Após 30 anos, CBF se refere ao Central como campeão brasileiro da Série B

Texto da CBF sobre o aniversário do Central em 15 de junho de 2016

Em homenagem aos 97 anos do Central, neste 15 de junho de 2016, o site oficial da CBF publicou um texto sobre o clube pernambucano. No resumo histórico, de praxe nos textos sobre os aniversários dos times, a entidade listou pela primeira vez a conquista do Campeonato Brasileiro da Série B, uma polêmica bem antiga, que completa três décadas nesta temporada.

De 1980 a 1985, a segunda divisão nacional foi chamada de Taça de Prata. Em 1986, foi rebatizada como “Torneio Paralelo”, paralelo ao Brasileirão de fato. Eram quatro grupos, vencidos por Central, Treze, Criciúma e Internacional de Limeira. Não houve um cruzamento entre os melhores e o quarteto subiu para a elite do mesmo ano –  fato comum naqueles tempos. Desde então, os próprios clubes passaram a considerar a conquista, sem disputa pela exclusividade.

Posteriormente, os alvinegros de Caruaru e Campina Grande foram incisivos na busca pelo reconhecimento. Em 2013, além de ofícios, pediram autorização às respectivas federações (e foram atendidos) para pintar em seus estádios o “título brasileiro” – Lacerdão abaixo. Ainda assim, faltava a chancela. A própria confederação brasileira dificulta o conhecimento, pois não divulga em seu canal a lista de campeões – das Séries A, B, C e D, Copa do Brasil, torneios de base, femininos etc. Por isso, chamou a atenção a menção, a primeira.

Registros do título nos sites oficiais: CentralTrezeInter de Limeira e Criciúma.

Estádio Lacerdão, em Caruaru. Foto: centralsc.com.br

Até a definição da CBF, o título nacional de 1986 segue gravado na marquise

Estádio Luiz Lacerda, do Central, em Caruaru. Foto: www.centralsc.com.br

Os estádios Luiz Lacerda, em Caruaru, e Presidente Vargas, em Campina Grande, têm alguns pontos em comum. Ambos alvinegros e localizados nas duas tradicionais capitais nordestinas do forró.

Porém, ao entrar nesses locais o torcedor se depara com mais um detalhe, de viés histórico, na mesma mensagem pintada de uma ponta a outra.

“Campeão brasileiro Série B – 1986”

Central e Treze. Os primeiros campeões nacionais de seus estados?

Curiosamente, Patativa e Galo não disputam a posse do mesmo título, até porque Criciúma e Inter de Limeira também entrariam na disputa.

Na verdade, os quatro clubes pleiteiam há quase três décadas a oficialização da disputa, num formato bem polêmico. Em 1986, a segundona nacional, até então chamada de Taça de Prata, foi substituída pelo “Torneio Paralelo da CBF”, dividido em quatro chaves, com nove times cada uma.

Os vencedores ascenderam à elite do Brasileirão no mesmo ano – fato comum naqueles tempos. Não houve uma final entre os quatro clubes, que desde então passaram a considerar a conquista, sem disputa pela exclusividade.

Posteriormente, Central e Treze foram incisivos no movimento à parte da falta de reconhecimento da CBF. Pediram autorização às respectivas federações estaduais para pintar em seus estádios o “título brasileiro”. Foram atendidos.

Já a Internacional de Limeira trata a conquista como Série B, mas ressalva a falta da chancela. O Criciúma, por sua vez, também lembra a trajetória em sua página na web, mas como Torneio Paralelo mesmo.

Registros nos sites oficiais: Central, Treze, Inter de Limeira e Criciúma.

Atas com pedidos de oficialização já foram encaminhados à CBF.

Nas mãos do diretos de competições da confederação, Virgílio Elísio, os documentos ainda estão sem respostas.

Nem sim nem não… Enquanto isso, os “títulos” seguem no Lacerdão e no PV.

Estádio Presidente Vargas, do Treza, em Campina Grande. Foto: www.trezefc.com.br

Arquivo Segundona: 1988

Série B-1988: Náutico 2 x 1 Americano

Após o polêmico Brasileirão de 1987, o Náutico foi um dos oito clubes que sobraram na transição de 32 times para 24 na Primeirona de 1988. Seria a estreia do acesso e descenso. Jogando a Série B (chamada na época de Divisão Especial), o Alvirrubro fez uma excelente campanha, garantindo o acesso ao lado da Inter de Limeira.

No quadrangular de 1988, confusão. A fase decisiva também contou com Ponte Preta e Americano/RJ. Na foto acima (arquivo do Diario), a vitória timbu sobre o time do Rio no Arruda, por 2 x 1. Augusto e Júnior Guimarães marcaram os gols do Alvirrubo.

No fim, Inter em 1º com 12 pontos e Náutico e Ponte com 11… O time de Campinas havia vencido 3 jogos, contra 2 do Timbu. A Ponte entrou na Justiça, mas a CBF definiu como critério o número de vitórias em toda a competição. Náutico 15 x 12 Ponte.

Depois, o time pernambucno disputou o título com a Internacional em apenas uma partida, realizada no interior paulista. Diante de 12.325 torcedores, o Alvirrubo, que tinha como destaque o meia Nivaldo, foi derrotado por 2 x 1. Ficou com o vice.

Náutico: 29 jogos, 15 vitórias, 8 empates e 6 derrotas; 39 GP e 27 GC.