Joelinton, a 25ª negociação milionária em Pernambuco

As 25 vendas milionárias, no Plano Real, do futebol pernambucano, até 6 de junho de 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A PressAs 25 vendas milionárias, no Plano Real, do futebol pernambucano, até 6 de junho de 2015. Arte: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

O Sport negociou os direitos econômicos do atacante Joelinton por R$ 7,79 milhões junto a um grupo de empresários alemães. Fazendo justiça ao apelido de Jogador de Europa, dado pelo técnico Eduardo Batista, a revelação segue para o Hoffenheim, 8º lugar na Bundesliga 2014/2015. Na transação, o Leão ficou com 70%, ou R$ 5,4 milhões, com o restante sendo repassado ao banco BMG, que investiu na modernização do centro de treinamento em Paratibe, tendo como contrapartida um percentual de alguns atletas revelados por lá.

Joelinton tornou-se o 25º atleta negociado por um clube pernambucano por pelo menos R$ 1 milhão. Para comparar a rentabilidade de cada negociação, entretanto, o critério adotado pelo blog foi “dolarizar” toda a lista, utilizando a moeda universal do mercado. Ainda assim, o valor extraoficial da venda, divulgado pelo jornal alemão Bild, foi em euros (2,2 milhões). Convertendo, fica uma ressalva. Com a alta do dólar em relação ao real (avaliado neste 5 de junho de 2015 em R$ 3,14), o montante recebido pelo Rubro-negro ficou na casa de US$ 1,73 milhão, deixando o centroavante de 18 anos em 5º lugar entre os jogadores mais rentáveis. Jackson, o recordista em dólar, saiu por R$ 3,5 mi.

Entre os 25 “jogadores milionários”, a divisão é a seguinte:
14 do Sport (US$ 17.240.401)
6 do Náutico (US$ 6.287.626)
4 do Santa Cruz (US$ 3.471.000)
1 do Porto (US$ 2.477.639)

Para a elaboração do ranking, o blog considera o valor recebido pelo clube, descontando percentuais de terceiros (grupos de investimentos, outros clubes etc). Abaixo, os casos nos quais o valor total foi maior do que o citado na lista.

* Rômulo custou US$ 9,95 milhões (R$ 20,6 mi). Porto ficou com 25%
* Douglas Santos custou US$ 3,36 milhões (R$ 7,4 mi). Náutico teve 60%

*Joelinton custou US$ 2,48 milhões (R$ 7,79 mi). Sport ficou com 70%
* Wellington custou US$ 6,59 milhões (R$ 15,6 mi). Náutico teve 6,4%

As 24 maiores negociações do futebol pernambucano

As 24 maiores vendas da história do futebol pernambucano

O Náutico confirmou o lucro do clube com a negociação dos direitos econômicos do lateral-esquerdo Douglas Santos, ao Granada da Espanha.

O Alvirrubro tinha 60% dos direitos e recebeu R$ 4,5 milhões.

Ou seja, o lateral de 19 anos tornou-se o jogador mais rentável já envolvido numa transação do clube, de acordo com o levantamento do blog, considerando o dólar, a moeda universal no mercado.

No geral, a transação de Douglas Santos foi a quarta maior do futebol pernambucano. No ranking, o blog listou apenas as verbas recebidas pelos clubes locais. Desde a implantação o Plano Real, há quase duas décadas, 24 jogadores foram vendidos por pelo menos um milhão de reais.

Entre os jogadores milionários são 13 do Sport (US$ 15.503.082), 6 do Náutico (US$ 6.287.626), 4 do Santa Cruz (US$ 3.471.000) e 1 do Porto (US$ 2.477.639)

Giampaolo Pozzo, o poderoso chefão de três clubes. De olho em Pernambuco

Giampaolo Pozzo, dono da Udinese

Formar atletas, garimar talentos e negociar percentuais. O grande vetor financeiro do futebol se tornou o único objetivo de empresários mundo afora.

Na Europa, é cada vez mais comum ver clubes tradicionais parando nas mãos de ricaços, mesmo de outras nacionalidades. A meta é quase sempre a mesma. Começam adquirindo ações até a fatia majoritária. Pois bem. Imagine então, um empresário dono não só de um clube, mas de três! Haja business.

O italiano Giampaolo Pozzo já era um homem rico aos 45 anos, nos idos de 1986, em Udine. Aí, teve uma ideia singular. Resolveu comprar o time da própria cidade, a Udinese. Comprou, investiu, tirou o clube do buraco e aos poucos montou uma superestrutura. Nada de centros de treinamento gigantescos. O seu plano foi criar uma verdadeira rede de contatos e olheiros nos continentes.

Passou a investir bastante em jovens atletas bem antes do boom vigente. Entre erros e acertos, o lucro. Surgiram nomes como Sensini, Oliver Bierhoff, Amoroso, Iaquinta, Pizarro, Quagliarella, Di Natale e Alexis Sánchez.

Watford, Udinese e Granada

O seu ideal diz tudo: “Buy low, sell high”. Compre barato, venda caro.

É verdade que denúncias de negócios suspeitos não passaram batidas. A mais grave delas em 1990, quando precisou se afastar da presidência – por mais que a canetada final tenha continuado. Dando sequência o tino nos negócios futebolísticos, Pozzo comprou o Granada da Espanha em 2009. Avançou nos flancos até o mercado inglês em 2012, comprando mais um clube, o Watford. De cara, a promessa de investimento de 15 milhões de libras esterlinas.

Com três times distribuídos nos maiores centros econômicos do futebol europeu, Giampaolo Pozzo, hoje com 72 anos, criou pontes de negociações. Atletas em início de carreira assinam por períodos mais curtos, para ganhar cancha. Em seguida vão para outra experiência, em outro time do “portfólio”.

Paralelamente a isso, os seus olheiros vão estendendo os campos de visão. Chegaram até Pernambuco. Com Douglas Santos, indo para o Granada, de olho na Udinese e sonhando com o Watford… Sob ordens de Pozzo.

Giampaolo Pozzo, dono da Udinese, do Granada e do Watford

Douglas Santos, a possível maior venda do Náutico. Saberemos no balanço

Lateral-esquerdo Douglas Santos, do Náutico, convocado à Seleção Brasileira em 2013. Foto: Simone Vilar/Náutico

Aos 19 anos, o lateral-esquerdo Douglas Santos parte para a Europa. O jogador, valorizado com a convocação para o time principal da Seleção Brasileira, foi negociado com o Granada da Espanha. Na coletiva que marcou o anúncio do negócio, a direção do Náutico não revelou o valor e ainda mandou um recado.

“O valor só será informado no próximo balanço oficial do clube”. 

A próxima auditoria deverá ser divulgada apenas em abril de 2014…

No entanto, na imprensa europeia foi comentada uma cifra: 2,35 milhões de euros. Assim, Douglas se tornaria o jogador mais valioso do Timbu, superando o atacante Anderson Lessa, negociado em 2010.

O ala tinha contrato com o Náutico até 2016, cujo percentual dos direitos econômicos era de 60%. Ou seja, o clube teria recebido 1,41 milhão de euros.

Há tempos o blog lista as maiores transações dos times do estado em valores absolutos. São dois critérios: o valor em dólar, para tentar uniformizar as transferências via taxas de câmbio, e o percentual recebido pelos clubes locais.

Portanto, a venda de Douglas Santos entraria com 60% do valor, ou US$ 1,815 milhão, abaixo apenas de Jackson (1998), Ciro (2012) e Rômulo (2012). Ele foi o 24º do futebol local a ser negociado por pelo menos um milhão de reais.

Ou possivelmente R$ 4.091.154… Desfalque no campo, reforço no balanço.

MiAs vendas milionárias do futebol pernambucano. Crédito: Cassio Zirpoli/DP/D.A Press

Timbu vence o calor e também volta a vencer com a bola rolando

Pernambucano 2013, 2º turno: Serra Talhada 0x2 Náutico. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Um calor desgastante no Sertão marcou a primeira apresentação do Náutico sob o olhar do técnico Silas, ainda que sem o comando da equipe, neste domingo. O Timbu buscava uma melhor classificação no Estadual, mas tinha também o objetivo de brecar a série de derrotas, com três jogos seguidos.

Com direito a uma parada para hidratação – uma vez que o clima seco só piorou a sensação do público presente -, o Náutico dosou melhor as energias e venceu o Serra Talhada por 2 x 0, com um gol de falta do selecionável Douglas Santos ainda no primeiro tempo. Fez bem a passagem do lateral-esquerdo na Canarinha. No mínimo, adquiriu confiança, pois o faro de gol nunca foi seu forte.

Na etapa final, Rodrigo Souto, contratação que tentar alcançar o ritmo ideal, deu uma assistência para o prata da casa João Paulo completar. Portanto, confiança é tudo o que o Alvirrubro necessita para o real momento do Campeonato Pernambuco, com dois mata-matas até a taça. O calor sertanejo foi o primeiro passo da desgastante e importante maratona que está por vir.

Pernambucano 2013, 2º turno: Serra Talhada 0x2 Náutico. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A Press

Douglas Santos, um timbu na Seleção, com o Nordeste de volta à Canarinha

Douglas Santos e Nado, convocados para a Seleção Brasileira atuando no Náutico. Foto: Simone Vilar/Náutico

Douglas Santos, lateral-esquerdo, 19 anos, paraibano. Oriundo da base timbu e com passagem nos juniores da Seleção Brasileira. Nesta terça, ele recebeu uma notícia para mudar a sua vida e a história do futebol pernambucano.

Convocado por Luiz Felipe Scolari para o amistoso contra a Bolívia, com a devida orientação de Alexandre Gallo, agora técnico das seleções de base, o ala volta a colocar Pernambuco no mapa da Canarinha. Ficou emocionado.

Douglas Santos é o 34º atleta convocado atuando no estado, o 9º do Náutico.

No Timbu, que vê o seu centro de treinamento na Guabiraba dando frutos, trata-se de algo histórico. O último jogador chamado para a Seleção com a camisa timbu foi Nado, pré-convocado na Copa do Mundo de 1966 (foto).

Douglas, com contrato até dezembro de 2016, quebrou várias barreiras. Em Pernambuco, o último convocado havia sido o rubro-negro Leomar, em 2001. No Nordeste, havia uma década de hiato, desde o atacante Nádson, do Vitória.

Parabéns, Douglas Santos. Surpreendente, histórico. Valorizado.

Abaixo, os jogadores que já atuaram na Seleção no futebol pernambucano:

A história do estado com a verde a amarela, de forma direta, começou em 1959, quando a seleção pernambucana foi convidada pela CBD, precursora da CBF, para representar o país no Sul-americano daquele ano. O fato não era incomum, pois o mesmo aconteceu com gaúchos (1956) e baianos (1957).

1959 – Santa Cruz: Biu (volante, 5 jogos), Clóvis (zagueiro, 4 jogos), Geroldo (volante, 1 jogo), Goiano (ponta-esquerda, 3 jogos), Servílio (volante, 1 jogo), Tião (ponta-direita, 3 jogos), Zé de Mello (atacante, 5 jogos e 3 gols), Dodô (lateral-esquerdo, 1 convocação), Valter Serafim (goleiro, 1 convocação) e Moacir (meia, 1 convocação); Náutico: Elias (atacante, 5 jogos), Geraldo José (atacante, 5 jogos e 2 gols), Givaldo (zagueiro, 5 jogos), Paulo Pisaneschi (atacante, 4 jogos), Waldemar (goleiro, 5 jogos e 11 gols sofridos), Zequinha (zagueiro, 5 jogos) e Fernando Florêncio (ponta-esquerda, 1 convocação); Sport: Édson (zagueiro, 5 jogos), Elcy (atacante, 1 jogo), Traçaia (atacante, 5 jogos e 1 gol), Zé Maria (meia, 3 jogos) e Bria (zagueiro, 1 convocação)

1966 – Náutico: Nado (atacante, 1 jogo)
1976 – Santa Cruz: Givanildo Oliveira (volante, 7 jogos)
1978 – Santa Cruz: Nunes (atacante, 11 jogos e 7 gols)
1979 – Santa Cruz: Carlos Alberto Barbosa (lateral-direito, 1 jogo)
1981 – Sport: Roberto Coração de Leão (atacante, 2 jogos e 1 gol)
1983 – Sport: Betão (lateral-direito, 2 jogos)
1995 – Sport: Adriano (zagueiro, 2 jogos)
1996 – Sport: Chiquinho (meia, 1 convocação)
1998 – Sport: Jackson (meia, 3 jogos)
1999 – Sport: Bosco (goleiro, 3 convocações)
2001 – Sport: Leomar (volante, 6 jogos)
2013 – Náutico: Douglas Santos (lateral-esquerdo, 1 convocação)

Douglas Santos, lateral do Náutico, convocado para a Seleção Brasileira. Crédito: Simone Vilar/Náutico

Em três minutos, Alvirrubro abdica da vitória em Campinas

Série A 2012: Ponte Preta 2x1 Náutico. Foto: LUCIANO CLAUDINO/FRAME/ESTADÃO

Há três meses sem vencer fora de casa, o Náutico parecia disposto a acabar com o tabu na noite desta quarta-feira. Jogava bem contra a Ponte Preta, em Campinas.

Mesmo desfalcado, o time marcava forte e tinha uma vantagem construída desde os quatro minutos de bola rolando, quando Douglas Santos, recém-convocado para a Seleção Brasileira de juniores, bateu forte, cruzado.

Tentando suprir lá na frente a ausência do artilheiro Kieza, Kim e Rogério até chegaram outras vezes com perigo na meta adversária. Já Araújo esteve apagado.

Contudo, o grupo comandado por Gallo acabou diminuindo o ímpeto na etapa final.

Num momento em que a Macaca já pressionava mais, os alvirrubros não conseguiram sair da armadilha imposta pela marcação na saída de bola dos pernambucanos.

Cada minuto no relógio parecia distanciar ainda mais a equipe dos Aflitos, o seu reduto de resultados na elite. A terceira vitória seguida escapou num intervalo de três minutos.

Aos 29, numa rápida jogada pelo lado direito da zaga alvirrubra, a bola foi alçada na área e Rildo cabeceou firme, sem chance para o goleiro Felipe.

Aos 32, Souza cometeu um penalidade infantil, ao empurrar o adversário na área.

Consciente da responsabilidade, uma vez que o time paulista já se via ameaçado pelo rebaixamento, o atacante Marcinho decretou o 2 x 1 a favor da Ponte.

Ao Náutico, o desperdício de uma grande chance de vencer fora de casa. Ou de pelo menos pontuar. Durante a partida, o clube chegou a oscilar até na 7ª colocação, que seria histórica nesta era dos pontos corridos na Série A. Ficou em 11º lugar.

O rendimento como visitante impediu mais uma vez a consolidação da campanha timbu.

Série A 2012: Ponte Preta 2x1 Náutico. Foto: LUCIANO CLAUDINO/FRAME/ESTADÃO