Para curar a ressaca, três pontos

Série B 2011: Sport 1 x 0 Icasa. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

Aos poucos, o público foi aparecendo na Ilha do Retiro.

O desgosto com a perda do título estadual ainda era visível nos rubro-negros.

Mesmo sem o hexa, o Sport precisava iniciar bem a Série B. O maior aprendizado quem deu foi o próprio Leão, somando apenas um ponto nas cinco primeiras rodadas de 2010.

A conversa de sempre sobre a expectativa para o restante da temporada tomava conta das arquibancadas. Com um grande volume, a torcida passou de 18 mil presentes.

Apoio durante boa parte do jogo na tarde deste sábado, ainda que com uma grande dose de pressão no time, o mesmo da final do Estadual, com a formação 3-5-2.

Talvez por isso, inquietação.

Atacantes trombando com a bola, meio-campo bem marcado e alas pouco produtivos. O alívio veio com o gol de Daniel Paulista, logo no começo.

O adversário, é bom lembrar, era o Icasa, de investimento bem mais modesto. Mas essa diferença de orçamento também já foi alvo de outro aprendizado, no Pernambucano.

O que poderia ser uma estreia tranquila ganhou um ar de nervosismo, com o time cearense tentando encaixar contra-ataques. Perdeu dois gols incríveis.

Nada positivo na equipe rubro-negra? Justamente o trio de zagueiros, contestado pela torcida, que não parava de pedir a mudança para o 4-4-2, menos travado.

Pois com Montoya, Tobi e Alex Bruno, o ressacado Sport venceu por 1 x 0.

Está no G4 do Brasileiro, como queria Hélio dos Anjos desde a primeira rodada. Na prática, isso só vai servir daqui a 37 rodadas…

Série B 2011: Sport 1 x 0 Icasa. Foto: Bernardo Dantas/Diario de Pernambuco

A tarde que deu certo

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Icasa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

No borderô, 12.103 torcedores.

Um número expressivo para esta campanha alvirrubra na Série B.

Uma caminhada de altos e baixos. Mas que parou de oscilar neste segundo turno, pois a direção ficou em sentido único… Para baixo.

Neste contexto, a tarde deste sábado se apresentava como decisiva.

Outrora, o adversário talvez não estivesse no foco de uma “decisão”. Porém, o mau rendimento levou o Timbu a jogar a sua sorte na Segundona contra o Icasa.

Ao Náutico, a oportunidade (e que chance, diga-se) de ultrapassar o adversário e respirar um pouco mais nesta surreal corrida para escapar do rebaixamento à Série C.

A torcida compreendeu a responsabilidade, que, afinal, é de todos no clube.

Após mais uma minivassourada no elenco, Roberto Fernandes, um motivador nato, juntou os cacos de suas últimas declarações – que deixavam claro o desânimo em Rosa e Silva -, e empurrou a equipe vermelha e branca.

O time, aliás, recebeu o salário. Com dinheiro no bolso, qualquer trabalhador produz melhor. Não adianta dizer que não faz diferença, pois faz. Os resultados mostram isso, aniquiliando qualquer probabilidade de coincidência.

Em campo, sintonia entre torcida (“esbanjando” paciência) e time (mostrando algo simples e vital: garra). Ainda assim, a partida foi complicada. Nesta fase da competição e nesta altura da tabela, ninguém esperava o contrário nos Aflitos…

Mas o que todos esperavam, ufa, veio: vitória. Magra, por 1 x 0. Necessária!

Ah… Na próxima terça-feira o Náutico volta a jogar em casa, contra a Ponte Preta.

Que a receita do sucesso tenha sido realmente reescrita.

Série B-2010: Náutico 1 x 0 Icasa. Foto: Edvaldo Rodrigues/Diario de Pernambuco

Jogo dos sete erros

Site oficial do Icasa

A imagem acima não é uma montagem.

Foi retirada do site oficial do Icasa, na seção com a lista de jogos da equipe.

Próximo jogo e último jogo (veja AQUI).

Icasa x Guarani e Icasa x Sport.

Os escudos dos adversários do Alviverde de Juazeiro do Norte não estão errados.

Após o empate sem gols com o Sport, no estádio Romeirão, pela Série B, o Icasa tem agora um compromisso pelo torneio local, a Copa Fares Lopes, que vale uma vaga na Copa do Brasil do ano que vem (veja AQUI).

Vai enfrentar o Guarani, também no Romeirão. De fato, não tinha como ser em outro estádio, pois o Guarani Esporte Clube também está sediado em Juazeiro. O jogo nesta quinta-feira será o Clássico do Cariri, numa referência direta à região.

Se o Sport é conhecido como o Leão da Ilha, o Guarani é o Leão do Mercado.

Fundado em 10 de abril de 1941, o Guarani tem o distintivo inspirado diretamente no emblema do Sport, apesar dos traços mais rebuscados.

Há quem diga que o time cearense (cujo padrão também repete o modelo do Sport) passou a adotar o escudo atual depois que um torcedor veio estudar medicina no Recife na década de 1950. A inspiração veio da paixão rubro-negra.

Da Ilha do Retiro para o Mercado.

Tiro de doze

O Sport mantém a sua arrancada no Segundona. O ritmo vinha forte, como uma bala, mas a sequência de triunfos do Sport acabou no interior cearense, nesta terça.

Série B-2010: Icasa 0 x 0 Sport. Leão segura empate em jogo difícil em Juazeiro do Norte. Foto: Icasa/divulgaçãoEram cinco vitórias consecutivas até então. O empate “acabou” a série. Porém, foi importante no contexto…

Jogando no Romeirão, em Juazeiro do Norte, o Leão ficou em um inquietante 0 x 0 com o Icasa.

Uma noite sem gols. Foi “injusto” para os dois lados, pois a partida foi muito disputada, equilibrada. Tensa nos minutos finais.

Boas chances aconteceram dos dois lados. Contragolpes decisivos. Mas tanto Sport quanto Icasa esbarraram nos goleiros, em Marcelo Pitol e Magrão, respectivamente.

Matematicamente, a rodada não foi boa para o Rubro-negro. O time pernambucano estava a um ponto do G4 da Série B e a quatro da liderança.

A diferença aumentou para três em relação à zona de classificação à elite nacional e a seis para a ponta da competição (veja a classificação AQUI).

Mas valeu um ponto. É importante seguir somando nesta competição de tiro de longo alcance. E o Sport chegou à 12ª partida seguida sem derrotas. A série se tornou a maior entre os 20 clubes do Brasileiro da Série B de 2010.

Sete vitórias e cinco empates, com 26 pontos e 72,2% de aproveitamento no período.

Um ponto fora, três pontos em casa. É a receita, com algumas variações. No sábado, contra o Bahia, a chance de continuar brigando pela linha de frente.

Jogo na Ilha do Retiro. Que a série não acabe em casa… Rumo ao 13º jogo.

Frágil?

Icasa 3 x 1 Náutico.

“O adversário era tecnicamente muito frágil. Tínhamos condições de vencer e não vencemos. Perdemos em duas falhas individuais.”

IcasaDe fato, o técnico Alexandre Gallo foi contundente no comentário sobre a derrota do Náutico neste sábado, em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense.

O time deixa o G4 da Série B do Brasileiro. Caiu para o 5º lugar na competição.

Com 27 pontos até o momento, o próprio comandante timbu já fez os cálculos: 33 pontos até o fim do primeiro turno da Segundona.

Portanto, faltam seis pontos em quatro jogos. O Alvirrubro segue nos trilhos.

Só não me parece muito prudente chamar o time do Icasa de frágil, Gallo.

O time estava na 2ª divisão do seu estado? Fato. Mas já subiu, ganhando a Segundona de 2010.

Mesmo sem tanto cartaz, o Icasa vem “mandando” no futebol pernambucano. Nos últimos três anos, enfrentou os grandes do Recife em quatro oportunidades.

2008 – Santa Cruz 0 x 1 Icasa (Série C)
2008 – Icasa 1 x 0 Santa Cruz (Série C)
2010 – Sport 1 x 2 Icasa (Série B)
2010 – Icasa 3 x 1 Náutico (Série B)

O Icasa pode até ser frágil… Mas não estamos longe disso. Infelizmente.

Veja a reportagem sobre o revés alvirrubro neste sábado AQUI.

O que você faria na Ilha?

Toninho Cerezo, durante a partida Sport 1 x 2 Duque de Caxias, pela Série B de 2010. Foto: Juliana Leitão/Diario de Pernambuco

22/05  – O Sport perde de forma vergonhosa para o ASA, em Arapiraca. Não foi uma derrota qualquer, mas um fumo de 4 x 1. Um vexame histórico.

No fim, o técnico Givanildo Oliveira – que já sofria uma pressão incrível da torcida – entregou o cargo. O presidente Silvio Guimarães bancou a permanência.

25/05 – Jogando na Ilha do Retiro, um Sport pra lá de apático perdeu para um estreante no Brasileiro da Série B. O modesto Icasa saiu da terra de Padre Cícero e ganhou por 2 x 1. Depois, não teve jeito. Givanildo caiu.

27/07 – O Leão perde de virada com um a mais durante parte do 2º tempo para o fraco Duque de Caxias. Jogo em plena Ilha. No fim, Toninho Cerezo escuta as primeiras vaias e gritos de “burro” e entrega o cargo durante a longa entrevista coletiva.

“Eu sou guerreiro. Saí de uma Copa (1982) com todo mundo me massacrando e 15 dias depois eu fui o melhor da partida. Isso é futebol. O Sport precisa de alguém para dar um choque no grupo. Deixo o presidente à vontade para decidir.”

O blog entrou em contato por telefone com o presidente do Sport, Silvio Guimarães. Apesar do nervosimo pelo resultado, ele afirmou que a resposta sai na quarta.

“Não atendo a imprensa. Não é hora de falar. Essa decisão será repassada pela assessoria de imprensa amanhã.”

28/07 – Silvio Guimarães deve dar a resposta sobre a permanência do técnico. O que fazer? Segurar o técnico e repetir a aposta feita em maio ou cair em campo para contratar o terceiro treinador para a Segundona com apenas 11 jogos? De fato, podia mesmo piorar (veja AQUI).

Na minha opinião, o treinador que renuncia ao cargo já mostra uma certa distância do clube. Não tem como bancar… Ao mesmo tempo, o que Cerezo deve estar pensando sobre um grupo que não reage em campo? É difícil ficar lutando com uma equipe que não condiz com o pesado investimento. Sem desculpa de salários atrasados ou falta de tempo para a preparação física e tática.

E Silvio Guimarães, que já vem numa gestão conturbada desde 2009, acaba tendo mais uma prova de pressão ao dirigir um clube com cerca de 3,3 milhões de torcedores. Isolado ou não, a missão de subir para a elite em 2011 começa a virar desespero.

Pegar um clube na Libertadores e deixá-lo com apenas 25% da receita do Clube dos 13 (por causa dos dois anos longe da elite) seria surreal. O caldeirão ferve.

Você concorda com a análise? Comente!

Atualização às 10h30: Toninho Cerezo fica. Assim como Givanildo, ele também teve o apoio da diretoria. Quanto ao time, este está de folga nesta quarta…

Ih, a casa caiu

Série B-2010: Sport 1 x 2 Icasa

Há exatos 20 dias o Sport comemorava o pentacampeonato pernambucano.

Há 20 dias…

Agora, a reviravolta. Pouquíssimo tempo depois, uma campanha pífia na Série B, onde chegou a ser apontado como “carro-chefe” da competição.

O primeiro ato do protesto seria em uma Ilha do Retiro vazia.

Promessa cumprida. Foram apenas 5.122 pessoas. O menor público do Leão em seu estádio desde 2005. A Ilha de Lost definitivamente está no passado. A série acabou.

Segundo ato. Os fiéis torcedores que foram até o estádio, para o jogo marcado para as 21h50 desta terça, levaram faixas de protesto e gritos engasgados desde a goleada do ASA, no sábado. A paciência estava esgotada. Eles foram cobrar uma resposta do time.

A chance do time se recuperar seria contra o modesto Icasa.

No primeiro tempo, o time cearense mandou no jogo. Fez 1 x 0.

No início do segundo tempo, com apenas 1 minuto e 30 segundo… Icasa 2 x 0.

Sem sequer finalizar, o Sport foi uma presa fácil. No gramado, um time limitadíssimo fisicamente. Sem gás nem pegada.

Dos quatro adversários enfrentados até agora, três estavam na Série C em 2009.

A situação do Sport é muito complicada. A direção do clube mantém um discurso de união. Com quem?

Com a torcida é que não é. O clima é de ruptura, como ficou nítido no restante do velório. No fim, Ciro marcou o gol de  honra. Não adiantou. O Icasa venceu por 2 x 1.

Gol de honra…? Não. O Sport está indigente. E sem técnico.

Foto: Cecília Sá/DP