Sport empata com Santos e soma 7 jogos sem vitória como mandante no Brasileiro

Série A 2017, 29ª rodada: Sport 1 x 1 Santos. Foto: Willliams Aguiar/Sport Club do Recife

Ao empatar com o Santos, em 1 x 1, o Sport alimentou uma estatística incômoda neste Campeonato Brasileiro. Já são sete partidas seguidas sem vencer como mandante, justamente num cenário historicamente favorável ao leão. Nesta sequência atual de participações, iniciada em 2014, o time venceu ao menos dez jogos em casa, Ilha ou Arena. Em 2017, soma apenas cinco resultados positivos, restando quatro jogos. Ou seja, ainda que vença tudo a partir de agora, terminará com o pior desempenho no recorte.

Tentar, o time vem tentando. Embora tenha repetido o placar contra Vasco, Atlético-MG e Santos, foram três jogos em que, na maior parte do tempo, o Sport foi melhor. Contra o peixe, diria até que foi bem incisivo. Tanto que passou da conta, pois tomar dois contragolpes no mano a mano em apenas três minutos é inacreditável. Foram duas finalizações de Ricardo Oliveira, com Magrão salvando na primeira e falhando na segunda. Já seria um compromisso difícil, imagine “largando dos boxes”. E o Sport buscou a bola aérea como solução. Nada menos que 65 cruzamentos. Dado elevadíssimo e pouco eficiente, com apenas 12 acertos (18%), segundo o Footstats.

Série A 2017, 29ª rodada: Sport 1 x 1 Santos. Foto: Cassio Zirpoli/DP

Organização mesmo, só teve alguma após o intervalo, com a entrada de Juninho no lugar de Wesley (mal outra vez) e Samuel Xavier no de Prata. De cara, Luxa recuou Diego Souza para o meio, onde sempre rende mais – e foi o seu terceiro jogo seguido mostrando bom futebol -, e também puxou Patrick para o setor, embora tivesse continuado com liberdade para atacar.

Esse Sport, mesmo com a posse de bola equilibrada, jogou bastante no campo ofensivo, com o scout de finalizações, entre certas e erradas, apontando 26 x 8. Além da ótima performance de Vanderlei, foram vários desperdícios, alguns com Juninho. Ele foi bem na função de quebrar a linha de defesa adversária, mas concluiu mal, como ocorrera no domingo. Como se tratava de um adversário qualificado, a imposição leonina, recompensada com um gol de Rogério aos 38/2T, quase ruiu nos contragolpes cedidos, com direito a uma chance incrível de Kayke. Ficou o pontinho, grão em grão…

O jejum de vitórias do rubro-negro como mandante na Série A
23/07 (16ª) – Sport 0 x 2 Palmeiras (Arena Pernambuco)
02/08 (18ª) – Sport 2 x 2 Fluminense (Ilha do Retiro)
13/08 (20ª) – Sport 0 x 0 Ponte Preta (Ilha do Retiro)
10/09 (23ª) – Sport 0 x 1 Avaí (Ilha do Retiro)
25/09 (25ª) – Sport 1 x 1 Vasco (Ilha do Retiro)
15/10 (28ª) – Sport 1 x 1 Atlético-MG (Ilha do Retiro)
19/10 (29ª) – Sport 1 x 1 Santos (Ilha do Retiro)

7 jogos; 5 empates e 2 derrotas, 5 GP e 8 GC; -3 SG

Série A 2017, 29ª rodada: Sport 1 x 1 Santos. Foto: Willliams Aguiar/Sport Club do Recife

Diego Souza decide de novo e Sport supera o Flu, na primeira vitória na Ilha

Série A 2016, 9ª rodada: Sport 2 x 1 Fluminense, com o gol decisivo de Diego Souza. Foto: Rafael Martins/DP

O cenário do Sport era dramático aos 45 minutos do segundo tempo. Afundado na lanterna, sem conseguir vencer em casa, com protestos contra a direção e, sobretudo, contra o lateral-esquerdo Renê, que, além de já viver péssimo momento, ainda recuou de forma inexplicável gerando o gol carioca, aos 39, mostrando pela enésima vez que a Série A não dá espaço para vacilo. E quem vacila sempre, não reage mesmo. Então, espere alguns segundos e veja o meia Diego Souza dando o sprint final, ganhando da marcação.

No domingo, com direito a um toró daqueles no intervalo, o camisa 87 já havia perdido um gol cara a cara, além de ter cabeceado uma bola no travessão, na chance para matar o jogo. Acabou definindo mesmo, mas com emoção além da conta. No último gás, com o time já abatido, voltou a fazer chover, passando por Cavalieri e tocando mansinho, levantando a Ilha, 2 x 1. Reverteu o ambiente à frente, em colapso, para uma festa de quem ainda pode fazer algo no campeonato. E Diego, que trocou justamente o Flu pelo Sport, vem fazendo.

Participou diretamente dos oitos pontos conquistados pelo Leão – nada muito diferente de suas duas primeiras temporadas no Recife. É pouco? É, tanto que o time segue lá na zona de rebaixamento. Agora, imagine sem DS… Gol contra o Fogo (1), assistência contra o Santa (3), gol e duas assistências diante do Galo (1) e gol contra o Fluminense (3). Mais protagonista que em 2015? Talvez porque ainda não tem ninguém tão qualificado tecnicamente para dividir as responsabilidades, como era o caso de André. Que Diego siga fazendo a sua parte. Que a direção também faça a sua, contratando, e que a torcida tente ter o mínimo de paciência. Com todo mundo jogando contra, nem sempre terá jeito.

Série A 2016, 9ª rodada: Sport 2 x 1 Fluminense, com o gol decisivo de Diego Souza. Foto: Williams Aguiar/Sport Club do Recife

Grafite marca dois gols, com o Santa Cruz empatando com o Fluminense no Rio

Série A 2016, 2ª rodada: Fluminense 2x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

O Santa Cruz ampliou a invencibilidade para 16 jogos, quase dois meses. No período, se arrumou técnica e taticamente e faturou dois títulos. E agora começou uma nova provação, com jogos ainda mais difíceis. Após a ótima estreia no Arruda, o time (bem) comandado por Milton Mendes foi à Volta Redonda e arrancou um empate com o Fluminense, graças a Grafite. Outra vez. O atacante começou o Brasileirão com tudo, agora com quatro gols em duas apresentações. A meta de 15 gols vai se esvaindo. Faltam 11.

No primeiro tempo o tricolor atuou retraído, chegando com perigo só duas vezes. Até ali, o Flu tinha 57% de posse, insistindo pelo meio, travado pela povoada defesa visitante. O melhor ficou para a volta, com o 2 x 2. No reinício, numa jogada trabalhada, Grafite escorou cruzamento de Tiago Costa. A vantagem durou pouco, com o meio-campo – Uillian Correia e Wellington – sem segurança, cometendo faltas na entrada da área. Numa delas saiu o empate, com Scarpa. Em seguida, a virada, com Gum pegando o rebote do escanteio. Ficou a queixa (justa) dos corais, com o lance na sequência de um impedimento não marcado.

No finzinho, a queixa com o árbitro mudou de lado. Jailson Macedo assinalou pênalti para os tricolores, enxergando falta de Wellington Silva no Grafa – na opinião do blog, inexistente, com o atacante chutando o chão. O camisa 23 bateu no cantinho, garantindo o primeiro ponto fora de casa, no primeiro duelo contra um rival da “parte de cima” da tabela. Quarta tem outro, o Cruzeiro. As limitações existem, sim. Assim como a organização e o ímpeto, os diferenciais.

Série A 2016, 2ª rodada: Fluminense 2x2 Santa Cruz. Foto: Antônio Melcop/Santa Cruz

As medidas dos campos do Brasileirão, com ou sem Padrão Fifa

Dimensões oficiais do futebol, segundo a Fifa

Os treinadores dos clubes presentes no Brasileirão de 2015 se reuniram na sede da CBF no dia 27 de abril. Entre os temas discutidos, a uniformidade dos campos dos estádios utilizados na competição. O pleito é antigo.

Dos 19 estádios indicados pelos times (Fla e Flu dividem o Maraca), dez já foram adaptados às dimensões do “Padrão Fifa”, com 105 metros de comprimento e 68 metros de largura – conforme a 5ª versão do relatório “Estádios de futebol – Recomendações técnicas e os requisitos”, de abril de 2011. Curiosamente, os não adaptados têm medidas maiores. Ilha do Retiro, São Januário e Serra Dourada estão no topo, com uma área de jogo de 8,25 mil metros quadrados, ou 1.110 m² a mais que o tamanho estipulado pela Fifa.

O estádio vascaíno chegou a ter as “medidas modernas” durante a fase como centro de treinamento de seleções no Mundial de 2014. Contudo, este ano o presidente do clube, Eurico Miranda, retomou às medidas tradicionais, a pedido dos jogadores, uma vez que seria prejudicial ao rendimento da equipe, com a facilidade de retrancas adversárias (!). Já no caso do Sport, o campo principal do CT de Paratibe tem o mesmo tamanho do Adelmar da Costa Carvalho.

Há mais de 150 anos se busca uma padronização. Oficialmente, as medidas permitidas pela entidade que rege o football são de 90 a 120 metros de comprimento e de 45 a 90 metros de largura, resultando em um formato retangular, obviamente. Para partidas internacionais, a recomendação é mais específica, entre 100 e 110 metros de comprimento e 64 e 75 metros de largura.

Há quase uma década houve uma princípio de unificação no país. Em 2006, o Inmetro fez um levantamento em nove campos da Série A. Após o resultado, a CBF anunciou um estudo em âmbito nacional, consultando a Fifa, para saber sobre a possibilidade de serem definidas faixas de variações para as medidas. Parou ali, mas a queixa dos profissionais (técnicos e jogadores) se manteve.

Quem levantou a bandeira novamente – revelando a pauta dos técnicos na reunião no Rio, em 2015 – foi Levir Culpi, do Galo, que manda seus jogos em campos com o novo parâmetro. O discurso “padronizado” já é um começo…

8.250 m² (110m x 75m) – Ilha do Retiro (Sport)
8.250 m² (110m x 75m) – São Januário (Vasco)
8.250 m² (110m x 75m) – Serra Dourada (Goiás)
7.869,7 m² (108,25 x 72,7m) – Morumbi (São Paulo)
7.848 m² (109m x 72m) – Couto Pereira (Coritiba)
7.665 m² (105m x 73m) – Ressacada (Avaí)
7.437,7 m² (105,8m x 70,3m) – Vila Belmiro (Santos)
7.350 m² (105m x 70m) – Arena Joinville (Joinville)
7.350 m² (105m x 70m) – Orlando Scarpelli (Figueirense)
7.140 m² (105m x 68m) – Itaquerão (Corinthians)
7.140 m² (105m x 68m) – Allianz Parque (Palmeiras)
7.140 m² (105m x 68m) – Moisés Lucarelli (Ponte Preta)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Condá (Chapecoense)
7.140 m² (105m x 68m) – Maracanã (Flamengo e Fluminense)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena Grêmio (Grêmio)
7.140 m² (105m x 68m) – Beira-Rio (Internacional)
7.140 m² (105m x 68m) – Mineirão (Cruzeiro)
7.140 m² (105m x 68m) – Independência (Atlético-MG)
7.140 m² (105m x 68m) – Arena da Baixada (Atlético-PR)

Os demais estádios da Copa do Mundo de 2014 que ocasionalmente recebem jogos do Campeonato Brasileiro (incluindo a Arena Pernambuco, com seis partidas do Leão agendadas) também têm dimensões 105m x 68m.