Noite agitada na Ilha do Retiro, com pressão, vitória e boa sequência

Série B 2013, 9ª rodada: Sport 2x0 Avaí: Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

O primeiro tempo indicava uma noite tranquila para o Sport. Até seria uma noite positiva para o time. Só não seria tranquila…

Na primeira metade do jogo o Leão avançou com jogadas rápidas, bola de pé em pé. Com Lucas Lima e Camilo fazendo a bola rolar certinha e Marcos Aurélio instigado mais à frente, o Sport foi bem superior ao Avaí.

Felipe Azevedo destoava, apesar de ter um papel tático importante, numa espécie de Gilsinho com grife. Porém, o saldo no período foi de apenas um gol. Magrão nem sujou o uniforme. Já o goleiro Diego teve algum trabalho.

O resultado diante de quase dezenove mil pessoas na noite desta terça viria, mas com uma boa dose de pressão catarinense. Na etapa final, surgiram dois novos personagens rubro-negros, com altos e baixos.

Com as oportunidades diminuindo à frente, o leão pernambucano se viu acuado pelo leão catarinense, conduzido por uma revelação da Ilha, Cléber Santana.

Contudo, o destaque foi Tobi, quase execrado pela torcida e símbolo duradouro de uma defesa flácida. Com entrega, precisão nas divididas e, quem diria, uma saída de bola razoável, o volante compensou toda a morosidade de Renan.

Renan pleiteava a titularidade. Ganhou a vaga com a suspensão de Rithely, logo no melhor momento do camisa 21. Mas os seus botes foram escassos e marcou à distância. Com a bola nos pés, errou passes bobos. Destoou…

Martelotte demorou bastante para enxergar isso e apostou em Fábio Bahia no lugar de Lucas Lima, já na metade da etapa final. Àquela altura, Magrão espalmava chutes de fora da área. Teve até bola no travessão…

Com a torcida nervosa, mas empurrando a equipe, o sexto triunfo na Série B foi sacramentado no último lance do jogo. O 2 x 0 veio numa bela cobrança de falta de Marcos Aurélio, após cansar de só deixar os companheiros na cara do gol.

Troca de passes, variação de jogadas, Tobi, pressão adversária, golaço. Uma noite agitada para reaproximar a torcida e time na Ilha do Retiro…

Série B 2013, 9ª rodada: Sport 2x0 Avaí: Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press

Um Sport vibrante e uma vitória emocionante em Santa Catarina

Série B 2013, 7ª rodada: Joinville 2x3 Sport. Foto: RODRIGO PHILIPPS/Agência RBS/ESTADÃO CONTEÚDO

Uma das principais críticas ao time do Sport nos últimos tempos era a falta de vibração. Tecnicamente há limitações. Taticamente, inúmeras lacunas.

Mas, além disso, a equipe rubro-negra parecia um tanto desalmada em campo, como já foi dito inúmeras vezes pelo blog.

Isso faz diferença, sobretudo em jogos pilhados como os da Série B, oscilando entre lances de efeito e falhas grotescas, com arbitragens de baixo nível.

É preciso puxar os companheiros, se impor no gramado, se refazer rapidamente ao levar um baque na partida.

No Leão, neste sábado, o time foi, sim, vibrante.

E voltou a vencer longe de Pernambuco. Bateu o então vice-líder.

A história do jogo foi emocionante. O Sport teve uma boa atuação, compactado em campo, procurando encaixar troca de passes em velocidade.

Assim, abriu dois gols de vantagem, com Camilo e Marcos Aurélio.

Uma dupla falta de atenção na defesa, com Patric e Tobi, resultou no primeiro gol do Joinville um minuto após o 2 x 0 no marcador. Já no segundo tempo.

A pressão, claro, aumentaria. O frio era só no termômetro. Mesmo com o jogo quente, o time não se desestruturou. Manteve a pegada, ligadíssimo.

Mas, através de uma penalidade discutível, os catarinenses empataram.

Ficaram perto da virada. Paralelamente a isso, jogadores rodados como Marcos Aurélio, Magrão e Pereira falavam bastante. Era preciso. Mas não só isso…

Um guerreiro chamado Anderson Pedra se mostrou fundamental na escalação de Martelotte. Lucas Lima, se ficar mais acordado, tem futuro.

Misturando tudo isso, com raça, o gol da vitória saiu. E outra bela troca de passes, a improvável conclusão do volante Renan, 3 x 2.

Um resultado positivo após quase um mês de treinamento.

Com poucas contratações, mas bastante orientação, correção e improvisação.

E uma boa dose de consciência sobre o papel do Sport nesta Série B…

Série B 2013, 7ª rodada: Joinville 2x3 Sport. Foto: LEANDRO FERREIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Revés na Ilha alagada evita tranquilidade leonina na parada da Série B

Série B 2013, 6ª rodada. Sport x Bragantino. Foto: Paulo Paiva/DP.D.A Press

Era uma chance para embalar, mas como parece ser a sina do Sport nas últimas temporadas, o arranque não aconteceu.

O Sport vinha de duas vitórias seguidas e jogaria contra o Bragantino, em casa.

A derrota para o Bragantino, na Ilha do Retiro, tirou o time rubro-negro da zona de classificação da segunda divisão nacional. O revés por 2 x 0 evitou a desejada tranquilidade durante a paralisação para a Copa das Confederações.

Na partida na noite desta terça-feira, abrindo a sexta rodada, cheia, o Leão começou pressionando, como na rodada passada, diante do Palmeiras. A chuva ainda não havia chegado. Tempo para mandar duas bolas no travessão, com Marcos Aurélio num chutaço de fora da área e Rithely numa cabeça.

Em sua primeira chance, o fechadinho Bragantino se aproveitou de uma saída equivocada de Magrão após cobrança de escanteio. No rebote, Carlinhos.

Veio a chuva e mais uma demonstração da pobreza do sistema de drenagem da Ilha, deixando poças d´água. Como no sábado, o futebol sumiu debaixo do toró.

O meia Lucas Lima caiu de produção, sem poder tocar a bola. Marcos Aurélio se esforçou, mas a bola parada não estava taão calibrada. E o fator Nunes na bola área dessa vez ficou no quase…

Para completar, quando o Sport tentou pressionar no segundo tempo, o único contragolpe do time paulista resultou em outro gol, aos doze minutos, com Magno Cruz. Estava decretada a terceira derrota e a queda na tabela.

Série B 2013, 6ª rodada. Sport x Bragantino. Foto: Paulo Paiva/DP.D.A Press

Água demais, vontade demais e um gol nos descontos para colocar o Sport no G4

Série B 2013, 5ª rodada: Sport x Palmeiras. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Uma vitória rubro-negra e o G4 apareceria pela primeira vez na segunda divisão. Com a chuva na manhã de sábado deixando o campo pesado, a técnica, que já não seria das melhores, teria que ser suplantada pela pegada à tarde.

Seriam poucas oportunidades em jogadas trabalhadas. Na verdade, apenas uma, logo as três minutos, com Felipe Azevedo chutando por cima após uma tabelinha. A chuva voltou forte aos dez minutos e não parou mais no primeiro tempo, sob os olhares de 21.726 torcedores e suas centenas de guarda-chuvas.

O toró alagou várias partes do gramado. Com o campo encharcado, o duelo mudou bastante. Não era mais possível conduzir a bola, por mais que alguns insistissem, como Lucas Lima, sem sucesso. Chutão, bola pingando perto da área e a busca por uma rara oportunidade. As faltas ficaram mais duras também, reativando a disputa recente entre Sport e Palmeiras.

No intervalo, uma pausa dos céus. Contudo, o estrago já estava feito, beirando o pólo aquático na Ilha, com a drenagem defasada. Aos 10, a primeira mudança no Sport. Martelotte colocou o centroavante Nunes no lugar de Lucas Limas. Em vez da velocidade, sem utilidade, a força na bola aérea, o único vetor ofensivo. Logo nos primeiros instantes Nunes teve duas chances e mostrou o caminho.

No lado oposto, o goleiro Magrão ainda salvaria aos 26 minutos, se esticando todo num chute de Caio. O empate sem gols parecia encaminhado, mas a entrega em campo não deixaria o zero no placar. Nos descontos, ele, o desajeitado Nunes. Autor do 1 x 0. No rebote após uma cobrança de escanteio, ajeitando no braço, marcou o gol que levou o Leão ao G4.

Série B 2013, 5ª rodada: Sport 1x0 Palmeiras. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Apatia, reação, falta de atenção e nenhum ponto leonino em Floripa

Série B 2013, 3ª rodada: Figueirense 3x2 Sport. Foto:  Luiz Henrique/Figueirense

No Santa Cruz, o técnico Marcelo Martelotte encontrou a formação ideal no Estadual apenas quando disputou os clássicos, num 4-5-1. Com três meias de ligação e um atacante mais à frente, o time deslanchou. Em sua segunda apresentação na Série B, agora pelo Sport, ele arriscou o mesmo sistema.

Porém, em vez de Dênis Marques havia Nunes isolado no ataque. E a diferença foi cruel, com o centroavante tendo mais uma atuação nula. Nas redes sociais a revolta da torcida era imensa com o rendimento do jogador…

A apatia era geral e o time foi punido com dois gols do Figueirense. Poderia ter ter ido para o intervalo com uma goleada no estádio Orlando Scarpelli. O Leão voltou remontado num 4-4-2, com o meia Camilo no lugar de Nunes e Felipe Azevedo e Marcos Aurélio adiantados. Coincidência ou não, o Rubro-negro buscou o empate em cinco minutos, em cabeçadas de Gabriel e Rithely.

Criou outras chances e esteve perto de virar. No fim, Martelotte optou por preservar o resultado, substituindo Marcos Aurélio pelo volante Fábio Bahia, que teve nem tempo de se posicionar. O Figueira decretou a vitória por 3 x 2.

Na noite desta sexta, o Sport desperdiçou uma ótima chance de pontuar fora de casa, ainda mais diante de um possível adversário direto na briga pelo G4. Perdeu pela segunda vez em três jogos, com Martelotte testando três formações táticas. O rendimento foi claríssimo em uma delas. Fica a lição.

Série B 2013, 3ª rodada: Figueirense 3x2 Sport. Foto:  Luiz Henrique/Figueirense

Dura estreia leonina em mais uma Série B. Se acostumando já em Juazeiro do Norte

MISéRIA.COM/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Foi dada a largada para mais uma longa e dura caminhada leonina na segunda divisão, numa consequência direta de uma má jornada na elite.

O Sport foi rebaixado em 1989, 2001, 2009 e 2012.

Subiu em 1990, como campeão já no ano seguinte, em 2006, após cinco anos sofrendo na Série B e em 2011, na bacia das almas, na última rodada.

Agora, serão mais 38 rodadas em busca do popular G4, para o retorno.

A primeira delas aconteceu na tarde deste sábado, em Juazeiro do Norte, com uma largada bem indigesta.

Sob o forte calor do interior de Padre Cícero, o Sport foi comandado interinamente por Gustavo Bueno, tentando reanimar uma equipe desestruturada.

Na arquibancada, o novo técnico, o campeão pernambucano Marcelo Martelotte, ex-coral. Sem surpresa, viu que terá muita coisa pra fazer na Ilha do Retiro.

Em campo, as falhas de sempre. A fragilidade que se tornou comum nas últimas semanas, com uma sequência de derrotas.

Por sinal, o Leão caiu pela quinta vez vez consecutiva. Sem dificuldades, o Icasa venceu por 2 x 1, com o gol leonino sendo anotado por Marcos Aurélio só nos descontos.

Sem tempo para respirar, o time volta a campo na noite da próxima terça-feira, agora com Martelotte na área técnica.

De cara, um algoz bem recente, o ABC…

Série B 2013, 1ª rodada: Icasa 2x1 Sport. Foto: MISéRIA.COM/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Transição de técnico de um bairro para outro, num ciclo raro e de roteiro comum

Marcelo Martelotte treinando o Santa Cruz em 2013. Foto: Jamil Gomes/Santa Cruz

Um treinador que aspirava o comando profissional de uma equipe. Trabalhou durante um bom tempo como auxiliar de grandes nomes. Aprendeu.

O curso natural da história indicava o seu momento, a sua chance. Ela veio.

Pegou um time de futebol escasso tecnicamente. Montou às pressas. Contou com um grande goleiro e um atacante em grande fase, artilheiro.

Surpreendeu os rivais, ambos em divisões nacionais mais elevadas. Obviamente, esse contexto significava um orçamento bem mais enxuto.

Mas o técnico ganhou a confiança da torcida aos poucos, estruturou o time taticamente, passou a jogar bem, ganhar clássicos e terminou com a taça.

A volta olímpica foi na casa do rival, com duas vitórias na decisão. Lá e lô.

Algum tempo depois, vitorioso, ganhou o mercado, atraindo o interesse de outras equipes. Inclusive do mesmo rival derrotado na final estadual.

O salário maior, bem maior, o seduziu, assim com a oportunidade de trabalhar numa divisão mais nobre no Campeonato Brasileiro, num projeto maior.

Ao grupo campeão pernambucano, conversas, entendimento com os atletas. Com a diretoria, após várias tratativas, idem. E tomou o seu novo rumo…

Este poderia ser o roteiro de Marcelo Martelotte em 2013. Ele acertou a sua transferência do Santa Cruz ao Sport, para a disputa da Série B.

No entanto, todo o relato apresentado foi o da passagem de Muricy Ramalho do Náutico para Santa Cruz em 24 de setembro de 2001, da B para a A.

É raro, mas de vez em quando algumas negociações entre os bairros do Arruda, dos Aflitos e do Ilha do Retiro mexem profundamente no futebol do estado…

Muricy Ramalho comandando um treino do Santa Cruz em 2001. Foto: Alexandre Gondim/DP/D.A Press

No frio gaúcho, o tricampeão pernambucano fica pelo caminho

Copa do Brasil 2013, 2ª fase: Internacional x Santa Cruz. Foto: Alexandre Lops/Internacional

O termômetro indicava o clima pesado no interior gaúcho. Apenas 11 graus.

A sensação térmica era ainda pior em Caxias do Sul, com chuva e vento forte. Não seria mesmo uma noite fácil para o tricampeão pernambucano.

Embalado pela conquista na Ilha do Retiro e cansado pela longa viagem.

O Santa Cruz jogava por “um gol” no estádio Centenário diante do Internacional, também comemorando o tri estadual. O empate sem gols no Arruda não havia sido um mau negócio. Mas para essa leitura, o ataque precisaria funcionar.

Com o desfalque do artilheiror Dênis Marques, a missão estava nos pés de Flávio Caça-Rato. O atacante, que balançou as redes na decisão do Pernambucano, até se esforçou, mas isolado pouco criou.

A Cobra Coral chegou a ficar com um a mais em campo, após a merecida expulsão de Fabrício. Contudo, no segundo tempo, o Colorado buscou os espaços no equilibrado duelo e marcou os gols, com o argentino D’Alessandro, num belo chute de primeira, e Caio, numa falha de Tiago Cardoso, que no domingo havia tido a melhor atuação da carreira, segundo o próprio goleiro.

Não havia mais tempo para uma reação e o Tricolor amargou a sua oitava eliminação nos 32 avos de final em vinte participações da Copa do Brasil.

Apesar da derrota por 2 x 0 nesta quarta, a personalidade mostrada no confronto mostra que o time não deve se abalar para a caminhada para o próximo (e maior) objetivo, mirando o acesso à Série B do Brasileiro.

Copa do Brasil 2013, 2ª fase: Internacional x Santa Cruz. Foto: Alexandre Lops/Internacional

A rotina de manchetes do tricampeão Santa Cruz

Capas do Diario de Pernambuco e do caderno Superesportes do dia 13 de maio de 2013

Ao campeão, a festa, as manchetes e a versão da história.

No Santa Cruz, tem sido rotina nas últimas temporadas estampar as capas do Diario de Pernambuco com o troféu na mão.

A capa do jornal e, claro, o caderno Superesportes. Nas bancas desta segunda, mais um exemplar. Confira as capas numa resolução maior aqui e aqui.

Capas do Diario de Pernambuco e do Superesportes de 14 de maio de 2012

Dias 16 de maio de 2011, 14 de maio de 2012 e agora em 13 de maio de 2013.

No post, as seis capas envolvidas no tricampeonato dos corais. Edições de grande circulação, uma tradição no futebol pernambucano.

Qual foi a melhor capa, tricolor? Comente.

Capas do Diario de Pernambuco e do Superesportes de 16 de maio de 2011

As imagens eternizadas do tricampeonato tricolor

Santa Cruz, o campeão pernambucano de 2013. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press

Um script econômico, mas campeão de audiência.

No biênio 2011 e 2012 a receita do Santa Cruz não passou de R$ 30 milhões.

No período, o Náutico somou R$ 60 milhões, o dobro. E o que dizer do Sport, com R$ 113 milhões? Ambos em divisões nacionais acima do Tricolor.

Contudo, ambos derrotados na disputa local, tête à tête.

Em 2013, as cifras não mudaram. O Santinha continua trabalhando com um orçamento limitadíssimo, se virando como pode para driblar credores, para conseguir novos investimentos. Para montar elencos competitivos.

Santa Cruz, o campeão pernambucano de 2012. Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

De fato, não mudou o defecho dos campeonatos estaduais, com o capitão tricolor erguendo o troféu de campeão estadual no mês de maio.

No post, as imagens das três conquistas corais, em 2011, 2012 e 2013.

Nas finais das multidões, a triologia completa.

Taças erguidas no Arruda, na Ilha do Retiro e festa em todo o estado…

O museu tricolor, agora com 27 troféus, está revigorado.

Santa Cruz, o campeão pernambucano de 2011. Foto: Ricardo Fernandes/Diario de Pernambuco