O aperto de mão definitivo

Joseph Blatter e Dilma Rousseff, em encontro no Brasil, março de 2012. Foto: Fifa/divulgação

Joseph Blatter e Dilma Rousseff.

Fifa e governo federal brasileiro.

Sorrisos e aperto de mão…

Apararam as arestas de uma crise diplomática após a ameaça do chute no traseiro.

O encontro nesta sexta-feira, no Palacio do Planalto, foi o primeiro entre os dois desde outubro do ano passado (veja aqui).

Agora vai?

Faltam 818 dias para a Copa do Mundo de 2014.

Parece muito, mas a organização do país já está em cima da hora.

Construído e reconstruído. Maracanã 2.0

Construção do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Foto: Odebrecht/divulgação

Um estádio de futebol construído duas vezes para o mesmo evento, a Copa do Mundo.

De 1950 e 2014. Preparado para abrigar a final das duas competições.

Neste post, imagens aéreas de 1949 e de março deste ano. Veja mais aqui.

Na primeira edição foram utilizados 500 mil sacos de cimento e 10 mil toneladas de ferro. Ao todo, dez mil operários trabalharam na obra, que durou dois anos (abaixo).

Oficialmente, a capacidade máxima era de 183.354 pessoas. A maior do planeta.

Estimativa baseada no “Padrão Fifa” da época, incluindo 32 mil pessoas em pé. Várias décadas depois, ao custo de R$ 1 bilhão, outro Maracanã. No papel, uma modernização.

A segunda versão deverá consumir 140 toneladas de ferro e 8,6 toneladas de cimento.

Por mais que se use as antigas fundações, o discurso não cola. Trata-se de um novo palco, luxuoso, com 78.639 lugares, ou 42,8% capacidade antiga.

Foi preciso mais de um ano para demolir boa parte do trabalho antigo, que de fato já havia sido parcialmente refeito em 2000, com um novo anel inferior.

Para 2014, o consórcio responsável pela “reforma” do estádio carioca deverá contar com 5.200 trabalhadores. Do alto, cenas parecidíssimas no canteiro…

Até o momento, não existe plano para remodelar o Maraca para a Olimpíada de 2016.

Construção do Maracanã para a Copa do Mundo de 1950. Foto: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro

O fim (parcial) da ditadura do futebol brasileiro

Ricardo Teixeira, presidente da CBF de 1989 a 2012. Foto: CBf/divulgação

Após a saída na surdina com a licença médica, o comunicado oficial da renúncia, através de uma carta, nesta segunda. Ricardo Teixeira não é mais o presidente da CBF.

Ficou 23 anos e dois meses no poder. Veja a matéria da Placar sobre a sua posse aqui.

A ditadura militar do país, só para citar um mau exemplo, durou 21 temporadas. A diferença é que o regime realmente mudou no Brasil depois daquela era.

Na Confederação Brasileira de Futebol, a estrutura segue com os mesmos nomes…

Eis uma boa oportunidade para que os clubes assumam o poder. Mas sem articulação? Se uma liga não sair agora, então realmente será por falta de interesse/força.

Mas, é verdade, não será nada fácil acabar com vícios antigos na entidade. Uma cortesia aqui, uma ajuda ali. Assistencialismo à frente do profissionalismo.

Quem assume o posto é o paulista José Maria Marin, de 79 anos, então vice-presidente. No começo do ano flagraram o dirigente colocando no bolso uma medalha de premiação da Copa São Paulo de Juniores… Só para ilustrar o nível, claro.

Ele chega ao topo não só da CBF, com sede no Rio de Janeiro, como do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.

Por sinal, vale a pergunta… Acabou a ditadura ou mudou o ditador?

Até o Mundial, com Teixeira enfraquecido, cabe ao governo federal tomar as rédeas. E Teixeira, como se especulava há semanas, vai mesmo ver a Copa de Miami…

Saiu pela porta dos fundos. Embarcou com inúmeras denúncias de corrupção.

Pois pode começar a contar o tempo, sem pressa, até que essas denúncias resultem em algo concreto para o cidadão, com CPIs no currículo.

Um dia histórico na CBF, certamente. Mas a continuidade não é nada animadora.

José Maria Marin, presidente da CBF de 2012 a 2015. Imagem: ESPN

Cobral Coral e Carcará em busca da Série B

A final do Estadual está marcada para o dia 13 de maio.  O tempo de preparação para a Série C será de duas semanas. Depois, 18 jogos na primeira fase.

Com um calendário mais digno na competição, Santa Cruz e Salgueiro serão os representantes pernambucanos na Terceirona, com quatro vagas à Série B de 2013.

A CBF publicou nesta segunda-feira a tabela básica do torneio, cuja fase inicial vai até 23 de setembro. Serão quatro meses de disputa. Depois, mata-mata (veja aqui).

Algoz na Série D 2010, o Guarany de Sobral visitará o Santa na estreia, no Arruda. Já o Carcará começa voando para longe, até o Acre, para enfrentar o Rio Branco.

Santa e Salgueiro estão no grupo A, ao lado de Guarany/CE, Paysandu/PA, Luverdense/MT, Fortaleza/CE, Águia/PA, Cuiabá/MT e Icasa/CE.

Estadual mais enxuto para ceder espaço ao Nordestão?

Nordestão

Não havia dúvida alguma de que a volta do Campeonato do Nordeste ao calendário oficial da CBF acabaria modificando a estrutura do Estadual.

Nenhum matemático conseguiria encontrar a solução para colocar um arrastado certame local com 26 datas ao lado do regional antes do início do Brasileiro, em maio.

Inicialmente, há três meses, se pensou num número mais enxuto de clubes no Pernambucano, com dois turnos (veja aqui).

Agora, se fala em 14 times, mas com turno único. Nos dois casos, menos partidas na tabela, além da presença do retorno do Nordestão, garantido via acordo judicial entre Liga do Nordeste e CBF por pelo menos uma década.

Por sinal, este é o tema da nova enquete do blog… Participe!

Você é a favor da redução do número de jogos no Estadual para a implantação do Nordestão no primeiro semestre de 2013?

  • Sport - Sim (43%, 536 Votes)
  • Sport - Não (15%, 186 Votes)
  • Santa Cruz - Sim (15%, 183 Votes)
  • Náutico - Sim (14%, 169 Votes)
  • Santa Cruz - Não (9%, 106 Votes)
  • Náutico - Não (5%, 58 Votes)

Total Voters: 1.238

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Todos os estádios brasileiros

Estádios do Brasil

Existem 661 estádios de futebol no Brasil.

A CBF catalogou todas as praças esportivas do país, através do Cadastro Nacional de Estádios de Futebol. A entidade acaba de publicar a terceira revisão do documento.

Em Pernambuco são 37 estádios, dos quais apenas sete são particulares. São 29 locais com iluminação e oito sem refletores.

Além de listar todos os estádios e detalhes de cada um de forma separada por estados e regiões, o documento também apresenta gráficos, como os desta postagem.

Saiba mais detalhes do estudo clicando aqui.

Uma curiosidade local é a capacidade de público do caruaruense Lacerdão, de 19.478. A diferença em relação aos Aflitos é apenas 322 pessoas.

Apesar da atualização do documento de 89 páginas, o estádio Cornélio de Barros, em Salgueiro, reaberto nesta temporada com 10.300 lugares, aparece com 5.550.

O menor estádio pernambucano, segundo a pesquisa, é o Moacir Soares, de Cupira, que pode receber no máximo 1.500 torcedores. Não conta sequer com iluminação…

Dos campos às arenas.

Ilumainação dos estádios brasileiros

Se donner un coup de pied aux fesses

Charge de Jarbas Domingos/Diario de Pernambuco

Eis a charge de Jarbas Domingos, do Diario de Pernambuco, sobre o impasse diplomático causado por uma frase proferida em francês.

“Se donner un coup de pied aux fesses”.

A tradução literal para o português significa “dar um chute no traseiro”.

A grosseira declaração do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valce, ao Brasil é a polêmica da semana na organização do Mundial. Ele alega ter sido mal interpretado…

Essa discussão acabou desviando o foco sobre o andamento das obras da Copa do Mundo, com estádios atrasados e projetos viários a passos de tartaruga, além da Lei Geral da Copa, ainda não aprovada, mesmo com a resolução criada em 2007!

Obviamente, a cobrança foi feita da pior maneira possível, mas, “traseiro à parte”, não foi infundada. O Brasil aceitou as regras de um evento privado e não as vem cumprindo.

Mais. Quer mudar resoluções obrigatórias para o torneio, como, por exemplo, a venda de bebidas alcoólicas. É proibida no país? É. Mas, ao assinar o documento há cinco anos, o governo se comprometeu a liberar a venda de cerveja durante a competição.

O poder executivo empurra para o legislativo, que devolve e assim se arrasta.

Mesmo sem falar de forma grosseira, também estão querendo acertar o traseiro da Fifa. A política/diplomacia realmentou ocupou o lugar do futebol…

Ricardo Teixeira/Evandro Carvalho. Aprova?

Assembleia Geral da CBF em 2012, no Rio de Janeiro. Foto: Ricardo Stuckert/CBF

Ricardo Teixeira segue no poder na CBF.

Presidente da entidade desde 1989, o atual mandato, o sexto, vai até 2015.

Mesmo alvo de críticas e denúncias, o mandatário mostrou força política. Um de seus aliados mais próximos foi o presidente da FPF, Evandro Carvalho.

Por sinal, o dirigente pernambucano foi o secretário-geral na assembleia geral da confederação, ralizada no dia 29 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

Qual é a sua opinião sobre essa relação política? Opine na nova enquete do blog.

Saiba mais sobre a assembleia geral da CBF clicando aqui.

Como você avalia a proximidade dos presidentes da FPF, Evandro Carvalho, e da CBF, Ricardo Teixeira?

  • Sport - Ruim (31%, 370 Votes)
  • Sport - Bom (18%, 208 Votes)
  • Santa Cruz - Ruim (11%, 132 Votes)
  • Sport - Indiferente (9%, 107 Votes)
  • Náutico - Ruim (8%, 97 Votes)
  • Santa Cruz - Bom (5%, 64 Votes)
  • Sport - Sem opinião formada (5%, 63 Votes)
  • Náutico - Bom (4%, 50 Votes)
  • Santa Cruz - Indiferente (3%, 40 Votes)
  • Náutico - Indiferente (2%, 27 Votes)
  • Santa Cruz - Sem opinião formada (1%, 13 Votes)
  • Náutico - Sem opinião formada (1%, 10 Votes)

Total Voters: 1.181

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Cláusula 7.7 e a tensão moderada do Mundial fora do país

Dólar

Uma possibilidade remota de rescisão.

E se a Fifa retirar a Copa do Mundo de 2014 do Brasil?

Para isso, a entidade teria que alegar um grave desrespeito aos contratos assinados, aos prazos das obras de infraestrutura e às leis propostas junto ao governo federal, com acordos criados exclusivamente para aumentar o faturamento da Fifa com o torneio.

Na prática, é possível. Trata-se da cláusula 7.7 do Host Agreement (contrato para sediar), formulado para evitar a necessidade de uma indenização. Nenhum centavo.

O ítem tem validade até 1º de junho de 2012, com três meses de moderada tensão.

Portanto, “se” o Mundial deixar de acontecer em solo brasileiro até esta data, as doze subsedes terão quer suportar o duro golpe nas finanças na construção das arenas.

Em Pernambuco, vale lembrar que o estádio é zero quilômetro. Custa R$ 532 milhões.

Ao blog, o gestor estadual das parcerias público-privadas, Silvio Bompastor, afirmou que a Arena Pernambuco é auto-sustentável, independentemente do Mundial.

“É um absurdo essa notícia de que a Copa poderá sair do país. Estamos certos que a Copa do Mundo será no Brasil. Mas, de qualquer forma, o futuro da Arena Pernambuco já está garantido, com financiamento (através do BNDES). A gente tem um contrato de parceria público privada bem longo, com uma empresa comprometida a gerir e manter o estádio, além da presença garantida do Náutico (contrato de 30 anos).”

Leia mais sobre o rumor da desistência da Fifa aqui. Confira a resposta da CBF aqui.

Na prática, a possibilidade é ínfima, não só pela proximidade da competição como, principalmente, por causa das dezenas de contratos firmados mundo afora.

Se indispor com a sexta economia do planeta e com a confederação mais vencedora no futebol também poderia ser um tiro no pé da própria Fifa. Tensão também do lado de lá.

Mas, com o viés pernambucano, é possível enxergar que por mais auto-sustentável que seja a arena necessita da presença no Mundial…

Sentado à mesa do poder, com o bônus e o ônus

Assembleia da CBF em 2012. Foto: CBF/divulgaçãAssembleia da CBF em 2012. Foto: Ricardo Stuckert/CBFo

Uma assembleia geral convocada às pressas pela Confederação Brasileira de Futebol sacudiu o esporte no país neste bissexto 29 de fevereiro.

Os 27 presidentes das federações estaduais atenderam ao convite (ordem?) de Ricardo Teixeira, além dos cinco vice-presidentes da própria CBF (veja aqui).

Na verdade, o encontro cujo objetivo era discutir o estatuto da entidade esteve mais para um ato de apoio unânime ao mandatário, bombardeado nas últimas semanas.

Sentado à mesa, Evandro Carvalho, presidente da FPF…

Nas últimas semanas, Evandro não escondeu de ninguém o apoio ao dirigente. Passou bastante tempo ao telefone com outros cartolas costurando apoio…

Ao blog, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol afirmou em dezembro:

“Eu só aparecia aqui (FPF) para resolver crise, de todos os tipos. Na CBF, foi importante a tarefa de reaproximar duas bandeiras tão importantes, quanto a de Pernambuco (Carlos Alberto) e a do Brasil (Ricardo Teixeira). Aquilo me fortaleceu.”

Carlos Alberto e Teixeira haviam ficado sem se falar falar entre 1995 e 2009.

Ao mesmo tempo em que mostra força política no contexto nacional, Evandro também acaba associando a sua imagem, ainda em construção para o torcedor pernambucano, a um ícone bem desgastado do futebol nacional, mas que não vai sair do topo.

O bônus e ônus da cadeira na mesa principal…

Assembleia da CBF em 2012. Foto: CBF/divulgaçãAssembleia da CBF em 2012. Foto: Ricardo Stuckert/CBFo