O sonho argentino inspirado em Bellini

Torcida Argentina no Maracanã. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – O Maracanã é uma atração à parte, com ou sem Copa do Mundo. A oficialização do renovado estádio como palco da final de 2014 só aumentou o mito. Quis o destino que os primeiros a contemplá-lo no Mundial fossem os argentinos.

A hinchada argentina será a segunda maior entre os estrangeiros. Mais de 61 mil ingressos foram parar nas mãos de torcedores de Buenos Aires, La Plata, Rosário e Mendoza. A confiança no tricampeonato mundial é grande…

“Confiança? Temos 100% de confiança, não menos que isso”, diz Ricardo Sturr.

Nesta manhã, dia que antecede à estreia contra a Bósnia e Herzegovina, o dia é de contemplar o velho (e renovado) Maraca.

“Nunca tinha ido a um jogo de Copa do Mundo. Não tem como não ser uma coisa especial. Desde criança eu queria conhecer o Maracanã. Estar aqui, numa Copa e com a nossa Argentina só faz com que tudo seja ainda mais especial. Queremos voltar, quem sabe com Brasil x Argentina (numa hipotética final)”, comenta Claudio Grapes.

O acesso ao  estádio será só no domingo. Nesta sábado, só o entorno. Mas já é suficiente para ver de perto a estátua de Bellini, erguendo a Taça Jules Rimet em 1958. A escultura só realça os sonhos de todos os torcedores, das mais diversas nacionalidades, desde as primeiras horas da manhã.

Neste primeiro dos sete atos do Maracanã no Mundial, o maior sonho é mesmo dos hermanos.

Torcida Argentina no Maracanã. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O primeiro homem a erguer um troféu

Estátua de Bellini no Maracanã Foto: http://www.rio2016.com

Bellini.

Campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1958.

Ainda nos resquícios do Maracanazo.

Com o complexo de vira-latas mais vivo do que nunca.

Foi testemunha do surgimento de Pelé e Garrincha, gênios dos gramados.

Todos eles protagonistas do soerguimento do futebol brasileiro.

Com vitórias sobre galeses, franceses e suecos.

No estádio Rasunda, a Taça Jules Rimet foi entregue pela primeira vez ao país.

A glória nas mãos do capitão Hilderaldo Luís Bellini, zagueiro vascaíno de 28 anos.

Num gesto simples, para ajudar os fotógrafos presentes no campo, ele ergueu o troféu.

Reinventou ali a forma de comemorar um título.

Levantou a taça e a autoestima de todo o Brasil.

Bellini faleceu aos 83 anos, deixando um legado absoluto para o esporte.