Público fantasma tipo exportação, via subsídio estatal

Série D 2014, Campinense 1x0 Central. Foto: PB Esportes/João da Paz

O programa Todos com a Nota foi criado em 1998 na gestão do governador Miguel Arraes. O projeto pernambucano de subsídio ao esporte voltou em 2007, nas mãos do neto de Arraes, Eduardo Campos.

Na vizinha Paraíba, a lotação dos estádios pernambucanos em 1998 ganhou uma cópia no segundo semestre do mesmo ano, com o Vale Legal, seguindo a mesma premissa de trocar notas fiscais por ingressos.

Em 2014, oura cópia paraibana, no bom e mau sentido. O TCN ganhou uma versão paralela chamada Gol de Placa.

Se em 2013 o TCN pernambucano investiu R$ 13 milhões no futebol local em oito competições, a versão paraibana garantiu R$ 3 milhões para quatro torneios nesta temporada.

Por aqui, R$ 100 em notas fiscais valem um ingresso. Lá, basta juntar R$ 50.

Até aí, ótimo. Como o programa foi importante para fomentar o futebol do estado, o mesmo deve servir na Paraíba – como ocorreu em 1998, com jogos com até 30 mil pagantes.

No entanto, outro fator parece ter sido exportado…

…o público fantasma.

No jogo entre Campinense e Central, que encerrou a campanha da Raposa na Série D, o borderô oficial aparece com a troca absoluta das 5 mil entradas. Nota-se na foto da partida que não havia tudo isso.

Explica-se: a troca acontece no próprio clube. Nada muito diferente do modelo adotado no interior pernambucano, ainda sem os cartões magnéticos…

Claro que não é regra. Porém, a falta de fiscalização é grande. Lá e lô.

Borderô de Campinense 1x0 Central, em 14/09/2014. Crédito: CBF/reprodução