – R$ 775 mil
Treze (2º na PB) – R$ 750 mil (somando a seletiva)

Sem dúvida, este é o grupo mais equilibrado desta edição, embora aparente ser tecnicamente nivelado por baixo, sendo o CRB o time de divisão nacional mais elevada – está na Série B. Mesmo na condição de cabeça de chave, o tricolor pernambucano, campeão em 2016, entra com um elenco reformulado e uma folha na casa de R$ 250 mil, patamar semelhante ao dos adversários. A chave também conta com as menores distâncias entre as sedes.

Pitaco do blog sobre os classificados: CRB (1º) e Santa Cruz (2º)

Tabela do grupo A

16/01 (19h00) – Treze x CRB (Amigão)
16/01 (21h45) – Confiança x Santa Cruz (Batistão)
01/02 (19h00) – CRB x Confiança (Rei Pelé)
06/02 (21h45) – Santa Cruz x Treze (a definir)
15/02 (19h00) – Confiança x Treze (Batistão)
20/02 (20h45) – Santa Cruz x CRB (Arruda)
10/03 (16h00) – CRB x Santa Cruz (Rei Pelé)
12/03 (19h15) – Treze x Confiança (PV)
20/03 (19h00) – Confiança x CRB (Batistão)
22/03 (19h00) – Treze x Santa Cruz (PV)
29/03 (21h15) – CRB x Treze (Rei Pelé)
29/03 (21h15) – Santa Cruz x Confiança (Arruda)

Grupo B
Vitória (1º lugar no Baiano 2017) – R$ 1 milhão de cota
ABC (1º no RN) – R$ 850 mil
Ferroviário-CE (2º no CE) – R$ 775 mil
Globo-RN (2º no RN) – R$ 750 mil (somando a seletiva)

Tentando aumentar o seu recorde, de quatro conquistas, o Vitória entra com mudanças em relação ao que disputou o Brasileiro, dispensando alguns medalhões e vendendo David (R$ 8 milhões). Como terminou em 16º na Série A nos últimos dois anos, a medida é compreensível. Na briga pela segunda vaga, o ABC tem mais lastro (técnico e financeiro), apesar do descenso à terceirona – Ferrim (de volta após 19 anos) e Globo correm bem por fora.

Pitaco do blog sobre os classificados: Vitória (1º) e ABC (2º)

Tabela do grupo B

16/01 (21h45) – Globo x Vitória (Manoel Barretto)
17/01 (19h00) – Ferroviário x ABC (Presidente Vargas)
31/01 (19h00) – ABC x Globo (Frasqueirão)
01/02 (21h15) – Vitória x Ferroviário (Barradão)
10/02 (16h00) – ABC x Vitória (Frasqueirao)
21/02 (18h00) – Ferroviário x Globo (Presidente Vargas)
10/03 (18h15) – Globo x Ferroviário (Manoel Barretto)
11/03 (19h00) – Vitória x ABC (Barradão)
20/03 (22h00) – Globo x ABC (Manoel Barretto)
21/03 (19h00) – Ferroviário x Vitória (Presidente Vargas)
27/03 (22h00) – Vitória x Globo (Barradão)
27/03 (22h00) – ABC x Ferroviário (Frasqueirão)

Grupo C
Bahia (2º lugar no Baiano 2017) – R$ 1 milhão de cota
Botafogo (1º na PB) – R$ 850 mil
Altos (1º no PI) – R$ 775 mil
Náutico-PE (4º em PE) – R$ 750 mil (somando a seletiva)

Com o maior orçamento da região em 2018, R$ 119 milhões, o Bahia entra como franco favorito ao título regional – com o tetra, se igualaria ao rival. O tricolor vendeu algumas de suas principais peças (Jean e Juninho Capixaba) e juntou a mais dinheiro, com a formação em andamento. Na briga pela segunda vaga, uma possível disputa polarizada entre Botafogo e Náutico, futuros adversários na Série C. O time paraibano trouxe algumas peças de maior experiência e técnica, como o meia Marcos Aurélio.

Pitaco do blog sobre os classificados: Bahia (1º) e Botafogo (2º)

Tabela do grupo C

17/01 (19h00) – Náutico x Altos (Arena PE)
18/01 (21h15) – Bahia x Botafogo (Fonte Nova)
30/01 (21h45) – Altos x Bahia (a definir)
08/02 (19h00) – Botafogo x Náutico (Almeidão)
22/02 (18h00) – Botafogo x Altos (Almeidão)
22/02 (20h15) – Bahia x Náutico (Fonte Nova)
10/03 (16h00) – Náutico x Bahia (Arena PE)
12/03 (21h30) – Altos x Botafogo (a definir)
20/03 (22h00) – Bahia x Altos (Fonte Nova)
22/03 (21h15) – Náutico x Botafogo (Arena PE)
27/03 (22h00) – Altos x Náutico (a definir)
27/03 (22h00) – Botafogo x Bahia (Almeidão)

Grupo D
Ceará (1º lugar no Cearense 2017) – R$ 1 milhão de cota
Sampaio Corrêa (1º no MA) – R$ 850 mil
Salgueiro (2º em PE) – R$ 775 mil
CSA-AL (2º em AL) – R$ 750 mil (somando a seletiva)

De volta ao Brasileirão, o Vozão só deve investir pesado neste ano a partir de abril, no início do nacional. Ainda assim deve ter, no mínimo, a terceira maior folha desta Lampions, com o reforço de nomes como Felipe Azevedo (atacante) e Juninho (volante). Ao carcará, com boa sequência de participações, a missão é difícil após a drástica mudança do elenco – manteve a base por anos. Com dois acessos seguidos, o CSA aparece bem cotado.

Pitaco do blog sobre os classificados: Ceará (1º) e CSA (2º)

Tabela do grupo D

16/01 (21h45) – Salgueiro x Ceará (Cornélio de Barros)
18/01 (21h15) – CSA x Sampaio Corrêa (Rei Pelé)
30/01 (21h45) – Ceará x CSA (Castelão-CE)
07/02 (19h00) – Sampaio Corrêa x Salgueiro (Castelão-MA)
15/02 (21h15) – CSA x Salgueiro (Rei Pelé)
20/02 (21h00) – Sampaio Corrêa x Ceará (Castelão-MA)
10/03 (16h00) – Ceará x Sampaio Corrêa (Castelão-CE)
10/03 (20h30) – Salgueiro x CSA (Cornélio de Barros)
20/03 (22h00) – CSA x Ceará (Rei Pelé)
22/03 (19h00) – Salgueiro x Sampaio Corrêa (Cornélio de Barros)
29/03 (19h00) – Ceará x Salgueiro (Castelão-CE)
29/03 (19h00) – Sampaio Corrêa x CSA (Castelão-MA)

Asa Branca 5 e a evolução das bolas e fornecedoras oficiais do Nordestão

A bola do Nordestão 2018. Foto: Esporte Interativo/divulgação

“Made in Nordeste”
“O Nordeste merece”
“Sangue tipo NE” 

A cada ano a Copa do Nordeste ganha um novo slogan, estampado na bola oficial da competição. Em 2018, na 5ª versão da bola Asa Branca, a Topper utilizou a base do design anterior, nas cores branco e azul, mas com a nova identidade visual dos textos presentes, com o destaque sanguíneo.

Em 2013, quando a Lampions voltou ao calendário nacional, a bola oficial foi produzida pela Nike, com a mesma versão utilizada nas demais competições organizadas pela CBF. A partir do ano seguinte, a Liga do Nordeste passou a negociar com as fabricantes, visando um modelo exclusivo. Daí o nome Asa Branca, eleito numa votação popular que ainda teve Maria Bonita e Arretada como opções. Do contrato firmado com a Penalty saíram três versões, fabricadas em Itabuna, no interior baiano. Em 2016, entretanto, a Asa Branca 3 acabou saindo de cena, mesmo após a apresentação oficial. Com um “contrato mais vantajoso”, como limitou-se a dizer a liga na ocasião, a Umbro ocupou o lugar. Porém, com uma bola genérica, sem traços regionais. Em 2017, a situação foi amarrada de uma forma melhor, com a Topper.

A produção é estimada em cerca de 420 bolas, visando 62 partidas, a partir da fase de grupos, em 16/01 – na seletiva foi um modelo da Nike. Na decisão, em 10/07, será feita uma versão especial, com os escudos dos finalistas.

Representantes pernambucanos: Salgueiro, Santa Cruz e Náutico.

Abaixo, relembre todas as bolas oficiais do Nordestão. Qual a mais bonita?

2013 – Strike (Nike)

2014 – Asa Branca I (Penalty)

2015 – Asa Branca II (Penalty)

2016 – Asa Branca III (Penalty, cancelada)

2016 – Neo (Umbro)

2017 – Asa Branca IV (Topper)

2018 – Asa Branca V (Topper)

Os orçamentos do G7 do Nordeste em 2018, com previsão de R$ 437 milhões

As projeções orçamentárias dos maiores clubes do Nordeste em 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

A cada ano, as direções executivas dos clubes de futebol precisam aprovar os orçamentos previstos junto aos respectivos conselhos deliberativos. Trata-se de uma estrutura histórica dos times tradicionais do país. No balanço, entram receitas e despesas, projetando cenários com superávit ou até mesmo déficit. Os cálculos para o faturamento contam cotas de televisão, renda dos jogos, patrocínios, mensalidade de sócios etc. São muitas variáveis, incluindo premiações em competições e negociação de jogadores. Mas, ainda assim, é preciso estabelecer um norte para a gestão seguinte. Portanto, considerando as estimativas dos sete maiores clubes da região, chega-se a R$ 437.813.882, com 75,4% concentrado no trio de cotistas da TV. Se os dados finais desta temporada serão maiores ou menores do que as previsões, saberemos apenas em abril de 2019, na divulgação dos sete balanços fiscais.

Em tempo: no Rio, os conselheiros do Flamengo aprovaram R$ 477 milhões.

Previsões do G7 em 2018 (atualizadas em 05/03, após aprovação do Vitória):

R$ 119.759.757 – Bahia (aprovado em 20/12/2017)
R$ 108.382.297 – Sport (aprovado em 09/01/2018)
R$ 102.000.000 – Vitória (aprovado em 01/03/2018)
R$ 55.000.000 – Ceará (aprovado em 27/12/2017)
R$ 24.000.000 – Fortaleza (aprovado em 06/12/2017)
R$ 14.671.828 – Náutico (aprovado em 15/01/2018)
R$ 14.000.000 – Santa Cruz (em discussão, com votação até 31/03/2018)

Abaixo, observações e dados sobre cada uma das previsões de orçamento. Curiosamente, os dois clubes com as maiores previsões orçamentárias também consideraram déficit no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro, sendo R$ 15,91 mi no Sport e R$ 14,94 mi no Bahia.

Bahia (119 milhões) – O tricolor soteropolitano deve se manter no patamar entre 110 e 120 milhões de reais pelo terceiro ano seguido. Na previsão de 2018, surpreende o repasse pelos direitos de transmissão na tevê, com R$ 69,1 milhões – incluindo todas as plataformas, com o pay-per-view cada vez mais importante. Com bilheteria, o clube projeta cerca de R$ 16 milhões, valor ainda modesto se comparado a clubes do mesmo porte em outras regiões. Com cinco torneios no ano, o Baêa considerou campanhas bem modestas para a proposta, com quartas de final do Nordestão (basta passar da fase de grupos), oitavas da Copa do Brasil (já estreia nesta fase, diga-se), 16º lugar na Série A (a última posição acima do Z4) e a primeira fase da Sul-Americana (onde enfrenta o Blooming, da Bolívia). O clube também considerou para a receita a venda de jogadores, R$ 7 milhões. Porém, o dado já foi alcançado nas transações de Jean (9 mi), Juninho Capixaba (6 mi) e Rômulo (1 mi).

Sport (108 milhões) – Inicialmente, a proposta do executivo leonino foi rechaçada pelo conselho deliberativo. Previa um déficit de R$ 15 milhões. Numa segunda reunião, o orçamento previa o mesmo saldo negativo, assim como a antecipação de parte da cota de 2019, mas foi aprovado pelos conselheiros. A diferença está na venda de jogadores (Diego Souza e Régis, já confirmados), equalizando a situação caso o time não obtenha resultados significativos nos campeonatos nacionais, as duas únicas fontes de receita via competitividade. E as metas foram bem elevadas durante a apresentação – ainda que as campanhas não sejam determinantes para o dado bruto. O Sport projeta as quartas na Copa do Brasil – ou seja, disputaria seis fases, acumulando R$ 10,8 milhões – e a 6ª colocação na Série A (2,7 mi). Neste século, o clube só alcançou duas vezes as quartas da copa nacional e uma vez o patamar da classificação almejada no Brasileirão. Meta fora da curva.

Vitória (102 milhões*) – No fim de 2017, a direção do leão da barra, encerrando a gestão, apresentou uma previsão de R$ 94 milhões paro ano seguinte, vetada pelo conselho. Embora o clube já tenha arrecadado mais (R$ 111 milhões em 2016), o valor foi considerado fora da realidade na ocasião, a partir dos contratos existentes. Um novo plano orçamentário ficou agendado para março, já com o novo presidente. De forma emergencial, o conselho aprovou um orçamento de R$ 16 milhões para janeiro e fevereiro. Com vendas milionárias (David e Tréllez), o resultado foi enfim aprovado, saltando para R$ 102 mi, como informou o jornal Correio*.

Ceará (55 milhões) – O contrato do vozão com a Rede Globo, visando a Série A, é de R$ 28 milhões, o que corresponde a 50,9% de todo o orçamento anual. Por sinal, o valor é recorde considerando os ‘não cotistas’ da região – com 55 mi, dado apurado pelo jornal O Povo, o clube superaria os 48 milhões faturados pelo Náutico em 2013. Com isso, prevê uma folha de R$ 2,2 milhões no Brasileirão, também recorde no clube.

Fortaleza (24 milhões) – O tricolor alencarino também projeta uma receita recorde, embora seja menos da metade do maior rival, mas sem premiações, pois não tem qualquer benesse do tipo no Estadual e na Série B – seus únicos torneios no ano. Com os 19 jogos como mandante no Brasileiro, projeta a sua maior bilheteria na década, além de receitas mensais extras, segundo o Diário do Nordeste, como o sócio-torcedor (R$ 350 mil), Caixa (R$ 200 mil – ainda não confirmada) e Timemania (R$ 200 mil – apenas para tributos fiscais).

Náutico (14 milhões) – Em dezembro, o alvirrubro aprovou parcialmente o orçamento de 2018, agendando para 15 de janeiro a deliberação completa, com receitas e despesas. Pela apresentação original, a receita ficaria entre 15,0 mi e 16,2 mi, mas o dado aprovado pelo conselho fiscal acabou sendo menor, 14,6 mi. Com a confirmação da agenda do clube (Estadual, Nordestão, Copa do Brasil e Série C), a folha do futebol foi estipulada em R$ 200 mil, a menor do G7 – tendo a possibilidade de um leve aumento na terceirona.

Santa Cruz (14 milhões) – Dois anos após o maior faturamento de sua história (R$ 36 milhões, sendo o 4º da região em 2016), o tricolor projeta o menor orçamento de 2018 entre os principais clubes nordestinos. Contudo, é o único clube cujo valor ainda não foi discutido no conselho. A direção executiva tem o prazo mais longo até a aprovação do CD (fim de março), até mesmo pelo início do novo triênio (2018-2020). Em elaboração, a planilha é baseada nos mesmos números de 2017, tendo como grande variável a campanha na Copa do Brasil, uma vez que no último ano o Santa estreou já nas oitavas (o que corresponde à 5ª fase). A folha deve ficar entre 200 mil e 250 mil reais, a menor do Arruda em cinco anos.

Confira os dados dos balanços fiscais do G7 de 2014 a 2017 clicando aqui.

As cotas de TV dos maiores Estaduais de 2018, com R$ 306 milhões para 119 times

Os principais campeonatos estaduais de 2018: Paulistão, Carioca, Gaúcho, Mineiro, Catarinense, Pernambucano, Paranaense, Paraense, Baiano e Cearense. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os dez principais campeonatos estaduais de 2018 somam R$ 306 milhões em cotas de transmissão na televisão e premiações oficiais, numa receita distribuída em 119 clubes. Repasses a partir de R$ 103 mil até R$ 17 milhões. Sem surpresa, a verba está concentrada no eixo Rio-SP, com 212 milhões, ou 69%. Os clubes do chamado ‘G12’ recebem pelo menos 12,3 mi, o que acaba sendo um indicativo importante para o contexto mais amplo, do Brasileirão, com receitas ainda maiores. Como exemplo, o hiato entre Botafogo e Sport, que salta de 25 mi (Série A) para 39 milhões de reais (Estaduais + Série A). Ou seja, o mercado real é bem mais apertado. E estenda isso às demais divisões. Na Série C, o Volta Redonda, possível adversário de alvirrubros e tricolores na briga pelo acesso, chega capitalizado pela receita do Carioca.

Naturalmente, a audiência de cada competição justifica, em tese, o investimento da tevê. O alerta serve apenas como base para reflexão, uma vez que a grana depositada nos estaduais vai bem além do dia 8 de abril, a data reservada pela CBF para as decisões. Para este levantamento, com a análise de cada torneio e os dados de todos os times envolvidos, o blog reuniu as informações mais atuais (jornais, rádios e canais de outros estados) sobre as principais competições, três delas no Nordeste (Pernambucano, Baiano e Cearense). Por sinal, essas três apresentam valores bem abaixo, expondo a importância do Nordestão, que distribui R$ 22,4 milhões.

Dos números conhecidos, a diferença máxima entre as torneios é de R$ 118,3 milhões (SP x CE). Em dez casos, os acordos envolvem a Rede Globo e suas afiliadas. De acordo com a atualização do atlas de cobertura da emissora, existem 200.970.636 telespectadores potenciais. Logo, somando o alcance do Paulista e do Carioca (com 16 estados, considerando a transmissão do ano anterior), chega-se a 101.647.809, ou 50,5% do país.

Obs. O blog só considerou as verbas dos clubes, sem os custos operacionais.

Ranking de cotas absolutas nos campeonatos estaduais de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Paulista (Paulistão Itaipava)
O estado mais rico do país também conta, naturalmente, com o campeonato estadual mais valorizado. Em relação ao Rio, o centro mais próximo, a vantagem na distribuição de receitas é de 29,5 milhões de reais. Além de pagar mais em cotas fixas, com os menos abastados recebendo 3,3 milhões – perto do que se paga ao Pernambucano inteiro -, o Paulistão também tem a melhor distribuição de prêmios, tanto em números absolutos quanto no número de contemplados (14 dos 16 participantes). Em caso de título, um grande termina acumulando R$ 22 milhões. Exibida em três plataformas, a competição ainda tem mais um ano de contrato no atual modelo.

Contrato: Globo SP (2016-2019), inclui SporTV e pay-per-view
Alcance da TV aberta: SP (44,2 milhões de telespectadores)
16 clubes (de 12 a 18 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 109,3 milhões
Premiação: R$ 11,79 milhões
Total: R$ 121,09 milhões

Cota 1 (4 times) – R$ 17 milhões (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo)
Cota 2 (1 time) – R$ 5 milhões (Ponte Preta)
Cota 3 (11 times) – R$ 3,3 milhões (Botafogo, Bragantino, Ferroviária, Ituano, Linense, Mirassol, Novorizontino, Red Bull, Santo André, São Bento e São Caetano)

Premiações: campeão estadual (5 milhões), vice estadual (1,65 milhão), 3º (1,1 milhão), 4º (880 mil), 5º (485 mil), 6º (430 mil), 7º (375 mil), 8º (325 mil), 9º (270 mil), 10º (215 mil), 11º (190 mil), 12º (165 mil), 13º (135 mil), 14º (110 mil), campeão do interior (360 mil), vice do interior (100 mil)

Carioca
O contrato firmado em 2017 elevou bastante o patamar do campeonato do Rio de Janeiro. Os quatro grandes passaram a ganhar valores próximos dos quatro grandes de São Paulo (15 mi x 17 mi), com os demais participantes escalonados em outros quatro níveis, incluindo quatro times que largam numa seletiva. No topo da pirâmide dos times pequenos, surpreende os R$ 4 milhões para equipes sem apelo popular – exceção feita ao Voltaço. Em relação à premiação, o Rio privilegia o seu formato de várias taças (ao todo, três no mesmo campeonato), com bônus nos mata-matas. Um grande clube pode terminar com até 20,5 milhões de reais – caso vença os dois turnos e o título.

Contrato: Globo Rio (2017-2024), inclui SporTV e pay-per-view
Alcance da TV aberta: RJ, ES, TO, SE, PB, RN, PI, MA, PA, AM, RO, AC, RR, AP e DF (56,8 milhões de telespectadores)
16 clubes (de 11 a 18 jogos para os grandes)

Cota: R$ 83,6 milhões
Premiação: R$ 7,9 milhões
Total: R$ 91,5 milhões

Cota 1 (4 times) – R$ 15 milhões (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco)
Cota 2 (4 times) – R$ 4 milhões (Boavista, Madureira, Nova Iguaçu e Volta Redonda)
Cota 3 (2 times) – R$ 2 milhões (Bangu e Portuguesa)
Cota 4 (2 times) – R$ 800 mil (Macaé e Resende)
Cota 5 (4 times) – R$ 500 mil (América, Bonsucesso, Cabofriense e Goytacaz)

Premiações: Campeão estadual (3,5 milhões); vice estadual (1,5 milhão); Taça Guanabara, 1º (1 milhão), 2º, (150 mil), 3º (150 mil) e 4º (150 mil); Taça Rio, 1º (1 milhão), 2º, (150 mil), 3º (150 mil) e 4º (150 mil)

Gaúcho (Gauchão Ipiranga)
Em 2017, os clubes gaúchos acertaram um contrato pontual. Na ocasião, a dupla Gre-Nal recebeu R$ 22 milhões. Com o novo acordo para 2018, colorados e tricolores dividem 25 mi, segundo o colunista Luiz Zini, do Zero Hora. Aos demais, as mesmas cotas, com vantagem para Brasil e Juventude, que participam da Série B. Quanto à premiação, bancada por patrocinadores, o cenário é bem curioso. Há bonificação para o campeão do interior (o melhor time fora da final), mas não há para o campeão estadual. Pois é. No último ano, aliás, o campeão foi o Novo Hamburgo, que não ganhou bônus algum…

Contrato: RBS TV (2018), inclui pay-per-view
Alcance da TV aberta: RS (11,2 milhões de telespectadores)
12 clubes (de 11 a 17 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 36 milhões
Premiação: R$ 1 milhão
Total: R$ 37 milhões

Cota 1 (2 times) – R$ 12,5 milhões (Grêmio e Internacional)
Cota 2 (2 times) – R$ 1,5 milhão (Brasil de Pelotas e Juventude)
Cota 3 (8 times) – R$ 1 milhão (Avenida, Caxias, Cruzeiro, Novo Hamburgo, São Luiz, São José, São Paulo e Veranópolis)

Premiações: os oito classificados às quartas de final (R$ 100 mil); campeão do interior (R$ 200 mil)

Mineiro (Mineiro Sicoob) – atualizado em 12/01, via Vinícius Dias, do UAI
Apesar de ser o segundo estado mais populoso do país, Minas Gerais aparece em 4º lugar na lista, considerando a soma de todas as cotas de transmissão dos Estaduais. O contrato atual, de quatro temporadas, prevê um ajuste anual. No caso dos gigantes mineiros, R$ 300 mil a mais para cada. Dado semelhante aos gaúchos. Já o piso é menor, ficando abaixo de R$ 1 milhão por participante – os clubes ainda negociavam um aumento de 850 mil para 875 mil. Aqui, porém, o patamar intermediário é mais robusto, com o América recebendo mais que o Paraense, o Baiano e o Cearense. Em 2018 o torneio ganhou uma data a mais, com a implantação das quartas de final.

Contrato: Globo Minas (2017-2021), inclui pay-per-view
Alcance da TV aberta: MG (20,7 milhões de telespectadores)
12 clubes (de 11 a 16 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 35,15 milhões
Premiação: nada
Total: R$ 35,15 milhões

Cota 1 (2 times) – R$ 12,3 milhões (Atlético-MG e Cruzeiro)
Cota 2 (1 time) – R$ 2,9 milhões (América)
Cota 3 (9 times) – R$ 850 mil (Boa Esporte, Caldense, Democrata, Patrocinense, Tombense, Tupi, Uberlândia, URT e Villa Nova)

Catarinense – atualizado em 15/01, via Blog Rodrigo Goulart
Em 2015, Santa Catarina emplacou quatro clubes no Brasileirão, à frente do Rio. Em 2018 terá apenas um representante, a Chape. Coincidência ou não, essa queda é paralela à redução do investimentos da Globo no torneio local. Neste ano sai de cena o pay-per-view, restando apenas a tevê aberta, com 19 partidas – uma por rodada e mais a final, em jogo único. O montante foi dividido em duas frentes, com 65% para os clubes mais tradicionais, aqueles que já disputaram Série A nesta década, e 35% para os demais.

Contrato: NSC TV (2018-2021)
Alcance da TV aberta: SC (6,8 milhões de telespectadores)
10 clubes (de 18 a 19 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 5 milhões
Premiação: nada
Total: R$ 5 milhões

Cota 1 (5 times) – R$ 650 mil (Avaí, Chape, Criciúma, Figueirense e Joinville)
Cota 2 (5 times) – R$ 350 mil (Brusque, Concórdia, Hercílio Luz, Inter de Lages e Tubarão)

As cotas dos clubes da Série A de 2018 nos campeonatos estaduais de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Paranaense – atualizado em 12/01, via jornal Gazeta do Povo
Em 2017 a dupla Atletiba comprou a briga com a Globo ao não concordar com a proposta de transmissão do Estadual – acabaram exibindo o clássico no youtube. Na ocasião, a receita de televisão já havia caído de 8 mi para 6 milhões, ficando sem o pay-per-view. Em 2018 apenas o Furacão bateu o pé, com o valor total seguindo abaixo – o Atlético, aliás, é o único time da elite nacional que disputa o Estadual sem ganhar cota alguma. Com a assinatura pontual do Coxa, o Estadual ultrapassou o PE, uma vez que as demais cotas paranaenses também foram recalculadas.

Contrato: RPC (2018-2019)
Alcance da TV aberta: PR (10,8 milhões de telespectadores)
12 clubes (de 11 a 17 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 4,7 milhões
Premiação: nada
Total: R$ 4,7 milhões

Cota 1 (2 times) – R$ 600 mil (Coritiba e Paraná)
Cota 2 (1 time1) – R$ 500 mil (Londrina)
Cota 3 (8 times) – R$ 375 mil (Cascavel, Cianorte, Foz do Iguaçu, Maringá, Prudentópolis, Rio Branco, Toledo e União)
Sem cota (1 time) – em aberto (Atlético-PR )

Pernambucano
No cenário local, o contrato de quatro anos com a Globo (a detentora dos direitos desde 2000!) prevê um reajuste anual através do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Assim, por mais que o valor-base, de janeiro de 2015, seja de R$ 950 mil para o Trio de Ferro, na prática cada um ganhará R$ 1.119.690 em 2018. Logo, a 104ª edição do Estadual, com 11 em vez de 12 clubes, conta com um aporte líquido de 4,4 milhões – contudo, por uma questão de padronização do blog, todos os estaduais apresentam os valores originais. Entre os principais campeonatos da região, o PE é o único que terá um novo contrato de tevê em 2019 – espera-se que fique menos defasado.

Contrato: Globo Nordeste (2015-2018), inclui pay-per-view
Alcance da TV aberta: PE (9,2 milhões de telespectadores)
11 clubes (de 10 a 14 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 3,730 milhões
Premiação: nada
Total: R$ 3,73 milhões

Cota 1 (3 times) – R$ 950 mil (Náutico, Santa Cruz e Sport)
Cota 2 (8 times) – R$ 110 mil (Afogados, América, Belo Jardim, Central, Flamengo de Arcoverde, Pesqueira, Salgueiro e Vitória)

Paraense (Banparazão)
Com Remo e Paysandu, os clubes mais populares do Norte, o campeonato é o único desta lista que não é exibido pela Globo. Pelo 10º ano seguido a transmissão ocorre na TV Cultura, uma emissora estatal. O sinal chega a 110 dos 144 municípios do Pará, o que corresponde a 71% da população, hoje estimada em 8,2 milhões. Há cinco anos a receita é a mesma: R$ 2,9 milhões, segundo dados da Secretaria de Esporte e Lazer do Pará. Com a premiação, a cota dos grandes pode chegar a R$ 1,01 milhão.

Contrato: TV Cultura (2018)
Alcance da TV aberta: PA (5,9 milhões de telespectadores)
10 clubes (de 10 a 14 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 2,396 milhões
Premiação: R$ 560 mil
Total: R$ 2,956 milhões

Cota 1 (2 times) – R$ 786 mil (Paysandu e Remo)
Cota 2 (8 times) – R$ 103 mil (Águia, Bragantino, Cametá, Castanhal, Independente, Paragominas, Parauapebas e São Raimundo)

Premiações: campeão estadual (224 mil), vice estadual (168 mil), 3º (112 mil) e 4º (56 mil)

Baiano (Baianão)
A temporada 2018 também marca a redução do Campeonato Baiano, mas de 11 para 10 clubes. Em relação à transmissão, as cifras do contrato de cinco temporadas foram reveladas pelo balancete do Bahia. O tricolor recebeu R$ 893.401 em 2016, numa correção monetária sobre o valor-base de R$ 850 mil (nos mesmos moldes do Pernambucano). A cota é a mesma paga ao rival Vitória. No contrato anterior (2011-2015), a dupla Ba-Vi recebeu R$ 750 mil. Portanto, um mísero aumento de 13% para o torneio atual.

Contrato: Rede Bahia (2016-2020), inclui pay-per-view
Alcance da TV aberta: BA (14,5 milhões de telespectadores)
10 clubes (de 9 a 13 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 2,604 milhões
Premiação: nada
Total: R$ 2,604 milhões

Cota 1 (2 times) – R$ 850 mil (Bahia e Vitória)
Cota 2 (8 times) – R$ 113 mil (Atlântico, Bahia de Feira, Fluminense de Feira, Jacobina, Jacuipense, Jequié, Juazeirense e Vitória da Conquista)

Cearense
O certame alencarino é único, entre os dez, com uma divisão de transmissão – e não compartilhamento, como a Globo costuma fazer com a Band. Isso porque o Esporte Interativo também adquiriu os direitos de uma plataforma (tevê fechada). Após 2015-2016, renovou por outro biênio, encerrando neste ano. Além disso, a Verdes Mares (a Globo cearense) também cede o sinal à TV Diário. As cotas foram aproximadas a partir de informações do jornalista Mário Kempes e do jornal O Povo.

Contrato: Verdes Mares (2016-2019) e Esporte Interativo (2017-2018)
Alcance da TV aberta: CE (8,8 milhões de telespectadores)
10 clubes (de 9 a 15 jogos para qualquer participante)

Cota: R$ 2,56 milhões/ano
Premiação: nada
Total: R$ 2,56 milhões

Cota 1 (2 times) – R$ 800 mil (Ceará e Fortaleza)
Cota 2 (8 times) – R$ 120 mil (Ferroviário, Floresta, Guarani de Juazeiro, Horizonte, Iguatu, Maranguape, Tiradentes e Uniclinic)

As cotas dos clubes da Séries B e C de 2018 nos campeonatos estaduais de 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Os 72 maiores campeões estaduais de 1902 a 2017, entre 2.454 campeonatos

Os 25 maiores campeões estaduais do Brasil, de 1902 a 2017. Arte: Cassio Zirpoli/DP

Com mais uma temporada a caminho, hora de revisitar o passado…

Em 116 anos de bola rolando nos campeonatos estaduais, na base das rivalidades, já foram realizadas 2.454 competições locais, considerando as 27 unidades da federação. Entre os grandes campeões, 72 clubes ganharam ao menos dez títulos, com três pernambucanos presentes: Sport 41 (voltou ao top ten no último ano), Santa 29 (a uma taça de mudar de patamar) e Náutico 21 (estacionado há treze temporadas). O maior vencedor é, de longe, o ABC de Natal, o único com mais de 50 taças em sua galeria. E a marca não para de crescer, no embalo do bicampeonato potiguar. Entre os campeões estaduais de 2017, só o CRB mudou de base, alcançando o 30º título alagoano.

Sobre os cenários mais polarizados, Ceará (Ceará 44 x 41 Fortaleza) e Pará (Paysandu 47 x 44 Remo) seguem imbatíveis. Esse levantamento parte de 1902, quando a Liga Paulista de Foot-Ball organizou a primeira edição do campeonato paulista, com apenas 21 partidas. O São Paulo Athletic, de Charles Miller, foi o campeão. Curiosamente, o introdutor do esporte também foi o primeiro artilheiro, com 10 gols. Desde então, o mapa futebolístico mudou bastante, com o último ajuste em 1988, na criação do estado do Tocantins.

Por sinal, nas várias mudanças estaduais (como o desmembramento do Mato Grosso, por exemplo), o blog contou para este levantamento até o extinto campeonato fluminense, disputado até 1978, antes da fusão com o Estado da Guanabara, formado pela cidade do Rio de Janeiro. Em todos os estados foram somados os períodos amador e profissional. Afinal, na década de 1930 foram realizados torneios paralelos oficiais, nos dois modelos, no Rio e em São Paulo. Se em Pernambuco a transição ocorreu de forma pacífica, em 1937, em Roraima o torneio só foi profissionalizado em 1995, com três participantes, sendo o último segundo a CBF. Porém, a competição já era organizado pela federação roraimense desde 1960, com os mesmos filiados.

Os 72 maiores campeões estaduais* (e o ano do último título):
* A partir de 10 conquistas

+50 títulos estaduais
1º) ABC-RN – 54 títulos (2017)

De 40 a 49 títulos estaduais
2º) Paysandu-PA – 47 títulos (2017) 
3º) Bahia-BA – 46 títulos (2015) 
4º) Rio Branco-AC – 45 títulos (2015)
4º) Internacional-RS – 45 títulos (2016)
6º) Remo-PA – 44 títulos (2015) 
6º) Ceará-CE – 44 títulos (2017)
6º) Atlético-MG – 44 títulos (2017)
9º) Nacional-AM – 43 títulos (2015)
10º) Fortaleza-CE – 41 títulos (2016)
10º) Sport-PE – 41 títulos (2017)

De 30 a 39 títulos estaduais
12º) Coritiba-PR – 38 títulos (2017)
13º) CSA-AL – 37 títulos (2008)
13º) Cruzeiro-MG – 37 títulos (2014)
13º) Rio Branco-ES – 37 títulos (2015)
16º) Grêmio-RS – 36 títulos (2010)
17º) América-RN – 35 títulos (2015)
18º) Sergipe-SE – 34 títulos (2016)
18º) Flamengo-RJ – 34 títulos (2017)
20º) Sampaio Corrêa-MA – 33 títulos (2017)
21º) Fluminense-RJ – 31 títulos (2012)
22º) River-PI – 30 títulos (2016)
22º) CRB-AL – 30 títulos (2017)

De 20 a 29 títulos estaduais
24º) Santa Cruz-PE – 29 títulos (2016)
24º) Vitória-BA – 29 títulos (2017)
26º) Corinthians-SP – 28 títulos (2017)
26º) Botafogo-PB – 28 títulos (2017)
28º) Goiás-GO – 27 títulos (2017)
29º) Moto Club-MA – 25 títulos (2016)
30º) Mixto-MT – 24 títulos (2008)
30º) Vasco-RJ – 24 títulos (2016)
32º) Atlético-PR – 23 títulos (2016)
33º) Palmeiras-SP – 22 títulos (2008)
33º) Santos-SP – 22 títulos (2016)
35º) Náutico-PE – 21 títulos (2004)
35º) São Paulo-SP – 21 títulos (2005)
35º) Campinense-PB – 21 títulos (2016)
35º) Confiança-SE – 21 títulos (2017)
39º) Atlético-RR – 20 títulos (2009)
39º) Botafogo-RJ – 20 títulos (2013)

De 10 a 19 títulos estaduais
41º) Baré-RR – 18 títulos (2010)
41º) Desportiva-ES – 18 títulos (2016)
43º) Ferroviário-RO – 17 títulos (1989)
43º) Macapá-AP – 17 títulos (1991)
43º) Rio Negro-AM – 17 títulos (2001)
43º) Flamengo-PI – 17 títulos (2009)
43º) Figueirense-SC – 17 títulos (2015)
48º) Avaí-SC – 16 títulos (2012)
48º) América-MG – 16 títulos (2016)
50º) Vila Nova-GO – 15 títulos (2005)
50º) Treze-PB – 15 títulos (2011)
50º) Maranhão-MA – 15 títulos (2013)
53º) Goiânia-GO – 14 títulos (1974)
53º) Operário-MS – 14 títulos* (1997)
53º) Juventus-AC – 14 títulos (2009)
56º) Operário-MT – 13 títulos (2002)
56º) Atlético-GO – 13 títulos (2014)
58º) Joinville-SC – 12 títulos (2001)
58º) Parnahyba-PI – 12 títulos (2013)
60º) Paulistano-SP – 11 títulos (1929)
60º) Botafogo-PI – 11 títulos (1957)
60º) Independência-AC – 11 títulos (1998)
60º) Gama-DF – 11 títulos (2015)
64º) Cabo Branco-PB – 10 títulos (1934)
64º) Ypiranga-BA – 10 títulos (1951)
64º) Moto Clube-RO – 10 títulos (1981)
64º) Flamengo-RO – 10 títulos (1985)
64º) Tuna Luso-PA – 10 títulos (1988)
64º) Amapá-AP – 10 títulos (1990)
64º) Itabaiana-SE – 10 títulos (2012)
64º) Criciúma-SC – 10 títulos (2013) 
64º) Comercial-MS – 10 títulos** (2015) 
* O Operário ganhou 10 títulos no MS e 4 no MT
** O Comercial ganhou 9 títulos no MS e 1 no MT

Em ponte Sport-São Paulo-Bahia, Régis sai por R$ 1,34 milhão. Abaixo da compra

Régis em passagens pro Sport e Bahia. Fotos: Paulo Paiva/DP (Sport) e Bahia/site oficial (Bahia)

Atualização em 05/01/2018

Numa negociação complexa, o Sport vendeu 25% dos 40% que tinha em relação aos direitos econômicos de Régis. O acordo foi estabelecido com o São Paulo, que já tinha 45% e repassou o meia imediatamente ao Bahia (70%, portanto) como parte da compra do goleiro Jean. E assim, já há duas temporadas longe da Ilha do Retiro, acaba a ‘passagem’ do meia no clube. Comprado por R$ 2,5 milhões em 2014, junto à Chape, o jogador acabou saindo por R$ 1,34 milhão, no último ano do contrato. Prejuízo? A conclusão não é simples, pois, sem espaço no leão, Régis foi emprestado três vezes, sendo uma ao Palmeiras e duas ao Bahia, onde foi eleito o melhor jogador do Nordestão 2017, à parte do título diante do próprio ex-clube.

Quanto o rubro-negro recebeu pelos empréstimos? A informação está retida na caixa-preta do clube, que dificilmente será aberta no balanço oficial, agendado para abril. Já em relação à própria venda, o Sport não chegou sequer a ver o dinheiro, utilizado para abater dívidas com o próprio tricolor paulista, pela compra do atacante Rogério e por repasses dos empréstimos de Régis, uma vez que o São Paulo detinha o percentual restante dos direitos.

Régis no Sport (2014-2015)
62 jogos
9 gols
6 assistências

Ou seja, uma venda milionária com dinheiro ‘virtual’, que não pingou na conta de fato. Considerando o Plano Real, esta foi a 17ª venda do clube neste porte (a 33ª do estado), ficando a duas do Vitória, o recordista da região. Mas, até que a direção detalhe, a saída de Régis não se sobrepôs à chegada…

As maiores vendas do Sport no Plano Real. Crédito: Cassio Zirpoli/DP

Timemania encerra 2017 com o Santa Cruz no top 20 e Sport e Náutico no top 40

Ranking final da Timemania em 2017. Crédito: Caixa Econômica Federal/site oficial (reprodução)

O último sorteio da Timemania em 2017 ocorreu em Medianeira, no oeste do Paraná, em 30 de dezembro. No concurso de nº 1.126, que teve o Corinthians como clube sorteado, o prêmio principal de R$ 3,1 milhões, para o acerto de sete números, acumulou. Assim, encerrou-se também a 10ª temporada da loteria federal criada para abater as dívidas dos times brasileiros com o poder público. E neste último sorteio, uma virada decisiva para a divisão de receitas.

Os três clubes pernambucanos cadastrados na Timemania registraram mais de 8,1 milhões de apostas, num aumento de 66% em relação ao acumulado passado (4,9 mi). Destaque para o Santa. Com uma forte campanha de engajamento nos últimos dias, o clube liderou a quantidade de apostas no derradeiro sorteio, com 111 mil, tirando uma considerável diferença de 53 mil apostas sobre o Avaí, que fechava o top 20. Assim, conseguiu, pelo quarto ano seguido, terminar no grupo principal, com direito aos maiores repasses.

Através das 237.915.690 apostas contabilizadas, com cada cartela custando R$ 2, a arrecadação bruta foi de R$ 475.915.680. Foi a maior até hoje, registrando um acréscimo de 72%, ou 199 milhões de reais a mais nas lotéricas. Assim, o repasse para os clubes também foi recorde – pela regra da loteria, 20% do montante é repassado para os clubes 80 clubes inscritos, de acordo com o número de apostas. No gráfico abaixo, o histórico de colocações (nos âmbitos nacional e regional) dos sete maiores times da região.

Divisão da receita repassada aos clubes e as respectivas cotas de 2017:
65% (grupo 1, do 1º ao 20º lugar) – R$ 61,8 milhões (R$ 3,0 milhões cada)
25% (grupo 2, do 21º ao 40º lugar) – R$ 23,7 milhões (R$ 1,1 milhão cada)
8% (grupo 3, do 41º ao 80º lugar) – R$ 7,6 milhões (R$ 190 mil cada)
2% (grupo 4, com os 18 clubes fora da cartela) – R$ 1,9 mi (R$ 105 mil cada)

Ao todo, seis clubes nordestinos ficaram na primeira casta da loteria em 2017, os mesmos do último ano. Assim, vão abater R$ 3.093.451 em dívidas tributárias em 2018, cada um – ou R$ 257 mil mensais. Neste bolo, segue o ABC, que também mantém um trabalho de engajamento. Enquanto isso, Sport e Náutico ficaram mais uma vez no segundo escalão, no top 40.

Arrecadação da Timemania e a receita dos clubes (entre parênteses):
2012 – R$ 256 milhões (R$ 51,2 mi)
2013 – R$ 251 milhões (R$ 50,3 mi)
2014 – R$ 425 milhões (R$ 85,0 mi)
2015 – R$ 338 milhões (R$ 67,6 mi)
2016 – R$ 276 milhões (R$ 55,3 mi)
2017 – R$ 475 milhões (R$ 95,1 mi)

Abaixo, o número de apostas do G7 a cada ano ano. Desde 2009, o Trio de Ferro termina abaixo dos rivais baianos e cearenses – talvez pelo fato de o público ser formado não só por torcedores, mas por apostadores regulares, independentemente do modelo. Não por acaso, as três metrópoles têm populações simulares (4 milhões de habitantes) e dados aproximados numa comparação agregada. Com 8,1 milhões de apostas (soma de tricolores, rubro-negros e alvirrubros), o Recife teve 569 mil a menos que Salvador e 98 mil a mais que Fortaleza. De toda forma, a 14ª colocação nacional do Fortaleza há nove anos seguidos, por exemplo, é um mérito do clube, fato.

Número de apostas dos maiores clubes do Nordeste na Timemania de 2006 a 2017. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

As projeções de cotas dos clubes do Nordeste nas competições de 2018

A projeção de cotas dos maiores clubes nordestinos em 2018. Arte: Cassio Zirpoli/DP (via infogram)

Em 2018 o Nordeste terá quatro clubes na Série A, a maior representatividade da região na era dos pontos corridos, já na 16ª edição. Além disso, pela primeira vez, neste formato, a competição tem as maiores metrópoles: Salvador (Bahia e Vitória), Recife (Sport) e Fortaleza (Ceará). Sem surpresa, o quarteto concentra a receita do futebol da região nesta temporada, a partir das cotas de tevê. Dimensionando este quadro, o blog projetou as cotas do ‘G7’, entre verba de transmissão e o repasse por classificação – obviamente, existem outras fontes, como bilheteria, patrocínios, sócios, Timemania etc.

No levantamento estão todos os campeonatos oficiais, com os respectivos valores já divulgados. No caso do Brasileirão foi considerada a premiação do último ano, idem com a cota da Série B, com o montante ainda em negociação. As receitas de cada clube estão divididas em quatro colunas nos quadros abaixo, com o cenário mais pessimista na primeira, considerando o valor-base da televisão e a pior colocação possível na competição. Em seguida, duas colunas com campanhas acessíveis, passando uma fase nos respectivos torneios, ou, no caso do Brasileiro, nas primeiras posições acima da zona de rebaixamento, o mínimo esperado por qualquer participante.

No fim, considerando até o hipotético título da Copa do Brasil, com R$ 50 milhões de premiação apenas na decisão (!), chega-se a uma equação entre mercado e meritocracia esportiva, embora também exista uma enorme disparidade local, ainda mais acentuada após o duplo rebaixamento de Náutico e Santa. Na contramão dos rivais alencarinos, que subiram de divisão, alvirrubros e tricolores largam desta vez sem receita de tevê no nacional.

No mínimo, um apurado de R$ 188,5 milhões, com 78% com os três ‘cotistas’.

Cotas e premiações: Estaduais, Nordestão, Copa do Brasil, Série A e Sula.

Projeção de cotas do Náutico nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Náutico por mês: R$ 141.666
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: – R$ 5.214.200 (-75,4%)
Calendário: de 31 a 66 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 7.656.666

Após bater na trave na Série B durante dois anos seguidos, ambos em 5º lugar, o Náutico acabou desabando para a Série C, onde viverá o seu pior momento financeiro em quase duas décadas. Na terceirona, a princípio, tem apenas as despesas pagas (viagens, hospedagens e arbitragens), o máximo possível com o atual aporte da tevê. Pelo calendário, o timbu é o primeiro dos maiores clubes a entrar em campo, já em 8 de janeiro, num jogo vital pela fase preliminar da Lampions – caso elimine a Itabaiana, garante R$ 500 mil. Como na maioria dos casos, tem como maior ‘fonte de captação’ a turbinada Copa do Brasil, com R$ 600 mil caso avance à 2ª fase – o que não conseguiu em 2016 e 2017. A escassez fica clara na folha, com o clube projetando uma folha de R$ 200 mil. Pelas cotas garantidas, tem 70% disso.

Projeção de cotas do Santa Cruz nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Santa Cruz por mês: R$ 204.166
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: – R$ 5.094.200 (-67,5%)
Calendário: de 35 a 64 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 9.803.703

O segundo rebaixamento consecutivo tirou o Santa de um faturamento de R$ 36 milhões, aí considerando todas as receitas possíveis, para uma temporada estimada entre 12 e 14 milhões de reais. Para tudo, futebol, administrativo, dívidas e manutenção estrutural. Ainda assim, o tricolor, de volta à Série C após cinco anos, larga numa condição levemente melhor que o rival vermelho e branco devido à presença assegurada na fase de grupos do Nordestão – o que aconteceu após a desistência do Sport, o que também condicionou a própria entrada do Náutico, é verdade. O clube também enxerga na turbinada Copa do Brasil a oportunidade de capitalizar a temporada – e neste contexto há a possibilidade de um Clássico das Emoções na 2ª fase valendo R$ 1,4 milhão ao vencedor.

Projeção de cotas do Sport nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Sport por mês: R$ 3.662.500
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: – R$ 831.375 (-1,8%)
Calendário: de 49 a 66 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 54.030.320

O Sport chega ao 5º ano seguido na elite, recorde na região nos pontos corridos. Com isso, vai sustentando a integralidade da cota de transmissão bancada pela Globo. E além da cota fixa de R$ 35 milhões há um importante acréscimo pelo pay-per-view. Embora haja a previsão de um novo cálculo do PPV para 2018, considerando o cadastro de assinantes no Premiere (algo que já deveria ter sido feito há tempos), o blog manteve a projeção de 2017 (R$ 7 mi) por não existir mais informações a respeito. Sobre o calendário, desta vez será mais enxuto, ainda que por caminhos distintos. Se em 2017 o clube jogou 80 vezes, abaixo apenas do Flamengo, agora pode nem chegar a 60. De cara, o leão tem dois torneios a menos: Nordestão (desistiu) e Sula (não se classificou). Só por participar das duas o clube teria direito a R$ 1,8 mi.

Projeção de cotas do Bahia nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Bahia por mês: R$ 4.725.208
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: + R$ 3.162.500 (+5,9%)
Calendário: de 57 a 83 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 57.692.335

O tricolor da Boa Terra terá cinco competições na temporada, num cenário vivido pelo rubro-negro pernambucano no último ano, que chegou a jogar todos os torneios simultaneamente. Como estamos em ano de Copa do Mundo, a agenda do Baêa também deve ser apertada, restando poucas datas no meio de semana. Por outro lado, o clube vai colher as benesses (esportiva e financeira) das boas campanhas em 2017, largando nas oitavas da Copa do Brasil devido ao título do Nordestão e retornando à Sul-Americana após a vaga obtida no Brasileirão. Para completar, tem a maior receita da Globo na região, considerando a última divisão do pay-per-view, numa projeção a partir da pesquisa Ibope/Datafolha. No geral, larga com R$ 8,6 milhões a mais que o Vitória e R$ 12,7 mi a mais que o Sport.

Projeção de cotas do Vitória nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Vitória por mês: R$ 4.006.666
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: + R$ 840.000 (+1,7%)
Calendário: de 54 a 77 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 51.374.030

Já são dois anos com o rubro-negro baiano encerrando o Brasileirão em 16º lugar, escapando por triz. Mantido na elite e com quatro competições a disputar, o Vitória é o segundo da região considerando a projeção mínima de cotas, só abaixo do arquirrival. Há oito anos sem levantar a Copa do Nordeste, o clube mira o pentacampeonato como preferência em relação ao Baiano, onde é o atual campeão, num torneio sem premiação – por sinal, isso acontece na BA, PE e CE. E de fato precisa corresponder competitivamente, não só no regional, pois em 2017 acabou tendo menos receita que o Sport justamente por causa dos mata-matas, com o time do Recife disputando nove mata-matas entre Copa do Brasil e Sula – tirando 5 milhões de reais de diferença entre os clubes.

Projeção de cotas do Ceará nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Ceará por mês: R$ 2.556.666
Variação sobre ao mínimo absoluto de 2017: + R$ 23.825.800 (+347,6%)
Calendário: de 54 a 82 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 6.311.111

Sem dúvida, é a maior transformação (positiva) da temporada entre os principais clubes do Nordeste. A volta à elite já renderia um aporte milionário ao vozão, ainda que seja o ‘piso’ da competição, mas o clube conseguiu negociar junto à Globo um aumento da cota, passando de R$ 23 milhões, o valor recebido pelo Santa em 2016, para R$ 28 milhões – válido só para 2018 e já incluindo o PPV. E o ano marca também a volta à Copa do Nordeste, já como cotista principal, na condição de cabeça de chave – em 2017, quando não se classificou ao regional e disputou a Primeira Liga, como convidado, não recebeu nada na fase de grupos. Mesmo que o alvinegro não avance em nenhum torneio, o mínimo estabelecido já é suficiente para quebrar o recorde de faturamento – neste caso, contando todas as receitas.

Projeção de cotas do Fortaleza nas competições oficiais de 2018. Quadro: Cassio Zirpoli/DP

Previsão mínima de cotas do Fortaleza por mês: R$ 414.074
Variação sobre o mínimo absoluto de 2017: + R$ 3.318.888 (+201,1%)
Calendário: de 47 a 56 jogos oficiais
Cotas e premiações captadas em 2017: R$ 1.700.000

Foram oito longos anos jogando na Série C, sem cota de televisão e dependendo basicamente da bilheteria proporcionada por sua torcida, que até fez a sua parte, enchendo o Castelão várias vezes na fase decisiva. Após finalmente passar das quartas de final, o tricolor alencarino voltou a ter uma cota de tevê à parte das despesas pagas. Pelo modelo implantado em 2017, o clube fica com a menor cota da Série B, junto aos outros três times que ascenderam. Ainda assim, triplicou a sua receita mensal – o que deixa claro a situação anterior -, além de aumentar o seu calendário, de 24 para 38 jogos no Brasileiro. Mas as boas notícias param aí, com o clube fora tanto do Nordestão quanto da Copa do Brasil, torneios com cotas fortalecidas – pela simples participação, teria embolsado R$ 1,3 milhão.

A evolução das redes sociais dos clubes brasileiros de janeiro a dezembro de 2017

A evolução das redes sociais dos clubes brasileiros de janeiro a dezembro de 2017. Crédito: Ibope-Repucom

O Ibope-Repucom divulgou o seu balanço anual sobre as redes sociais de 40 clubes brasileiros, incluindo dez nordestinos – entre eles, Sport, Santa Cruz e Náutico. Como o instituto costuma fazer levantamentos mensais sobre o tema, este quadro compara a evolução de seguidores de janeiro a dezembro de 2017, considerando os perfis oficiais de cada um em quatro plataformas: facebook, twitter, instagram e youtube. No critério do instituto, os vinte times da Série A e os vinte com as maiores bases digitais nas demais divisões.

Na lista combinada, o Flamengo assumiu a liderança nacional ao tirar uma diferença de 1 milhão de usuários em relação ao Corinthians, mesmo com o time paulista sendo alavancado pelos títulos no ano (estadual e nacional). Hoje, a disputa segue bem aperta, com 8.833 de vantagem. Empate técnico.

As maiores evoluções nas redes sociais dos nordestinos em 2017*
1º) Sport +441.417 (+17.6%)
2º) Bahia +346.414 (+14.9%)
3º) Vitória +287.069 (+20.6%)
4º) Fortaleza +155.819 (+19.2%)
5º) Ceará +139.998 (+14.3%)
6º) Santa Cruz +115.758 (+14.5%)
7º) CRB +48.424 (+22.6%)
8º) Náutico +40.177 (+12.1%)
9º) ABC +38.227 (+10.8%)
10º) América-RN +25.953 (+7.0%)
* Soma de usuários em todos os perfis oficiais de janeiro a dezembro

A evolução das redes sociais dos clubes brasileiros de janeiro a dezembro de 2017. Crédito: Ibope-Repucom