A decisão sobre o título brasileiro de 1987 chegou ao Superior Tribunal de Justiça em 3 de dezembro de 2013. Na ocasião, era uma nova ação.
Ali, houve apenas o voto da relatora, Nancy Andrighi, decidindo pela extinção do processo movido pelo Sport contra CBF – a entidade declarou, em 2011, os dois rubro-negros como campeões, com o mesmo peso, passando por cima da decisão a favor do Leão, transitada em julgado em 2001.
Em seguida, o ministro Sidnei Beneti pediu vistas no processo. Assim, o julgamento só foi retomado neste 1º de abril de 2014, com o próprio Beneti.
“Para o mim, ‘campeão é campeão’. Ao declarar o Sport, sentença excluiu outros”.
Após explicar seu voto, Beneti confirmou a decisão, que foi de encontro ao entendimento da relatora (como o blog já havia dito aqui).
João Otávio de Noronha fez o mesmo, virando para 2 x 1, a favor do Sport.
Sanseverino, gaúcho, 54 anos, bacharel em Direito em 1983, pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e no STJ desde 10 de agosto de 2010.
Villas Bôas Cueva, paulista, 51 anos, bacharel em Direito em 1985, pela Universidade de São Paulo, e no STJ desde 13 de junho de 2011.
Agora é com eles, no terceiro ato do polêmico julgamento. Para confirmar o Sport como único campeão – e não com Sport e Flamengo juntos, como pleiteia o clube carioca -, basta mais um voto favorável.
E que os ministros que já votaram não voltem atrás, naturalmente…
A discussão sobre o Campeonato Brasileiro de 1987 é interminável, mesmo que o caso original na justiça já tenha acabado em 2001.
O debate engloba não só os rubro-negros, de Pernambuco e do Rio de Janeiro, como os seus respectivos rivais.
Náutico, Santa Cruz, Vasco, Botafogo, Fluminense…
Tradicionalmente, os rivais de cada time apontam o rubro-negro do outro estado como o campeão nacional daquela temporada.
Nesta terça-feira, 1º de abril de 2014, o Superior Tribunal de Justiça confirmou a retomada do julgamento da nova ação do Sport contra CBF, pois a entidade declarou Sport e Fla como campeões em 2011 (entenda aqui).
O anúncio foi feito através do perfil oficial do tribunal no twitter, o @STJnoticias.
Bastou para o assunto voltar com força. Antes do início do julgamento, o tema já era o mais comentado na rede social nas duas cidades, segundo o trendsmap. Imagine isso depois do resultado dos votos dos cinco ministros do STJ…
A ministra Nancy Andrighi, de 61 anos, foi designada como relatora do caso do Campeonato Brasileiro de 1987 no Superior Tribunal de Justiça.
Gaúcha de Soledade e bacharela em direito desde 1975, pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul, ela está no STJ desde 27 de outubro de 1999. Atualmente, integra a terceira turma, ao lado de mais quatro ministros.
Foi dela o primeiro voto sobre a ação do Leão contra a CBF, que em 2011 declarou Sport e Fla como campeões brasileiros com o mesmo peso, mas de competições distintas, indo de encontro à decisão judicial transitada em julgado, que aponta o time pernambucano como único campeão. Ela votou contra.
Com todo respeito à ministra, mas a partir do vídeo do STJ, com uma entrevista de Nancy após do julgamento, é possível questionar as suas declarações.
Eis a íntegra de sua entrevista:
“Não é cabível o procedimento de cumprimento de sentença ajuizado pelo Sport Club Recife. E por que que não seria cabível? Porque a CBF, em 1988, já tinha reconhecido o Sport Club Recife como campeão. Não disse que era o único campeão, mas tinha reconhecido como campeão. Ora, doze anos depois o Sport Clube vem e pede que se execute aquela sentença. Eu digo que não pode executar. Por que que não pode executar? Porque a CBF, em 1988, antes de terminar a ação em que o Sport Club pedia o reconhecimento de que ele era campeão, a própria CBF reconheceu. Tanto que o Sport Club participou da Libertadores da América, e ele só poderia participar se fosse campeão.”
Primeiramente, é preciso ser dito, pela enésima vez, que os módulos amarelo e verde, vencidos por Sport e Flamengo, integravam a mesma competição. É a base de toda a ação. E o cruzamento estava previsto antes do seu início. Confirme aqui, numa reprodução do Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro.
A intenção (pública) dos integrantes do Clube dos 13 em não participar do quadrangular decisivo resultou numa ação cautelar solicitada pelo Sport, na 10ª Vara da Justiça Federal (JF), para que nem o Conselho Nacional de Desportos (CND) nem a CBF aceitassem qualquer deliberação do novo Conselho Arbitral do Brasileiro de 1987 – convocado pelo Flamengo – para mudar o regulamento da fase final competição, salvo se essa deliberação fosse por unanimidade.
A ação leonina foi acatada em 14 de janeiro de 1988 – favor, não confundam com a ação do título. No dia seguinte, o Arbitral ocorreu, mas sem a unanimidade dos votos. Respeitando o artigo 5º da Resolução nº 16/86 do CND – conforme a ação cautelar -, o quadrangular foi mantido.
Observação: Percebam que a ação do Sport também era contra a CBF. Logo, forçada judicialmente a aceitar a decisão.
A vitória do Sport sobre o Guarani, na Ilha, ocorreu em 7 de fevereiro de 1988.
Três dias depois, o Sport entrou na 10ª Vara da JF (primeira instância) com uma ação ordinária declaratória pedindo o reconhecimento do título, substituindo a ação cautelar que manteve o regulamento com o cruzamento dos módulos. O documento foi contra a União Federal (na figura do CND), CBF, Flamengo e Internacional. Juiz do caso: Antônio Bruno de Azevedo Moreira.
Observação: a ministra alega que a CBF reconheceu o Sport antes da ação. Cronologicamente – considerando a ação ordinária -, sim. Porém, o reconhecimento já vinha ocorrendo por força judicial. Tanto que – sem o julgamento da ação, cuja sentença só viria em 1994 -, a CBF só confirmou Sport e Guarani na Libertadores em junho, após inúmeras liminares. Na ocasião, a decisão foi tomada após pressão da própria Fifa (entenda aqui).
A sentença favorável ao Sport, de 02/05/1994, ainda passaria por várias instâncias. Contudo, o prazo para que o Flamengo entrasse com uma ação rescisória, na única hipótese para tentar modificar a decisão judicial definitiva, apresentando uma nova evidência, expirou em 16 de abril de 2001.
Observação: Sobre a tese de que o texto não fala em “único campeão”, francamente… Se a ação considera os dois módulos como o mesmo torneio, esse argumento cai por terra, pois o Fla oficialmente foi o 3º lugar. Esta talvez seja a tese mais rasa do caso, por mais que a relatora se baseie nele.
A tendência é que os ministros restantes sigam o voto da relatora. Neste caso, oficializando a divisão do título nacional. Seja qual for a decisão, cabe recurso.
Em uma aparente orientação definitiva, o Superior Tribunal de Justiça decidirá através dos cincos ministros da terceira turma se 1987 terá um campeão exclusivo, o Sport, ou dois campeões brasileiros oficiais, mas em torneios paralelos, com Sport (Campeonato Brasileiro) e Flamengo (Copa União).
O julgamento na alta esfera foi iniciado em 3 de dezembro de 2013. Na ocasião, houve apenas o voto da relatora, Nancy Andrighi, decidindo pela extinção do processo movido pelo Sport contra CBF – a entidade declarou, em 2011, os dois rubro-negros como campeões, com o mesmo peso.
O ministro seguinte, Sidnei Beneti, fez um pedido de vistas no processo. Além de Nancy e Beneti, a mesa é composta por João Otávio de Noronha, Paulo de Tarso Sanseverino e Villas Bôas Cueva. Saiba mais aqui.
Após sair da pauta do tribunal em duas oportunidades, a retomada do julgamento está marcada: 3 de abril de 2014, novamente no Distrito Federal.
No primeiro ato, o julgamento foi realizado através de uma videoconferência, com a presença dos ministros em Brasília, e dos advogados no Recife e no Rio de Janeiro, todos com acesso às imagens dos demais.
O fato deve se repetir em uma semana, no histórico imbróglio. Seja qual for a decisão jurídica, caberá recurso. Porém, o destino já poderá estar traçado…
A avaliação de mercado da Copa do Brasil de 2014 chega a R$ 3,83 bilhões.
O levantamento é da Pluri Consultoria, que elaborou uma projeção sobre os direitos econômicos dos 2.569 atletas distribuídos nos 87 clubes participantes.
Devido à quantidade de clubes envolvidos, a competição tornou-se a de maior valor de mercado na América do Sul, superando o Brasileirão e a Taça Libertadores. Entre todas as equipes, a que apresentou a maior valorização em relação à edição de 2013 foi o Sampaio Corrêa, com 141%.
Nesta temporada, apenas três clubes pernambucanos estão no torneio. Agregados, os 97 atletas do trio valeriam R$ 160,9 milhões, sendo 33 do Sport, 30 do Náutico e 34 do Santa. A soma ficou abaixo do Corinthians, o 7º mais bem avaliado da lista. A análise é criada a partir de 77 critérios do software Sportmetric.
17º) Sport – R$ 72,3 milhões (média por atleta: R$ 2.190.909) +24%
24º) Náutico – R$ 46,1 milhões (média por atleta: R$ 1.536.666) -29%
26º) Santa Cruz – R$ 42,5 milhões (média por atleta: R$ 1.250.000) +18%
Curiosidade: Flávio Caça-Rato, o único jogador do futebol local com os dados divulgados, valeria 350 mil euros, ou R$ 1.144.500.
Poucas vezes na história da Marquês de Sapucaí o esporte foi tão celebrado…
Começou com uma provocação futebolística em pleno sambódromo.
A ideia repercutiu além do que se imaginava, mas trouxe uma certa tensão sobre a votação à escola Mocidade Independente de Padre Miguel.
Estampar um “87” nas costas de uma camisa do Sport na avenida carioca, na mesma noite em que ídolo flamenguista Zico seria homenageado pela Imperatriz Leopoldinense foi demais.
O polêmico título brasileiro, decidido na justiça a favor do rubro-negro pernambucano, foi usado para alimentar a rivalidade entre as duas escolas.
Nesta quarta, houve a apuração dos dez quesitos avaliados nos desfiles.
Como sempre, critérios subjetivos através dos jurados espalhados na avenida.
E metade do juri seria formado por torcedores do Flamengo….
Retaliação? O profissionalismo na votação parece ser mais forte.
A Mocidade, que não é campeã do carnaval desde 1996 e mantém um orçamento menor que o das maiores escolas da atualidade, ficou em 9º lugar.
Só que a Imperatriz também não levou, terminando na 5ª posição…
O título de 2014 acabou com a Unidos da Tijuca, também com viés esportivo, mas em alta velocidade. Nada menos que a vida de Ayrton Senna.
A figura do assistente de linha de fundo foi criada no futebol em 2010.
Mais precisamente em 21 de julho daquele ano, quando a mudança foi aprovada na International Board. Inicialmente, a Fifa testou a novidade, com um auxiliar atrás de cada barra, claro, em sete competições espalhadas no mundo.
Curiosamente, o Campeonato Pernambucano foi um dos torneios (veja aqui).
A missão era relativamente simples, mas importante, a de observar apenas os lances na grande área e, sobretudo, se a bola cruzou ou não a linha do gol.
No entanto, até hoje os resultados práticos são mínimos nesta função.
Além do custo adicional aos jogos – R$ 1.996 a cada partida no Estadual -, a polêmicas não mudaram, existindo ainda o princípio da dúvida a olho nu.
O que dizer do clássico entre Vasco e Flamengo, neste domingo?
No jogo no Maracanã, vencido pelo rubro-negro carioca por 2 x 1 , o time cruz-maltino chegou a mandar uma outra bola para o gol. A pelota quicou 33 centímetros após a linha, de forma nítida para todos no estádio e na tevê.
Menos para uma pessoa. O assistente de linha de fundo, Leonardo Cavaleiro, a dois metros, não enxergou. E era a única função dele naquela ocasião…
Unificação dos títulos nacionais à parte, o Leão já participou 32 vezes da Série A.
O desempenho rubro-negro nas estreias o Campeonato Brasileiro é bem razoável. Em 2014, o Leão enfrentará o Santos na Vila Belmiro, na primeira das 38 rodadas. Confira a tabela completa clicando aqui.
A foto deste post é do primeiro duelo rubro-negro no Brasileirão, em 7 de agosto de 1971, quando venceu o Flamengo por 1 x 0, na Ilha. O Sport, com um uniforme branco bem curioso, ganhou com um gol de César.
Curiosamente, a última vitória leonina na primeira rodada foi diante diante do Peixe. Abaixo, o vídeo com os gols da goleada em 2007.
Últimas 5 estreias rubro-negras:
2001 – Sport 1 x 1 Fluminense
2007 – Sport 4 x 1 Santos
2008 – Botafogo 2 x 0 Sport
2009 – Sport 1 x 1 Barueri
2012 – Sport 1 x 1 Flamengo
Em um mesmo camarote na área central do estádio estavam os presidentes da Liga do Nordeste e do Esporte Interativo, o canal detentor dos direitos de transmissão do Nordestão. Parceiros na organização mercadológica do torneio.
Era o dia seguinte à revelação da sondagem do Flamengo sobre a possibilidade de participar do copa nordestina (relembre aqui).
Ambos estavam conscientes da repercussão – só na página do Diario de Pernambuco no facebook o alcance da notícia foi de 230 mil visualizações.
No encontro, a pauta estava clara. E o questionamento foi feito pelo blog.
Qual é a sua opinião sobre a inclusão do Flamengo na Copa do Nordeste?
Edgar Diniz, presidente do Esporte Interativo.
“A Copa do Nordeste começou a despertar Interesse. Essa procura do Flamengo foi uma consequência do sucesso da competição, um modelo a ser seguido em outros regionais, como a Copa Verde. Porém, realisticamente, essa ideia do Flamengo não faz sentido algum.”
Alexi Portela, presidente da Liga do Nordeste.
“Se falou dessa história agora, de um telefonema, mas nem foi o caso. Eu encontrei Eduardo (Bandeira, mandatário do Mengo) ainda em 2013, porque estávamos em uma comissão. Lá, ele me perguntou. Fui educado, claro. Mas esqueça isso. Não tem chance de acontecer, ainda mais com convite, que não é permitido (pelo Estatuto do Torcedor). E também não posso colocar o campeão carioca no Nordestão (citando um suposto critério técnico)”.
Diniz e Portela não titubearam nas respostas. Foram enfáticos.
A Copa do Nordeste deve se manter da forma mais óbvia, para os times nordestinos…
Inclusive com a presença de Piauí e Maranhão, já em 2015.
Os clubes mexicanos disputam a Taça Libertadores da América há tempos.
A Austrália agora só participa das competições asiáticas.
Israel está inserido no contexto futebolístico da Europa.
Existe ao menos uma dezena de exemplos do tipo no futebol. Sendo direto e seguindo essa lógica, qual seria o empecilho de incluir o Flamengo na Copa do Nordeste? Acredite, a ideia é real e partiu da própria direção carioca.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o presidente do Fla, Eduardo Bandeira de Mello, consultou o presidente da Liga do Nordeste, Alexi Portela.
Ambos confirmaram o teor da conversa…
“Ele perguntou se havia possibilidade. Por enquanto, acho que não. No futuro podemos pensar. Primeiro, precisamos consolidar a competição, que está voltando agora. Depois, poderia haver dois convites”, diz Portela.
No caso da embrionária possibilidade de inclusão do Fla – e de até outro clube -, seria via convite, apesar de o Estatuto do Torcedor só autorizar o critério técnico.
A Copa do Nordeste foi chancelada pela CBF num acordo milionário, com a previsão de pelo menos dez edições oficiais. O torneio busca retomar a sua identidade, em parte perdida pelo caráter sazonal da disputa.
Economicamente, a presença do rubro-negro do Rio poderia, sim, gerar renda. Segundo a última pesquisa na região, elaborada pela Pluri Consultoria, de fato o Mengo tem a maior torcida, com 22,4%. O nordestino na melhor colocação é o Sport, em 5º lugar, com 4,8%, mas sete times da região têm torcidas acima de 1 milhão de pessoas. Alheio a isso, o mandatário carioca disse à Folha ter a maior torcida em todos os estados da região – incluiu Pernambuco, um erro, pois o estado é um dos cinco no país com times locais à frente.
Mas se tem algo que não se discute, é a presença local nas arquibancadas, com ou sem agentes externos. Com base na tradicional rivalidade, a média foi de 8.350 pessoas no Nordestão de 2013, a maior em todos os torneios no primeiro semestre do futebol brasileiro, o que rebate a tal necessidade de convites. Não por acaso, o Fla vive entre a paixão a a rejeição na região.
A contrapartida da liga ao clube, o que realmente teria atraído o olhar de Bandeira de Melo, é o valor da cota. O campeão do Nordestão ganhará R$ 1,565 milhão em 2014. O crescimento das verbas para os 16 participantes subiu 54% em um ano, saltando de R$ 5,6 milhões para R$ 8,64 milhões. Há mercado.
Por outro lado, nota-se um entrave nessa história (ou jogo político) ao constatar que a verba do Carioca é de R$ 700 mil a cada partida do Fla (R$ 10,5 mi ao todo). Por que sair de um torneio mais rentável? Ninguém faria isso.
Contudo, enxergando a ideia na prática, há uma enorme contradição.
A Copa do Nordeste foi criada em 1994 com o claro objetivo de fortalecer os clubes locais – com dinheiro, imagem e torcida -, alijados nas quatro séries do Campeonato Brasileiro. Incluir logo a equipe de maior apelo nacional, um potencial concorrente na preferência nordestina, poderia gerar descrédito junto aos torcedores dos clubes da região?
A consulta de Bandeira pode ter mais consequências do que se imagina…
No Nordestão, vale lembrar, já existe um erro histórico, com a ausência dos clubes do Piauí e do Maranhão, que chegaram a disputar a Copa Norte por causa disso. Os dois estados devem ser incluídos no regional em 2015.
Ou seja, antes de tramar a entrada do Flamengo do Rio de Janeiro é preciso condicionar a justa presença do Flamengo do Piauí…