A rotina de manchetes com títulos estaduais do Santa Cruz na década

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes em 9 de maio de 2016, com o título estadual do Santa Cruz

As capas do Diario de Pernambuco após o triunfo coral na Ilha do Retiro.

Nas bancas desta segunda, o bicampeonato pernambucano do Santa Cruz em 2016 estampa as manchetes do jornal (“Presente de glórias”) e do caderno Superesportes (“Virou rotina”). Cobertura da decisão das multidões e da festa na volta para o Arruda, com o tradicionalíssimo banho de piscina.

Confira as capas em uma resolução maior aqui e aqui.

Foi o quinto título estadual do clube em seis disputados na década. Relembre todas as capas desta vitoriosa saga dos tricolores no futebol local.

2015 (“O papão da década” e “De volta ao Arruda”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2015

2013 (“Festejos” e “A trilogia do impossível”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2013

2012 (“No peito e na raça” e “O presente é meu”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2012

2011 (“De corpo e alma” e “Ser Santa é luxo”)

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes com o título estadual do Santa Cruz em 2011

As manchetes do campeão nordestino

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes em 2 de maio de 2016, com o título regional do Santa Cruz

As capas do Diario de Pernambuco após o triunfo coral em Campina Grande.

Nas bancas desta segunda, o incontestável título do Santa Cruz na Copa do Nordeste de 2016 estampa as manchetes do jornal (“Terror do Nordeste”) e do caderno Superesportes (“Santa Cruz, o Nordeste é teu”). Festa documentada, com uma cobertura in loco sobre a maior conquista da história tricolor.

Confira as capas em uma resolução maior aqui e aqui.

Quando surgiram os nomes dos grandes clássicos no Diario de Pernambuco

As edições do Diario de Pernambuco com as primeiras citações do Clássico das Multidões (04/07/1943), Clássico dos Clássicos (12/10/1945) e Clássico das Emoções (01/11/1953)

Os três grandes confrontos do pernambucanos já passaram de 500 jogos, cada. Ao longo de cem anos, matchs, prélios, pelejas… clássicos. Hoje, cada partida tem uma denominação específica, tradicional. Você sabe quando surgiu cada uma? Há mais de seis décadas, por baixo. Não é tão fácil precisar as datas, mas eis as primeiras citações no Diario de Pernambuco, quando os jogos do Estadual deixaram de lado alcunhas como “clássicos citadinos” e versões de outras praças, como “Fla-Flu do Nordeste” para Náutico x Sport.

Clássico das Multidões
O Sport já era o maior campeão, com onze títulos, e o Santa era apontado como o mais popular no subúrbio, sempre com bons públicos. O primeiro registro encontrado pelo blog, em 4 de julho de 1943, deixa claro que os dois times proporcionavam os maiores públicos na Ilha, o maior estádio na época.

“Mesmo que a disputa de hoje não tivesse as características de uma decisão importante, estaríamos certos do seu êxito, pois o clássico Santa Cruz x Esporte tem o seu prestígio e o seu numeroso público. Foi este encontro que, em todos os tempos, assinalou os maiores records de bilheterias que temos registrado. Ainda este ano, proporcionando um encontro emocionante, o clássico das multidões rendeu a importância de vinte e um mil cruzeiros, renda esta que, desde 1940, não registrávamos.”

Resultado: Sport 3 x 0 Santa Cruz, na Ilha do Retiro

Clássico dos Clássicos
Em 12 de outubro de 1945, o jornal trazia informações sobre o jogo entre Náutico e Sport, uma partida seria disputada dois dias depois. Neste caso específico, vale registrar que o extinto Jornal Pequeno também escreveu “clássico dos clássicos” dois meses antes, em 18 de agosto.

“A grande atração da tarde de domingo, porém, será a disputa do clássico dos clássicos do futebol pernambucano. Na peleja mais sensaconal dos últimos tempos, Náutico x Esporte estarão envolvidos no estádio dos Aflitos, ansiosos por uma melhor colocação na tabela, onde aparecem com dois pontos de diferença para o líder.”

Resultado: Náutico 2 x 1 Sport, nos Aflitos

Clássico das Emoções
É o único clássico com uma assinatura. À parte do texto principal sobre o jogo, foi publicado, em 1º de novembro de 1953, um comentário de Alves da Mota, tendo como título justamente “Clássico das Emoções”. Mais direto, impossível.

“Teremos hoje, à tarde, no estádio ‘Eládio Barros Carvalho’, um ‘match’ que pela excelente forma e posição em que se encontram ambos os preliantes no presente campeonato, está fadado não só a um legítimo record de bilheteria, mas a um desfecho sensacional, numa luta cheia de lances emocionantes que tanto pode fazer vibrar a grande torcida do “clube das multidões”, para cujo lado está mais pendida a preferência do público, como resultar numa espetacular vitória dos alvirrubros.”

Resultado: Náutico 4 x 2 Santa Cruz, nos Aflitos

Confira as páginas do jornal numa resolução maior: 1943, 1945 e 1953.

“O futebol fere de morte a cultura moral do futuro cidadão brasileiro”

Texto publicado no Diario de Pernambuco em 25 de dezembro de 1916

Em 1921, o romancista Graciliano Ramos escreveu uma crônica preconcebendo o futebol como “fogo de palha”. O texto “Traços a Esmo”, publicado no jornal O Índio, se tornou um clássico em relação à análise do esporte no país, cuja popularidade cresceu sem igual. Já no início o futuro autor de Vida Secas (publicado em 1938) deu a sentença…

“Vai haver por aí uma excitação, um furor dos demônios, um entusiasmo de fogo de palha capaz de durar bem um mês.”

Cinco anos antes, em 25 de dezembro de 1916, o Diario de Pernambuco publicou a opinião de Liberato Bittencourt, diretor do “Gymnasio Federal”. O título era ainda mais direto que o de Graciliano: “Contra o foot-ball”.

Bittencourt enumerou quatro “causas capitais”, como a violência no esporte, o clima impróprio, por ser contrário à cultura intelectual da mocidade (!) e por ferir, de morte, a cultura moral do futuro cidadão brasileiro. O que causa ainda mais espanto é o fato de o artigo ter saído na mesma edição que relatou a final do Campeonato Pernambucano de 1916, com a vitória do Sport sobre o Santa por 4 x 1, no pioneiro Clássico das Multidões. Enquanto a opinião, na página quatro, ganhou um espaço nobre, a final do certame ganhou uma notinha.

“O jogo é um vício, e como tal deve ser tenazmente combatido. (…) Se o foot-ball se desenvolver um pouco mais, como tudo faz supor, seremos em poucos anos um povo de jogadores consumados e pervertidos. E ai de nossa nacionalidade e de nossa soberania! Que Deus nos livre em tempo.”

Confira a íntegra do texto “Contra o foot-ball” clicando aqui.

Antes de Graciliano, Bittencourt já havia feita a sua profecia às avessas…

Podcast 45 (163º) – Fiasco do Sport em Salvador, Série B e reportagens polêmicas

O tema principal deste 45 minutos foi a Sula, com um constrangedor Sport diante do Bahia, na Fonte Nova. Eduardo Batista acertou com o time misto, ao tratar o torneio como Plano B? Para o blog, não. Contudo, o tema foi aberto. Sobre o Santa, além da partida contra o Macaé, entrou no podcast a repercussão de parte da torcida nas redes sociais a cada reportagem que aponte algum problema no clube (duplicidade de cobrança para sócios, obra parada no CT etc). No Náutico, comentamos a prévia contra o Luverdense e a polêmica sobre a “carne” no almoço (já desmentida pela direção).

Nesta edição, estive ao lado de Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade Neto e Rafael Brasileiro. Ouça agora ou quando quiser!

Charges da crise na Fifa

A crise na Fifa, desencadeada após a bombástica investigação do FBI, sacudiu o futebol mundial. Como quase tudo no Brasil, o episódio também foi retratado com bom humor. Aqui, três charges publicadas no Diario de Pernambuco na primeira semana do histórico caso de corrupção no esporte.

28/05 – Após a o anúncio da prisão de nove dirigentes do alto escalão da Fifa, ma Suíça, nada como traçar um paralelo no mundo da bola.

Charge do Diario de Pernambuco em 28/05/2015. Arte: Jarbas/DP/D.A Press

02/06 – Rei com a bola nos pés, Pelé, historicamente, é marcado por declarações controversas. O apoio à reeleição de Blatter mandou mais uma.

Charge do Diario de Pernambuco em 02/06/2015. Arte: Samuca/DP/D.A Press

03/06 – O 5º mandato do (ex) todo-poderoso da Fifa não durou nem uma semana. Saiu de fininho após a pressão do FBI.

Charge do Diario de Pernambuco em 03/06/2015. Arte: Jarbas/DP/D.A Press

A evolução do scout no futebol a partir do Diario de Pernambuco, em 1935

Scout no Diario de Pernambuco em 1935

A cobertura do futebol local ocorre de forma regular no Diario de Pernambucano desde o primeiro campeonato estadual, em 1915. Antes disso, as partidas já eram relatadas no jornal, mas como verdadeiros eventos sociais, escassos. A especialização no tema veio em meados da década de 1930, não por acaso no mesmo período da profissionalização do futebol no Recife.

Em 1935, na cobertura do Campeonato Brasileiro de Seleções, torneio entre seleções estaduais realizado de 1922 a 1962, a chave Norte foi toda disputada na capital, no antigo Campo da Avenida Malaquias. Estiveram presentes os times do Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Pará e Pernambuco, com jogos eliminatórios entre 21 de janeiro e 18 de fevereiro. Na abertura, os potiguares derrotaram os alagoanos por 3 x 0. No dia seguinte, o Diario trouxe uma novidade para o leitor, num resgate histórico encontrado pelo centro de documentação do DP: o scout do jogo. A quantidade de lances fora de jogo (“impedimento”), mão, faltas, ataque (“finalizações”), goal e corner.

A etapa regional do campeonato nacional terminaria com a Cacareco vencendo os paraenses por 5 x 2, com nove fotos na reportagem. No ano seguinte, a página de “Sports” do jornal se transformaria num suplemento exclusivo chamado “Todos os Sports”, tudo enfrentar a concorrência, com quase dez periódicos na capital. Em 1937, o nosso futebol enfim seria profissionalizado.

Portanto, há 80 anos foi publicado um dos primeiros registros de scout no estado, bem arcaico se comparado aos modelos da atualidade, com mais de uma dezena de estatísticas, mapas de calor, deslocamento, posse de bola, percentual de passes certos etc. Se hoje impressiona, imagine em 1935…

Scout da Fifa na Copa do Mundo. Crédito: montagem sobre arte da Fifa

Manchetes do campeão estadual de 2015

As capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes do dia 4 de maio e 2015, com o título estadual do Santa Cruz nas manchtes

Ao campeão, a festa, as manchetes e a versão da história.

No Santa Cruz, tem sido rotina nas últimas temporadas estampar as capas do Diario de Pernambuco com o troféu na mão. Foram quatro títulos pernambucanos em cinco anos. Daí, a manchete “O papão da década”, com a maioria dos títulos do futebol local na década vigente.

A conquista de 2015 valeu a capa do jornal e, claro, do caderno Superesportes. Nas bancas desta segunda-feira, mais um exemplar para guardar. Confira as capas numa resolução maior aqui e aqui.

Relembre as capas do tricampeonato, entre 2011 e 2013.

Taça do Nordestão faz escala no Diario de Pernambuco durante tour de 5 mil km

Taça da Copa do Nordeste 2015 na redação do Diario de Pernambuco. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

A redação do Diario de Pernambuco recebeu a ilustre visita da taça da Copa do Nordeste. A nova versão, com nove anéis dourados e pesando oito quilos, está circulando num tour por todos os estados da região.

No Recife, o troféu de 2015 foi exibido em um shopping center e na estação central do metrô, com torcedores tirando fotos ao seu lado.

Além da ação promocional junto ao público geral, a taça também foi levada pela organização, do Esporte Interativo, a veículos de imprensa da capital. No DP, ficou exposta no centro da redação principal.

Trazida em uma caixa de madeira alcochoada, o objeto de desejo do futebol nordestino ficou em um púlpito estilizado. Assim, jornalistas de outras editorias, Superesportes à parte, também aproveitaram a chance.

Entre eles, alvirrubros, rubro-negros e tricolores.

Nos 53 dias programados para o tour, a taça irá percorrer 5.118 quilômetros. Resta saber se voltará ao Recife…

Taça da Copa do Nordeste 2015 na redação do Diario de Pernambuco. Foto: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O dia em que Bala e Rosembrick tiraram Messi e Cristiano Ronaldo do jornal

Pernambucano 2015, América 1x0 Ypiranga. Foto: João de Andrade Neto/DP/D.A Press

* Por João de Andrade Neto

Um abismo. Na verdade um buraco sem fundo separa as realidades de duas duplas familiares ao torcedor pernambucano. A primeira delas, bem conhecida de qualquer pessoa do planeta minimamente ligada em futebol. Trata-se dos astros Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, que nos últimos sete anos vêm se revezando com o título de melhor jogador do mundo. A outra é de uma abrangência mais local. Carlinhos Bala e Rosembrick, que juntos conquistaram títulos no Santa e no Sport, colecionaram polêmicas e hoje vivem os últimos minutos da carreira sem qualquer glamour defendendo América e Ypiranga. Mas pelo menos uma vez na vida, Bala e Rosembrick podem bater no peito e dizer que deixaram para trás Cristiano Ronaldo e Messi. Por mais surreal que a frase possa soar. A lógica foi invertida nas páginas da edição deste domingo do Diario.

Tudo graças ao enfoque jornalístico, onde, neste caso, o interesse local supera o global. Afinal, a rodada do Pernambucano marcava para os Aflitos o confronto América x Ypiranga. Entre Bala e Rosembrick. Na estreia de ambos por seus clubes. Uma boa pauta, sem dúvida. Ainda mais envolvendo personagens tão polêmicos. Coube a mim  produzir o material do jogo, com entrevista com os jogadores, linha do tempo das carreiras e outras curiosidades.

Edições do Superesportes em 18 de janeiro de 2015. A versão final (Bala e Rosembrick) e o esboço (Cristiano Ronaldo e Messi)

Restava uma coisa. A regularização do novo reforço do América no BID. Ao mesmo tempo, produzi outra matéria sobre a rivalidade de Cristiano Ronaldo e Messi, tendo como gancho o primeiro fim de semana após a entrega da Bola de Ouro da Fifa. Afinal, mal havia recebido o seu terceiro prêmio, o português em seu discurso já mirava a igualdade com os quatro prêmios do argentino. Na sexta-feira, a expectativa era por conta da regularização de Bala. Sem ela, não haveria matéria do confronto com o amigo Rosembrick.

A pauta local (e a página) seria derrubada. E com o passar das horas, e a necessidade do fechamento da edição, a indefinição gerou um dilema. Na hipótese da matéria não ser publicada, o que colocar em seu lugar. A solução veio de bate-pronto. A reportagem sobre Cristiano e Messi, escrita no mesmo tamanho e com condições de ocupar o mesmo espaço editorial, seria deslocada. Perto das 21h, sem a CBF se pronunciar, veio a decisão. A matéria a ocupar a página C2 seria a referente aos craques de Real Madrid e Barcelona. Porém, poucos minutos depois, enfim o nome José Carlos da Silva aparecia no site da CBF, com o aval para que ele fizesse sua estreia. Nova mudança na diagramação do Diario. Dessa vez, a “placa” avisa: saem CR7 e Messi e entram Carlinhos Bala e Rosembrick. Para minha alegria. Afinal, se fosse para escolher, jornalisticamente a vez seria deles. Dificilmente haverá outra.

Obs. No domingo, Messi marcou 3 gols, Cristiano Ronaldo fez 2, Bala fez 1 e Rosembrick passou em branco. O Mequinha venceu por 1 a 0.

* João de Andrade é repórter do Diario de Pernambuco

Messi e Cristiano Ronaldo