Tri ou tetra?

Laranjeiras, estádio do Fluminense

O título brasileiro do Fluminense levantou uma polêmica neste domingo.

Em todo o material publicitário do clube, durante a festa, os cartazes apontavam “tricampeão brasileiro”, considerando o Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1970.

Precursor da Série A, iniciada justamente no ano seguinte, o Robertão, como era chamado, está sendo avaliado pela CBF, que poderá unificá-lo ao Brasileirão, assim como a também extinta Taça Brasil. Daí, as três estrelas.

Na última enquete do blog, 57% dos votos foram contrários à unificação (veja AQUI).

Porém, o que chama a atenção é a foto acima, do baú… Que já considerava o Flu como tricampeão brasileiro. Como? Com a famigerada Série C de 1999.

A pintura virou chacota entre os rivais e a diretoria acabou apagando. Abaixo, a nova pintura, após o protesto da torcida pela “homenagem” ao título da Terceirona.

Com a glória em 2010 (veja AQUI), vão pintar tri ou tetra?

A conferir, Fluminense…

Laranjeiras, estádio do Fluminense

Fluzão quer atravessar a Antártida

Taça Antártida, título do Fluminense em 1923, numa disputa de tiroO Fluminense montou um timaço.

Fred, Conca, Deco, Belletti, Emerson Sheik… Além de Muricy Ramalho comandando a equipe no Brasileirão.

A arrancada na Série A já está acontecendo. Após 14 rodadas, o Flu soma 32 pontos e lidera com quatro de vantagem. Vai ganhando e empolgando.

A receita é clara: dinheiro, cash, faz-me rir. A origem é mais conhecida ainda: Celso Barros, presidente da Unimed e fanático pelo Tricolor Carioca.

Desde 1998, quando a Unimed começou a patrocinar o clube, o Fluminense já recebeu cerca de R$ 200 milhões, segundo o jornal carioca Extra (veja AQUI).

Na média, sem considerar a correção monetária e o aumento da cota, o número chega a incríveis R$ 15,3 milhões em 13 temporadas.

Finalmente, os reforços de peso estão dando resultado ao clube, que sonha em repetir o feito de 1984, quando conquistou o seu único título brasileiro. O troféu se juntaria à galeria que conta com a inacreditável Taça Antártida. Já a identificou na foto?

É isso mesmo, um pinguim! Vitória numa competição de tiro em 1923. Bizarro, não?

Quase uma Batalha

Nota oficial do Náutico pela convocação de Muricy Ramalho para treinar a Seleção Brasileira

Era a chance de uma vida.

Dirigir a Seleção Brasileira.

Durante a semana, ele recebeu um tratamento de popstar. A convocação da CBF era questão de horas. A felicidade era inegável.

Mídia, crônica esportiva, pessoas próximas à CBF. Todo mundo apontando o treinador do Corinthians como o sucessor de Dunga no comando da Canarinha.

Inúmeras pautas com Mano Menezes sobre a “missão de 2014” já estavam prontas.

Manhã de sexta-feira. E o convite foi para… Muricy Ramalho.

O que faltou? Como tanta gente poderia estar errada?

Campeoníssimo nesta década, de fato Muricy também era um nome digno para a tarefa de tentar conquista o hexacampeonato mundial. O técnico, conselheiro timbu, chegou a receber uma nota oficial de parabéns do Náutico, onde fez a base de sua carreira.

Mas veio o “não” do Fluminense. Parecia jogo de cena. Mas a recusa do tricolor carioca foi crescendo… Tomando um ar constrangedor para Ricardo Teixeira, que se encontrara horas antes com Muricy em um clube de golfe no Rio.

Um não à CBF, diratamente ao seu presidente? Era demais. Era surreal.

Como uma verdadeira Batalha dos Aflitos, a chance apareceu para Mano Menezes nos instantes finais de uma decisão que já parecia consumada. Perdida.

E ele não titubeou. É o novo técnico da Seleção (veja AQUI).

A nota oficial do Alvirrubro acabou sendo retirada do site. O orgulho de ver um técnico formado nos Aflitos acabou desfeito na mesma tarde. E não é que Mano Menezes é justamente o protagonista da Batalha dos Aflitos?

O futebol e as suas ironias…

A saideira de Mano

Mano MenezesA Era Muricy Ramalho já era.

Foi um rebuliço dos grandes durante toda a sexta-feira.

Com a noite ganhando força nos bares, com uma pauta fortíssima para boas coversas sobre futebol, eis que a CBF convida o técnico Mano Menezes para dirigir a Seleção Brasileira até o Mundial em 2014.

Um pedido ao técnico que nos últimos dias parecia ser o primeiro da lista, mas que acabou como Plano B.

O comandante corintiano passou o dia inteiro de ressaca com o baque do surpreendente convite a Muricy. Nem vinho tinto o ajudou a relaxar. Ficou cabisbaixo.

Mas não é que apareceu uma chance no mesmo dia? Na saideira.

Completando um dos dias mais constrangedores da história da Seleção, com o “não” de Muricy, o mesmo Mano Menezes recebeu um telefonema do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, numa convocação de última hora, aos 44 minutos do 2º tempo.

Segundo a Confederação Brasileira de Futebol, o que determinou a nova escolha foi a necessidade imediata de renovação da Canarinha. A convocação para o amistoso contra os Estados Unidos (marcado para o dia 10 de agosto) já será na segunda-feira.

A bola está com Mano, ainda magoado com o status de “segunda opção”. Ele vai dar a resposta nesta sábado, numa coletiva na sede do Corinthians. É dose!

Será que agora vai?! Após um último gole, a resposta deve ser positiva. A Seleção Brasileira não merece receber um “não” duas vezes seguidas…

Garçom, fecha a conta!

Veja o comunicado da CBF sobre o novo convite AQUI.

A bola não puniu

Hulk

Um dia após assumir a liderança isolada da Série A, comandando o Fluminense, o técnico Muricy Ramalho foi chamado para uma reunião com a cúpula da CBF, ali mesmo no Rio de Janeiro, num clube de golfe na Barra da Tijuca.

Tema: convite para assumir a missão de conduzir a Seleção Brasileira até a Copa do Mundo de 2014. A missão de ganhar o hexa no dia 13 de julho de 2014, no Maracanã.

Será que ele toparia essa “bronca”?

O paulista disse sim nesta sexta-feira e será o 78° técnico da Seleção desde 1914.

“A bola pune”. É o que costuma dizer Muricy quando um time vacila durante a partida. Desta vez, a bola foi o prêmio, pelo histórico vencedor. Digno de outra frase famosa de sua autoria: “Isso aqui é trabalho, meu filho!”

Aos 54 anos, o treinador chega ao auge de uma carreira que começou de fato em 1994, quando comandou o expressinho do São Paulo na conquista da extinta Copa Conmebol, à somba do técnico principal do Tricolor Paulista, o mestre Telê Santana.

Para ser efetivado mesmo, teria que esperar um pouco. Foi em 1996, no próprio clube. Não deu certo. Aí, começou a rodar o país em busca de espaço.

Sem medo de errar, é possível afirmar que o primeiro grande trabalho de Muricy foi no Náutico, em 2001. Assumiu um clube completamente endividado, com uma folha que não poderia passar dos R$ 200 mil e na Série B, ao contrário dos rivais, que estavam na elite nacional. Fora o jejum de 11 anos sem títulos e o temor de ver o hexa do Sport.

Muricy atropelou tudo isso. Ganhou o Pernambucano. Um não. Dois! Um bicampeonato histórico para o Alvirrbro, no início da Era Kuki. Tamanha dedicação o transformou em conselheiro vitalício do clube. No meio desta passagem, ele ainda arrumou tempo para treinar o Santa Cruz no Brasileirão.

Depois, ganhou o Paulista com o modesto São Caetano, reergueu o Internacional e finalmente voltou a ter uma chance no seu São Paulo.

Ganhou “apenas” três vezes o Campeonato Brasileiro: 2006, 2007 e 2008. Sempre com a mesma postura séria, mas competente. Muricy realmente consegue montar boas equipes, eficientes. Se ele será conseguirá trazer o futebol arte à Canarinha é outra conversa, mas o time será agressivo. Fato.

“Faz uns 20 anos que estou com. É muita sorte para um cara só. Fica em casa para ver se a sorte vai te ajudar. Tem que trabalhar”

Prepara-se, pois essa ironia vai dominar a Seleção Brasileira agora.

Cruz pesada demais para iniciantes

Alex Ferguson, técnico do Manchester United

Muricy Ramalho, 53 anos.
Vanderlei Luxemburgo, 57 anos.
Nelsinho Baptista, 59 anos.
Geninho, 61 anos.

Quatro dos principais técnicos do Brasil. Experientes, ganhadores de títulos nacionais nesta década. Respeitados. Conseguiram isso com décadas de trabalho, agregando conhecimento de todos os campos do Brasil, nas principas divisões, nos principais clubes, nos maiores estados.

Agora, imagine um duelo profissional cuja soma dos dois técnico é de 48 anos. Repito: a soma. Santa Cruz e Vera Cruz dão sequência à Copa Pernambuco, neste domingo, no Arruda. Cada um com uma cruz mais pesada que o outro. No comando dos dois times, Dado Cavalcanti, de 28 anos, e Caio Simões, de 20, respectivamente.

Santa Cruz x Vera Cruz, pela Copa PernambucoO primeiro tem a idade de Romário no auge, em 1994, quando ganhou a Copa. O segundo poderia estar disputando o Mundial de Juniores, no Egito. Mas eles preferem o futebol fora das quatro linhas. Aliás… Em outra área. A área técnica. 😯

Dado foi o técnico mais novo a ganhar um Estadual, quando ganhou o Rondoniense pela Ulbra. Tinha 24 anos! Já Caio se auto-intitula o mais jovem treinador do país. Filho do técnico Maurício Simões, ele já exercia a função de auxiliar-técnico desde os 17 anos…

Ambos comandam grupos com jogadores mais velhos. No Tricolor do Arruda, o atacante Gaúcho tem 36 anos. No Tricolor de Vitória, praticamente todo o time titular é mais velho. Leia AQUI a matéria completa do Diario sobre o duelo dos jovens treinadores, assinada pelo repórter Rodolfo Bourbon.

Na foto, Sir Alex Ferguson, hoje com 67 anos e técnico do Manchester United desde 1986. Precisa dizer mais!?

Profissionalismo

Muricy, sendo homenageado pelo Alvirrubro em 2007Pela 4ª vez em dois anos, o Náutico enfrentará o São Paulo com Muricy Ramalho no comando do Tricolor. O mesmo Muricy bicampeão pernambucano (2001/2002) pelo Alvirrubro, e agora bicampeão brasileiro (2006/2007) pelo São Paulo.

Apesar de ter sido nomeado conselheiro vitalício do Náutico, Muricy mantém – obviamente – o profissionalismo. Basta ver a forma como ele está encarando o jogo desta noite (20h30).

“Eu só vou voltar a torcer para o Náutico depois desse jogo. Só volto a torcer pelo Náutico na sexta-feira. Não tem jeito, vamos ter de fazer nossa parte dentro de campo”, disse o treinador tricolor nesta semana. E logo agora, com o São Paulo crescendo no campeonato…

A foto acima foi tirada em 20 de maio de 2007, quando o Alvirrubro venceu o Tricolor por 1 x 0 (gol de Acosta). Antes da partida, a torcida homenageou o técnico, que ficou emocionado.

São Paulo x Náutico, em Sampa
20/03/1974 – São Paulo 1 x 1 Náutico – Série A
10/02/1982 – São Paulo 1 x 1 Náutico – Série A
21/05/1992 – São Paulo 2 x 0 Náutico – Série A
26/08/2007 – São Paulo 5 x 0 Náutico – Série A

Retrospecto geral – 19 jogos
5 vitórias do Náutico (19 gols)
6 empates
8 vitórias do São Paulo (37 gols)

Post com a colaboração do alvirrubro Vitor Hugo Vilarim