Histórias de cabeceira de quem treinou com maestria

Livro "Reis do Futebol em Pernambuco"

Em primeira mão, a capa do pioneiro capítulo de uma série de livros que devrá contribuir bastante com a história do futebo de Pernambuco.

Uma parceria entre os pesquisadores Carlos Celso Cordeiro, Roberto Vieira e Lucídio Oliveira resultou na série “Reis do Futebol em Pernambuco”, dividida em cinco edições.

Na primeira parte, a história de 15 grandes técnicos no estado. Começando por Pimenta, que dirigiu a Cacareco em 1939, até Nelsinho, campeão nacional pelo Sport em 2008.

Em seguida, virão os livros sobre goleadores, goleiros e zagueiros. Já na gráfica, com 300 páginas, o primeiro será lançado em 3 de fevereiro de 2012, na Fundaj de Apipucos. O projeto “Reis do Futebol em Pernambuco” terá uma colaboração financeira da FPF.

Entre os pesquisadores, vale destacar a contribuição histórica de Carlos Celso Cordeiro, com 15 livros publicados com dados estatísticos sobre o futebol pernambucano desde o primeiro jogo realizado no Recife, em 1905, no Campo do Derby (veja aqui).

15 grandes técnicos? 15 atacantes? 15 goleiros? 15 zagueiros? Quem são…?

A história de São Marcos também foi escrita na Ilha

Livro "São Marcos de Palestra Itália"Em 16 de maio de 1992, em um amistoso contra a extinta Esportiva Guaratinguetá, o goleiro Marcos fez a sua estreia pelo time profissional do Palmeiras.

Tinha apenas 18 anos, era o 3º goleiro, mas a sua a estrela brilhou já naquele dia. Goleada por 4 x 0 e um pênalti defendido…

Depois, foram mais 531 partidas pelo Alviverde de São Paulo, com títulos estaduais, nacionais, Libertadores e o auge, em 2002, com a Seleção Brasileira.

Tornou-se campeão mundial, como titular da Canarinha. Resumindo: São Marcos. Carismático, respeitado pelas torcidas rivais e ídolo nacional, sem dúvida.

Fora a opinião marcante. Essa história merecia ser mesmo contada em um livro. Com 304 páginas, o livro São Marcos de Palestra Itália relata a carreira do goleiro, contada pelo jornalista Celso Campos Júnior.

Na gama de documentos, 100 fotos históricas. Começando pela capa, com uma imagem do dia 12 de maio de 2009, quando o Palmeiras eliminou o Sport na Taça Libertadores.

De fato, aquela noite na Ilha do Retiro marcou uma das grandes atuações desse craque, no tempo normal e na disputa de pênaltis, uma das especialidades do camisa 12.

Libertadores 2009: Sport 1 (1) x (3) 0 Palmeiras. Foto: Helder Tavares/Diario de Pernambuco

Literatura do futebol ao sol, no barro e com o Santa Cruz

Livro "Futebol ao Sol e à Sombra", do uruguaio Eduardo Galeano, nas versões em espanhol e português

Eduardo Galeano é um dos mais renomados escritores da América Latina.

Aos 71 anos, o uruguaio Eduardo Galeano tem mais de 40 livros, em inúmeros gêneros, como ficção, jornalismo, análise e, sobretudo, esportes, uma de suas paixões…

Em 1995, ele escreveu o livro “Futebol ao Sol e à Sombra”, com os momentos de esplendor e desgraça do futebol, entre a performance teatral e a guerra movendo as massas, pontuados por grandes nomes da pelota mundial, como Pelé, Di Stéfano, Maradona e Obdúlio Varella, campeão com a Celeste no Maracanazo de 1950.

Sucesso editorial e de crítica, o livro ganhou várias versões, inclusive em português.

Na Espanha, a surpresa, com uma capa à parte. Apaixonado pelo Brasil, Galeano já esteve inclusive em Pernambuco. Daqui, saiu a ideia da capa, com um time de barro.

Com o time do Santa Cruz…

Artimanhas de um campeão

Livro: Futebol: Paixão e CatimbaPost em homenagem ao primeiro campeão brasileiro de futebol. Agora, oficialmente.

O Esporte Clube Bahia.

Campeão da Taça Brasil de 1959, primeiro torneio nacional a indicar um representante do país à Taça Libertadores da América (veja AQUI). Agora, unificado à Série A.

Na campanha, 14 jogos, com 9 vitórias, 2 empates e 3 derrotas. Bateu o Santos na finalíssima, disputada no Maracanã.

No campo, a história é conhecida. E no extracampo? Nos bastidores…

Aí, é preciso ler ao ótimo livro “Futebol: Paixão & Catimba”, publicado em 1973, com frases do notável e folclórico dirigente do Tricolor de Aço, Osório Vilas Boas.

Como nem todas as histórias mostram um lado positivo do “Baêa”, o livro foi censurado durante muito tempo pelo clube.

Em um dos episódios, o cartola explica o mata-mata contra o Sport, no caminho para o título da Taça Brasil. Era uma melhor de 3. Na primeira, em Salvador, Bahia 3 x 2.

Na segunda, na Ilha do Retiro, com João Havelange na tribuna de honra, o Leão atropelou, por 6 x 0. Aí, ele narra a história até a vitória na negra, por 2 x 0, na Ilha.

Basta dizer que, na véspera do jogo, o dirigente pagou várias rodadas de cerveja para os jogadores do Sport… O time entrou cambaleando. Deu no que deu!

O livro completo está disponível na internet. Veja AQUI.

Glória no Rei dos Estádios

Livro Maracanã 60 anos. Foto: Clube dos 13/divulgação

O futebol do Rio de Janeiro está carente de um grande palco. E vai continuar assim por algum tempo… O Maracanã ficará fechado até dezembro de 2012 (veja AQUI).

Assim, o Engenhão assume o papel principal, como, por sinal, já o fez no desfecho do Brasileirão, no título do Flu. O “Maraca”, com seus 60 anos de história, faz falta!

Até a reabertura, apenas lembranças. No livro “Maracanã 60”, escritores renomados na área eportiva (Eduardo Bueno, João Máximo, Roberto Assaf e Ruy Castro) contam histórias sobre os maiores eventos já realizados no “Rei dos Estádios”, segundo o livro.

Lançado agora, em português e inglês, a obra foi um projeto editorial pelo Clube dos 13, que implantou uma ideia interessante no livro de 300 páginas (veja AQUI).

Os 20 integrantes da entidade estão listados em seus momentos de glória no livro.

Então… Qual teria sido o maior mometo do Sport no Maracanã?

Indo além: Quais são as principais lembranças de Náutico e Santa Cruz no estádio?

Livro – Futebol versus Psicanálise

Livro: O Futebol como linguagem - da mitologia à psicanálise, de David Azoubel NetoTarde de quinta-feira. Eu havia acabado de chegar redação do Diario. Logo na portaria, o recado de que tinham deixado um livro para mim. Sem texto nem nada. Apenas o livro.

Quando peguei a publicação (“O Futebol Como Linguagem”), caiu uma ficha que na verdade demorou demais… Meses!

Por que não criar no blog uma seção de livros sobre esportes? Com resenhas sobre livros novos, antigos, almanaques, romances etc. A partir de agora, tem. A cada duas semanas.

A seção começará justamente com o presente.

Nascido há 80 anos em Vitória de Santo Antão e criado no Recife, David Azoubel Neto se tornou psicanalista em 1972, com uma ideia fixa: associar o esporte de milhões à psicanálise. Ele conseguiu, em 300 páginas.

O livro “O Futebol Como Linguagem – Da Mitologia à Psicanálise” foi lançado neste ano pela Funpec Editora. Na capa, o quadro “Futebol”, de Portinari, numa tela de 1935.

Logo no início, a evolução da simbologia, com a comemoração de Bebeto na Copa de 1994, quando ele saiu balançando os braços, como se estivesse embalando um bebê. O seu filho havia nascido dois dias antes. Nesta década, a homenagem ganhou novas versões, com o polegar na boca (chupeta) e a bola por dentro da camisa (gravidez).

O livro passeia também em outros simbolismos, como o sinal da cruz a cada lance, como numa véspera de batalha. Ou o fato de entrar no gramado com o pé direito, mania estentida inclusive àqueles que são canhotos…

Passagens da infância do autor se confundem com alguns capítulos, mas sem perder o traço da revolução social causada pelo futebol. Vale a leitura.

Uma vida dedicada à história

Livro do Náutico 1909-1969Carlos Celso Cordeiro. Pernambucano de Tabira, 66 anos. Morador do Recife.

Um alvirrubro fanático, da época do hexa. Mas, sobretudo, um apaixonado pelo futebol pernambucano. Um abnegado em resgatar a história do nosso futebol, perdido nas páginas amareladas dos jornais da capital.

Pesquisador nato, Carlos Celso sempre colecionou todos os dados possíveis sobre os resultados dos times do Recife. Primeiro em cadernos, depois no seu computador. E assim, mesmo sem apoio, passou a publicar livros em série sobre Náutico, Sport e Santa.

O primeiro, em 1996, com um levantamento estatístico de todos os jogos do Timbu entre 1909 e 1969 (foto). Depois foram mais dois volumes, até 1999. Os dois rivais também têm três livros com as partidas até 1999.

Saíram ainda, com esforço, o livro dos 100 anos do Clássico dos Clássicos, a história do Estadual (dois volumes) e o retrospecto dos atacantes alvirrubros Bita e Kuki.

Agora, chega o 5º livro no período de um ano. O 15º da carreira, com o 4º volume da história do Náutico, compilando resultados de 2000 a 2009, com destaque para os três títulos pernambucanos do Timbu na década vigente. Colaborador do blog, Carlos Celso escreveu a série Futebol Pernambucano – Ano Zero, dividida em seis capítulos.

Confira a série: Parte 1, Parte 2, Parte 3, Parte 4, Parte 5 e Parte 6.