Bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport lado a lado pela Seleção Olímpica

Torcedores de Santa Cruz, Náutico e Sport na Ilha do Retiro, no amistoso da Seleção Olímpica, em 2015. Foto: Benjamim Júnior/divulgação

A Seleção Olímpica já pediu passagem no Recife, seguindo a sua caminhada rumo aos Jogos do Rio de Janeiro. Ainda sem Neymar e sem chamar tanta atenção, apesar de alguns nomes promissores no time. Na Ilha do Retiro, onde o Brasil venceu os Estados Unidos, pouca gente acompanhou, mas com um comportamento cada vez mais incomum, infelizmente.

Sem qualquer rusga, camisas e bandeiras de Santa Cruz, Náutico e Sport ficaram lado a lado na arquibancada, entre as amarelas da Seleção Brasileira, misturadas entre os sete mil espectadores. Claro, a rivalidade surgiu em alguns momentos, mas apenas com gritos de guerra dos clubes – nada de brados desrespeitosos das organizadas. Nas cadeiras da Ilha do Retiro, o cazá cazá foi mais forte, naturalmente. Mas, acredite, também puxaram o N-A-U-T-I-C-O ali. O grito timbu foi abafado pelos rubro-negros, é verdade, mas o jogo seguiu.

No mesmo setor, dirigentes rivais acompanharam o amistoso, como Constantino Júnior, vice do Tricolor. Até o treinador coral, Marcelo Martelotte, compareceu. Nada de escolta, não precisava. O clima era mesmo outro, bom. Algo que a Seleção, com toda a sua crise técnica, ainda consegue promover…

Amistoso em 2015, Brasil (olímpico) 2x1 EUA. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

A customização da Ilha do Retiro através da CBF

A Ilha do Retiro também passou por um processo de customização temporária para receber a Seleção Olímpica do Brasil, como ocorreu no centro de treinamento do Sport em Paratibe, com uma sala de imprensa a la Granja Comary. Os banners no estádio rubro-negro, localizados na arquibancada, torres de iluminação, bancos de reservas e saída dos vestiários, foram trocados por emblemas azuis com o distintivo da CBF, feitos sob medida por uma empresa terceirizada e sem qualquer patrocínio, uma vez que o estádio fica com “mando da confederação” nos amistosos da Canarinha no país.

As mudanças visuais também ocorreram internamente, no corredor de acesso ao gramado e no vestiário, estilizado para os 20 jogadores convocados para a partida contra o Estados Unidos – tudo devido divulgado pelos canais oficiais da CBF,através do site oficial, twitter e canal de tevê. Por fim, uma sala de imprensa numa estrutura armada no estacionamento do estádio. Esse trabalho de marketing visa focar apenas a imagem da Seleção, dando uma cara exclusiva ao palco do amistoso. Já havia sido executado na Arena da Amazônia em 2015, neste início de preparação do time Sub 23, e também foi montado (em três dias é possível finalização a ação) no Mangueirão, encerrando a agenda desta temporada.

Arquibancada frontal

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Portão de entrada para a arquibancada

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Banco de reservas

O banco de reservas da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Túnel de acesso

Saída do vestiário da Ilha do Retiro no amistoso da Seleção. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA. Press

Vestiário

Ilha do Retiro com placas da CBF no amistoso da Seleção Olímpica. Foto: CBF/Twitter

Sala de imprensa

Sala de imprensa montada na Ilha do Retiro. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A Seleção Olímpica no Recife, com revés para o Santa e título do Pré-Olímpico

Amistoso em 1972, no Arruda. Brasil (olímpico) 0 x 1 Santa Cruz. Foto: Arquivo/DP

O amistoso entre Brasil e Estados Unidos, na Ilha do Retiro, é a nona apresentação da história da Seleção Olímpica no Recife. Em 1972 e 1976, o time verde e amarelo, chamado na época de “seleção de novos” também se preparou na capital pernambucana, com seis jogos no Arruda, ainda numa época sem o anel superior, e dois na própria Ilha. O primeiro jogo do time olímpico aconteceu em 7 de junho de 1972. Já classificado aos Jogos de Munique, o Brasil enfrentou justamente o dono da casa, o Santa Cruz, com os 22.426 espectadores divididos na torcida do Mundão, inaugurado apenas três dias antes.

Assim como em 1934, quando venceu a seleção principal por 3 x 2, no antigo Campo da Avenida Malaquias, o Tricolor também ganhou do escrete olímpico, com um solitário gol do atacante Betinho, após tabela com Luciano Veloso. No Diario de Pernambuco, o caderno esportivo destacou: Gol histórico de Betinho na vitória tricolor. Uma curiosidade no amistoso foi o fato de o Brasil ter atuado com um jogador do próprio Santa, Zé Carlos, conhecido posteriormente como “Zé Carlos Olímpico”, devido à participação na Olimpíada. Ah, o time nacional ainda contava com Paulo Roberto Falcão, do Inter, então com 19 anos – aquela equipe ficaria em 13º lugar no torneio olímpico.

Quatro anos depois, o Recife recebeu o Pré-Olímpico de futebol. Na preparação, disputou amistosos contra Sport (vitória) e Santa (derrota). Já o qualificatório contou com seis países, com o Brasil – novamente com um jogador coral convocado, Santos – conquistando o título, e a vaga para Montreal, de forma invicta. Só não ganhou na estreia, contra o Uruguai, diante 12.926 torcedores. Na final, numa rodada tríplice, vitória sobre a Argentina com show de Cláudio Adão, com 9.209 pessoas presentes. No dia 2 de fevereiro, o jornal estampou o resultado na manchete: Brasil é campeão do Torneio Pré-Olímpico. Na Alemanha o time acabaria em 4º.

O novo capítulo faz parte da história para os Jogos do Rio, em 2016…

Amistoso
07/06/1972 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz
16/01/1976 – Brasil 4 x 2 Sport*
18/01/1976 – Brasil 0 x 1 Santa Cruz*

Pré-Olímpico
21/01/1976 – Brasil 1 x 1 Uruguai
25/01/1976 – Brasil 4 x 0 Colômbia
27/01/1976 – Brasil 2 x 1 Chile
29/01/1976 – Brasil 3 x 0 Peru
01/02/1976 – Brasil 2 x 0 Argentina

* Os jogos-treinos disputados na Ilha do Retiro

Pré-Olímpico de 1976, no Arruda, Brasil 2 x 0 Argentina. Foto: Arquivo/DP

A preparação da Seleção Olímpica no Recife

Treino da Seleção BrasileiroaTreino da Seleção Olímpica no CT do Sport, em 09/11/2015. Crédito: CBF/youtube no CT do Sport

A CBF disponibilizou um vídeo com bastidores da preparação da Seleção Olímpica do Brasil centro de treinamento do Sport, em Paratibe, visando o amistoso contra os Estados Unidos, na Ilha do Retiro.

O trabalho comandado pelo técnico Rogério Micale (Dunga, o comandante da principal, também deverá ser o treinador nos Jogos Olímpicos de 2016) começou na academia do CT, seguindo no campo principal, já à noite.

A movimentação noturna só aconteceu porque foi alugado um gerador de energia para as quatro torres de iluminação, construídas no local visando a Copa do Mundo de 2014, obra também realizada no CT do Náutico.

Lampejo de Granja Comary no CT do Sport

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

A Seleção Olímpica, que jogará na Ilha do Retiro contra os EUA, escolheu o centro de treinamento do Sport, em Paratibe, para a preparação de dois dias até o amistoso. No local, além dos painéis no campo com as marcas da CBF e de seus patrocinadores, a direção da entidade montou uma sala de imprensa emulando de longe a infraestrutura da Granja Comary, em seus dias mais movimentados com a seleção principal.

Em vez de 300 lugares, como no grande salão em Teresópolis, 15 cadeiras no mesmo estilo, de forma compacta e organizada.

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

O ambiente chamou a atenção justamente porque o espaço para entrevistas coletivas (jornais, rádios e tevês) ainda é uma grande lacuna no CT rubro-negro, bem equipado em quase todos os outros setores. A estrutura temporária será desmontada pela confederação logo após a partida, mas já deixou a ideia sobre o que é possível fazer até a construção de um espaço definitivo (e necessário).

Na própria Ilha do Retiro, um esquema especial para a zona mista foi criado, semelhante ao trabalho feito no Arruda em 2012, noa goleada sobre a China.

A sala de imprensa montada pela CBF para a Seleção Olímpica no CT do Sport, em Paratibe. Foto: Caio Wallerstein/DP D.A Press

A premiação absoluta da Copa do Nordeste 2016 chega a R$ 14.820.000

Copa do Nordeste. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A premiação total da Copa do Nordeste de 2016 aumentou em 33% em relação à última edição. Em quatro anos, são quase R$ 10 milhões a mais. A curiosidade é que das cinco campanhas possíveis (primeira fase, quartas, semi, vice e campeão), justamente a cota do primeiro lugar sofreu uma baixa. No acordo costurado entre os clubes na reunião da Liga do Nordeste, no Recife, a receita foi distribuída de forma mais equânime. Em 2015, por exemplo, o campeão Ceará ganhou R$ 2,74 milhões, ou R$ 1,5 milhão a mais que o Bahia, o vice. Na próxima temporada, o campeão ganhará R$ 2,3 milhões (mais a vaga na Sul-Americana, claro), com a diferença para o vice caindo para R$ 500 mil.

Além da redistribuição de R$ 250 mil aos classificados às quartas, pesou na redução do campeão a ausência do bônus da CBF, de R$ 1 milhão, ofertado em 2015. Por outro lado, chegar às quartas da Lampions League, numa campanha básica, superando a fase de grupos, representará quase R$ 1 milhão a oito times, num acréscimo de 52%. A simples participação significa meio milhão.

Nesta nova equação financeira, bancada pelo Esporte Interativo, detentor dos direitos de transmissão até 2022, ainda há outra particularidade. Na primeira fase, com vinte equipes, os dois maranhenses e os dois piauienses não ganham cota. Sob contrato, os novos integrantes estão num período de testes, até 2017, e a liga já tinha um acordo de divisão para os 16 times originais. Portanto, Imperatriz, Sampaio Corrêa, River e Flamengo só podem receber a premiação a partir das quartas. Finalizando o acordo, os clubes não terão despesas com arbitragem, viagens e hospedagens. A regra para as viagens é a seguinte: até 500 km, ônibus; acima de 500 km, avião, com 26 passagens garantidas.

Representantes locais em 2016: Santa Cruz, Salgueiro e Sport.

As cotas absolutas (somando as fases) para as campanhas no Nordestão:

2016
Campeão – R$ 2,385 milhões
Vice – R$ 1,885 milhão
Semifinalista – R$ 1,385 milhão
Quartas de final – R$ 935 mil
Primeira fase – R$ 505 mil*
Total: R$ 14.820.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão.

2015
Campeão – R$ 2,74 milhões
Vice – R$ 1,24 milhão
Semifinalista – R$ 890 mil
Quartas de final – R$ 615 mil
Primeira fase – R$ 365 mil*
Total: R$ 11.140.000
* Exceto para os clubes do Piauí e do Maranhão.

Premiações: Sport R$ 890 mil, Salgueiro R$ 615 mil, Náutico R$ 365 mil

2014
Campeão – R$ 1,9 milhão
Vice – R$ 1,2 milhão
Semifinalista – R$ 850 mil
Quartas de final – R$ 600 mil
Primeira fase – R$ 350 mil
Total: R$ 10.000.000

Premiações: Sport R$ 1,9 milhão, Santa Cruz R$ 850 mil, Náutico R$ 350 mil

2013
Campeão – R$ 1,1 milhão
Participação – R$ 300 mil
Total: R$ 5.600.000

Premiações: Sport R$ 300 mil, Santa Cruz R$ 300 mil, Salgueiro R$ 300 mil

Evandro Carvalho garante jogo da Seleção Brasileira na Arena até 2016

Evandro Carvalho chefiando a delegação da Seleção Brasileira no Superclássico das Américas de 2014. Foto: Fifa/twitter

A CBF divulgou em 13 de agosto os locais das duas primeiras partidas da Seleção Brasileira pelas Eliminatórias da Copa de 2018. A entidade escolheu Fortaleza (Castelão) e Salvador (Fonte Nova), deixando a FPF numa saia justa, uma vez que o presidente Evandro Carvalho apostava no estado como subsede. No entanto, o dirigente garante que haverá um jogo do Brasil por aqui até o fim de 2016. Ou pelas Eliminatórias, cuja tabela segue em formação, ou em algum amistoso. Neste caso, faria parte do Brazil Global Tour, como é chamado o giro da Canarinha pelo mundo. A informação foi repassada ao blog pelo próprio Evandro, durante a passagem em Natal, no lançamento do Nordestão.

Presidente, como você reagiu ao anúncio de que Fortaleza e Salvador seriam os primeiros palcos das Eliminatórias, no lugar do Recife?
“Normal. São nove jogos (no Brasil) e ainda tem tempo para colocar outras cidades. Em breve, Marco Polo Del Nero (presidente da CBF) virá ao Recife para confirmar um jogo aqui (em 12 de julho de 2012, o então mandatário José Maria Marin anunciou uma partida no Palácio do Campo das Princesas)”.

Qual seria o adversário em Pernambuco? E a data, já tem algum prazo?
“Primeiro, precisamos saber se será pelas Eliminatórias. Sei que será um jogo da seleção principal, de acordo com o calendário da CBF. Deve ser no ano que vem, provavelmente”.

Se for um amistoso, há risco de não ser ‘Data Fifa’, como em 2012, numa segunda-feira? Na ocasião, veio o time reserva da China…
“Ali, a data não importou, e sim o adversário. A China é um dos países que mais exporta para o estado. Era interessante fortalecer a relação comercial, num grande trabalho do governador Eduardo Campos (o blog comentou isso na época, veja aqui)”.

A última partida da Seleção no estado aconteceu no Arruda. Com a Arena Pernambuco funcionando, existe alguma dúvida sobre o local?
“Será na Arena Pernambuco, até porque a empresa que gerencia os jogos da Seleção (ISE, uma companhia árabe que comprou os direitos até 2021) exige um ‘padrão arena’ nas partidas. E a Arena é um equipamento do estado”.  

Jogos da Seleção Brasileira em Pernambuco: 5 na Avenida Malaquias (1934), 2 na Ilha do Retiro (1956 e 1969) e 10 no Arruda (de 1978 a 2012).

Participação na Libertadores e Copa do Nordeste? Não simultaneamente, diz CBF

Manoel Flores, o diretor de competições da CBF, durante o sorteio o Nordestão de 2016. Crédito: Esporte Interativo/reprodução

Natal – Um time do Nordeste pode disputar a Taça Libertadores e o Nordestão ao mesmo tempo? A dúvida existe desde o retorno do regional, em 2013, pois não consta no regulamento. Claro, trata-se de um cenário difícil, tanto que até hoje os nordestinos só disputaram a maior competição do continente seis vezes, sendo uma nos últimos 25 anos. No lançamento da Lampions League de 2016, em Natal, o blog questionou o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, sobre o assunto. O dirigente, que assumiu o lugar de Virgílio Elísio, afastado após duas décadas por problemas de saúde, foi direto na resposta.

“Não, um clube não pode disputar as duas simultaneamente, por causa do choque de datas (ambas nas quartas e quintas do primeiro semestre). A preferência, claro, é a Libertadores, com outro time do estado ocupando o lugar na Copa do Nordeste.”

Também presente no evento, o diretor de competições da FPF, Murilo Falcão, comentou que no caso de Pernambuco, considerando alguma classificação à Liberta, a vaga no regional seria repassada automaticamente ao 4º colocado do Estadual. Esse tipo de dúvida acerca das brechas nacionais gerou o impasse entre Ceará e CBF, em 2015, com o time alencarino brigando na justiça para disputar no segundo semestre a Sul-Americana, na condição de campeão regional, e a Copa do Brasil, na qual obteve no campo a vaga às oitavas. Tudo porque, ao contrário do regulamento do Campeonato Brasileiro, não havia a restrição no Nordestão. Posteriormente, o Vozão recuou e abriu mão da Sula.

Nordestinos na Libertadores:
Bahia (1960, 1964 e 1989), Sport (1988 e 2009) e Náutico (1968). 

É difícil ir à Liberta, mas não custa nada esclarecer as possibilidades…

Del Nero garante continuidade do Nordestão após fim do acordo judicial

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no sorteio do Nordestão de 2016, em Natal.

Natal – Com o turbulento cenário político na CBF, com a troca de presidente e polêmicas, é difícil imaginar quem será o mandatário da entidade em 2023. Neste ano, já não haverá o acordo judicial que obriga a confederação a reservar parte do calendário do futebol nacional à Copa do Nordeste. Ainda falta bastante para o cumprimento da decisão, com dez edições seguidas, mas o futuro aberto abre o questionamento sobre a continuidade, sobretudo pelo passado, quando a CBF riscou a competição do mapa, em 2003 – não por acaso, o imbróglio acabou na justiça. Após o sorteio da Lampions League de 2016, o atual presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, conversou com jornalistas no saguão do evento. Lá, o blog tocou no assunto numa rápida entrevista.

O contrato da Copa do Nordeste vai até 2022, que foi a medida de um acordo judicial. A partir de 2023 a Copa do Nordeste corre risco de sair do calendário?

“Não. Foram tempos diferentes. Foram outros tempos. Hoje, nós estamos aqui, presentes, constantemente. A federação está presente. A federação organiza essa competição. Toda essa parte de logística da competição é da CBF. Ela quer fazer, ela quer continuar fazendo, mas quem determina o que fazer não é a Confederação Brasileira de Futebol. São as federações, são os clubes. Os clubes pedem às federações, as federações pedem à CBF e a CBF concorda, mas precisa haver unidade e respeito à administração do futebol brasileiro. Por isso, vai longe. E a Copa do Nordeste não vai parar aí não. Ela vai ser centenária logo, logo. Nós vamos chegar lá.”

Na sequência, o dirigente justificou a tese com a Copa Verde, que reúne equipes do Norte e Centro-Oeste. Espécie de “derivado” do Nordestão, a outra copa regional só entrou no calendário por causa do interesse da televisão.

“A Copa Verde foi criada à mercê de um trabalho muito forte da Confederação Brasileira de Futebol junto às televisões, porque alguém tem que pagar essa conta. Nessa oportunidade, o Esporte Interativo aceitou pagar a conta. Está fazendo a competição e já já começa a dar lucro.” 

Como curiosidade, o fato de que o mandato de Del Nero, de quatro anos, vai até 2019, podendo se estender, no máximo, até 2023, com uma reeleição. Logo, as suas palavras podem ter peso até lá. Se ele continuar, é claro.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, no sorteio do Nordestão de 2016, em Natal. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Com Marco Polo Del Nero no limite do Brasil, a Lampions 2016 se torna realidade

Marco Polo Del Nero no Sorteio da Copa do Nordeste de 2016, Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Natal – Nos últimos meses, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, tem evitado deixar o país. Suspeita-se da investigação do FBI, que poderia detê-lo no exterior, como ocorreu com antecessor, José Maria Marin, na Suíça. Em Natal, no limite do nordeste brasileiro, o dirigente, aparentando tranquilidade, discursou no sorteio do Nordestão de 2016. Curiosamente, observou a distância alcançada pela competição, que na última edição movimentou R$ 29 milhões. “A palavra que define a copa é ‘unidade’. A Copa do Nordeste atravessou fronteiras.” Ironia à parte, as bolinhas trouxeram adversários tradicionais para Santa Cruz e Sport.

De volta ao regional após um ano ausente, o atual campeão pernambucano enfrentará o Bahia. Na última campanha, também teve pela frente o Tricolor da Boa Terra. Já o Sport terá de cara o Fortaleza, duríssimo adversário nas quartas de final deste ano, que só terminou na decisão por pênaltis, com Magrão classificando o Rubro-negro. O terceiro representante local, o Salgueiro, pegou a chave apontada pela imprensa como a mais fraca na primeira fase. O principal time do grupo A é o ABC, que capenga para permanecer na Série B.

O sorteio foi acompanhado pela cúpula do futebol nordestino. Representando o Santa, o vice-presidente Constantino Júnior considerou o seu grupo, o C, nivelado. “Só o primeiro tem vaga, mas a gente vai batalhar para buscar a primeira colocação”, disse. De fato, com a ampliação para 20 times, em 2015, agora avançam às quartas os cinco líderes e os três melhores segundos. Pelo Sport, o superintendente de futebol, Nei Pandolfo, gostou da logística na primeira fase. “Jogaremos em capitais (Fortaleza, João Pessoa e Teresina), com viagens diretas. E esse desgaste menor ajuda muito no início de temporada.”

Já Clebel Cordeiro, presidente do Carcará, não economizou na felicidade: “Foi o melhor sorteio dos últimos anos, ainda mais porque a Copa do Nordeste é a escapatória para um clube do interior sobreviver no resto do ano”. Ao todo, serão 74 jogos, de 14 de fevereiro a 1º de maio, com a tabela divulgada até novembro. Já as premiações devem ser definidas no encontro da liga em Salvador, em 1º de outubro. Este ano, a cota foi de R$ 11 milhões. Em tempo: o sorteio da Lampions League de 2017 será em Maceió, ainda ao alcance de Del Nero.

Grupo A – ABC-RN, Salgueiro, Campinense-PB e Imperatriz-MA
Grupo B – América-RN, CRB, Coruripe-AL e Estaciano-SE
Grupo C – Bahia, Santa Cruz, Confiança-SE e Juazeirense-BA
Grupo D – Sport, Fortaleza-CE, Botafogo-PB e River-PI
Grupo E – Ceará, Sampaio Corrêa-MA, Vitória da Conquista-BA e Flamengo-PI

Sorteio da Copa do Nordeste de 2016, Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A