Acerto de contas com o passado

Náutico, 110 anos. Arte: Bosco/Diario de Pernambuco

Clube Náutico Capibaribe, 110 anos de história neste 7 de abril de 2011.

Na imagem acima, o ídolo Kuki. O Baixinho vai ganhar, de forma merecida, um painel nos Aflitos. Afinal, ele é o atleta que mais jogou pelo clube de Rosa e Silva, com 386 partidas, além de ser o 4º maior artilheiro alvirrubro, com 179 gols.

Kuki ainda merece um jogo de despedida…

Sobre o Náutico, finalmente com um patrocinador master, de “presente”, vale lembrar o luxo de ser o único hexacampeão pernambucano. Desde 1968!

Defendeu a sua exclusividade em 1974 e 2001. Conseguirá em 2011?

Neste último ano, outro presente: o justo reconhecimento do vice-campeonato brasileiro de 1967, que valeu ao clube a inédita participação pernambucana na Libertadores.

Veja os comentários da torcida no Twitter, via tag #Náutico110anos, clicando AQUI.

Quadro de sócios, quadro da solução

Roberto Fernandes e Kuki viram sócios do Náutico. Foto: Ana Campos/assessoria de imprensa do Náutico/divulgação

Em entrevista ao blog, o presidente timbu, Berillo Júnior, já declarou que projeta um número de 10 mil sócios em dia no clube até o fim deste ano independentemente dos resultados no gramado. Ou seja, uma receita mensal de aproximadamente R$ 500 mil.

De fato, ele está certo, pois o sócio-torcedor costuma manter uma fidelidade junto ao time. Hoje, porém, são apenas 3 mil. Para mudar isso, marketing… Muito marketing.

Há dez dias, o Náutico lançou a campanha “Juntos pelo Timbu” (veja AQUI).

Nesta terça-feira, um tiro certeiro. O treinador Roberto Fernandes e o ídolo Kuki, hoje auxiliar-técnico, se associaram ao clube.

Segundo a assesoria de imprensa do Alvirrubro, a ação foi tomada por iniciativa própria da dupla. Motivação à parte dos dois alvirrubros de carteirinha, cabe ao torcedor do Náutico fazer a sua parte e reforçar o quadro de sócios do clube ainda mais.

É um caminho certo: receita, investimento, conquistas…

A hora do adeus

Kuki, ídolo do Náutico. Foto: Gil Vicente/Diario de PernambucoLeonardo, ídolo do Sport. Foto: Heitor Cunha/Diario de PernambucoGoleadores. Faro apurado. Ambos marcaram época no futebol de Pernambuco.

Apesar dos 39 anos, Kuki brilhou na década vigente.

Três títulos estaduais com a camisa do Náutico e três artilharias do Campeonato Pernambucano.

O Baixinho dos Aflitos é o 4º maior artilheiro do Alvirrubro, com 179 gols.

Aos 36 anos, Leonardo foi um dos maiores ídolos do Sport na década de 1990.

Foram cinco títulos estaduais pelo Leão e duas artilharias do Pernambucano. O Baixinho da Ilha do Retiro é o 3º maior artilheiro da história do Rubro-negro, com 136 gols.

Ambos deixaram os gramados. A hora de parar realmente chegou para os dois ídolos. O limite físico impôs o fim da carreira profissional. O dia do adeus.

Primeiro, Kuki, que chegou em Rosa e Silva como uma aposta, já aos 29 anos. Venceu toda a desconfiança e cravou o seu nome no clube. Em abril deste ano, quando assinou um novo contrato com o Náutico – agora como coordenador técnico das categorias de base -, Kuki recebeu a garantia de um jogo de despedida (veja aqui).

Leonardo, que há alguns anos vem perambulando pelos times do interior, também resolveu pendurar as chuteiras. Quer virar técnico de futebol. Ele revelou o desejo durante o amistoso Gol Pela Vida. Leonardo também disse que gostaria de ter um jogo de despedida com a camisa do Sport, onde surgiu em 1994, aos 20 anos.

Na memória das duas torcidas, golaços e mais golaços. Foram 315 com as duas camisas agregadas. No domingo, eles atuaram juntos pela primeira vez.

As arquibancadas do Recife tremeram durante anos com os dois. Quase duas décadas. A ideia pode até ser surreal, mas bem que o jogo de despedida de Kuki e Leonardo poderia ser em um Clássico dos Clássicos pra lá de especial.

8 toneladas

Gol pela vida 2010: Ciro e Kuki comemoram mais um gol dos amigos de Juninho Pernambucano, que venceu o time dos amigos de Ricardo Rocha por 6 x 0. Foto: Inês Campelo/DP

Céu nublado durante todo o domingo e pancadas de chuva no Recife.

Logo num dia marcado para uma partida beneficente nos Aflitos para as vítimas das enchentes que castigaram a mata sul de Pernambuco. E foram muitas. Milhares. Mais de 82 mil desabrigados e desalojados em 68 municípios.

A população do Grande Recife atendeu ao pedido de solidariedade.

Foram 8 toneladas de alimentos arrecadados no jogo, que contou com craques de um passado recente, conscientes do dever de ajudar.

No fim, uma goleada daquelas.

Amigos de Juninho Pernambucano 6 x 0 Amigos de Ricardo Rocha.

O placar não importa. Valeu o show de Pig, que marcou 2 gols. Pig?! Sim. Fez parte da geração do Sport de Juninho, Chiquinho e Leonardo de 1994, mas não deslanchou.

Como curiosidade, vale dizer que o time da imprensa pernambucana venceu a equipe dos artistas locais por 6 x 3, na preliminar.

Colaboradores do blog como Fred Figueiroa (goleiro mandake), Lucas Fitipaldi, Celso Ishigami e Alexandre Barbosa participaram dessa legítima pelada!

Uma vida dedicada à história

Livro do Náutico 1909-1969Carlos Celso Cordeiro. Pernambucano de Tabira, 66 anos. Morador do Recife.

Um alvirrubro fanático, da época do hexa. Mas, sobretudo, um apaixonado pelo futebol pernambucano. Um abnegado em resgatar a história do nosso futebol, perdido nas páginas amareladas dos jornais da capital.

Pesquisador nato, Carlos Celso sempre colecionou todos os dados possíveis sobre os resultados dos times do Recife. Primeiro em cadernos, depois no seu computador. E assim, mesmo sem apoio, passou a publicar livros em série sobre Náutico, Sport e Santa.

O primeiro, em 1996, com um levantamento estatístico de todos os jogos do Timbu entre 1909 e 1969 (foto). Depois foram mais dois volumes, até 1999. Os dois rivais também têm três livros com as partidas até 1999.

Saíram ainda, com esforço, o livro dos 100 anos do Clássico dos Clássicos, a história do Estadual (dois volumes) e o retrospecto dos atacantes alvirrubros Bita e Kuki.

Agora, chega o 5º livro no período de um ano. O 15º da carreira, com o 4º volume da história do Náutico, compilando resultados de 2000 a 2009, com destaque para os três títulos pernambucanos do Timbu na década vigente. Colaborador do blog, Carlos Celso escreveu a série Futebol Pernambucano – Ano Zero, dividida em seis capítulos.

Confira a série: Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5 e Parte 6.

Gol pela vida

Enchente em Barreiros/PE (21/06/2010). Foto: Alcione Ferreira/DP

A causa é nobre.

Um jogo para arrecadar donativos para as vítimas das enchentes que castigaram Pernambuco, atingindo 68 municípios. Mais de 82 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas durante a tragédia, já considerada como um tsunami de água doce.

O domingo, reservado para o futebol, não terá nenhum jogo profissional no Recife. Com a data vaga, um jogo beneficente foi marcado para os Aflitos, às 17h. O amistoso “Campeões de mãos dadas por Pernambuco” foi anunciado nesta quarta.

A entrada? Um quilo de alimento ou material de higiene pessoal.

Em campo, muitos craques. Inclusive cinco campeões mundiais de 1994.

Amigos de Juninho Pernambucano
Magrão, Albérico, Givaldo, Lúcio Surubim, Adriano, Sandro, Dário, Zé Carlos, Toninho Cerezo, Alexandre Gallo, Zé do Carmo, Ataíde, Juninho Pernambucano, Nildo, Ciro, Kuki, Leonardo, entre outros.

Amigos de Ricardo Rocha
Do time do tetracampeonato: Ricardo Rocha, Jorginho, Márcio Santos, Viola e Paulo Sérgio. Demais ex-craques: Ricardo Pinto, Mauro Galvão, Gonçalves, Amaral, Robert, Ailton, João Paulo etc.

Vale a pena ir aos Aflitos… Além solidariedade, o nível técnico realmente será dos melhores. Alguma ideia para escalar as equipes?!

De menino a professor

Kuki

No próxima dia 30 de abril, Kuki completará 39 anos. A sua vontade era de continuar jogando futebol. Ele lutou muito para isso. Tanto que negou em janeiro o convite do Timbu para trabalhar no clube fora das 4 linhas.

Mas o desempenho físico bem abaixo do seu histórico o convenceu a parar.

Algo difícil para viveu uma década como ídolo em Rosa e Silva.

Kuki, o jogador que mais vestiu a camisa do Náutico em todos os seus 109 anos. Foram 389 partidas, com direito a 3 títulos estaduais e 3 artilharias do Pernambucanos. Kuki foi sinônimo de gol nos Aflitos.

Ao todo, marcou  179 tentos. É o 4º maior goleador do clube. Na frente dele, só mitos de Rosa e Silva, como Bita, Fernando Carvalheira e Baiano.

Kuki esfriou a cabeça, lá na praia de Boa Viagem, após as partidas de futevôlei. Conversou com amigos. Desabafou… E sentiu saudade do clube que passou a amar.

Mesmo sem nunca ter passado por uma categoria de base (vale lembrar que o “menino Kuki” chegou aos Aflitos com 29 anos, em 2001), Silvio Luiz Borba da Silva assumiu a coordenação da categoria amadora do Alvirrubro (foto: Náutico/Divulgação).

O atacante Kuki virou o “professor”. Um jogador com história e identificação com o Náutico. Chega para ajudar. E também para ser ajudado nesta nova missão.

E o agora ex-jogador ainda tem a garantia de uma partida de despedida no fim da temporada. Aflitos lotado. Alguém duvida? Kukê, Kukê, Kukê!

Vídeo produzido pelo repórter Rodolfo Bourbon, do Diario

Kukê, Kukê, Kukê!

Kuki

Kuki.

Nada menos que 389 jogos pelo Náutico.

Em quase 109 anos, ninguém vestiu mais a camisa alvirrubra do que ele.

Uma honra que já valeria um busto no clube. No mínimo.

Mas o “menino” foi além.

Gols? Foram “apenas” 179. O 4º maior artilheiro do clube. Na frente dele, só mitos de Rosa e Silva, como Bita, Fernando Carvalheira e Baiano.

E olhe que o atacante até hoje briga por outros 5 tentos pelo time B, na Copa Pernambuco de 2003.

Esses números já o transformam em um mito. No primeiro deste século.

Literalmente, pois a sua história começou a ser escrita nos Aflitos em 2001, quando chegou já com 29 anos. Uma aposta digna de mega-sena. Vitória digna de prêmio acumulado.

Mas s história de Kuki parece ter tido o seu último capítulo nesta semana.

Jogador e diretoria não chegaram a um acordo.

Sempre achei que um clube é feito, sobretudo, de ídolos.

Kuki foi um dos gigantes da história do Náutico. Chegou numa fase sombria do Timbu e foi 3 vezes campeão pernambucano e 3 vezes artilheiro do Estadual.

Ele está na história do futebol pernambucano. Por cima.

A idade chegou, é verdade. Aos 38 anos, Kuki não rende mais como antes no ataque timbu. Mas a sua saída precisa ser digna de sua história nos Aflitos, e não decidida numa desavença em um escritório.

A torcida merece gritar “Kukê, Kukê, Kukê!” pela última vez.

E Kuki merece ouvir isso pela última vez.

Tuta que pariu

Tuta, novo atacante do Náutico

O atacante Tuta chega no Náutico para dar sequência a uma velha sina no Alvirrubro, como lembrou bem o repórter Márcio Cruz.

Trata-se do ataque das 4 letras. Algo que sempre deu certo no Timbu.

Ou alguém se esqueceu do quarteto ofensivo na década de 60?

Nado, Bita, Nino e Lala. Dos 4, basta dizer que Bita, o “Homem do Rifle”, é maior artilheiro do Náutico em todos os tempos, com 223 gols.

Lima, herói do título penambucano de 1985. E olhe que o jogador chegou apenas no segundo turno, mas foi o suficiente para a conquista.

E ainda teve Bizu, artilheiro do Estadual em 89 (31 gols) e 90 (19 gols).

E o que falar de Kuki? 387 partidas e 179 gols.

Atacante de 4 letras realmente faz parte da história alvirrubra. Agora é a vez de Tuta. Que chegou desacreditado, após quase ter encerrado a carreria. Afinal, o atacante – que iniciou a carreira no Araçatuba/SP, em 94 – já está com 35 anos.

Mas o atacante paradão (mas bom finalizador) resolveu prolongar por mais algum tempo. Agora nos Aflitos, com o velho chiclete durante os jogos… E com uma missão (ainda que não saiba), que é a de corresponder ao passado. 😎

A estreia no Brasileirão poderá ser já neste domingo, contra o Coritiba. Início de mais um representante das 4 letras? A conferir.

Foto: Ricardo Fernandes/DP

Desabafo de um alvirrubro

Pernambucano-2009: Petrolina 0 x 0 Náutico“Eu estou aqui no Náutico há muito tempo, e sei o que o hexa significa para o clube. Mas a gente não está conseguindo quebrar a sequência do Sport. E é muito importante que a gente consiga isso, mas não podemos perder gols assim”. 😯

A declaração foi do atacante Kuki, de 38 anos, sendo 8 deles nos Aflitos (com leves interrupções).

Frase de quem já fez a sua parte pró-hexa, com o inesquecível título estadual do Alvirrubro em 2001 (veja AQUI).

Frase dita após o empate sem gols do Náutico contra o Petrolina, lanterna do Estadual.

Apesar de ter atuado fora de casa, dificilmente o Timbu conseguirá arrumar uma desculpa para um tropeço desse tamanho. Um 0 x 0 que deixou o time com 22 pontos, a 3 do líder Sport. E na próxima rodada, o time ainda jogará contra o Porto fora de casa… Enquanto o Sport receberá o Central na Ilha. Será que o Estadual acabará daqui a 7 dias? A conferir. 😎

Leia a matéria do diariodepernambuco.com.br sobre o empate em Petrolina clicando AQUI.

Foto: Angel Silva/especial para o Diario