2,5 milhões de hinchas na torcida por um lugar no Brasil

Média de público da Eliminatória sul-americana para a Copa do Mundo de 2014. Crédito: facebook.com/CopaSudamericanaConmebol

A eliminatória sul-americana para o Mundial no Brasil, que contou com nove países, atraiu um número enorme de torcedores nos dois anos de disputa.

Entre 2011 e 2013, nada menos de 2.529.569 torcedores, ou “hinchas”, como se fala nos países vizinhos, foram aos 72 jogos. A média de público foi na casa dos 35 mil, com quatro países acima de 40 mil pessoas por apresentação.

Por isso e pela proximidade, argentinos, colombianos, chilenos, equatorianos e, provavelmente, uruguaios deverão marcar forte presença por aqui em 2014…

Os passaportes sul-americanos carimbados para o Brasil

Charge de DonSATA no Comics y Caricaturas. Crédito: http://www.donsata.cl

Foram 16 longas rodadas em mais de dois anos de disputa. Enfim, acabou a eliminatória sul-americana para a Copa do Mundo no Brasil.

Em 2014, estarão aqui Argentina, Colômbia, Chile e Equador. O Uruguai vai à repescagem num mata-mata contra a Jordânia. Abaixo, a charge com todo o contexto da longa batalha, nos traços de DonSata.

A rara rotina recifenses com duas seleções estrangeiras em ação

Jogadores da seleção espanhola chegam no hotel Golden Tulip, no Recife, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Bienvenidos, welcome, bienvenue.

A última vez em que palavras pronunciadas em línguas estrangeiras foram usadas numa mesma recepção para duas seleções distintas no Aeroporto Internacional dos Guararapes foi em 1989.

Em 9 de julho daquele ano colombianos e peruanos empataram no Arruda, em partida válida pela primeira fase da Copa América.

O Recife viveu uma semana incomum, ainda com a presença do Paraguai na cidade, no jogo contra o Brasil, também no Mundão, numa rodada dupla.

Esse hiato está bem pertinho de acabar.

Em em grande estilo, reunindo duas seleções com títulos mundiais.

Torcida na frente do Goldend Tulip Hotel, em Boa Viagem, esperando a seleção espanhola. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Na noite de quarta-feira e no início da madrugada desta quinta, mais uma vez os pernambucanos treinaram o portunhol no desembarque de delegações.

Bienvenidos… para espanhóis e uruguaios.

Os atuais campeões do mundo e da América já estão por aqui. Primeira a Fúria, às 19h30. Já passava de meia-noite quando a Celeste pousou. As duas equipes tiveram um esquema especial de imigração e deixaram rápido o aeroporto.

Nos hotéis em Boa Viagem, nenhuma palavra. Os atletas espanhóis ainda ainda aceneram e Sergio Ramos até deu autógrafo, mas os uruguaios entraram numa rota alternativa do hotel, driblando a torcida presente, pequena e aguerrida.

Jogadores da seleção espanhola chegam no hotel Golden Tulip, no Recife, em 2013. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

A partir de agora, caminhadas na orla, exercícios em academias na Zona Sul, treinos no Arruda e no centro de treinamento do Náutico e o embate agendado para domingo na Arena Pernambuco.

Seleções estrangeiras em ação no estado…

Espanha e Uruguai disputarão o 10º confronto entre gringos por aqui.

Em tempo: o jogo entre Uruguai e Espanha já está com lotação esgotada, o que corresponde a um público acima de 40 mil pagantes.

E isso é só o começo. Ainda vão pisar por aqui Itália, Japão e Taiti. Os próximos dez dias serão daqueles bem raros, registrados a cada duas décadas.

Torcida uruguaia esperando a Celeste no Mar Hotel, no Recife. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Copa do Mundo (Ilha do Retiro)
1950 – Chile 5 x 2 Estados Unidos

Taça da Independência (Arruda)
1972 – Irlanda 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 3 x 0 Irã
1972 – Portugal 4 x 1 Chile
1972 – Equador 1 x 1 Irã
1972 – Chile 2 x 1 Irlanda
1972 – Chile 2 x 1 Irã
1972 – Portugal 2 x 1 Irlanda

Copa América (Arruda)
1989 – Colômbia 1 x 1 Peru

Copa das Confederações (Arena Pernambuco)
2013 – Espanha x Uruguai

Jogadores do Uruguai em um hotel no Recife para a Copa das Confederações de 2013. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Cinquentenário do domínio brasileiro nas taças do futebol

Copa do Mundo 1962, final: Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia. Foto: CBF/divulgação

Há 50 anos a Seleção Brasileira conquistava o bicampeonato mundial.

O triunfo em Santiago, no Chile, transformava o Brasil de vez no “país do futebol”.

Quase 70 mil pessoas no estádio Nacional viram o auge de Garrincha, que tomou para si aquela Copa, depois que Pelé se machucou no início da competição.

Com 25 anos, Mané esbanjou habilidade, arte e marcou gols decisivos.

O anjo das pernas tortas liderou tecnicamente um time bem experiente, com a base de 1958. Estavam lá Nilton Santos, de 37 anos, Didi, 34, Djalma Santos, 33, e Gilmar, 32.

A caminhada invicta teve o seu desfecho em 17 de junho de 1962.

Masopust até abriu o placar para a Tchecoslováquia aos 15 minutos, mas o atacante Amarildo, o “Possesso”, empatou dois minutos depois.

Possesso? Sim, este é o célebre apelido dado pelo escritor Nelson Rodrigues àquele que conseguiu substituir Pelé à altura. Apelido com cara de sobrenome.

Na etapa final, Zito virou o jogo aos 24. Aos 33, Vavá cravou o 3 x 1 do título.

Acompanhando a decisão pelo rádio, a torcida brasileira festejou a conquista nas ruas e só pôde assistir ao jogo dois dias depois, no cinema. TV ao vivo, só a partir de 1970.

Desde que o capitão Mauro Ramos ergueu a Taça Jules Rimet, o Brasil mantém o status de maior campeão. Até ali, Itália e Uruguai eram os maiores vencedores, bicampeões.

O tri da Seleção em 1970 só seria igualado em 1982 (Itália) e 1990 (Alemanha). Igualado sim, ultrapassado jamais. Em 1994, o tetra. Em 2002, o penta. Pioneiros.

Portanto, este 17 de junho de 2012 é o jubileu do gigante…

Jubileu do Possesso

Amarildo e Pelé após o título mundial de 1962. Arte: Greg/Diario de Pernambuco

Aos 71 anos, Amarildo segue a sua vida de forma tranquila no Rio de Janeiro. Nas últimas semanas, contudo, o telefone tocou algumas vezes, quebrando a rotina pacata. Gente que nunca o viu em ação nos gramados, ao vivo. Nem mesmo os pais…

Eram pessoas ávidas em recontar com orgulho a história construída pelo atacante, o substituto do insubstituível em plena Copa. Agora um senhor, Amarildo continua simpático ao relembrar os melhores momentos de sua carreira, quando sacudiu o país.

No Superesportes, a tarefa, acompanhada pelo prazer de um apaixonado pelo futebol, coube ao repórter Lucas Fitipaldi, que conseguiu entrevistar o ex-jogador e arrancou detalhes sobre a trajetória do bicampeonato mundial da Seleção, 50 anos depois.

Em 1962, o destino escreveu certo por linhas e pernas tortas. Pelé não deixou de ser Pelé por sua ausência em grande parte da campanha no Chile. Amarildo, porém, jamais seria Amarildo, “O Possesso”, não fosse a lesão do Rei…

Pelé machucado, o que fazer?
“Pelé era uma figura respeitada por todos. Ninguém, sob hipótese alguma, queria perdê-lo. A verdade é a seguinte: ele pouco se machucava, e eu nem imaginava jogar aquela Copa. Nunca fui reserva em toda minha carreira. Só naquele time. Não tinha jeito de jogar na frente do Pelé, né?”

Lembrança eterna
“Ganhar uma Copa do Mundo é o máximo na carreira de um jogador. As lembranças da final e daquele jogo contra a Espanha são as mais vivas na minha memória. É como um filme. Fica passando pela cabeça o resto da vida. Você não esquece nunca. Guarda.”

Conselho real
“Pelé chegou pra mim e falou: ‘Não se preocupe. Você vai jogar com os mesmos caras do Botafogo. Não pense em mim’. Era meio time do Botafogo. Isso me ajudou.”

Com personalidade
“Eu nunca tremi. Em jogo nenhum. Sempre tive confiança nas minhas possibilidades. Já era acostumado a jogar com Garrincha, Didi, Zagallo, Nilton Santos… Por isso, não me sentia inferior a ninguém. Nem ao próprio Pelé.”

Encarnando o Possesso
“Minha carreira estava em jogo naquele dia. Eu sabia que meu futuro dependia daquela atuação. Se as coisas não dessem certo, se o Brasil fosse eliminado, a culpa recairia sobre mim. Foi um chororô geral quando Pelé se machucou. O país inteiro acusou o golpe. Felizmente, entrei e fiz o que tinha de fazer. Liquidei a classificação.”

Batizado por Nelson Rodrigues
“Adorei o apelido. Eu era mesmo um ‘possesso’ dentro de campo. Jogava pro time os 90 minutos. Via cada jogo como uma batalha. Foi um apelido que encaixou direitinho”.

Garrincha, o bicho-papão
“Ele saiu da ponta direita e foi jogar em toda a parte. Fez gol de cabeça, de falta, de fora da área. Jogou de centroavante, vinha buscar a bola no meio. Fez de tudo. Eu sei que contribuí muito, mas Garrincha foi o bicho papão daquela Copa. Os adversários o temiam tanto quanto Pelé. Até porque ele já era conhecido no mundo inteiro. Foi, sem dúvida, o jogador mais importante.”

Às futuras gerações
“Costumo dizer o seguinte: mais difícil do que chegar ao topo é permanecer por lá. Os jovens como Neymar, por exemplo, precisam ter consciência disso. Depois que subi um degrau na minha carreira, nunca mais desci.”

Amarildo e Pelé após o título mundial de 1962

A primeira experiência pernambucana na Copa do Mundo. Em 50, na Ilha do Retiro

Copa do Mundo de 1950: Chile 5 x 2 EUA. Foto: Fifa

Um acervo visual histórico do único jogo de Copa do Mundo realizado no Nordeste.

Pelo menos até 2014, quando a região contará com quatro cidades…

No dia 2 de julho de 1950, a Ilha do Retiro, bem diferente da estrutura atual, foi o palco da goleada chilena sobre os Estados Unidos por 5 x 2 . Saiba mais aqui.

Abaixo, um vídeo com os gols da partida e cenas do Recife há mais de seis décadas…

A manchete do Diario de Pernambuco do aguardado jogo foi “Chega ao Recife o Campeonato do Mundo”, mostrando detalhes do confronto, que previa casa cheia.

O jornal informava que várias caravanas de outros estados do Nordeste estavam se deslocando para Pernambuco, apenas para acompanhar aquele duelo histórico.

O vídeo de 3 minutos e 33 segundos, postado no Youtube pelo site Futuro Sport, apresenta todos os sete gols da partida. De fato, uma raridade!

América 22 – Sim, a Venezuela joga bola

Copa América 2011: Venezuela 2x1 Chile. Foto: AFA/divulgação

La Plata – Em 2004, eliminação na primeira fase, como sempre. Em 2007, sediando a Copa América pela primeira vez, uma surpreendente classificação às quartas de final.

Em 2011, o que parecia impossível… Venezuela na semifinal, já garantida na frente de Brasil e Argentina na classificação, em um feito histórico neste domingo.

Sim, aquele saco de pancadas que comemorava o gol de honra em goleadas por 6 x 1, ou até mais, agora consegue transformar sonhos em realidade.

Diante de um favoritíssimo Chile, jogando bem até então e com o apoio de sua torcida em San Juan, o time da camisa vinho tinto teria a maior chance de sua história de ficar entre as quatro melhores seleções do continente.

A euforia venezuelana começou com um gol do zagueiro Vizcarrondo. Depois de batalhar bastante, acertando a trave, aliás, o Chile empatou, num chutaço de Suazo.

A reação da Roja parecia óbvio, natural. Ainda mais diante do “saco de pancadas”.

Com personalidade, a Venezuela desempatou. Cichero aproveitou um rebote após cobrança de falta na área e fez 2 x 1, aos 35 do segundo tempo.

O treinador César Farias, que havia pedido respeito para a Venezuela, agora deve estar pedindo outra coisa… Que o adversário não chore após a derrota.

Copa América 2011: Venezuela 2x1 Chile. Foto: AFA/divulgação

Hora da raça, da catimba, da garra, do futebol

Bola oficial da Copa América 2011. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Definido todo o caminho da Copa América até a decisão em 24 de julho. Após 18 partidas, confira com ficou a classificação da primeira fase aqui.

Abaixo, os confrontos das quartas de final da competição, com as estatísticas da fase de grupos: PJ – jogos, PC – passes certos, FC – finalizações certas, I – impedimentos.

Colômbia x Peru, no sábado, às 16h, em Córdoba (Mario Kempes).

Colômbia x Peru na primeira fase da Copa América 2011

Com o atacante Falcao Garcia em grande fase, a Colômbia chega ao mata-mata com a melhor campanha na fase de grupos. Forte na marcação e com um bom toque de bola, o time cafetero enfrentará o melhor 3º lugar do torneio, o Peru, que tem no técnico Sergio Markarian um estrategista. Jogo de contragolpes. Colômbia luta mesmo pelo bi?

Argentina x Uruguai, no sábado, às 19h15, em Santa Fé (Cemitério de Elefantes).

Argentina x Uruguai na primeira fase da Copa América 2011

Empatados no números de títulos (14 x 14), o duelo vale a hegemonia. O clássico do Rio da Prata é o jogo mais aguardado desta fase, com os bicampeões mundiais frente a frente, além do duelo Messi x Forlán. Jogando em casa, os argentinos querem evitar um novo fiasco diante da Celeste, como em 1987. Uruguai deve abusar das bolas paradas.

Brasil x Paraguai, no domingo, às 16h, em La Plata (Único)

Brasil x Paraguai na primeira fase da Copa América 2011

Único replay da primeira fase, Brasil e Paraguai vão para uma disputa marcada pelo equilíbrio, tanto no retrospecto quanto no desempenho em campo. Apesar de não ter vencido, o Paraguai esteve com a vitória nas mãos até o último minuto contra brasileiros e venezuelanos. Já Mano ainda vem mexendo na equipe, sem uma formação definida.

Chile x Venezuela, no domingo, às 19h15, em San Juan (Bicentenario)

Chile x Venezual na primeira fase da Copa América 2011

Assim como ocorreu nos três primeiros jogos, La Roja jogará pertinho de Santiago, com apoio maciço de sua torcida. Estima-se em 25 mil torcedores dessa vez. Resumindo: a Venezuela será uma “visitante” na partida. Pressão à parte, a equipe chilena vem se destacando até aqui, enquanto a equipe de vinho tinto está mostrando poder reação.

Nas semifinais, os vencedores de Colômbia x Peru e Argentina x Uruguai de um lado e Brasil x Paraguai e Chile x Venezuela do outro. Hasta!

90 minutos para cada um e mais 30 de bônus

Regulamento da Copa América 2011

Buenos Aires – Com tantos formatos em competições de eliminação direta, o famoso “mata-mata”, é válido mostrar o regulamento oficial da Copa América a partir de agora.

Abaixo, o texto original da Conmebol para esta fase.

ARTIGO 5

Casos de Empate

1.7 Se as partidas das quartas-de-final, semifinais, disputa de 3º. e 4º lugares, e final, houver um empate no final dos 90 minutos, o tempo extra será jogado com 30 minutos, divididos em dois períodos de 15 minutos cada, a fim de determinar o vencedor, caso o duelo continue empatado, os pênaltis serão em conformidade com os regulamentos da FIFA.

Nada de gol de ouro (morte súbita), gol de prata, jogo desempate ou sorteio…

América 15 – Copa América quase em casa

Copa América 2011: Chile 1x0 Peru. Foto: AFA/divulgação

La Plata – Aguardando o jogo entre Uruguai e México foi possível assistir ao duelo entre chilenos e peruanos, na sala de imprensa do estádio Único.

Jogando pela terceira vez perto de casa, em Mendoza, a 300 km de sua capital Santiago, o Chile jogou na base da pressão contra o Peru, então invicto. Torcida em peso a favor.

Ambos estavam classificados, com times mistos. Cara de empate do começo ao fim.

Só em tese. No 1º tempo, La Roja perdeu dois gols incríveis, contra um dos peruanos. Os times, com desfalques propositais, queriam, de forma paradoxal, a vitória.

Na etapa final, querendo garantir de vez a 1ª colocação na chave C, o Chile marcou, com a colaboração de Aldo Corza. Gol contra e solitário na vitória chilena por 1 x 0.

O bônus de ser líder… O Chile jogará em San Juan, novamente pertinho de casa.

O preço de ser líder… O Chile irá enfrentar o 2º lugar do grupo B. Brasil?

Copa América 2011: Chile 1x0 Peru. Foto: AFA/divulgação