Vexame na Copa do Brasil classifica o Náutico à Sul-americana

Copa do Brasil 2013, 1ª fase: Náutico x Crac-GO. Foto: Daniel Leal/DP/D.A Press

Dois jogos contra o Crac de Goiás, derrota lá, empate cá e eliminação.

A vexatória campanha na Copa do Brasil resultou, de forma inversamente proporcional, em um dos grandes objetivos do Náutico nesta temporada.

De forma inédita no estado, o Alvirrubro está classficado à Copa Sul-americana. Foi o primeiro clube brasileiro a garantir vaga na segunda competição interclubes organizada pela Conmebol.

Em Catalão, revés por 3 x 1. O gol timbu saiu nos acréscimos, dando uma chance real de classificação para a partida de volta, em Rosa e Silva.

Nos Aflitos, na estreia do técnico Silas, o time foi surpreendido e ficou 1 x 1, gols de Jonathan ainda no primeiro tempo e Elton aos 40 da etapa final.

No intervalo, vaias dos 3.026 torcedores. No apito final, mais vaias. Mostraram de certa forma a incrível situação na qual o Náutico se viu obrigado a encarar devido ao ridículo regulamento da CBF para a classificação internacional.

Após a 12ª posição na Série A, era preciso ser eliminado até a terceira fase da Copa do Brasil para ir a Sul-americana. Foi, mas no embalo deixou de ganhar nesta quarta-feira uma premiação de R$ 265 mil por esta primeira fase – valor que poderia se repetir na próxima etapa, contra o Betim.

A classificação teve um sabor estranho. De toda forma, isso agora é página virada e a Sul-americana será apenas no segundo semestre. Para o presente o recado já foi dado nas faixas na arquibancada:

“Campeonato Pernambucano é obrigação”

Copa do Brasil 2013, 1ª fase: Náutico x Crac-GO. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

Revés aproxima Timbu da Sul-americana, mas também expõe a má fase geral

Copa do Brasil 2013, 1ª fase: Crac-GO 3x1 Náutico. Crédito: Rede Globo/reprodução

Uma noite para despachar o Crac ou encaminhar a inédita classificação à Copa Sul-americana? Esse era o absurdo dilema do Náutico criado pela CBF para a estreia na Copa do Brasil. Pré-classificado à competição continental, o Alvirrubro precisa ser eliminado até a terceira fase para confirmar a vaga.

Então, fazer força pra quê? A torcida quer a campanha internacional, num jejum desde a Libertadores de 1968. A diretoria pode até não tornar pública essa opinião, mas deseja o mesmo. Mas o momento do time não é dos melhores.

Com a saída de Vágner Mancini, após uma sequência ruim no campeonato pernambucano, os jogadores alvirrubros precisavam mostrar um poder de superação, mesmo envoltos nesta dúvida sobre a Sul-americana.

Não chegou nem perto disso. A apatia do Náutico foi geral, mostrando uma formação desarrumada. Num campo pesado no interior goiano, o Timbu foi derrotado pelo Crac, que briga contra o rebaixamento no seu estadual.

O revés por 3 x 1, com gols de Pantico ainda no primeiro tempo, amplo domínio do mandante e um frangaço de Felipe, marcou a quarta derrota nos últimos cinco jogos do Alvirrubro. Escalado com as principais peças, Rogério, Elton e Martinez, o futebol não evoluiu nesta quarta.

Isso mostra de certa forma que mesmo com o desejo de disputar uma competição da Conmebol o foco precisa ser retomado. Sul-americana à parte, isso é preocupante. Sobretudo com a fase final do Pernambucano batendo na porta. E isso também é prioridade, desde 2004…

Copa do Brasil 2013, 1ª fase: Crac-GO 3x1 Náutico. Crédito: Rede Globo/reprodução

Um nordestino tricampeão brasileiro B, C e D

Série C 2012: Sampaio Corrêa 2x0 Crac-GO. Foto: Honório Moreira/OIMP/D.A Press

Campeão brasileiro da Série B em 1972.

Campeão brasileiro da Série C em 1997.

Campeão brasileiro da Série D em 2012.

Pela primeira vez um clube conquista o título nacional em três divisões diferentes.

Foram campanhas em épocas bem distintas, mas sempre festejadas em casa, com a arquibancada abarrotada, a especialidade em São Luís.

Ainda que obviamente sejam conquistas de menor porte, nenhum outro clube da região tem três títulos brasileiros. Mérito do Sampaio Corrêa.

A volta olímpica após a vitória por 2 x 0 sobre o Crac de Goiás, na noite deste domingo, foi o presente para uma torcida que marcou presença em peso. Uma conquista invicta.

A vitoriosa campanha do Tubarão é dividida, literalmente, nas apresentações no acanhado estádio Nhozinho Santos, na primeira fase, e no enorme Castelão, a partir das oitavas de final. A presença do público ressalta a diferença.

O maior estádio do Maranhão estava fechado desde março de 2004 devido a problemas estruturais. A reforma durou um ano. A reabertuta marcou os 400 anos de São Luís.

Modernizado e com a capacidade reduzida por motivos de segurança de 75 mil para 40 mil torcedores, o Castelão voltou a acolher a Bolívia Querida.

Nos quatro jogos no Nhozinho Santos foram 18.041 torcedores, com média de 4.510. Nos quatro no Castelão, uma multidão de 138.416 pessoas, com índice de 34.604.

Ao todo, o borderô contabilizou 156.457 torcedores em oito jogos, com média de 19.557. Orgulho do Nordeste, o revitalizado Sampaio Corrêa segue distante da região.

Até porque clubes do Piauí e do Maranhão não podem disputar o Nordestão.

Essa conquista do Sampaio Corrêa escancara a necessidade de revisar de forma urgente na CBF a “geografia futebolística” do Nordeste…

Série D 2012: Sampaio Corrêa 2x0 Crac-GO. Foto: Sampaio Corrêa/divulgação