No Maracanã se vaia até minuto de silêncio. Menos Nelson

Nelson Rodrigues com as camisas de Fluminense e Flamengo

Quis o destino que o centenário do nascimento do cronista pernambucano Nelson Rodrigues fosse o mesmo dos 100 anos do clássico entre Fluminense e Flamengo.

Aquele mesmo duelo carioca que o próprio Nelson Rodrigues, tricolor apaixonado e com um enorme respeito pelo Mengão, estipulou uma cronologia bem distinta…

“O Fla-Flu surgiu quarenta minutos antes do nada.”

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Nelson, falecido em 1980, fez a sua vida na Cidade Maravilhosa, onde transformou jogos de futebol em epopéias, histórias de dor, de um amor inexplicável.

Crônicas que mudaram o futebol no país, que transformaram o jornalismo.

Sem dúvida alguma, foi o recifense que mais se sentiu em casa no Maracanã.

Sem nunca ter pisado no gramado.

Cinquentenário do domínio brasileiro nas taças do futebol

Copa do Mundo 1962, final: Brasil 3 x 1 Tchecoslováquia. Foto: CBF/divulgação

Há 50 anos a Seleção Brasileira conquistava o bicampeonato mundial.

O triunfo em Santiago, no Chile, transformava o Brasil de vez no “país do futebol”.

Quase 70 mil pessoas no estádio Nacional viram o auge de Garrincha, que tomou para si aquela Copa, depois que Pelé se machucou no início da competição.

Com 25 anos, Mané esbanjou habilidade, arte e marcou gols decisivos.

O anjo das pernas tortas liderou tecnicamente um time bem experiente, com a base de 1958. Estavam lá Nilton Santos, de 37 anos, Didi, 34, Djalma Santos, 33, e Gilmar, 32.

A caminhada invicta teve o seu desfecho em 17 de junho de 1962.

Masopust até abriu o placar para a Tchecoslováquia aos 15 minutos, mas o atacante Amarildo, o “Possesso”, empatou dois minutos depois.

Possesso? Sim, este é o célebre apelido dado pelo escritor Nelson Rodrigues àquele que conseguiu substituir Pelé à altura. Apelido com cara de sobrenome.

Na etapa final, Zito virou o jogo aos 24. Aos 33, Vavá cravou o 3 x 1 do título.

Acompanhando a decisão pelo rádio, a torcida brasileira festejou a conquista nas ruas e só pôde assistir ao jogo dois dias depois, no cinema. TV ao vivo, só a partir de 1970.

Desde que o capitão Mauro Ramos ergueu a Taça Jules Rimet, o Brasil mantém o status de maior campeão. Até ali, Itália e Uruguai eram os maiores vencedores, bicampeões.

O tri da Seleção em 1970 só seria igualado em 1982 (Itália) e 1990 (Alemanha). Igualado sim, ultrapassado jamais. Em 1994, o tetra. Em 2002, o penta. Pioneiros.

Portanto, este 17 de junho de 2012 é o jubileu do gigante…