Os brasileiros campeões no Grand Slam

Brasileiros campeões de Grand Slam: Maria Esther Bueno, Gustavo Kuerten e Bruno Soares e Marcelo Melo; Thomaz Koch, Tiago Fernandes, Marcelo Zormann e Orlando Luz

Na história do Grand Slam, composto pelos quatro grandes torneios do tênis, oito brasileiros já conseguiram o título, considerando todas as categorias. Do simples ao juvenil. De Maria Esther Bueno, no US Open de 1959, a Bruno Soares, nas duplas da Austrália, em 2016. Ao todo são 31 conquistas. Eis a lista de títulos brazucas.

Post atualizado em 31 de janeiro de 2016

Maria Esther Bueno (19)
4 – US Open (simples – 1959, 1963, 1964 e 1966)
3 – Wimbledon (simples – 1959, 1960 e 1964)
5 – Wimbledon (duplas – 1958, 1960, 1963, 1965, 1966)
4 – US Open (duplas – 1960, 1962, 1966 e 1968)
1 – Australian Open (duplas – 1960)
1 – Rolando Garros (duplas – 1960)
1 – Roland Garros (duplas mistas – 1960)

Gustavo Kuerten (4)
3 – Roland Garros (simples – 1997, 2000 e 2001)
1 – Roland Garros (dupla juvenil – 1994)

Bruno Soares (4)
1 – Australian Open (duplas – 2016)
2 – US Open (duplas mistas – 2012 e 2014)
1 – Australian Open (duplas mistas – 2016)

Marcelo Melo
1 – Roland Garros (duplas – 2015)

Thomaz Koch
1 – Roland Garros (duplas mistas – 1975)

Tiago Fernandes
1 – Australian Open (simples juvenil – 2010)

Marcelo Zormann
1 – Wimbledon (dupla juvenil – 2014)

Orlando Luz
1 – Wimbledon (dupla juvenil – 2014)

A reunião com quatro décadas de liderança no ranking da ATP

40 anos do ranking profissional do tênis, em 2013. Crédito: Gustavo Kuerten/Facebook

São pelo menos duas centenas de torneios profissionais a cada temporada no tênis. A partir da categoria future, de 10 mil dólares, ao mítico Wimbledon, que na última edição distribuiu US$ 34 milhões em prêmios.

Todos essas competições são esmiuçadas pela ATP, a associação dos tenistas profissionais, que a semanalmente produz um ranking, atualmente formado por 2.092 tenistas e com os resultados de cada um nas últimas 52 semanas.

O tradicionalíssimo ranking acaba de completar 40 anos de história, desde a primeira atualização, em 23 de agosto de 1973, com o romeno Ilie Nastase.

Além de Nastase, apenas 24 nomes chegaram ao topo da lista.

Com o quadragésimo aniversário do ranking profissional, a ATP reuniu em Nova York boa parte dos atletas que já tiveram a honra de liderar a tabela do nobre esporte. Lá, bem no meio da foto, o brasileiro Gustavo Kuerten (veja aqui)

Guga liderou por 43 semanas é, também, o único sul-americana a encerrar um ano na liderança, em 2000. Esse levantamento é ainda mais exclusivo no tênis internacional, pois apenas 16 pessoas terminaram a temporada em 1º lugar.

Bem merecida a Taça Heritage, oferecida pela ATP aos craques…

40 anos do ranking profissional da ATP, de 1973 a 2013. Crédito: Wikipedia

Kuerten e Capriati imortalizados após série de coincidências

Gustavo Kuerten ergue o troféu de Roland Garros de 2001

Nascidos em 1976, o brasileiro Gustavo Kuerten e a americana Jennifer Capriati dividem também três datas marcantes na história do tênis.

Em 2001, no tradicionalíssimo saibro de Roland Garros, ambos viveram dias inesquecíveis na quadra Philippe Chatrier, para deleite dos amantes do esporte.

Em 9 de junho, Capriati venceu a belga Kim Clijsters de virada por 2 sets 1. Arrasada no primeiro set por 6/1, a americana abusou da técnica e cravou 6/4 e um longo 12/10 para ficar com a sua única taça em Paris.

No dia seguinte ela conferiu no camarote da quadra central a apresentação de gala de Guga, que confirmaria de vez o seu reinado no Aberto da França. Tricampeão.

Também de virada, 3 sets a 1 no espanhol Alex Corretja. Parciais de 6/7, 7/5, 6/2 e o chamado “pneu” para fechar a conta, 6/0. Coração nas raquetadas e no barro.

Na noite daquele domingo, ambos ainda foram à festa de encerramento de Roland Garros, agenda de praxe no circuito. Um brinde ao triunfo.

Pois naquele mesmo ano, em 15 de outubro, Jennifer, profissional desde 1990 – sim, aos 13 anos e 11 meses -, finalmente alcançaria o topo do ranking feminino, a WTA.

Lá já estava o brasileiro, líder da ATP, soberano. Foram quatro semanas seguidas com os dois tenistas em primeiro lugar no circuito.

Sem uma relação direta, eles continuaram as respectivas carreiras.

Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1992, Jennifer soma 14 títulos. Entre as taças, duas do Aberto da Austrália e uma de Roland Garros.Teve um histórico de 430 vitórias e 176 derrotas, acumulando US$ 10.206.639.

Já Guga, que trouxe ao circuito profissional um carisma há muito em falta, atravesssou as quadras como número 1 por 43 semanas.

Além do o tri em Paris, o título do Masters Cup e vitórias sobre Sampras, Agassi e Federer. Ganhou US$ 14.807.000 na carreira de 20 títulos, 358 vitórias e 185 derrotas.

Durante todo esse tempo, a figura paterna foi vital na história dos dois.

No caso de Jennifer, o comportamento abusivo do pai, com uma enorme pressão na cobrança por resultados, afetou a atleta fora das quadras. Guga, por sua vez, perdeu o pai muito cedo. O técnico Larri Passos praticamente assumiu essa identidade.

Passados onze anos, novo encontro nessas vidas dedicadas ao tênis.

Neste 14 de julho de 2012, Jennifer e Gustavo tornaram imortais para o esporte os sobrenomes Capriati e Kuerten, entrando no Hall da Fama do Tênis.

Lá estão homens e mulheres que conquistaram títulos no Grand Slam, que venceram jogos épicos e conquistaram feitos pra lá de relevantes no esporte.

O museu fica em Rhode Island, o menor estado dos EUA. Desde 1955, o Hall da Fama havia recebido 220 nomes. Agora, mas dois (veja aqui).

Acaso justo. Para o ídolo Kuerten e para a precoce Capriati.

Jennifer Capriati com a taça de campeã em Roland Garros, em 2001

Há 15 anos, Gustavo Kuerten acordava o Brasil no domingo

Gustavo Kuerten ergue o troféu de Roland Garros de 1997

Por mais que a lembrança das raquetadas no saibro sigam recentes, o ano era 1997…

O Brasil já não acordava com a mesma empolgação esportiva na manhã de domingo.

A Fórmula 1 sem um ídolo não era a mesma coisa. Não é até hoje, diga-se.

Foi quando surgiu um catarinense de 21 anos, com uma camisa berrante nas cores azul e amarelo, bem diferente do tom sóbrio que marcava o circuito de tênis.

Como um cometa no esporte, Guga foi derrubando todos os adversários na mais improvável das caminhadas em Paris.

Estreia contra Slava Dosedel (3 a 0). Na sequência, só feras. Jonas Bjokman (3 a 1), Thomas Muster (3 a 2), Andrei Medvedev (3 a 2), Yevgeny Kafelnikov (3 a 2) e Filip Dewulf (3 a 1), na semifinal.

Durante duas semanas, Roland Garros se curvou àquele talento. Ainda mais pela origem, pois não havia brasileiro algum com um desempenho tão espetacular.

Na final, o embate contra o espanhol Sergi Burguera, bicampeão do Aberto da França em 1993 e 1994. Experiente e vencedor. A última barreira para a história.

Ali, o sonho de Guga já parecia realizado. Mas era apenas o primeiro de muitos.

O seu destino reservava inúmeras glórias a partir dali.

Em 8 de junho 1997, há exatamente 15 anos, Kuerten tornava-se campeão de Roland Garros pela primeira vez ao cravar 3 sets a 0 (6/4, 6/3, 6/2).

Naquela quadra central, de terra batida, ele seria rei, com o tricampeonato. Também com o status de número 1 do mundo, que chegaria em 3 de dezembro de 2000.

Abaixo, o registro histórico do dia em que o torcedor brasileiro voltou acordar feliz numa manhã de domingo…

Número 1

Gustavo Kuerten em ação no Masters Cup de 2000. Foto: ATP/divulgaçãoParece até que foi ontem…

Deve ter sido mesmo, pois a memória segue intacta.

Dez anos, 3.650 dias…

Depois de Ayrton Senna, apenas Gustavo Kuerten foi capaz de acordar um país inteiro para torcer durante uma temporada nas manhãs esportivas de domingo.

Como o 3 de dezembro de 2000.

Um domingo, na histórica final do Masters Cup, em Lisboa.

Uma espécie de Copa do Mundo de tênis, com os oito melhores da temporada.

Guga, que ja havia em vencido em Portugal o mito Pete Sampras, teria que derrubar outro gigante do tênis na decisão, Andre Agassi.

Sabe quantos tenistas haviam conseguido superar os dois norte-americanos em um mesmo torneio? Nenhum. Até aquele dia…

Triplo 6/4 a favor do brasileiro, um dos maiores ídolos da história do país. A vitória deu ao carismático Guga o status de número 1 do mundo. O melhor do ano.

O post foi escrito em 3 minutos, pois, de fato, esse jogo aconteceu “ontem”.

Saiba mais sobre os 10 anos do Masters conquistado por Guga AQUI.

Abaixo, o vídeo da final. Assista a comemoração do título clicando AQUI.

O futuro estava escrito

Tiago Fernandes, campeão do Aberto da Austrália, na categoria juvenilDe promessa a realidade.

O título no Grand Slam da Austrália na categoria juvenil elevou o alagoano Tiago Fernandes ao posto de maior esperança do tênis brasileiro, que viu um cometa chamado Gustavo Kuerten passar nas quadras e depois desapareceu.

O tenista de 17 anos (que fez aniversário na véspera da decisão) chega para ratificar as indicações dos técnicos. O jovem treinado por Larri Passos (o mesmo de Guga) já havia sido citado pelo Diario em setembro de 2009 como uma surpresa.

Durante o último Chesf Open do Recife, o repórter Lucas Fitipaldi, do Diario, produziu uma reportagem sobre o futuro do tênis brasileiro (veja AQUI).

Na época, o técnico Duda Matos (o único treinador profissional presente na competição) indicou Tiago Fernandes como ponto alto da safra nacional.

Com a conquista do título juvenil do Aberto da Austrália, Tiago Fernandes entrou no seleto grupo de brasileiros que já faturaram troféus em um Grand Slam. Antes dele, apenas três atletas do país tinham conseguido o feito. Confira

1) Maria Esther Bueno (18) – Wimbledon (simples – 59, 60, 64 – e duplas – 58, 60, 63, 65 e 66) , US Open (simples – 59, 63, 64, 66 – e duplas – 60, 62, 66 e 68), Aberto da Austrália (duplas – 60) e Roland Garros (duplas – 60)
2) Gustavo Kuerten (4) – Roland Garros (simples – 97, 00 e 01 – e duplas juvenil – 94)
3) Thomaz Koch (1) – Roland Garros (duplas mistas – 75)

Na terra batida era fácil…

Roland Garros

No final da última década, o Brasil vivia uma febre no tênis devido ao fenômeno Gustavo Kuerten. Tudo por causa do inesquecível título de Guga nas quadras de saibro de Roland Garros. Paris nunca mais seria a mesma após a passagem daquele franzino catarinense e sua camisa azul e amarela.

O tempo do brasileiro, que chegou a ser o número 1 do ranking da ATP, infelizmente passou. O interesse pelo tênis no país diminuiu, tanto que já não é tão comum ver matérias a cada a nova atualização do ranking mundial. Mesmo assim, o nível das competições continua altíssimo. E empolgante.

Quem manda na terra batida agora é o espanhol Rafael Nadal, atual tetracampeão em Roland Garros. Por sinal, o 2° Grand Slam da temporada está na sua primeira semana. O espanhol segue a sua caminhada rumo ao penta, enquanto Roger Federer – atual trivice – tenta o seu primeiro título, o único que falta na sua galeria. 😎

Entre as mulheres, destaque para a russa Dinara Safina, líder do ranking e vice-campeã em 2008.

A briga pelo título promete ser acirrada… Afinal, o Aberto da França distribui nada menos que R$ 20,6 milhões em premiações! 😯

A competição – que vai até o dia 31 – está sendo transmitida ao vivo pela ESPN.

Abaixo, um vídeo com os 12 últimos vencedores em Roland Garros. Guga teve a honra em 3 oportunidades (1997, 2000 e 2001).

30 anos de marola

Onda em Pipeline, no HawaiiHá anos, o Avaí só fazia bater na trave. E em todas as competições possíveis. Outrora apontado como o maior clube de Santa Catarina, o time do coração do ex-tenista Gustavo Kuerten havia se colocado à margem dos demais times do estado. A sua última participação na Série A do Brasileiro foi em 1979

De lá para cá, apenas 2 títulos catarinenses, em 1988 e 1997. E entre os dois, a maior decepção da história do Avaí. Nada menos que a segunda divisão regional, após o rebaixamento em 1993.

Azar? Além de um menor investimento e administrações ruins, é possível sim que o azar também tenha contornado o estádio da Ressacada (o nome já deixa claro o sentimento da torcida a cada nova frustração).

Azar ou coincidência, o Avaí caiu para o fundo do poço (naquela época ainda não existia Série D) após ficar em 13º lugar no Estadual. No ano seguinte, porém, o time de Florianópolis foi o campeão da Segundona. Mas até no acesso a sina parecia continuar, pois o outro time promovido se chamava “Sombrio“. 😯

O segundo acesso importante veio em 1998, quando o time ganhou o seu único título nacional, na Terceirona. Desde então, o Avaí virou membro quase vitalício da Série B, ao lado de Ceará e CRB (que também está se despedindo da B, mas pra visitar a C).

Na Série A foram apenas 4 (pífias) participações: 1974 (39º), 1976 (36º), 1977 (43º) e 1979 (90º).

Mas em 2009, depois de 30 anos de marolas, o “Hawaii” estará novamente na elite.

Uma elite bem diferente daquela em 79, na última participação do clube. No ano quem vem serão 20 clubes, com turno e returno, em um campeonato rentável e de alto investimento. Ao contrário do passado, quando foram 94 clubes (isso mesmo, 94), desorganizado, arrastado e repleto de fases (apesar do Avaí ter sido eliminado logo na primeira).

O Leão subiu!A classificação “avaiana” veio na noite desta terça-feira, na vitória por 1 x 0 sobre o Brasiliense. Em um jogo que ainda teve a sua parcela dramática, com gol de Evando saindo apenas aos 36 minutos do segundo tempo.

Triunfo que ratificou o ótimo desempenho em casa: 13 vitórias e 4 empates (é o único invicto como mandante nesta Série B).

No final, Gustavo Kuerten foi até o gramado, representando todos os 13 mil torcedores nas arquibancadas. A maior festa da história do Avaí.

“Com 8 anos eu já estava aqui, na Ressacada. Sempre foi difícil, como um Roland Garros. Mas foi uma novela que terminou com um final feliz. Vitória na Ilha da Magia”, disse Guga, que tinha apenas 3 anos quando o seu time esteve na Primeirona pela última vez.

Obs. Apesar da conotação que os torcedores usam para o nome Avaí (remetendo ao arquipélago do Hawaii), o nome do clube alviazulino é uma homenagem, na verdade, à Batalha do Avaí, um dos episódios da Guerra do Paraguai, no século XIX. Leia mais sobre o assunto clicando AQUI.

The Masters

Da equerda para a direita: Nikolay Davydenko, Gilles Simon, Andy Murray, Novak Djokovic, Roger Federer, Jo-Wilfried Tsonga e Juan Martin del PotroComeça neste domingo o Masters Cup, que encerra o ciclo de grandes torneios de tênis na temporada 2008.

A competição – que não é de eliminação direta -, será disputada pelos 8 melhores rankeados da ATP, em Xangai, na China. A premiação total é de R$ 9,5 milhões.

Ao lado, a foto oficial de divulgação da competição (sem Andy Roddick).

Como a blogueira Tatiana Nascimento me alertou, esta seria a primeira vez que o Masters Cup contaria com 8 atletas de 8 países diferentes.

Mas não será dessa vez que isso irá ocorrer, pois o espanhol Rafael Nadal, atual nº 1 do mundo, desistiu da competição, por causa de uma tendinite. E Nadal quer mesmo é chegar 100% à decisão da Copa Davis, entre Argentina e Espanha, no final deste mês, em Córdoba (leia mais AQUI).

No lugar do nº 1 entrou o francês Gilles Simon, o 9º no ranking (a sua melhor posição na carreira, aliás). Dessa forma, a França terá dois representantes no Masters, pois Jo-Wilfried Tsonga já estava garantido.

Tsonga venceu uma etapa do Master Series pela primeira vez no último domingo, ao vencer o argentino Nalbandian na final de Paris. Com o título, ele garantiu também a última vaga (que depois virou “penúltima”).

O Masters Cup foi disputado pela primeira vez em 1970, com o nome “The Masters”. Entre 1990 e 1999 foi chamado de Copa do Mundo, e desde 2000 tem a denominação atual. Pete Sampras e Ivan Lendl são os maiores vencedores, com 5 taças. Tetracampeão (e atual detentor do título), Federar quer igualar esta marca.

Veja a lista completa dos finalistas do Masters Cup clicando AQUI.

Grupo Vermelho: Roger Federer (SUI), Andy Murray (CBR), Andy Roddick (EUA) e Gilles Simon (FRA)

Grupo Ouro: Novak Djokovic (SER), Nikolay Davydenko (RUS), Jo-Wilfried Tsonga (FRA) e Juan Martín del Potro (ARG)

Abaixo, um vídeo da histórica final em 13 de dezembro de 2000, quando Gustavo Kuerten venceu o norte-americano André Agassi por 3 sets a 0 (triplo 6-4), em Lisboa. O chocolate deixou Guga no topo do ranking mundial. O brasileiro considera aquela como a sua maior vitória.