O escudo da CBF para a Seleção e campeões nacionais

Uniformes de Palmeiras e Vasco, campeões da Copa do Brasil de 2012 e 2011, respectivamente. Crédito: Palmeiras e Vasco/divulgação

Criado em 1917, o escudo da Confederação Brasileira de Desportos (CBD) passou por inúmeros ajustes até a versão atual, já com a sigla da CBF. Apesar das mudanças, a marca não perdeu a sua característica original. Confira toda a evolução aqui.

Além do uniforme da Seleção Brasileira, o tradicional distintivo pode ser ser utilizado em ocasiões especiais pelos próprios clubes filiados.

A premissa é simples, o que não significa facilidade. É necessário ser campeão nacional.

Originalmente, era preciso ser campeão brasileiro da Série A, em uma cultura adotada no início da década de 1990, paralelamente à popularização das camisas de náilon.

Após alguns casos isolados, a entidade que regula o futebol nacional autorizou nos últimso anos a costura do escudo nos uniformes dos campeões da Copa do Brasil.

Anteriormente nas mangas. Agora, na parte frontal do uniforme.

O privilégio, para as duas competições nacionais, tem validade de um ano, obviamente.

No caso palmeirense, campeão do mata-mata deste ano, o novo uniforme com a marca destacando a conquista foi divulgado poucos minutos após o jogo em Curitiba.

O objetivo é fortalecer a venda através do patch, o pequeno diferencial na camisa.

Acima, os modelos dos vencedores da Copa do Brasil de 2012 e 2011. Abaixo, as camisas do campeões brasileiros de 2011 e 2010.

O que você acha da ideia de colocar o emblema da CBF na camisa do campeão? Você concorda que as duas competições tenham o mesmo direito?

Várias competições de grande porte passaram a adotar o escudo de campeão, como a Copa do Mundo, em 2006, e o Mundial de Clubes, em 2007 (veja aqui).

A medida é considerada um bônus da conquista. Não é obrigatório…

Camisas de Corinthians e Fluminense, campeões da Série A em 2011 e 2010, respectivamente. Crédito: Corinthians e Fluminense/divulgação

Guia oficial do Campeonato Brasileiro futebolístico e cultural

Guia da CBF para o Campeonato Brasileiro de 2012. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Com 192 páginas, o guia oficial do Campeonato Brasileiro desta temporada, editado pela própria CBF, traz detalhes das quatro divisões da competição, em português e inglês.

Além dos clubes, com as respectivas histórias e estatísticas, o livro apresenta detalhes culturais de todas as cidades inscritas em todas as divisões do futebol nacional.

A capa em si já é o exemplo, com uma cena da peça de teatro “Fim de partida”, de Samuel Beckett. Do Recife, aparecem o Grupo Totem e o Teatro Escola Brincante.

Confira a íntegra da diagramação dos quatro principais clubes do estado.

Náutico, Sport, Santa Cruz e Salgueiro.

Os clubes das duas primeiras divisões tiveram duas páginas cada um. Na Terceirona, uma página. As equipes da última casta aparecem apenas com dados técnicos.

No futebol, um compêndio com tabelas, rankings e regulamentos da CBF.

Supercopa América

Américas do Norte, Central e do Sul

Há quase vinte anos começou a aproximação política entre as confederações de futebol das Américas, com a Conmebol no Sul e a Concacaf na região Central e no Norte.

Tudo a partir de um convite do presidente da entidade sul-americana, Nicolás Leoz, aos dirigentes de México e Estados Unidos, que toparam na hora a ideia de jogar a encorpada Copa América de 1993, no Equador. O torneio passaria de dez a doze  países.

Desde então foram oito edições, sempre com convidados. Também já viajaram para cá Honduras e Costa Rica, além da inusitada presença do Japão em 1999.

Contudo, o termo “convite” está com os dias contados. Uma longa articulação projeta o que se imagina há muito tempo. Um torneio em larga escala com os três continentes.

Colabora para isso uma data especial. Em 2015 haverá a Copa América no Chile, já acordada. No ano seguinte, porém, será o centenário da competição, que em 1916 teve Buenos Aires como sede, apenas quatro países e seis jogos.

Argentina, Uruguai, Brasil e Chile entraram em campo nos acanhados estádios de Gimnasia y Esgrima e Racing, com título celeste. Já naquela temporada a tradicional taça, comprada em uma joalheria na capital argentina por dois mil francos suíços.

Para a provável edição especial, a Copa Centenário, seriam dezesseis seleções, sendo dez da Conmebol e seis da Concacaf. Para quebrar qualquer laço histórico, a inédita competição teria como sede… os Estados Unidos, e sua infraestrutura imbatível.

A ideia poderá ser estendida para torneios de clubes, que já contam com times mexicanos. Entrariam representantes de outros países na Libertadores.

As Américas do futebol caminham para se tornar um único continente, enfim.

Sexta-feira Treze

Grupo A da Série C 2012

Que sirva de lição, novamente.

O embate entre Justiça Comum e Justiça Desportiva só termina em entendimento…

Não adianta ameaça de suspensão de dois anos, multa milionária ou até desfiliação por parte das entidades que regulam o futebol, como CBF e a própria Fifa (veja aqui).

Se o direito legal for executado à risca, parece não haver escapatória.

Como em 2000, quando a CBF cedeu a favor do modesto Gama, do Distrito Federal.

Naquele ano, o módulo azul da Copa do João Havelange, como foi chamada a Série A, teve 25 clubes. A decisão foi tomada após 251 dias de paralisação.

Número ímpar. Algo que não condiz com a formação de campeonatos de grande porte.

A história se repete em 2012, na Série C.

O Treze, que enfrentou todos os tribunais para fazer valer o seu direito, controvertido ou não, disputará a competição, encerrando um imbróglio de 38 dias.

E o campeonato brasileiro da terceira divisão desta temporada terá 21 clubes, com onze times no grupo A, a chave dos pernambucanos, e o dez equipes no B.

De novo, ímpar, o símbolo maior de que algo está errado.

O nome do protagonista do novo episódio so aumenta a ironia dos casos históricos.

É preciso estruturar de uma vez por todas as soluções legais do futebol brasileiro, ou então um precendente perigosíssimo estará aberto para os próximos anos…

Neste caso, o número ímpar é necessário. Basta um vetor da justiça.

Ou será preciso enumerar treze motivos? Esta sexta-feira apresentou um.

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

A CBF pagou para ver a Terceirona

A multa diária imposta pela Justiça à CBF, de R$ 50 mil por não incluir o Treze no campeonato brasileiro da terceira divisão, pelo visto não assustou a entidade.

A Confederação Brasileira de Futebol depositou em juízo a quantia de R$ 2.488.000 para bancar a Série C sem o clube paraibano, assumindo os riscos até o julgamento.

Confira a íntegra do despacho do Superior Tribunal de Justiça Desportiva sobre o caso.

Saiba mais sobre o início da Terceirona clicando aqui.

Do tribunal para o gramado, Cobra-Coral e Carcará em ação

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Fernandes/Diario de Pernambuco

Durante 37 dias a Série C esteve suspensa pelo STJD.

O imbróglio jurídico, tendo o Treze como protagonista, travou a competição.

As demais torcidas, legalmente compromissadas com o campeonato brasileiro, ficaram de mãos atadas, a espera de uma solução por parte da diretoria da CBF.

Com a disputa ocorrendo em tribunais, com liminares expedidas em todos os cantos, houve uma manobra jurídica articulada para contornar a decisão favorável ao clube paraibano, que luta para ser incluído na competição, mesmo sem o acesso no campo.

Pontualmente às 15h18 desta quinta-feira, a Confederação Brasileira de Futebol publicou em seu site oficial o comunicado dando início à Série C.

Nos bastidores, os clubes já haviam sido informados sobre o provável desfecho, antecipando a logística, como viagens, hospedagem, venda de ingressos e transmissões.

E não foi diferente com os ansiosos representantes pernambucanos…

Santa Cruz x Guarany, no Arruda, no domingo, às 16h. Multidão à vista.

Rio Branco x Salgueiro, no Acre, também no domingo, às 19h30.

Após o período de preparação forçada, com jogos-treino de técnica duvidosa e irritação entre os adeptos, os pernambucanos darão início ao sonho de retornar à Série B.

Advogados ligados ao bicampeão pernambucano e ao melhor time do interior do estado saem de cena. O time de terno e gravata será substituído pelos uniformes oficiais.

Ao que parece a CBF vai bancar a multa diária de R$ 50 mil por não incluir o Treze no torneio, pois está confiante na vitória no julgamento a ser marcado.

O jogo continuará nos tribunais. Porém, agora também vai para o gramado. Enfim!

Torcida do Salgueiro. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Casa Brasileira do Futebol segue os traços de Zurique

Sede da CBF. Foto: CBF/divulgação

Após pagar a bagatela de R$ 70 milhões, a CBF mudará a sua sede para um complexo de 5.560 metros quadrados na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O imóvel fica a 3,5 quilômetros da sede atual. As sedes anteriores também eram no Rio.

O valor impressiona, mas a Confederação Brasileira de Futebol, uma entidade privada, vem acumulando sucessivos superávits nos últimos anos. Lucra mais que os clubes.

De acordo com o balanço de 2011, o patrimônio da “empresa” saltou de R$ 181 milhões para R$ 258 milhões em um ano. Um aumento de 42,5% (veja aqui).

Boa parte da receita de R$ 300 milhões veio através dos patrocinadores da entidade. São 14 ao todo. A Nike, a principal marca, bancou nada menos que R$ 59 milhões.

Curiosamente, a sede da Nike é vizinha da nova CBF, na Avenida Luís Carlos Prestes.

A entidade que regula o futebol nacional aprendeu bem com a Fifa, imitando os traços da sede de Zurique. Por lá, o cofre é maior, com um patrimônio líquido de R$ 2,3 bilhões.

Modernidade por fora, volume financeiro por dentro e outras cositas más.

Sede da Fifa em Zurique. Foto: Fifa/divulgação

Quadro pernambucano de arbitragem submetido ao Fifa Test

Avaliação física dos árbitros pernambucanos via CBF em 2012. Crédito: CBF/divulgação

Avaliados no programa Fifa Test, via CBF, 29 árbitros do quadro pernambucano foram submetidos a exames físico e teórico, cujo resultado será válido para 2012 e 2013.

No exame teórico, apenas um foi advertido, o assistente Clóvis Amaral (veja aqui).

Nos testes físicos o quadro local não se saiu bem. Foram nada menos que nove membros reprovados. Dos 522 avaliados no teste físico em todo o país, 15% foram repravados.

Na prova teórica, com 614 inscritos nas 27 federações estaduais, o índice de aprovação foi de 94,3%. Surpreende que tanta gente conheça bem as 17 regras. Na teoria, claro.

As regras do jogo para ter a Seleção Brasileira no Recife

Evandro Carlos (FPF) e José Maria Marin (CBF). Foto: CBF/divulgação

Mostrando o óbvio, que o critério de escolha dos jogos da Seleção Brasileira no país é político, o Recife poderá voltar a receber um amistoso do Brasil este ano.

Em 11 de setembro, provavelmente contra a China. Desde 1995, só houve um jogo aqui.

Em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em 10 de junho de 2009, a Canarinha venceu o Paraguai por 2 x 1, com gols de Robinho e Nilmar.

O longo hiato ocorreu devido ao embate entre Carlos Alberto Oliveira e Ricardo Teixeira. Uma “paz” entre os dirigentes foi costurada pelo governador e o estado recebeu o jogo.

Agora, com novos dirigentes nas cabeceiras, FPF e CBF estão cada vez mais próximas, com Evandro Carvalho e José Maria Marin. Pedido protocolado e negociações retomadas.

Naturalmente, a 73ª colocada do ranking da Fifa não é o alvo ideal do escrete visando 2014. Em relação ao mercado chinês, contudo, trata-se de uma prioridade para a CBF.

No Arruda, o Brasil segue invicto em trinta anos de história, com públicos enormes.

As oito partidas que a Seleção realizou no Arruda levaram 512.717 torcedores às arquibancadas do estádio coral, o que proporciona uma média de 64.089 pessoas.

Na última apresentação, com ingressos caríssimos de R$ 100, R$ 200 e até R$ 300, a renda bruta chegou a R$ 4.322.555, a maior da história do futebol pernambucano.

Ao Santa Cruz, 10% do apurado. O Brasil será mesmo bem-vindo, financeiramente.

Apesar desses números no Recife e por mais que o torcedor tenha saudade de ver a Seleção de perto, jogos deste porte dependem de um acerto político.

São as regras do jogo. De um jogo pra lá de truncado…

Ricardo Teixeira (CBF) e Carlos Alberto Oliveira (FPF). Foto: FPF/divulgação

Duro de matar 13

Série D 2011: Santa Cruz 0x0 Treze. Foto: Roberto Ramos/Diario de Pernambuco

Suspensa pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva há 28 dias, a Série C vai se tornando em um dos capítulos mais desgastantes dos últimos tempos no país.

Tema cansativo, cheio de meandros e com uma linguagem fora do futebol.

O Santa Cruz já acumula um prejuízo superior a R$ 1,2 milhão no período.

Ao todo, são 60 clubes parados. O 61º é justamente o Treze de Campina Grande, que através de liminares na Justiça Comum vem tentando se garantir na Terceirona.

Se não conseguir, não terá direito sequer a jogar a Série D, pois não conquistou a vaga para o campeonato nacional no seu torneio estadual.

Como no Caso Gama, em 2000, o embate entre Justiça Comum e Justiça Desportiva voltou a ser o grande entrave da organização futebolística do país, cheia de acordos.

O presidente da CBF, José Maria Marin, subiu o tom contra do rebelado (veja aqui).

Irritados, os dirigentes dos demais clubes poderão acionar o clube paraibano na justiça, exigindo uma indenização por perdas e danos. Mais pressão para o Treze.

Acuado e agora sendo o único com uma ação contra a CBF, o Treze poderá sofrer uma severa punição da CBF, com a suspensão de até dois anos. E o clube não cede.

Mesmo tendo encerrado a última Série D em 5º lugar, em um torneio cujo regulamento só promoveria os quatro primeiros colocados. O tal direito se sobrepõe a todos.

Se será necessário um entendimento entre CBF, STJD e Treze ou a Confederação Brasileira de Futebol deve continuar pressionando, tentando cassar a liminar?

Aguardando a continuação da saga. Que no próximo capítulo a bola volte a rolar.