A capacidade oficial de público em cada setor do Arruda, Arena e Ilha em 2017

Arruda, Arena Pernambuco e Ilha do Retiro. Crédito: Google Maps/2017

A capacidade de público de um estádio é ratificada anualmente através dos laudos de engenharia, vigilância sanitária, segurança e bombeiros. Nem sempre os números batem com a capacidade máxima, resultando na redução da carga. São fatores como evacuação, pontos cegos, restrição de assentos etc. Tanto que os maiores estádios do Grande Recife não têm a capacidade total liberada.

Através do laudo de prevenção e combate a incêndio, dos bombeiros, é possível conferir a setorização de Arruda, Arena e Ilha. No caso tricolor, a capacidade oficial foi reduzida para 55.582, tratando o número clássico, de 60.044, como “não oficial”. O dado anterior era de 1999, via Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), acionado pela FPF após a superlotação no Clássico das Multidões de 21 de fevereiro de 1999, no duelo Mancuso x Leonardo. Na ocasião, 78.391 pessoas, fora as invasões. De toda forma, até o novo cálculo foi reduzido, “pelo risco de superlotação nos setores (…), podendo elevar o risco geral de acidentes em caso de fuga emergencial”. Para isso, cinco mil pessoas a menos.

Na Ilha do Retiro, a versão 2017 está maior. Após duas temporadas com 27.435 assentos, o estádio rubro-negro “ganhou” 1.565 lugares, chegando a 29 mil. Com isso, ampliou a geral do placar, o setor dos visitantes, para 2.900, ou 10%, respeitando (enfim) o Estatuto do Torcedor. Em 2016, o local só podia receber no máximo 2.335 (8,5% da capacidade na ocasião). Vale lembrar que Santa e Sport têm até 2018 para atender às exigências estruturais, do Ministério Público, para retomar as capacidades originais. Por fim, a Arena, cujo laudo aponta, além dos 45.845 assentos, 68 locais disponíveis para cadeirantes, maior número no futebol local. Agora, vamos às capacidades destrinchadas em cada palco…

Arruda (50.582 lugares)
Anel superior – 15.000
Anel inferior – 21.400
Sociais – 6.100
Sociais ampliação – 1.200
Cadeiras – 5.950
Camarotes/conselho – 932
Capacidade oficial: 55.582
Redução: 5.000 (-8,9%)

Arena Pernambuco (45.913 lugares)
Anel superior (público geral) – 21.739
Anel inferior (público geral) – 16.113
Anel inferior (premium) – 2.718
Camarote/VIP (nível 1) – 1.726
Camarote (nível 2) – 1.893
Mídia – 1.656
Cadeirantes – 68
Capacidade oficial: 46.214
Redução: 301 (-0,6%)

Ilha do Retiro (29.000 lugares)
Arquibancada frontal (frontal e curva do placar) – 7.529
Arquibancada sede (tobogã e curva da sede)– 4.952
Sociais – 3.500
Cadeira central – 5.311
Cadeira ampliação – 2.050
Assento especial – 2.076
Camarotes/conselho – 682
Arquibancada do placar (visitante) – 2.900
Capacidade oficial: 32.983
Redução: 3.983 (-12,0%)

Arruda com novos acessos. A primeira ação para retomar a capacidade de 60.044

Setorização do Arruda na Série A 2016. Crédito: Santa Cruz/twitter (@scfc_oficial)

O Santa Cruz está de volta à Série A após uma década. A expectativa (nacional) é grande quanto à presença do povão no Arruda, no embalo da saga de reconstrução e dos dois títulos já alcançados em 2016. Entendendo o “fator casa” como preponderante para uma campanha segura no Campeonato Brasileiro, a direção estipulou ingressos a partir de R$ 10 (anel superior) e R$ 30 (inferior) para a estreia contra o Vitória. Com a demanda na arquibancada inferior, novos portões estão sendo abertos, tudo para evitar o gargalo.

O primeiro foi o 7, na Rua Petronila Botelho. Outros quatro devem ser abertos em breve. Segundo o clube, “novos portões estão sendo construídos para garantir mais conforto e segurança”. Com os novos acessos, o clube busca atender, também, às exigências de segurança do Corpo de Bombeiros, que reduziu a capacidade máxima de 60.044 espectadores para 50.582, segundo atestado de 25 de setembro de 2015. Ter um estádio aberto para até 60 mil pessoas, na elite, é um objetivo claro no Santa Cruz…

Em 20 participações no Brasileirão, a média tricolor é de 14.757 torcedores.

Confira a setorização do Arruda, segundo o laudo dos bombeiros, clicando aqui.

Setorização do Arruda na Série A 2016. Crédito: Santa Cruz/twitter (@scfc_oficial)

A diferença de Arruda e Ilha através dos laudos de engenharia e dos bombeiros

Arruda e Ilha do Retiro via Google Maps

Em 25 de setembro de 2015, o Corpo de Bombeiro emitiu dois atestados de regularidade, um sobre o Arruda e outro sobre a Ilha do Retiro. Em ambos, reduziu a capacidade de público dos estádios. Não por questão de espaço físico para o público, mas pela estrutura oferecida para a evacuação da torcida, apontando escadas, portas e corredores afunilados. Com um ano de validade, os documentos seguem em vigor. A diminuição (55 para 50 mil no José do Rego Maciel e 32 para 27 mil no Adelmar da Costa Carvalho) foi aceita pelos clubes, sob protesto. Sete meses depois, ocorreu na sede da FPF uma “reunião de adequação dos estádios pernambucanos”.

Na prática, foi um debate apenas sobre os palcos de Santa Cruz e Sport, com representantes dos clubes, claro, do Ministério Público de Pernambuco, que em novembro passado recomendou a redução dos estádios, dos bombeiros, órgão responsável pela elaboração do documento, e da Vigilância Sanitária. Ajustes já pedidos no laudo em vigor para esta temporada foram reforçados – solução prática: mais saídas para o público, sobretudo nos setores populares. O atual redimensionamento tem validade até 25 de setembro de 2016. No Arruda, cujo alvará indicava 16 de abril, o status reduzido foi mantido.

Sobre a capacidade de público, há um impasse. A atual portaria do Ministério do Esporte, de nº 290, de 27 de outubro de 2015, consolidou os requisitos mínimos para serem contemplados nos laudos técnicos previstos. Resumindo, dá ao laudo de engenharia a voz oficial sobre a capacidade. Não por acaso, ao blog uma fonte informa que as cargas de 55 mil (Arruda) e 32 mil (Ilha) seguem à disposição dos clubes, que vêm evitando os montantes para se resguardarem sobre qualquer imprevisto legal, devido ao parecer dos bombeiros.

Laudo dos Bombeiros sobre o Arruda, com validade em 2016.

Laudo do Corpo de Bombeiros, de 2016, sobre o Arruda. Crédito: FPF/reprodução

Laudo dos Bombeiros sobre a Ilha do Retiro, com validade em 2016.

Laudo do Corpo de Bombeiros, de 2016, sobre a Ilha do Retiro. Crédito: FPF/reprodução