Rubro-negro segue apostando alto. Blefe?

Série B 2011: Sport 4 x 1 Boa Esporte. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

As últimas fichas rubro-negras para a elite estão na mesa.

Em um campeonato de baixo nível técnico, o Sport vacilou o quanto pôde o ano inteiro e chega à reta final fazendo todos os cálculos possíveis para se manter na disputa.

Das últimas cinco rodadas da Série B, três delas seriam na Ilha do Retiro.

Após tantos tropeços em casa (São Caetano, Bragantino e Goiás, na sequência), a cota estava esgotada, com o time quase liso. Somente vencendo as partidas restantes no Recife poderiam projetar qualquer sonho.

Então, diante de desacreditados 13 mil torcedores na noite desta sexta-feira, o Leão teria que mostrar uma dose extra de empenho, novamente sob o comando de Mazola.

Tudo ok, começa o jogo e…

Gol do Boa Esporte. Apenas dois minutos e o resultado já encaminhava a aposta final para uma banca quebrada. Só tendo muita paciência para reverter isso.

Ou, quem sabe, tendo uma mínima dose de sorte, como em qualquer aposta.

Como, por exemplo, ver a merecida expulsão do goleiro adversário, que defendeu uma bola com as mãos fora da área.

Aos 16 minutos, Luiz Henrique reescreveu a história da partida. Deixou o jogo e transformou o blefe rubro-negro em uma “mão” certa.

Os gols não foram marcados no primeiro tempo – apesar das inúmeras chances -, mas o volume de jogo na etapa completmentar resultou numa virada no placar.

Mais do que isso. Uma goleada, 4 x 1. Enganosa, a la 4 x 0 no Vitória?

Saberemos em breve. O carteado da Ilha continua em dia. Vale milhões para 2012…

Série B 2011: Sport 4 x 1 Boa Esporte. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Boa, Náutico

Série B 2011: Náutico 3x1 Boa. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Cada vez mais enraizado no G4, o limitado time do Náutico já passou dos limites.

Alguém ainda duvida da mira no acesso…?

O Alvirrubro começa a abrir vantagem sobre o 5º lugar, montando um lastro importante para o decorrer da competição, que chegará à metade na próxima rodada.

Encaixando uma sequência de bons resultados, o Timbu já vislumbra até a liderança, ajudado pelos tropeços de Portuguesa e Ponte Preta.

E, sobretudo, pela força no estádio Aflitos, tomado por 15.782 torcedores.

Com os dias contados, a casa alvirrubra voltou mesmo a ser caldeirão, algo que sempre fez a diferença para o clube., mesmo quando não apresenta um grande futebol, como desta vez. Nesta Série B, ainda invicto em casa, soma 9 vitórias e 2 empates.

A 9ª vitória foi na noite desta sexta-feira, sobre os mineiros do Boa Esporte, por 3 x 1.

Aos 11 minutos, o atacante Kieza, rechaçando qualquer “azar” do novo teceiro padrão, se livrou da marcação e chutou no cantinho. No segundo tempo, aumentando a pressão, Elicarlos ampliou, aos 10.

Logo depois, de pênalti, marcou mais um gol, chegando a 11 tentos na Segundona e entrando de vez na briga pela artilharia da competição.

Está a apenas 1 gol de Ricardo Jesus, da Ponte. Briga boa, mas o foco não pode mudar.

O Boa ainda diminuiu. Esse gol serviu para o técnico Waldemar Lemos cobrar mais atenção da equipe. Sim, a fase é boa. Mas o desfecho do Brasileiro ainda está longe…

Série B 2011: Náutico x Boa. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

O opaco discurso de um time sem confiança

Filme: Melancolia

“Chegou a hora de ganhar três pontos fora de casa”

“Primeiro triunfo longe da Ilha está perto”

“Rubro-negro se arma para finalmente vencer como visitante”

A semana foi cheia de frases de impacto chamando o jogo do Sport contra o modesto Boa Esporte, em Varginha.

Em seis jogos, o Leão havia perdido três e empatado outros três. A falta dessa vitória longe da sede vem comprometendo a campanha na Série B.

Não há como subir sem obter sucesso fora de casa. Torcedores, jogadores, treinador, dirigentes, presidente… Todos sabem disso. Alguns fingem que é possível ignorar isso…

No embalo, o foco no Boa Esporte acabou saindo do normal.

A vitória era questão de tempo. Forte no papel – o irritante “elogio” ao plantel do Sport – , o time estava pronto para superar o adversário e deslanchar de uma vez.

Bastava o árbitro levantar os braços às 18h15 do sábado, encerrando a partida.

Porém, o itinerante clube mineiro estava longe de ser um “pato morto”, o rival ideal.

O Boa Esporte tinha a melhor defesa do campeonato, com 11 gols sofridos em 14 jogos.

Tinha apenas um ponto a menos que o Sport na classificação. Como não enxergar isso?

Mas o discurso com um otimismo opaco tomou conta da Ilha do Retiro, mesmo com o futebol leonino sem inspirar confiança alguma.

Infelizmente, esse contexto segue atual.

Os três pontos seguem lá, longe. Três foi o número de gols sofridos nesta tarde.

Dolorosa goleada por 3 x 0. A culpa de Mazola no revés foi clara.

No momento em que escalou um volante para articular jogadas, sem convencer sequer o atleta em questão (Daniel Paulista), Mazola mostrou que talvez ainda não seja a sua hora em um clube do tamanho do Sport nesta duríssima Segundona de 2011.

Esse é apenas um exemplo de um time mal armado, sem alma. Distante do sucesso.

Que o Sport precisa vencer como visitante é óbvio demais.

Na próxima terça, no entanto, será ainda pior. A obrigação será no clássico, em casa.

Filme: Melancolia