Sem pilha por 1987, Sport joga melhor, vence o Fla e chega a seis jogos invicto

Série A 2016, 20ª rodada: Sport 1 x 0 Flamengo. Foto: Nando Chiapetta/DP

Foi uma semana atípica. Há bastante tempo o confronto entre Sport e Flamengo é pautado sobre 1987, sempre com uma novidade, uma provocação, lá e lô. Agora, por exemplo, poderia ter sido repercutido o julgamento no STF, em vigor. Mas não houve nada. O jogo foi trabalhado como mais um na agenda do Brasileirão, e isso foi muito positivo para os leoninos. O time não entrou pilhado, como no último ano, na Arena Pernambuco. O lateral Samuel Xavier foi expulso logo no comecinho daquele confronto, mas hoje, no mesmo local, mostrou personalidade, sendo um dos melhores da partida, com um importante papel defensivo. Samuel serve como referência, pois o time se portou com extrema segurança. O rubro-negro carioca simplesmente não conseguiu finalizar na meta de Magrão, mero espectador.

Exceção feita a Diego, que nem estreou, o Fla veio com força máxima, empurrado por uma invencibilidade de seis jogos e em busca da liderança. Essa confiança aumentou de vez aos seis minutos, quando Diego Souza sentiu uma lesão. O último lampejo da polêmica sumiu ali, com o número 87 anunciado pela placa eletrônica, numa substituição implacável para o rendimento técnico do Sport. Ainda mais com o substituto, Edmílson. Gabriel Xavier precisou ser recuado e Rogério caiu para a ponta. O time pernambucano demorou um pouco a se encontrar após a mudança, mas aí voltou a contar com boas ações individuais. Samuel, como citado, Everton Felipe (oscilou para cima nesta tarde), o próprio Rogério (muito veloz), Paulo Roberto (marcando e tocando a bola muito melhor que o suspenso Serginho) e a dupla de zaga.

Sim, o paredão leonino quase não agiu, mas precisa agradecer a Ronaldo Alves e Matheus Ferraz, que cortaram todas as bolas aéreas – e olhe que no final o Fla abusou das bolas alçadas, mirando Guerrero e Damião. Por fim, o próprio Edmílson. No lugar de DS87, o centroavante escorou um cruzamento de Rogério, após bela jogada pela esquerda. Lance semelhante àquele em Floripa, quando desperdiçou a chance da virada. Desta vez, marcou o gol da vitória do Sport por 1 x 0, acabando um tabu desde 2009. No segundo tempo, ainda perderia um gol inacreditável – há três rodadas vem sendo assim -, deixando a partida tensa. Mais pelo placar que pelo futebol, pois ali quem estava pilhado era o próprio Flamengo, em tarde para esquecer. Entre os 25 mil rubro-negros presentes, a imensa maioria saiu festejando os seis jogos seguidos pontuando aos gritos de “87 é nosso, 2008 também”. Só para manter a “tradição”…

Série A 2016, 20ª rodada: Sport 1 x 0 Flamengo. Foto: Nando Chiapetta/DP

Flamengo de Guerrero elimina o Náutico e mantém escrita contra pernambucanos

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press

O Flamengo manteve a escrita em mata-matas contra clubes pernambucanos. Ao vencer o Náutico por 2 x 0, na Arena Pernambuco, o time carioca chegou a 6 classificações em 6 disputas eliminatórias em torneios nacionais. O próprio Timbu já hava caído uma vez, na semifinal da Copa do Brasil de 1990. Naquela ocasião, foi goleado na ida, atuando quase sem chances nos Aflitos. Desta vez, não. Com o 1 x 1 arrancado no Maracanã, bastava não sofrer gols como mandante para chegar às oitavas de final, onde esteve pela última vez em 2011.

Além do contexto histórico (ainda inédito), valia representaria uma cota de R$ 690 mil, essencial para acalmar as finanças alvirrubras na Série B, a sua prioridade esportiva. Por tudo isso, mesmo com chuva, horário ingrato (22h) e falta de transporte público, com o governo do estado recomendando a utilização de táxis, a torcida compareceu. Foram 16 mil pessoas, no maior público do Náutico este ano. Mas o time decepcionou, com a grande diferença, claro, em campo. No Rio, o Fla contou com um ataque mambembe – em parte responsável pela fraca campanha no Brasileirão. De lá para cá, se reforçou à vera, com Emerson Sheik e Paolo Guerrero. O primeiro impôs o seu ritmo veloz, mas foi o peruano que se destacou no posicionamento e nas finalizações.

Após um primeiro tempo controlado, apesar da posse inferior (47%), o Náutico voltou sem ímpeto ofensivo. Também sem “fome” até então, o Mengo passou a trocar mais passes. O suficiente para envolver a desfalcada defesa alvirrubra. Aos 5, Jorge marcou o seu primeiro gol como profissional, obrigando o Náutico a se mexer. As chances apareceram, várias vezes. Só não havia um Guerrero do lado de cá. No fim, a exposição gerou espaço para contragolpes, um deles mortal, com a bola indo para Guerrero decretar a vitória e a escrita.

Copa do Brasil 2015, 3ª fase: Náutico x Flamengo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press