Brasil passa a vez e organizará a Copa América de 2019

José Maria Marin, presidente da CBF em 2012. Crédito: CBF/divulgação

Copa das Confederações de 2013, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016.

Uma sequência incrível de torneios de grande porte, todos no Brasil.

No cronograma original ainda haveria mais uma competição, a Copa América, em 2015.

Agora, não mais… A Celeste defenderá o seu título em outro país.

Em sua primeira decisão efetiva como presidente da CBF, José Maria Marin firmou um acordo com Sergio Jadue, presidente da Federação de Futebol do Chile (veja aqui).

Segundo o rodízio criado pela Conmebol em 1987, os dez filiados têm o direito de organizar a competição sul-americana. O ciclo recomeçou em 2011.

Assim, após a edição na Argentina, seria a vez do Brasil. Os chilenos esperariam até 2019, uma vez que desde 2007 o torneio passou a ser de quatro em quatro anos.

Para aliviar o calendário do Campeonato Brasileiro, que ficará sobrecarregado durante três anos, a CBF atendeu aos apelos chilenos, que negociavam há mais de dois anos.

Mas nem tudo é uma questão de calendário, de estrutura organizacional etc.

Há política, claro. Talvez o principal ponto tenha sido a costura da vaga brasileira no Comitê Executivo da Fifa, vazia desde a saída de Ricardo Teixeira.

Marin conseguiu emplacar Marco Polo Del Niro, presidente da federação paulista.

Vale lembrar que Teixeira chegou a confirmar duas subsedes da Copa América, então em 2015: Goiânia e Belém. Vão ter que esperar um pouquinho mais…

Você concorda em ceder a Copa América de 2015 e organizá-la só em 2019?

Diego Forlán, campeão da Copa América de 2011, com o Uruguai. Foto: Conmebol/divulgação

Musa das Américas e do América

Larissa Riquelme. Crédito: site oficial/divulgação

Onipresente, o aparelho celular no generoso decote virou uma marca registrada da modelo paraguaia Larissa Riquelme, a musa da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Mesmo à distância, em Assunção, ela atraiu a atenção de lentes de todo o mundo, devido ao “impacto” da torcida pela seleção, que chegou às quartas de final.

Depois, famosa, Larissa Riquelme foi capa de várias revistas, algumas delas de conteúdo adulto, além de ter participado de reality shows e programas de TV no continente.

No próximo dia 13, às 20h, ela deverá estrear nas passarelas brasileiras para o lançamento de um uniforme de futebol. Flamengo, Corinthians, Sport, Santa ou Náutico?

A jogada de marketing foi, mais uma vez, do América, que em 2011 surpreendeu ao trazer a Viviane Araújo. Depois, a carioca desfilou por mais cinco times (veja aqui).

Para voltar a ser destaque em sites nacionais, gerando o retorno do investimento em visibilidade, o Alviverde da Estrada da Arraial resolveu visitar o mercado internacional…

Se Larissa Riquelme desfilar com a camisa do Mequinha, será um golaço de marketing.

A diretoria do clube não confirma se a modelo é Larissa (nem nega), mas admite que uma beldade estrangeira já assinou o contrato, numa parceria com a Rota do Mar.

Resta torcer, então, pela presença do “celular paraguaio” no Recife…

O blog registrou um vídeo com Larissa na Copa América da Argentina (veja aqui).

E o América confirmou Larissa, via Twitter, conforme antecipado pelo blog.

Larissa Riquele torcendo pelo Paraguai. Foto: AFP

“Sport Náutico”, um campeão nacional

Revista da Conmebol

Durante a Copa América, o comitê organizador deu para cada jornalista credenciado um exemplar da nova revista da Conmebol – cuja edição pode ser baixada no site oficial.

A última edição, a 126ª da história, traz uma detalhada reportagem sobre o título do Santos na Libertadores. Porém, a publicação mostra um especial sobre os campeões nacionais pela América do Sul no primeiro semestre.

No caso brasileiro, a inédita conquista do Vasco na Copa do Brasil. No detalhe marcado pelo blog (acima), a lista de campeões da competição desde 1989…

Reparem em 2008.

Uma gafe daquelas na revista oficial da Conmebol.

Sport Náutico.

Obelisco de Montevidéu

Copa América 2011: Torcida do Uruguai festeja título no Obelisco, em Buenos Aires. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Buenos Aires – Foram aproximadamente 30 mil uruguaios no estádio Monumental de Nuñez, na final da Copa América, neste domingo. Depois da festa de praxe na cancha do River Plate, onde comemorar uma conquista assim em plena capital argentina?

No mesmo local onde os argentinos costumam festejar, é claro…

E, assim, uma multidão de charrúas tomou conta do Obelisco, cartão postal de Buenos Aires entre as avenidas 9 de Julio e Corrientes, bem no centro da metrópole…

O trabalho foi grande lá na decisão (post do jogo), mas ao chegar no hotel e ver tantas bandeiras indo naquela direção, acabei indo também. Valeu o registro.

A polícia ficou no entorno, para evitar qualquer tipo de confusão, até porque as garrafas de cerveja e vinho estavam indo embora rapidinho…

Curioso mesmo (civilidade?) foi a reação dos argentinos, tranquilos, sem provocação. Quem dera fosse sempre assim, em qualquer competição, em qualquer lugar.

Volta olímpica particular

Jogos Olímpicos de 1924: Uruguai 3 x 0 Suíça

Buenos Aires – O estádio do River Plate já estava vazio. Após a saída da massa em uma final contundente para os uruguaios, restava escrever textos para o Diario de Pernambuco e para o blog, além da edição de fotos e vídeos…

Eis que os jogadores da seleção celeste surpreenderam e voltaram para o campo, para iniciar uma volta olímpica, de uniforme e taça nas mãos, passando por todo mundo.

Comemoração particular do grupo? Nunca tinha visto nada parecido…

Vale lembrar que a volta olímpica foi criada pelo próprio time do Uruguai, após vencer o torneio olímpico de futebol em 1924, em Paris, no estádio Colombes. Na ocasião, os jogadores passaram a dar uma volta no gramado agradecendo o apoio da torcida após uma vitória sobre a Suíça. A Celeste se tornava “Celeste Olímpica”.

O placar foi mesmo nas duas finais separadas por 87 anos: 3 x 0.

Voltaram, como na primeira vez

Buenos Aires – Música que embalou o 15º título do Uruguai na Copa América.

“Volveremos, volveremos
volveremos otra vez
volveremos a ser campeones
como la primeira vez”

“Voltaremos, voltaremos
voltaremos outra vez
voltaremos a ser campeões
como na primeira vez”

A torcida celeste não parou de cantar nas arquibancadas do Monumental de Nuñez, em uma referência direta ao título da seleção na primeira Copa América, em 1916, quando empatou em 0 a 0 com a anfitriã Argentina e ergueu a taça em Buenos Aires, como agora. Já são três títulos da Celeste na capital argentina: 1916, 1987 e 2011.

Forlán estabelece recordes e reafirma a sua técnica

Copa América 2011: Uruguai 3x0 Paraguai. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Com os seis jogos disputados na Copa América, Diego Forlán se tornou o jogador com o maior número de partidas pela seleção uruguaia, com 82 atuações. Passou o goleiro Rodolfo Rodríguez, que jogou no Santos na década de 1980.

Mais. Com os dois gols na decisão deste domingo, o camisa 10 e melhor jogador do Mundial de 2010 chegou a 31 tentos pela seleção e se tornou o maior goleador da seleção, empatando com Héctor Scarone, que entre 1917 e 1930 também fez 31 gols, ganhando ainda a primeira Copa do Mundo, realizada em Montevidéu.

Como se não bastasse números tão expressivos com uma camisa pesada como essa da Celeste, Forlán ainda retorna com a taça de campeão das Américas. Pela 15ª vez.

Desde Enzo Francéscoli o Uruguai não tinha um camisa 10 com tanto potencial, conduzindo o time e dando qualidade ao passe, além do poder de fogo na finalização.

Em 2014, o meia-atacante Diego Forlán chegará na Copa do Mundo no Brasil com 35 anos. Ainda é possível esperar um bom rendimento do craque até lá? Não é bom duvidar.

América 26 – Os charrúas ganharam a guerra

Copa América 2011: Uruguai 3x0 Paraguai. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – O povo charrúa dominava os flancos abaixo do território brasileiro até cinco séculos atrás. Os primeiros registros ocidentais desses ameríndios datam de 1535. A partir daí, o mesmo extermínio que marcaria todo o Novo Mundo.

Os charrúas acabaram banidos no processo de colonização espanhola na região, pontuado por diversas guerras em busca da posse daquela gama de terra no afluente norte do Rio da Prata. Conhecidos pela bravura, cuja palavra ‘desistência’ parece fora do vocabulário, eles marcaram a história, apesar de hoje a sua população ser de apenas cinco mil habitantes.

No entanto, esse espírito se estendeu ao novo povo uruguaio, que não negou o passado e adotou o “charrúa” como apelido, sobretudo à seleção, com estilo próprio desde 1916, no primeiro Sul-americano, já com o troféu máximo nas mãos.

Mesmo sendo uma nação pequena, o Uruguai se tornou uma fonte inesgotável de futebol com raça e técnica. Nem sempre agregadas. Exatamente por isso o país passou um bom tempo no ostracismo no futebol, até que uma nova geração voltasse a dominar a gênese da camisa azul, da República Oriental do Uruguai.

Copa América 2011: Uruguai 3x0 Paraguai. Foto: AFA/divulgação

Com Luís Suárez e Diego Forlán, a Celeste voltou a ser temida, voltou a impressionar. Voltou a ser campeã. Se os antigos charrúas lutaram para seguir a vida na fria planície, esses charrúas com as bolas nos pés foram além. Dominaram a América.

Ao Uruguai, o incontestável título da Copa América de 2011, destronando o irascível Paraguai e sua fortaleza de empates com um 3 x 0 no mais uruguaio dos domingos na capital alheia. Os bicampeões mundiais ratificaram o futebol da África do Sul, há um ano.

A então surpresa é agora uma dura realidade para os adversários mais tradicionais. Como sua torcida cansou de cantar num Monumental de Nuñez repleto, o Uruguai voltou a ser campeão, como na primeira vez. Os charrúas ganharam a guerra.

Sistema guarani para a glória

Copa América 2011: Uruguai x Paraguai. Foto: AFAqdivulgação

Buenos Aires – Análise do Paraguai para a final da Copa América de 2011.

O Paraguai vem em um processo de involução nesta Copa América. Na fase de grupos, o time dirigido por Tata Martino mostrou uma faceta inédita, ao pressionar o adversário, criando jogadas e desenvolvendo um bom futebol, com toque de bola.

Em duas partidas, ante Brasil e Venezuela, vencia até o último (2 x 1 e 3 x 2), quando cedeu o empate. Depois, nas quartas de final e na semifinal, curiosamente contra os mesmos adversários, respectivamente, atuações recheadas de críticas, sem lucidez alguma no meio-campo. Passou em branco, nos pênaltis, sem brilho.

A defesa sólida de outros tempos, com Gamarra, por exemplo, não é a verdade absoluta. Pesada, a zaga vem cedendo muito espaço aos adversários. O time vem contando, então, com a grande fase do goleiro Justo Villar.

Sem um “cérebro” para a criação, a bola chega quase sempre rifada aos atacantes Haedo Valdez e Lucas Barrios, quando chega.

Copa América 2011: Uruguai x Paraguai. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco

Sistema charrúa para a glória

Copa América 2011: Uurguai. Foto: AFA/divulgação

Buenos Aires – Análise do Uruguai para a final da Copa América de 2011.

Possivelmente, o Uruguai é o time de leitura tática mais fácil de ser compreendida em toda a Copa América. Assim é a Celeste desde a estreia e, certamente, nesta decisão. Com uma boa dose de entrosamento da Copa do Mundo, cujo grupo é a base atual.

Compacto na defesa – com os gigantes Lugano, de 1,88m, e Coates, 1,96m – e com dois atacantes de muita qualidade (Forlán e Suárez), a Celeste briga bastante pelos flancos para obter faltas, transformando a bola parada em jogadas mortais, sempre a partir dos pés de seu camisa 10, que distribui a bola com qualidade.

No Monumental de Nuñez, o melhor jogador do Mundial de 2010, utilizado como atacante até aqui, poderá ser recuado caso o atacante Cavani, atleta do Nápoli-ITA, se recupere de uma lesão que o tirou de praticamente toda a Copa América. Ele entraria no lugar de Gargano, recuando Diego Forlán para o setor de criação.

Copa América 2011: Uruguai x Paraguai. Foto: Cassio Zirpoli/Diario de Pernambuco