Análise da semifinal 2012 – Náutico

Pernambucano 2012: Náutico 3 x 1 Belo Jardim. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Provavelmente, o semifinalista mais cabisbaixo desde que o campeonato estadual passou a adotar a fórmula com o mata-mata, em 2010. Chegou a ficar sete partidas sem vencer, com rendimento pífio, jogadores sem confiança e sem técnico. O Náutico entra em crise nesta fase final. Não ajuda em nada o jejum de taças desde 2004…

O cenário não é nada otimista, mas em nada isso significa que o Timbu esteja à margem da disputa. O formato eliminatório a partir de agora deve ser visto como ponto a favor do clube, desde que o Alvirrubro volte a fazer dos Aflitos o caldeirão que sempre foi.

Após 30 jogos de invencibilidade em casa, o time perdeu duas partidas seguidas para times intermediários. A volta da pressão nos jogos em Rosa e Silva pode ser decisiva para uma reviravolta no Náutico, por mais que o grupo atual seja refeito para a Série A. E o Náutico jogará o segundo jogo tanto da semi quanto da final como visitante.

Destaque
Quando joga sem o volante Derley, o Náutico perde bastante no setor de marcação. Não há subsitutos à altura. Ao lado de Elicarlos, o jogador dita o ritmo da partida. Além disso, sobe bastante ao ataque e pode aparecer como surpresa, por mais que não seja.

A aposta
O volante Souza começou o campeonato a 150 km/h. Quando os times se nivelaram fisicamente, o seu desempenho caiu. Uma lesão nesta reta final atrapalhou ainda mais. Porém, para o mata-mata, a sua bola parada, calibrada, pode ser a grande arma timbu.

Ponto fraco
Sem Waldemar Lemos, que garantia o moral do grupo, os alvirrubros admitem a falta de confiança. Eduardo Ramos, por exemplo, não vence os marcadores. O rendimento do ataque, que ainda não se encontrou após a saída de Kieza, não dá sinais de melhora.

Campanha
38 pontos (4º lugar)
11 vitórias (4º)
5 empates (4º)
6 derrotas (o 3º que menos perdeu)
34 gols marcados (4º melhor ataque)
21 gols sofridos (2ª melhor defesa)

Confira também as análises de Sport, Santa Cruz e Salgueiro.

Qual é a sua opinião sobre o desempenho do Timbu na fase final?

Náutico em revista, nas bancas

Revista oficial do Náutico. Crédito: site oficial do Náutico/divulgação

Com um quadro de comunicação renovado, o Náutico vai se modernizando aos poucos.

Depois do site oficial e da equipe de jornalistas – ainda que seja raro o registro de imagens nos jogos fora do Recife -, o Alvirrubro agora irá lançar a sua revista oficial.

Nas décadas passadas, os três clubes já tiveram publicações deste tipo, populares.

No universo quase cíclico da comunicação, hora, então, de retomar a ideia, repaginada. Afinal, é preciso gerar conteúdo nessa geração atual do futebol, sempre.

A nova Revista Náutico será publicada a cada três meses, com reportagens especiais e resumo do clube no período, ao preço de R$ 5 (saiba mais aqui).

O exemplar especial de lançamento já vem com a pauta que todo torcedor queria.

Trata-se do acesso à Série A. Uma leitura com gosto…

Na próxima edição, espera-se um resumo da acirrada disputa presidencial…

Sem Kiezadependência

Série B 2011: Náutico 4 x 2 Vila Nova. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Os sinônimos de Kieza no Náutico: Peter, Eduardo Ramos e Derley.

Sem o goleador máximo da Série B, autor de 18 gols, o Alvirrubro precisaria mostrar na noite desta terça-feira que não existia Kiezadependência alguma.

Com apenas 11 minutos de jogo, o susto. O experiente atacante Roni abriu o placar para o Vila Nova. Sem o melhor jogador e em desvantagem logo no início?

Bateu aquela desconfiança em parte da torcida… O momento não ajudava.

No entanto, com 80 minutos de bola rolando pela frente, o Timbu precisava apenas manter a concentração para virar o placar.

Tecnicamente, o Náutico vive um momento bem melhor que o Vila, fincando raízes no Z4, fato invertido em relação ao Timbu, no G4.

Com a cabeça no lugar, a recuperação ocorreu ainda no primeiro tempo, através dos três nomes citados no início do post. Um gol para cada um.

Derley, inspirado no camisa 9, ainda marcou mais um na etapa complementar. Como o time goiano havia diminuído, o placar fechou em 4 x 2. Forte nos Aflitos.

São 11 vitórias e 5 empates em casa nesta Segundona. Nenhuma derrota.

Números de quem sobe…

Série B 2011: Náutico 4 x 2 Vila Nova. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Paciência para pontuar e tropeçar

Série B 2011: Náutico 2 x 2 Icasa. Foto: Blenda Souto Maior/Diario de Pernambuco

Com apenas 25 segundos de jogo, Kieza recebeu um ótimo lançamento na área e, esperto, driblou o goleiro do Icasa e abriu o placar nos Aflitos.

Início da farra de gols na casa timbu, na tarde deste sábado.

O Alvirrubro criou outras chances de balançar as redes, mas o segundo tento só veio aos 34 minutos, novamente com Kieza.

Cobrando uma penalidade máxima, o camisa 9 deslocou o goleiro Marcelo Pitol e marcou o seu 18º gol na Série B. Artilheiro disparado do Brasileiro.

Um ótimo índice, com 18 gols em 29 rodadas, o que dá 0,62 a cada jogo do Náutico.

Então, por que essas fotos com o desânimo de Kieza na partida ilustram este post?

Resposta: um novo tropeço em casa nesta cada vez mais afunilada Segundona…

O time cearense, mesmo pressionado no caldeirão alvirrubro, conseguiu ir buscar o empate, já aos 36 minutos da etapa final: 2 x 2.

A invencibilidade nos Aflitos ainda é um fato, com 10 vitórias e 5 empates.

Outro fato ainda maior é de que nas últimas duas apresentações, contra os ameaçados Duque de Caxias e Icasa, os comandados de Waldemar Lemos somaram 2 pontos.

O estádio de Rosa e Silva vem sendo a base de pontuação da equipe na Série B. Sem ela, porém, a vantagem ficará cada vez mais curta no G4.

É preciso de mais de paciência. Do time em campo e da ansiosa torcida fora dele…

Série B 2011: Náutico 2 x 2 Icasa. Foto: Blenda Souto Maior/Diario de Pernambuco

Irreconhecível e indefensável

Série B 2011: Paraná 2 x 0 Náutico. Foto: Denis Ferreira Netto

No termômetro, uma clima variando entre 12 e 14 graus.

Frio. Para o padrão recifense, então…

Mas não tanto quanto o futebol apresentado pelo Náutico nesta noite, em Curitiba.

Jogando quase completo, desfalcado apenas de Jeff Silva – justamente em uma vaga com reposição, Airton -, o Timbu foi incapaz de agredir o Paraná Clube.

Foram 90 minutos de amplo domínio do adversário, em má fase na competição.

Não que o Tricolor Paranaense tenha feito uma boa apresentação nesta sexta-feira, apesar da raça, mas é porque simplesmente não viu do outro lado um time aplicado…

Derrota justa, por 2 x 0. Um dado estatístico torna o argumento mais forte.

O relógio do árbitro José de Caldas marcava 24 minutos do segundo tempo, já com 76% da partida. Até ali, 14 finalizações para o Paraná e nenhuma para o Timbu, zero.

A primeira finalização aconteceu no minuto seguinte, com Alexandro, numa bicicleta sem direção alguma. Ficou nisso, empacando o G4, mas com dois jogos nos Aflitos agora.

Essa foi a pior partida do Náutico na Série B.

Para não parecer tão severo, eis a declaração de Eduardo Ramos, o camisa 10.

“Essa foi a pior partida do time na Série B”.

O “indefensável” do título não se refere, obviamente, ao primeiro gol da partida, numa falha de Gideão, mas sim à postura da equipe, que queimou gordura. Bola pra frente.

Série B 2011: Paraná Clube 2 x 0 Náutico. Foto: Robson E. V. Mafra (Paraná)/divulgação

Bônus na cartilha alvirrubra

Série B 2011: Goiás 1 x 2 Náutico. Foto: Goiás/divulgação

Analisando a tabela como um todo, dificilmente o técnico Waldemar Lemos cravaria uma vitória no Serra Dourada, diante do Goiás.

Ir até Goiânia para enfrentar o clube esmeraldino, um dos mais ricos e tradicionais desta Série B, nunca foi bom negócio. Nem mesmo para os grandes clubes na Série A.

Na tabela, este jogo pode ser um daqueles “descartáveis”, tendo o empate como bônus.

Imagine, então, após uma atuação opca no primeiro tempo, tendo o goleiro Gideão como destaque, crescer na etapa final, encaixar a marcação e, sobretudo, os contragolpes, definindo uma vitória daquelas…

Na noite desta sexta-feira, o cirúrgico Náutico venceu o Goiás por 2 x 1 e subiu de vez no Campeonato Brasileiro, com raiz no G4.

Os gols alvirrubros saíram aos 13 e 22 minutos do segundo tempo.

Primeiro com o atacante Kieza, o 12º do artilheiro na competição, mandando para as redes após cruzamento rasteiro de Peter. Bateu forte, consciente. Desmanchou o Goiás.

Depois, com o meia Eduardo Ramos. De forma surpreendente, saindo de sua característica mais cadenciada, o camisa 10 roubou a bola ainda no campo de defesa e avançou mais de 40 metros em velocidade.

Cara a cara com Harlei, tocou com categoria, deslocando o goleirão. Iarley diminuiu de cabeça, nos descontos, mas não impediu a soma de três pontos para Rosa e Silva

Em sua 11ª partida como visitante, esta foi a 3ª vitória do Náutico e, beneficiado pelo tropeço da Ponte Preta, o Timbu ficou a um ponto do adversário, o vice-líder (39 x 38).

Apontada pelos próprios alvirrubros como a sequência mais difícil nesta Segundona, com Ponte Preta (F), Portuguesa (C), Goiás (F) e Criciúma (C), o time pernambucano chegará na última partida com dois empates e uma vitória, em um bom desempenho.

Ainda no gramado, os jogadores ficaram de joelhos e agradeceram. Os comandados de Waldemar Lemos voltam ao Recife com a certeza de um bônus na bagagem…

Série B 2011: Goiás 1 x 2 Náutico. Foto: Goiás/divulgação

Batalhinha dos Aflitos

Série B 2011: Náutico x Portuguesa. Foto: Náutico/divulgação

Assim que o árbitro Gutemberg de Paula Fonseca encerrou o jogo nos Aflitos, na noite desta terça-feira, uma certa frase rendeu bastante no microblog Twitter.

Por sinal, foi o título deste post.

Ironia que remete, obviamente, ao jogo de 2005 contra o Grêmio, também na Série B.

Desta vez, um jogo duríssimo, com cara de revanche. Na estreia, o Náutico havia sido goleado pela Portugusa por 4 x 0. O Timbu evoluiu desde então e subiu na classificação.

Saiu da lanterna na primeira rodada para uma consolidada 3ª colocação.

Então, nos Aflitos, diante de 16.548 torcedores, uma verdadeira panela de pressão. O Alvirrubro criou as suas chances no primeiro tempo, assim como a lúcida Lusa. Dessa vez, Kieza e Edno não decidiram.

No fim do primeiro tempo, o lance que decidiu a história do jogo.

Ferdinando derrubou Kieza e recebeu, merecidamente, o segundo cartão amarelo. Foi expulso. Em seguida, por reclamação, Marcelo Cordeiro também ganhou o vermelho.

Em dois minutos, o Náutico via surgir uma chance claríssima para derrubar o perigoso ponteiro, com cinco vitórias como visitante e só uma derrota longe do Canindé.

E foram 49 minutos de vantagem no segundo tempo, incluindo os acréscimos, com o Náutico martelando o adversário, completamente fechado pelo técnuico Jorginho.

A cada gol perdido, mãos na cabeça na lotada arquibancada em Rosa e Silva.

Kieza, Rogério, Philip e Eduardo Ramos perderam as melhores oportunidades.

O empate sem gols acabou não saindo do placar. Um 0 x 0 frustrante.

Em dois jogos seguidos contra os melhores, Ponte e Lusa, dois empates nos quais a vitória pernambucana esteve muito perto. Pelo contexto, foi, sim, uma batalhinha.

Nada que mude o foco de um time a quatro pontos do 5º lugar, firme no G4. Menos mal.

Série B 2011: Náutico x Portuguesa. Foto: Náutico/divulgação

O abduzido leão e a sua fome na jaula

Série B 2011: Sport 2x0 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Em campo, um Sport esfacelado depois do vexame em Varginha.

Caso o elenco tivesse sido abduzido no sábado pelo famoso ET local, a torcida não ficaria tão triste, pois a apresentação foi ridícula, constrangedora.

Na verdade, muitos torcedores gostariam de ter sido abduzidos naquele dia, para não ter que acompanhar um time tão desalmado, sem cara alguma nesta Série B.

Paralelamente a isso, o Náutico vinha com uma excelente série invicta de sete jogos, ávido pelo fim do tabu de sete anos sem uma vitória na Ilha, com 15 jogos até então.

Mas a Ilha do Retiro é, também, a jaula do leão, nas palavras do contestado Mazola – inclusive pelo blog, diga-se. O treinador não caiu após o Boa e ganhou o respaldo da diretoria, ainda que isso não tenha convencido ninguém até esta noite.

No choque da boa fase com a péssima fase, um clássico numa noite de terça-feira, em um jogo adiado da 14ª rodada. Ou seja, foi uma espécie de volta ao passado.

Coincidentemente, o meia Marcelinho Paraíba, que poderia ter liderado a espaçonave do ET de Varginha há três dias, resolveu jogar como na época em que tinha 26 anos.

Hoje, é bom lembrar, o camisa 10 do Rubro-negro tem 36 anos e vem escutando críticas de todos os lados há tempos. Nos bastidores, como ocorreu em outras oportunidades, a sua dispensa chegou a ser especulada. A qualidade sumiu mesmo?

Pois ele não foi sequer sacado da titularidade. Livre, com tanto fôlego quanto Elicarlos.

Titular, ele marcou um gol e deu uma assistência para o tento de Maylson, numa bela trama do Sport. Apesar da insistência do goleiro alvirrubro Gideão, com grandes defesas no 1º tempo, Marcelinho acabou como destaque da vitória leonina por 2 x 0.

Vitória merecidíssima, mas o Sport mudou tanto assim de sábado para cá?

Em sua jaula, o Leão devorou o Timbu – precavido demais – com uma marcação dura, provocação e cara feia. A postura dos rubro-negros foi bem mais agressiva em relação ao último revés, ainda que com os mesmos erros, sobretudo no passe.

Se na savana esse leão não assusta ninguém, em seu reduto a fome é enorme. Serve como alívio, então, o fato de encarar o próximo jogo novamente no Recife. Mesmo diante do líder. Resta esperar para saber se o leão desta noite será abduzido até lá…

Série B 2011: Sport 2x0 Náutico. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco

Kieza sofrendo e Náutico pontuando

Série B 2011: Náutico 1x1 Paraná. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

Quando Eduardo Ramos perdeu um pênalti e o Paraná abriu o placar num gol de bicicleta, o jogo na tarde desta sábado, nos Aflitos, virou um drama para o Náutico.

O atacante Kieza, que havia balançado as redes nas duas rodadas anteriores, dessa vez passou em branco. Não marcou gol, mas foi muito importante para o time.

Lutou bastante em campo, correu e sofreu duas penalidades.

Como já foi dito no post, o meia Eduardo Ramos desperdiçou a primeira. No segundo tempo, Peter cobrou bem, deslocou o goleiro e pelo menos cravou o empate em 1 x 1.

Se não possível vencer em casa, novamente, pelo menos o time segue pontuando.

Nas arquibancadas, apenas 6.051 torcedores. Público semelhante àquele da Seleção Brasileira feminina, na noite da última quinta-feira, num toró no Arruda.

Desse jeito, a volta para o Todos com a Nota será a solução, caso ainda seja possível. É preciso voltar a ter o caldeirão dos Aflitos. É preciso voltar a vencer nos Aflitos…

Série B 2011: Náutico 1x1 Paraná. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

Complicado fora do campo, decisivo dentro dele

Série B 2011: Náutico 1x0 Goiás. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Duelo equilibrado nos Aflitos, neste sábado. A tarde da reabilitação alvirrubra.

Na arquibancada, com clima de fim de festa, o assunto era o de “sempre”.

No primeiro tempo, um placar em branco, num duelo trucado, a cara da Série B. Logo no começo da etapa final, gol de quem? Do personagem timbu da semana, Eduardo Ramos.

Sim, ele mesmo. O fantasma de Rosa e Silva (veja AQUI).

Na segunda-feira, o meia havia pedido para sair. Depois, não acertou com o Vitória e voltou. Disse que recebeu um aumento no salário, o que o Timbu nega veementemente. E assim segue a conturbada passagem do camisa 10 de Caçu no Náutico.

Mas, com a bola rolando, municiando o time, ele é o jogador diferenciado no elenco timbu. No passe e até mesmo no chute, o suficiente para vencer o Goiás por 1 x 0.

Tudo bem que o cruzamento na área parecia o objetivo inicial. Mas valeu o efeito!

A Eduardo Ramos basta somente ter uma carreira melhor gerida…

A importante reabilitação, no entanto, não ocorreu “diante” do torcedor do Náutico, pois apenas 3.959 pessoas pagaram ingresso.

O público pequeno é reflexo da goleada sofrida na estreia ou do fim da campanha Todos com a Nota para os alvirrubros, numa decisão da diretoria do próprio clube?

Série B 2011: Náutico 1x0 Goiás. Foto: Sebastião Salgado/divulgação