Com 4 presidentes em 2016/2017, Náutico termina com o vice do Conselho à frente

Os presidentes do Náutico no biênio 2016/2017: Marcos Freitas, Ivan Brondi, Gustavo Ventura e Ivan Pinto da Rocha. Fotos: DP e Náutico/divulgação

Ao todo, o biênio 2016/2017 do Náutico terá quatro presidentes executivos. Um período marcado por uma soma inacreditável de erros, com investimentos ruins, seguidas mudanças na direção de futebol e resultados catastróficos no futebol. Certamente, é um dos momentos políticos mais turbulentos da história timbu. Começando pela eleição, com uma corrente política ganhando o executivo (Marcos Freitas presidente, Ivan Brondi vice) e outra levando o conselho deliberativo (Gustavo Ventura presidente, Ivan Pinto da Rocha vice). Faz parte da democracia e das regras alvirrubras. Contudo, com a extrema paixão (e vaidade) envolvida, o resultado passou longe de dar certo.

Começou com Marcos Freitas, que venceu a eleição mais acirrada do futebol pernambucano, com 10 votos de diferença num universo de 1.544 válidos. Perto de completar um ano, renunciou ao mandato, quando já estava afastado por problemas de saúda. Entrou Ivan Brondi, hexacampeão como jogador e um dos responsáveis pelo início da estruturação do centro de treinamento. Após quase conseguir o acesso à Série A, Brondi acabou criticado pelo trabalho no Estadual, quando permitiu uma folha impagável de R$ 1 milhão. Após um lamentável episódio de tentativa de agressão, abdicou da função.

Então, chegou a vez dos conselheiros. Começou com Ventura, remanescente do MTA, do biênio 2014/2015. Após menos de dois meses, com o time quase rebaixado à terceira divisão, pediu licença devido a compromissos de trabalho. E aí o clube caiu no colo do advogado Ivan Pinto da Rocha, que há dois anos dificilmente imaginaria essa situação. Mas a fila andou. Em tese, só voltará a andar em 4 de janeiro de 2018, na posse de Edno Melo, o mesmo candidato derrotado por apenas dez votos em 15 de dezembro de 2015…

Presidentes do Náutico no biênio 2016/2017
04/01/2016 a 15/12/2016 – Marcos Freitas (347 dias)
16/12/2016 a 29/08/2017 – Ivan Brondi (257 dias)
30/08/2017 a 25/10/2017 – Gustavo Ventura (57 dias)
26/10/2017 a 03/01/2018 – Ivan Pinto da Rocha (70 dias)

Renúncias dos presidentes alvirrubros em 20 anos
04/1997 – Márcio Borba, desgaste político
12/2000 – Fred Oliveira, desgaste político
01/2003 – Sérgio Aquino, acordo político*
12/2016 – Marcos Freitas, por problemas de saúde
08/2017 – Ivan Brondi, após sofrer ameaças
* Para o biênio 2002/2003, ficou acertado que Sérgio Aquino presidiria o primeiro ano e Eduardo Araújo o segundo

Gustavo Ventura, presidente do Náutico em 2017, e Edno Melo, presidente eleito para 2018. Foto: Léo Lemos/Náutico (@nauticope)

Em 1 ano, dois presidentes renunciam no Náutico. Agora, Ivan Brondi. Ameaçado…

Ivan Brondi renuncia à presidência do Náutico em 29 de agosto de 2017. Foto: Náutico/twitter (@nauticope)

“Tentei fazer o Náutico vencedor como nos meus tempos de jogador. Não deu. Renuncio ao meu cargo de presidente executivo do Náutico. Que Gustavo Ventura possa assumir a gestão.”

Lendo uma carta, Ivan Brondi renunciou à presidência executiva do Náutico, expondo, mais uma vez, o turbulento meio político do clube, com a segunda renúncia em menos de um ano, apesar dos motivos distintos de ambos.

Renúncias dos presidentes alvirrubros
15/12/2016 – Marcos Freitas, por problemas de saúde
29/08/2017 – Ivan Brondi, após sofrer ameaças 

No caso anterior, Marcos Freitas se afastou em 16 de maio, com apenas cinco meses de gestão. O vice, Ivan, assumiu de forma interina até a efetivação em dezembro. Em 2017, num cenário quase sem receita após a perda do acesso, com um passivo de R$ 155 milhões, o clube entrou em colapso na Série B, chegando à ameaça de um grupo autointitulado “Resgate Alvirrubro”, a gota d’água para o dirigente, campeoníssimo como jogador – Ivan foi o hexacampeão com o maior número de jogos, 128. Caso de polícia, diga-se.

Na saída, foi acompanhado por toda a diretoria de futebol. Com isso, o fim do biênio 2016/2017 será comandado pelo então presidente do conselho deliberativo, Gustavo Ventura, que sequer estava à mesa no anúncio, num indício sobre o choque entre as correntes do clube – Ventura falou meia hora depois. Ele terá que remontar a direção. E o tempo é bem escasso.

Ventura, ligado ao MTA, será sucedido por Edno Melo, eleito num pleito antecipado de forma polêmica. O futuro presidente assume em janeiro, para o biênio 2018/2019, sendo o 4º mandatário em apenas dois anos…

Ivan Brondi renuncia à presidência do Náutico em 29 de agosto de 2017. Foto: Náutico/twitter (@nauticope)