De Santa Fé para Santa Fé, sem tanta fé

Avenida Santa Fé, em Buenos Aires, na Copa América 2011. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Pressionada, a seleção da Argentina encara a Colômbia nesta quarta-feira buscando um rendimento melhor em relação à estreia, com empate. Abaixo, um vídeo gravado na Avenida Santa Fé, próxima ao centro da capital federal.

Na cidade de mesmo nome, a 476 quilômetros de distância, o time entrará em campo no estádio Cemitério de Elefantes com a chance de voltar a mirar a Copa…

Até porque este é o lema dos hermanos para a Copa América: tudo pela Copa, pelo fim do jejum de 18 anos. Vale destacar que o nome do estádio de Santa Fé é uma referência às derrotas de grandes equipes jogando por lá.

Para a economia da competição, esse elefante albiceleste precisa ficar de pé…

América 2 – Um líder inesperado e tradicional

Copa América 2011: Colômbia 1x0 Costa Rica. Foto: AFA/divulgação

Motivação total entre Colômbia e Costa Rica.

Em San Salvador de Jujuy, a 1.622 quilômetros de La Plata – onde a Argentina tropeçou no grupo A na sexta-feira -, os outros dois times da chave entraram com a chance de liderar o quadrangular, na tarde deste sábado.

Essa motivação refletiu até na arquibancada, com a atenção da hinchada argentina, marcando boa presença no estádio 23 de agosto. Ponto para a organização.

Diante em um convidado de última hora – os costa-riquenhos só entraram porque o Japão (sim, o Japão) abriu mão do convite após o último grande terremoto -, a Colômbianão não deu espaço para mais uma zebra na rodada.

Buscando o seu segundo título – a conquista há dez anos, jogando em casa, aconteceu sem sofrer gols -, o time “Cafetero” teve a vida facilitada pela expulsão de um adversário com apenas 27 minutos de jogo.

Convidado de última hora, com uma formação Sub-23, tecnicamente inferior e com um a menos? A Colômbia fez o básico e venceu. Apesar do placar econômico: 1 x 0.

Com esse contexto apresentado, a liderança é confiável?

Copa América 2011: Colômbia 1x0 Costa Rica. Foto: AFA/divulgação

O bonde colombiano

Logotipo oficial do Mundial Sub-20 de 2011, na Colômbia. Foto: Conmebol/divulgação

Uma xícara.

Café fumegante… e futebol.

A Fifa apresentou oficialmente o Campeonato Mundial Sub-2011 (veja AQUI).

As cores presentes na bola/xícara do logo indicam a Colômbia como sede. Emblema à parte, o torneio chega como um prêmio de consolação para o país.

A Colômbia abriu mão da disputa de 2014 justamente após a garantia de que receberia um torneio importante em breve. Conseguiu, de fato.

O país chegou a ser escolhido como sede da Copa do Mundo de 1986, mas acabou abrindo mão da histórica chance devido a uma crise econômica. Perdeu para o México.

Uma segunda chance na Copa é algo difícil de alcançar.

Pensando bem no futuro, os colombianos organizam um torneio júnior marcado pelo gigantismo, com oito estádios, com capacidades entre 20 e 60 mil espectadores.

Vislumbram uma nova candidatura para a Copa do Mundo. Para a edição de 2026.

Exatamente 40 anos após o Mundial que deveria ter sido deles. Um bonde lento.

Fica o aviso quase subliminar para o comitê brasileiro…

Três é demais

Colômbia, Peru e Equador

A ideia de realizar grandes competições de futebol com uma candidatura conjunta é relativamente nova. O primeiro campeonato disputado desta forma foi em 2000, com a Eurocopa, quando as vizinhas Holanda e Bélgica organizaram com sucesso a competição. Desde então, outras propostas com este modelo de divisão (de jogos e gastos) foram aprovadas. Até mesmo uma Copa do Mundo, em 2002, na Ásia.

Mas, agora, eis que aparece uma proposta tripla! Para o Mundial de 2026.

Colômbia, Peru e Equador. O primeiro, e maior país, havia sido escolhido como o país-sede da Copa de 1986, mas alegou problemas econômicos em 1982 e perdeu a vaga.

FifaSomadando os três países, essa pseudo-candidatura ficaria assim:

Área: 2.680.504 km²
População: 86.864.355 habitantes
PIB: 654 bilhões de dólares
Renda per capita: US$ 7.534

Desde já, um problema… Em todas as candidaturas, obviamente um país ficou com a abertura do campeonato, enquanto o segundo (geralmente, o mais rico) abriu a decisão.

Supondo que a Fifa aceite essa candidatura (algo que vai demorar, já que a entidade ainda está analisando as propostas para 2018 e 2022, cuja decisão sairá em dezembro), quem vai ficar de fora dos dois principais jogos da Copa do Mundo de 2026?

A póxima Eurocopa, em 2012, vai quebrar a regra do mais rico/final, pois a Polônia tem um PIB bem maior que a Ucrânia (666 x 336, em bilhões de dólares).

2000 – Euro, com a abertura na Bélgica (Bruxelas) e final na Holanda (Roterdã)
2001 – Copa das Confe., com a estreia na Coreia (Taegu) e final no Japão (Yokohoma)
2002 – Mundial, com a abertura na Coreia do Sul (Seul) e final no Japão (Yokohoma)
2008 – Euro, com a abertura na Suíça (Basileia) e final na Áustria (Viena)
2012 – Euro, com a abertura na Polônia (Versóvia) e final na Ucrânia (Kiev)

Veja a lista com o PIB de todos os países AQUI.