Podcast 45 minutos (29ª edição) – Estreia do Brasil e detalhes da cobertura do Diario nas subsedes

Uma análise completa da estreia do Brasil na Copa do Mundo de 2014 e dos bastidores da cobertura do Diario de Pernambuco, espalhado no torneio. O debate uniu três cidades. João Andrade Neto acompanhou tudo in loco em São Paulo, Celso Ishigami cobre a Copa em Fortaleza, Fred Figueiroa e Rafael Brasileiro seguem no Recife. Na gravação, o blog ainda estava no Recife. Ouça agora ou quando quiser…

Via Skype, as gravações devem seguir até o fim da Copa, sempre com detalhes in loco.

O jogo da vida dos colombianos em BHogotá

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Colômbia 3 x 0 Grécia. Foto: Fifa

Uma das mais belas festas já vistas num Mundial. Que eu já vi, pelo menos.

Exagero? Talvez, mas a frase foi escrita no calor de uma demonstração de amor sem igual da torcida colombiana no Mineirão, neste sábado.

Mais de 57 mil pessoas foram ao estádio de Belo Horizonte. A “BH” rapidamente foi apelidada de “BHogotá”. O mar de camisas amarelas impressionou.

Num primeiro olhar, pensei (quem não?) que se tratava de milhares de uniformes da Seleção Brasileira. Sim, havia camisas da Canarinha. No entanto, bastou um rápido close nas arquibancadas para diferenciar a camisa.

A invasão foi histórica, sem dúvidas. Em campo, o time correspondeu. Mesmo sem o seu camisa 9 original, Falcao García, cortado da Copa, a Colômbia goleou a Grécia por 3 x 0.

Multidão, festa, goleada… Talvez os colombianos concordem comigo.

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Colômbia 3 x 0 Grécia. Foto: Fifa

O Maracanazo deixa de ser a última lembrança do Mário Filho na Copa

Maracanã em 1950. Crédito: Arquivo do Rio de Janeiro

Rio de Janeiro – A última aparição do Maracanã na Copa do Mundo conta com poucas imagens. Perdida no tempo, possivelmente até pelo trágico desfecho, a filmagem traz lances emblemáticos, dolorosos. Tudo em preto e branco. Na cena final, frames da arrancada do uruguaio Alcides Ghiggia até o chute rasteiro. A sequência do lance só pode ser vista em um outro microfilme, em uma câmera atrás do gol do Maraca naquela tarde. A bola entrou no cantinho esquerdo de Barbosa, num silêncio monumental que todo mundo já ouviu falar. O maior estádio do mundo, e era mesmo, viveu muito futebol depois disso. Com a própria Seleção Brasileira, com os Fla-Flus e com o brilho de muitos craques. Acima de tudo, a casa do futebol esperou bastante para ver o seu retorno ao maior evento esportivo do planeta.

Por fora, se mantém imponente como nunca, de uma beleza digna de cartão postão. Dentro, as diferenças estruturais saltam aos olhos, necessárias pela evolução. Em vez de uma multidão apinhada, em pé, assentos confortáveis. Da colossal assistência de 200 mil espectadores para 71 mil novos privilegiados. Mais de 23 mil dias separam aquele 16 de julho de 1950 deste 15 de junho de 2014. Quantas vezes não se imaginou rever o velho Mário Filho no Mundial? Quem jogaria… Quem brilharia… A longa espera acaba logo mais.

Mais uma vez com hermanos em campo, protagonizando o bom toque de bola com muita determinação. Nada de uniforme celeste, por enquanto, mas sim a camisa albiceleste. Uma reestreia com genialidade no gramado bem cuidado, através de Lionel Messi. Rivalidade à parte, não haverá o “estrondoso silêncio”, mas sim a reverência a um grande jogador. Será apenas a segunda vez do atacante no país – esteve num Brasil 0 a 0 Argentina em 2008, no Mineirão. Messi não tinha lugar melhor para praticar a sua arte, à frente da sempre favorita Argentina, há mais de vinte anos em busca do tri, contra a Bósnia e Herzegovina.

Com liberdade em campo, devidamente autorizada pelo técnico Alejandro Sabella, o craque do Barça será o alvo principal de uma partida transmitida com a mais alta tecnologia. Nada de frames envelhecidos com segundos de uma grande história, mas 90 minutos em alta definição para novos capítulos. Tudo no Maracanã terá mesmo um ar de novidade. O timaço argentino, com outros destaques como Di María e Agüero, vale o ingresso. No lado bósnio, o jogo é tão especial quanto. É a estreia do país, remanescente da antiga Iugoslávia e o único debutante nesta edição. Um jogo encarado como um presente, pelo adversário, pelo local e até pelo público, tão reverenciado e intimamente vinculado à alma do estádio.

A ligação do Maracanã com a Copa do Mundo conta com oito jogos. Agora serão mais sete. Se em 1950 a Seleção foi quase onipresente, com cinco atuações, desta vez só jogará em uma hipotética decisão. Até lá, vale admirar equipes do porte de Argentina, Espanha e França. Mas não se engane, aquela história contada e recontada em microfilmes não será apagada. Contudo, a história da Copa volta enfim a ser contada no velho gigante de concreto.

O passado merece descanso…

Copa do Mundo de 1950, final: Brasil 1x2 Uruguai. Foto: Fifa/divulgação

O sonho argentino inspirado em Bellini

Torcida Argentina no Maracanã. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – O Maracanã é uma atração à parte, com ou sem Copa do Mundo. A oficialização do renovado estádio como palco da final de 2014 só aumentou o mito. Quis o destino que os primeiros a contemplá-lo no Mundial fossem os argentinos.

A hinchada argentina será a segunda maior entre os estrangeiros. Mais de 61 mil ingressos foram parar nas mãos de torcedores de Buenos Aires, La Plata, Rosário e Mendoza. A confiança no tricampeonato mundial é grande…

“Confiança? Temos 100% de confiança, não menos que isso”, diz Ricardo Sturr.

Nesta manhã, dia que antecede à estreia contra a Bósnia e Herzegovina, o dia é de contemplar o velho (e renovado) Maraca.

“Nunca tinha ido a um jogo de Copa do Mundo. Não tem como não ser uma coisa especial. Desde criança eu queria conhecer o Maracanã. Estar aqui, numa Copa e com a nossa Argentina só faz com que tudo seja ainda mais especial. Queremos voltar, quem sabe com Brasil x Argentina (numa hipotética final)”, comenta Claudio Grapes.

O acesso ao  estádio será só no domingo. Nesta sábado, só o entorno. Mas já é suficiente para ver de perto a estátua de Bellini, erguendo a Taça Jules Rimet em 1958. A escultura só realça os sonhos de todos os torcedores, das mais diversas nacionalidades, desde as primeiras horas da manhã.

Neste primeiro dos sete atos do Maracanã no Mundial, o maior sonho é mesmo dos hermanos.

Torcida Argentina no Maracanã. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Maracanã no horizonte, pela primeira vez

Maracanã preparado para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Rio de Janeiro – Esta será a vista do blog nas duas próximas semanas. Acredite, a surpresa foi grande ao chegar na varanda e me dar conta da proximidade do Maraca. Por sinal, jamais havia visto o estádio… É deslumbrante. Exala futebol.

O tamanho da felicidade é proporcional ao da responsabilidade.

Portanto, esse é o início do trabalho definitivo no Mundial após o período de oito dias na fria Granja Comary, em Teresópolis, no início da preparação da Seleção.

Sou o quarto enviado especial do Diario de Pernambuco para a cobertura desta Coa do Mundo de 2014. Já haviam embarcado do Aeroporto dos Guararapes os repórteres João de Andrade Neto (São Paulo), Brenno Costa (Salvador) e Celso Ishigami (Fortaleza).

No Recife seguem os outros dois credenciados do jornal, Alexandre Barbosa e Daniel Leal, além de toda a equipe do portal Superesportes, num trabalho intenso com informações, imagens e novidades. Por sinal, o material produzido pelo blog deve ser focado no site.

Na minha agenda inicial, cinco partidas no renovado (e bilionário) estádio Mário Filho, incluindo quatro na fase de grupos e um nas oitavas de final.

Final da Copa do Mundo? Mais à frente. Por enquanto, vamos, sobretudo, com Argentina, Espanha e França…

Certeza mesmo, só a da bela vista até o dia 29 de junho.

A menos de 300 metros da casa do futebol.

Atualizando o primeira dia na cidade, à noite vista foi esta…

Maracanã na Copa do Mundo de 2014. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Borderô lotado e estádio nem tanto. Pernambucano? Copa do Mundo

A expectativa da Fifa apontava plena ocupação dos estádios brasileiros nos 64 jogos da Copa do Mundo de 2014, com 3.334.524 pessoas presentes, o que proporcionaria numa média de 52.101 espectadores.

Nesta conta estão treze categorias de público, incluindo torcida geral, cortesias, os caríssimos pacotes de hospitalidade, jornalistas credenciados etc. Numa balanço nos dois primeiros dias do Mundial, os espaços vagos estão visíveis nas transmissões na televisão…

É curioso constatar isso levando em conta os ingressos esgotados para os respectivos jogos. Há de se considerar a capacidade reduzida pela Fifa nas doze arenas por questão de segurança (veja aqui).

Ainda assim, números curiosos. Dos quatro jogos analisados, dois passaram da ocupação máxima projetada, mesmo com os clarões na arquibancada.

Públicos oficiais dissociados do visual… Esse modus operandi não é novo.

Brasil 3 x 1 Croácia – Itaquerão (62.103 pessoas)
Capacidade máxima: 67.349
Capacidade na Copa: 59.955
Ocupação na estreia: 103,58%

Estatística do jogo Brasil 3x1 Croácia na Copa do Mundo de 2014. Crédito: Kevin Cox/Getty Images/Fifa

México 1 x 0 Camarões – Arena das Dunas (39.216 pessoas)
Capacidade máxima: 44.070
Capacidade na Copa: 39.305
Ocupação na estreia: 99,77%

Giovani dos Santos, craque da partida México 1x0 Camarões, na Copa do Mundo de 2014. Crédito: Mike Hewitt/Getty Images/Fifa

Espanha 1 x 5 Holanda – Fonte Nova (48.173 pessoas)
Capacidade máxima: 54.907
Capacidade na Copa: 49.280
Ocupação na estreia: 97,75%

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Espanha 1 x 5 Holanda. Foto: Jeff Gross/Getty Images/Fifa

Chile 3 x 1 Austrália – Arena Pantanal (40.275 pessoas)
Capacidade máxima: 44.335
Capacidade na Copa: 39.553
Ocupação na estreia: 101,82%

Copa do Mudo de 2014, fase de grupos: Chile x Austrália. Foto: Clive Mason/Getty Images/Fifa)

Festa chilena em Cuiabá a la Libertadores

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Chile 3x1 Austrália. Foto: Matthew Lewis/Getty Images/Fifa)

Os chilenos tomaram Cuiabá. A massa vermelha na arquibancada da Arena Pantanal impressionou. Cantou bonito, empurrando a bem armada seleção. O comportamento foi ordeiro, mas com lampejo das canchas a la Libertadores…

Após a goleada holandesa sobre os atuais campeõs mundiais, à tarde, a vitória sobre a Austrália tornava-se essencial para vislumbrar uma vaga nas oitavas.

O categórico 3 x 1, com gols de Alexis, Valdívia (sim, aquele!) e Beausejour, deixou o time com a possível “vantagem do empate” contra a Espanha na próxima rodada do grupo B. A torcida chilena deve ir em peso ao Rio de Janeiro.

Menos mal que não há “STJD” na Copa do Mundo. No finzinho da partida, no embalo do bom resultado, rojões foram arremessados no campo…

Padrão Fifa, pero no mucho.

O Chile não marcava três gols num jogo pelo Mundial desde 1962. Não por acaso, jogou em casa. Como nesta noite… quase em Santiago.

Copa do Mundo de 2014, fase de grupos: Chile 3 x 1 Austrália. Foto: Matthew Lewis/Getty Images/Fifa

Os dois lados da Fan Fest e a complicada festa bancada com apenas um telão

Fan Fest do Recife para o jogo México 1x0 Camarões. Foto: Júlio Jacobina/DP/D.A Press

A realização da Fan Fest no Recife foi cercada de polêmica.

Indo de encontro ao acordo assinado há tempos, a prefeitura do Recife decidiu não investir no projeto, intimamente atrelado ao Mundial.

Em vez de shows programados, como nos palcos das outras subsedes, ficou apenas a exibição das 64 partidas da Copa do Mundo de 2014.

Na abertura, um bom público compareceu no Cais da Alfândega para o jogo entre brasileiros e croatas. Por si só, a Seleção é uma atração.

No dia seguinte, na partida entre Camarões e México, um público irrisório.

Alguns mexicanos – dos milhares esperados na cidade – e um camaronês.

Transformar um telão na única atração da Fan fest não será tarefa fácil…

Fan Fest do Recife para o jogo Brasil 3x1 Croácia. Foto: Renato Barro (twitter.com/renatorbarros)

O artilheiro mexicano impedido pela Fifa, mas eleito pela torcida o craque do jogo

Copa do Mundo 2014, fase de grupos: México 1x0 Camarões. Foto: Matthias Hangst/Getty Images

Giovani dos Santos viveu um dia inesquecível na Copa, para o bem e para o mal.

Numa estreia com mais de 13 mil mexicanos na Arena das Dunas, debaixo de um temporal, o camisa 10 vibrou com a vitória sobre Camarões.

Uma partioda bem disputada, num gramado impecável apesar da chuva, com muitas chances de gol e, como de praxe, erros de arbitragem.

O gol de Peralta foi legal, o suficiente para a vitória do México por 1 x 0.

Caso a regra tivesse sido bem aplicada, o representante da Concacaf teria goleado os africanos, puxados por Eto´o.

Giovani dos Santos, craque da partida México 1x0 Camarões, na Copa do Mundo de 2014. Crédito: Fifa

No primeiro tempo, o assistente colombiano Humberto Clavijo levantou a bandeira duas vezes, de uma miopia e falta de conhecimento da regra incríveis!

Nos dois lances, Giovani dos Santos concluiu cruzamentos com perfeição para as redes. Viu seus dois gols serem mal anulados.

É cedo, mas ao menos por um dia, o atacante do Villarreal seria o artilheiro da Copa, ao lado de Neymar, futuro adversário no grupo A.

No fim da partida, a torcida global reconheceu o seu desempenho à vera.

Foi eleito o craque do jogo, em votação oficial na Fifa… Mesmo sem os gols.

Copa do Mundo 2014, fase de grupos: México 1x0 Camarões. Foto: Miguel Tovar/Getty Image

As superestatísticas da Copa do Mundo, recomeçando com Brasil 3 x 1 Croácia

A cada Copa do Mundo a Fifa lança uma série de novidades na cobertura dos jogos. Uma mudança já clássica é a evolução das estatísticas ao vivo de cada partida, disponibilizadas pela internet.

No acompanhamento em tempo real, finalizações, faltas e posse de bola estão entre as opções mais tradicionais. O mapa de calor das equipes fez sucesso em 2010.

Em 2014, conforme esperado, novos dados e gráficos, como a distância com posse de bola e sem posse, passes curtos, médios e longos e direcionamento dos chutes na barra…

Aqui, o primeiro quadro oficial do Mundial, com o jogo Brasil 3 x 1 Croácia.

Para ver os dados de cada atleta, separadamente, clique aqui.

Estatística do jogo Brasil 3x1 Croácia na Copa do Mundo de 2014. Crédito: Fifa

Estatística do jogo Brasil 3x1 Croácia na Copa do Mundo de 2014. Crédito: Fifa

Estatística do jogo Brasil 3x1 Croácia na Copa do Mundo de 2014. Crédito: Fifa